O estudo sobre a escola de profetas da época de Elias e Eliseu devem promover reflexões sobre a nossa atual condição no campo da educação cristã.
A EDUCAÇÃO NA BÍBLIA: UM BREVE RELATO HISTÓRICO
Desde as sociedades tribais pré-históricas, a família exerce um papel fundamental na educação dos filhos. A ausência do Estado, das classes, do comércio e da escrita, dispensava a existência de escolas. As crianças aprendiam com os adultos, em especial a família, questões que envolviam os valores espirituais e morais, assim como atividades práticas para a sua sobrevivência (trabalhos manuais, caça, pesca e etc).
Esse modelo de educação “informal” se estendeu por longos anos em sociedades nômades, seminômades e sedentárias, até o advento das grandes cidades, da escrita, das transformações técnicas, da produção excedente, da comercialização e dos inovadores pensamentos sobre política e democracia.
Numa perspectiva bíblica judaico-cristã, observamos este tipo de educação nos seguintes textos:
“Porque eu o tenho escolhido, a fim de que ele ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para praticarem retidão e justiça; a fim de que o Senhor faça vir sobre Abraão o que a respeito dele tem falado.” (Gn 18.19)
“E acontecerá que, quando vossos filhos vos disserem: Que culto é este? Então direis: Este é o sacrifício da páscoa ao Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se, e adorou.” (Êx 12.26-27)
“E naquele mesmo dia farás saber a teu filho, dizendo: Isto é pelo que o Senhor me tem feito, quando eu saí do Egito. E te será por sinal sobre tua mão e por lembrança entre teus olhos, para que a lei do Senhor esteja em tua boca; porquanto com mão forte o Senhor te tirou do Egito.” (Êx 13.8-9)
“E quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que é isto? Dir-lhe-ás: O Senhor nos tirou com mão forte do Egito, da casa da servidão.” (Êx 13.14)
“E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.” (Dt 6.6-9)
“Quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que significam os testemunhos, e estatutos e juízos que o Senhor nosso Deus vos ordenou? Então dirás a teu filho: Éramos servos de Faraó no Egito; porém o Senhor, com mão forte, nos tirou do Egito;”(Dt 6.20-21)
“Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontais entre os vossos olhos. E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te; E escreve-as nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas; Para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o Senhor jurou a vossos pais dar-lhes, como os dias dos céus sobre a terra.” (Dt 11.18-21)
“E falou aos filhos de Israel, dizendo: Quando no futuro vossos filhos perguntarem a seus pais, dizendo: Que significam estas pedras? Fareis saber a vossos filhos, dizendo: Israel passou em seco este Jordão. Porque o Senhor vosso Deus fez secar as águas do Jordão diante de vós, até que passásseis, como o Senhor vosso Deus fez ao Mar Vermelho que fez secar perante nós, até que passássemos.” (Js 4.21-23)
Percebe-se que no período patriarcal a participação e a importância da família na preservação dos valores espirituais e morais do povo judeu era de fundamental importância.
