sexta-feira, 29 de março de 2013

O VERDADEIRO SIGNIFICADO DA PÁSCOA



Qual é a origem e significado da Páscoa? Como surgiu a idéia do coelho e ovos de chocolate? E por que na sexta-feira dizem que não se deve comer carne mas sim peixe?

A páscoa pode cair em qualquer domingo entre 22 de março e 25 de abril. Tem sido modernamente celebrada com ovos e coelhos de chocolate com muita alegria. O moderno ovo de páscoa apareceu por volta de 1828, quando a indústria de chocolate começou a desenvolver-se. Ovos gigantescos, super decorados, era a moda das décadas de 1920 e 1930. Porém, o maior ovo e o mais pesado que a história regista, ficou pronto no dia 9 de abril de 1992. É da Cidade de Vitória na Austrália. Tinha 7 metros e dez centímetros de altura e pesava 4 toneladas e 760 quilos. Mas o que é que tem a ver ovos e coelhos com a morte e ressurreição de Cristo?

A origem dos ovos e coelhos é antiga e cheia de lendas. Segundo alguns autores, os anglo-saxões teriam sido os primeiros a usar o coelho como símbolo da Páscoa. Outras fontes porém, o relacionam ao culto da fertilidade celebrado pelos babilônicos e depois transportado para o Egito. A partir do século VIII, foi introduzido nas festividades da páscoa um deus teuto-saxão, isto é, originário dos germanos e ingleses. Era um deus para representar a fertilidade e a luz. À figura do coelho juntou-se o ovo que é símbolo da própria vida. Embora aparentemente morto, o ovo contém uma vida que surge repentinamente; e este é o sentido para a Páscoa, após a morte, vem a ressurreição e a vida. A Igreja no século XVIII, adotou oficialmente o ovo como símbolo da ressurreição de Cristo. Assim foi santificado um uso originalmente pagão, e pilhas de ovos coloridos começaram a ser benzidos antes de sua distribuição aos fiéis.
Em 1215 na Alsácia, França, surgiu a lenda de que um dos coelhinhos da floresta foi o animal escolhido para levar um ninho cheio de ovos ao principezinho que esta doente. E ainda hoje se tem o hábito de presentear os amigos com ovos, na Páscoa. Não mais ovos de galinha, mas de chocolate. A idéia principal ressurreição, renovação da vida foi perdida de vista, mas os chocolates não, ele continuam sendo supostamente trazidos por um coelhinho...
O Peixe, foi símbolo adotado pelos primeiros cristãos. Em grego, a palavra peixe era um símbolo da confissão da fé, e significava: "Jesus Cristo, filho de Deus e Salvador." O costume de comer peixe na sexta-feira santa, está associado ao fato de Jesus ter repartido este alimento entre o povo faminto. Assim a tradição de não se comer carne com sangue derramado por Cristo em nosso favor. 

Mas vejamos agora, qual é a verdadeira origem da Páscoa?

Pessach, uma palavra hebraica, traduzida para o português: Páscoa que significapassagem ou passar por cima. Esta idéia está implícita em versos que referendam a esta festa em Êx 12.11, 23, 27. A Páscoa celebrava-se com a morte de um cordeiro no dia 14 de Abibe (cf. Êx13.4). Abibe significa espigas verdes e corresponde ao primeiro mês do calendário hebraico. Durante o exílio, este nome foi substituído pelo nome babilônico Nisã, que significa, começoabertura.

A Páscoa é uma das datas comemorativas mais importantes do nosso calendário. Atualmente, tornou-se uma data tão comercial, que poucos lembram ou conhecem seu verdadeiro significado. Para além dos chocolates e presentes, a CPAD - editora cristã - reforça a origem do termo, que remonta a aproximadamente 1.445 anos antes de Cristo.

Para contextualizarmos, neste período, de acordo com a Bíblia, os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó viviam como escravos há mais de quatrocentos anos no Egito. A fim de libertá-los, Deus designou Moisés como líder do povo hebreu (Êxodo 3-4). 

Em obediência ao Senhor, Moisés dirigiu-se a Faraó a fim de transmitir-lhe a ordem divina: “Deixa ir o meu povo”. Para conscientizar o rei da seriedade da mensagem, Moisés, mediante o poder de Deus, invocou pragas como julgamentos contra o Egito. 

No decorrer de várias dessas pragas, Faraó concordava deixar o povo ir, mas, a seguir, voltava atrás, uma vez a praga sustada. Soou a hora da décima e derradeira praga, aquela que não deixaria aos egípcios nenhuma outra alternativa senão a de lançar fora os israelitas: Deus mandou um anjo destruidor através da terra do Egito para eliminar “todo primogênito... desde os homens até aos animais” (Êx.12.12). 