A figura dos agentes especialmente destinados para a tarefa de ensinar surge com a instituição do sacerdócio:
“E falou o Senhor a Arão, dizendo: Não bebereis vinho nem bebida forte, nem tu nem teus filhos contigo, quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre as vossas gerações; E para fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo, E para ensinar aos filhos de Israel todos os estatutos que o Senhor lhes tem falado por meio de Moisés.” (Lv 10.8-11)
“Então o rei da Assíria mandou dizer: Levai ali um dos sacerdotes que transportastes de lá para que vá e habite ali, e lhes ensine a lei do deus da terra.” (2 Rs 17.27)
“No terceiro ano do seu reinado enviou ele os seus príncipes, Bene-Hail, Obadias, Zacarias, Netanel e Micaías, para ensinarem nas cidades de Judá; e com eles os levitas Semaías, Netanias, Zebadias, Asael, Semiramote, Jônatas, Adonias, Tobias e Tobadonias e, com estes levitas, os sacerdotes Elisama e Jeorão. E ensinaram em Judá, levando consigo o livro da lei do Senhor; foram por todas as cidades de Judá, ensinando entre o povo.” (2 Cr 17.7-9)
“E disse aos levitas que ensinavam a todo o Israel e estavam consagrados ao Senhor: Ponde a arca sagrada na casa que edificou Salomão, filho de Davi, rei de Israel; não tereis mais esta carga aos ombros; agora servi ao Senhor vosso Deus, e ao seu povo Israel.” (2 Cr 35.3)
Posteriormente, os profetas assumiram também essa tarefa:
“Então enviou Saul mensageiros para prenderem a Davi; quando eles viram a congregação de profetas profetizando, e Samuel a presidi-los, o Espírito de Deus veio sobre os mensageiros de Saul, e também eles profetizaram.” (1 Sm 19.20)
“E foram cinquenta homens dentre os filhos (discípulos) dos profetas, e pararam defronte deles, de longe; e eles dois pararam junto ao Jordão.” (2 Rs 2.7)
“Os filhos dos profetas disseram a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos diante da tua face é estreito demais para nós.” (2 Rs 6.1)
Durante e após o período do cativeiro na Babilônia, surge a figura do escriba, uma classe de mestres especializados, que copiavam, interpretavam e ensinavam a Lei:
“Este Esdras subiu de Babilônia. E ele era escriba hábil na lei de Moisés, que o Senhor Deus de Israel tinha dado; e segundo a mão de Senhor seu Deus, que estava sobre ele, o rei lhe deu tudo quanto lhe pedira. […] Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar e cumprir a lei do Senhor, e para ensinar em Israel os seus estatutos e as suas ordenanças.” (Ed 7.6, 10)
A partir de então as sinagogas tornam-se também centros de estudos (escola), onde o letramento e a aprendizagem geral são oferecidos.
DESAFIOS ATUAIS PARA A EDUCAÇÃO CRISTÃ NO CONTEXTO PENTECOSTAL ASSEMBLEIANO
A educação cristã de caráter teológico encontra na igreja suas mais fortes expressões nas escolas dominicais e nas escolas teológicas. Não são poucos os desafios que tais espaços educativos enfrentam na atualidade.
Começando pela Escola Dominical, há um crescente esforço por parte daqueles que entendem a sua importância para a igreja, que lutam para a sua contínua relevância ao atender as necessidades espirituais, morais, psicológicas e sociais dos alunos, cooperando com as famílias e pastores neste propósito.
Para manter-se firme neste propósito, é necessário para a ED, além de ter um excelente currículo (o da CPAD tem atendido tal requisito), rever suas práticas e métodos. É preciso se abrir para o novo sem abrir mão de princípios. É imperativo desfossilizar estruturas e professores.
Professores com profundidade nas Escrituras, cheios do Espírito Santo, comprometidos com o Reino, de caráter exemplar, e abertos para a necessidade de continuar desenvolvendo seus ministérios são fundamentais para a perpetuação da ED.
Superintendentes hábeis na arte de liderar e com domínio dos princípios norteadores da boa administração são essenciais. É fundamental a busca pela constante qualificação.
Com as novas tecnologias de comunicação e informação, e com o crescente processo de democratização do acesso a internet, os alunos esperam da ED, de seus superintendentes e professores, um diferencial que justifique a sua matrícula e permanência. Vale lembrar, que além dos saberes, os relacionamentos saudáveis são fundamentais para o processo educativo.
A Escola Dominical, em muitos lugares, é excludente, ou seja, se o aluno não se enquadra naquilo que ela oferece, ele fica de fora da mesma. Há portadores de necessidades especiais, estudantes e profissionais, que desejariam frequentar a ED, mas em razão de suas necessidades e realidades não podem assim fazer. Quais soluções pastores, superintendentes e professores estão buscando na superação da exclusão escolar?
Em se tratando do estudo teológico acadêmico (Escolas, Seminários, Faculdades, etc.), há também vários desafios. Saímos da total repressão, superamos a ditadura da ignorância, e agora passamos a testemunhar a banalização das instituições e vulgarização do ensino.
Multiplicam-se nas Assembleias de Deus as “Escolas Teológicas de Fundo de Quintal”, sem nenhuma estrutura, com diretores e professores sem qualificação para as funções, com um currículo improvisado, com livros textos e apostilas plagiadas e com o objetivo meramente mercadológico ou financeiro. A venda de diplomas é descarada e escancarada na internet.
O Conselho de Educação e Cultura da CGADB tem procurado cumprir o seu papel, aprovando, credenciando e assessorando as escolas que se enquadram em suas Diretrizes e Bases, regulamentando e norteando os aspectos administrativos e pedagógicos das mesmas, para que assim possam proporcionar um ensino de qualidade.
Sou realista, sem ser pessimista. Acredito no desenvolvimento do nosso sistema educativo cristão assembleiano. Na dependência e no poder do Espírito, com fé e muito trabalho, superaremos os muitos e grandes desafios que estão diante de nós.
Em se tratando de educação cristã no contexto pentecostal assembleiano, já temos no Brasil igrejas e ministérios que são excelentes referenciais, que realizam uma grande obra.
Que as atuais “Escolas de Profetas” possam cumprir os seus propósitos para a glória de Deus.
Começando pela Escola Dominical, há um crescente esforço por parte daqueles que entendem a sua importância para a igreja, que lutam para a sua contínua relevância ao atender as necessidades espirituais, morais, psicológicas e sociais dos alunos, cooperando com as famílias e pastores neste propósito.
Para manter-se firme neste propósito, é necessário para a ED, além de ter um excelente currículo (o da CPAD tem atendido tal requisito), rever suas práticas e métodos. É preciso se abrir para o novo sem abrir mão de princípios. É imperativo desfossilizar estruturas e professores.
Professores com profundidade nas Escrituras, cheios do Espírito Santo, comprometidos com o Reino, de caráter exemplar, e abertos para a necessidade de continuar desenvolvendo seus ministérios são fundamentais para a perpetuação da ED.
Superintendentes hábeis na arte de liderar e com domínio dos princípios norteadores da boa administração são essenciais. É fundamental a busca pela constante qualificação.
Com as novas tecnologias de comunicação e informação, e com o crescente processo de democratização do acesso a internet, os alunos esperam da ED, de seus superintendentes e professores, um diferencial que justifique a sua matrícula e permanência. Vale lembrar, que além dos saberes, os relacionamentos saudáveis são fundamentais para o processo educativo.
A Escola Dominical, em muitos lugares, é excludente, ou seja, se o aluno não se enquadra naquilo que ela oferece, ele fica de fora da mesma. Há portadores de necessidades especiais, estudantes e profissionais, que desejariam frequentar a ED, mas em razão de suas necessidades e realidades não podem assim fazer. Quais soluções pastores, superintendentes e professores estão buscando na superação da exclusão escolar?
Em se tratando do estudo teológico acadêmico (Escolas, Seminários, Faculdades, etc.), há também vários desafios. Saímos da total repressão, superamos a ditadura da ignorância, e agora passamos a testemunhar a banalização das instituições e vulgarização do ensino.
Multiplicam-se nas Assembleias de Deus as “Escolas Teológicas de Fundo de Quintal”, sem nenhuma estrutura, com diretores e professores sem qualificação para as funções, com um currículo improvisado, com livros textos e apostilas plagiadas e com o objetivo meramente mercadológico ou financeiro. A venda de diplomas é descarada e escancarada na internet.
O Conselho de Educação e Cultura da CGADB tem procurado cumprir o seu papel, aprovando, credenciando e assessorando as escolas que se enquadram em suas Diretrizes e Bases, regulamentando e norteando os aspectos administrativos e pedagógicos das mesmas, para que assim possam proporcionar um ensino de qualidade.
Sou realista, sem ser pessimista. Acredito no desenvolvimento do nosso sistema educativo cristão assembleiano. Na dependência e no poder do Espírito, com fé e muito trabalho, superaremos os muitos e grandes desafios que estão diante de nós.
Em se tratando de educação cristã no contexto pentecostal assembleiano, já temos no Brasil igrejas e ministérios que são excelentes referenciais, que realizam uma grande obra.
Que as atuais “Escolas de Profetas” possam cumprir os seus propósitos para a glória de Deus.
Publicado no Blog do Pr. Altair Germano

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