A primeira Páscoa

Como os israelitas também habitavam no Egito, o Senhor emitiu uma ordem específica a seu povo. A obediência a essa ordem traria a proteção divina a cada família dos hebreus, com seus respectivos primogênitos. Cada família tomaria um cordeiro macho, de um ano de idade, sem defeito e o sacrificaria. Famílias menores podiam repartir um único cordeiro entre si (Êx. 12.4). 

Os israelitas deviam aspergir parte do sangue do cordeiro sacrificado nas duas ombreiras e na verga da porta de cada casa. Quando o destruidor passasse por aquela terra, ele não mataria os primogênitos das casas que tivessem o sangue aspergido sobre elas. Daí o termo Páscoa, do hebreu pesah, que significa “pular além da marca”, “passar por cima”, ou “poupar”. 

Assim, pelo sangue do cordeiro morto, os israelitas foram protegidos da condenação à morte executada contra todos os primogênitos egípcios. Deus ordenou o sinal do sangue, não porque Ele não tivesse outra forma de distinguir os israelitas dos egípcios, mas porque queria ensinar ao seu povo a importância da obediência e da redenção pelo sangue, preparando-o para o advento do “Cordeiro de Deus,” Jesus Cristo, que séculos mais tarde tiraria o pecado do mundo (Jo. 1.29). 

De acordo com a Bíblia, no livro de Êxodo, capítulo 12, versículo 31, naquela mesma noite Faraó, permitiu que o povo de Deus partisse, encerrando assim, séculos de escravidão e inaugurando uma viagem que duraria quarenta anos, até Canaã, a terra prometida.

A partir daquele momento da história, os judeus celebrariam a Páscoa toda primavera, obedecendo as instruções divinas de que aquela celebração seria “estatuto perpétuo” (Êx. 12.14). Era, porém, um sacrifício comemorativo, exceto o sacrifício inicial no Egito, que foi um sacrifício eficaz.

Libertação

Assim sendo, lembremos, não somente nesta data, mas em todos os dias, o verdadeiro significado da Páscoa. Assim como o Todo Poderoso libertou os hebreus da escravidão no Egito, Deus quer nos libertar da escravidão do pecado e por isso, enviou seu Filho, Jesus Cristo, para que “todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (Jo. 3.16) Vida esta conquistada com sangue “porque Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós.” (I Co 5.7) 

Conclusão:
Advertindo a cada cristão, que tome cuidado com os costumes pagãos que tentam sempre driblar os princípios bíblicos. Não é de hoje, que se nota como os princípios bíblicos são alterados por costumes e filosofias humanas. Adoração a ídolos, a mudança do sábado para o domingo, o coelho e o chocolate, são apenas alguns exemplos das astúcias do inimigo. A Bíblia, e a Bíblia somente, deve ser única regra de nossa fé, para nos orientar, esclarecer e mostrar qual o caminho certo que nos leva a Deus e que nos apresenta os fundamentos de nossa esperança maior que é viver com Cristo e os remidos, num novo céu e numa nova terra. Devemos tomar cuidado com as crendices, tradições, fábulas, e mudanças humanas disfarçadas. Minha sugestão é examinar com oração, cuidado e com tempo as Sagradas Escrituras, para saber o que hoje é crendice ou tradição, estando atento, para saber o que realmente Deus espera de cada um de nós.

Jesus foi claro "Fazei isto em memória de mim." Ele exemplificou tudo o que deve ser feito. E se queremos ser salvos, precisamos seguir o que Jesus ensina e não outras tradições ou ensinamentos. Mateus 15:9 adverte: "Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens."



Celebremos então a liberdade conquistada por Jesus Cristo na cruz para todos nós!


quinta-feira, 28 de março de 2013

quarta-feira, 27 de março de 2013

A Morte de Eliseu - Pb. José Roberto A. Barbosa


INTRODUÇÃO
Chegamos ao final de mais um trimestre de estudos inspirativos na Escola Bíblica Dominical com base na vida de Elias e Eliseu. Nesta última aula trataremos a respeito da morte de Eliseu, uma oportunidade para refletir sobre a morte do cristão. A princípio destacaremos a realidade bíblica e existencial da morte. Em seguida, trataremos especificamente sobre a morte de Eliseu. Ao final, mostraremos a mensagem evangélica em relação à morte, a fim de encorajar-nos à esperança.


1. MORTE, UMA REALIDADE BÍBLICO-EXISTÊNCIAL
A morte é uma realidade atestada na Bíblia e na experiência humana. Em Gn. 2.17 nos deparamos com o primeiro texto elusivo à morte como consequência do pecado. Paulo, em Rm. 5.12;6.23, confirma essa verdade, ressaltando que o pecado tem seu salário. A morte sempre inquietou o ser humano, desde o Antigo Pacto, no qual encontramos, no discurso de Jó (Jó. 19.25-37) e dos salmistas (Sl. 16.8-11; 17.15; 73.23-26), lampejos de esperança em relação à vida após a morte. Mas é no Novo Testamento, na pessoa de Jesus Cristo, que encontramos a revelação plena da vida eterna (II Tm. 1.10). Paulo, em I Co. 15.55, destaca que, ao final, o ferrão da morte será aniquilado. Isso acontecerá por ocasião da ressurreição, quando o que é corruptível se revestirá da incorruptibilidade (I Co. 15.57). O sentido da palavra morte, na Bíblia, é bastante amplo, e apresenta aspectos distintos. É preciso diferenciar a morte física da espiritual. Para tanto, devemos explicitar que a palavra morte significa separação, e não o final da vida, como se costuma pensar nos dias atuais. A primeira morte, a respeito da qual trata a Bíblia, é a biológica, quando as funções corporais param. A segunda morte, a espiritual, está relacionada ao julgamento final (Mt. 8.22; Lc. 15.15.32; Ef. 2.1-3; Cl. 2.13; I Tm. 5.6; Ap. 2.11; 20.14; 21.8). O materialismo predominante na sociedade contemporânea tem conduzidos muitos à angústia em face da morte. Para alguns filósofos, como Heidegger, o homem é um ser-para-a-morte, não pode escapar desta. Para outros, como Jean Paul Sartre, ela é um tremendo absurdo, que nos conduz ao desespero. Mas essa não é a realidade bíblica, as pessoas morrem, mas Jesus, que é Senhor da Vida, tem Seus propósitos (Jo. 11.25,26).
2. ELISEU, QUANDO UM HOMEM DE DEUS MORRE
A morte de Eliseu é uma demonstração bíblica do que Deus pode fazer através da morte dos Seus servos. Aproximadamente quarenta anos se passaram entre os capítulos 9 e o 13 de II Rs. O profeta Eliseu envelheceu, e com esta veio a enfermidade o sofrimento (II Rs. 13.14,20). Apesar da dor, Deus estava presente com Eliseu, não o desamparando. No contexto da sociedade que endeusou a longevidade, somos levados a menosprezar aqueles que adoecem. Mas a Palavra de Deus revela que a enfermidade pode ser uma oportunidade para o Senhor manifestar a Sua glória. Ninguém deve desprezar uma pessoa pelo fato de essa se encontrar enferma. Ao contrário do que defendem os adeptos da teologia da saúde, a doença necessariamente não é resultante de pecados específicos (Jo. 9.1). Eliseu, como tantos outros homens e mulheres de Deus ao longo da história, viveu, envelheceu, adoeceu e morreu. Não podemos esquecer que estamos em um mundo caído, sujeitos as mesmas intempéries que as demais pessoas. Se apenas os servos de Deus não adoecessem e não morressem os ouvintes não hesitariam em seguir o evangelho. A doença e a morte chegam igualmente à casa do crente e do descrente, do rico e do pobre. Eliseu, o profeta que fora maravilhosamente usado por Deus, também morreu. Mas Deus usou aquela morte para trazer vida, já que um defunto, ao tocar os restos mortais do profeta, voltou à vida. Esse tipo de milagre ainda pode acontecer literalmente hoje, mas podemos também fazer uma aplicação espiritual dessa realidade. Há mortos cujo testemunho vivificam ainda hoje, suas palavras revelam a soberania de Deus, são heróis da fé, pessoas das quais o mundo não era digno (Hb. 11.36-38).
3. O CRISTÃO E A VIDA PARA ALÉM DA MORTE
Diferentemente daqueles que não têm esperança, o cristão sabe que Deus tem um propósito, na vida e na morte (Rm. 8.28). Como diz a letra de um hino sacro: “porque Ele vive, podemos crer no amanhã, porque Ele vive, temor não há”. A morte para o cristão não é o fim, trata-se de um acontecimento precioso aos olhos de Deus (Sl. 116.15). Isso implica em um comprometimento ético diante da vida terrena, de modo que precisamos aprender a contar os nossos dias, a fim de alcançarmos corações sábios (Sl. 90.12). E quando partimos, e deixarmos esse corpo terreno, temos a convicção de que estaremos na presença de Cristo (I Co. 5.8). Esse é o motivo que nos faz jubilar, e saber que partir, e estar com Cristo, é consideravelmente melhor (Fp. 1.21). Esta geração de evangélicos deturpou o ensinamento bíblico em relação à morte. A maioria daqueles que professa a fé evangélica vive aturdida, sem esperança, assustada diante da morte. A teologia da ganância, que alguns chamam de prosperidade, fundamentada em um pseudopentecostalismo, está minando a fé dos “crentes”. Esses “evangélicos” foram tomados pela doutrina materialista, somente conseguem colocar o tangível diante dos seus olhos. Eles falam de fé, mas não a têm, pois a fé que esposam é somente para conseguirem o que desejam. A fé genuinamente bíblica é a convicção das coisas que se esperam, mas que ainda não podem ser tocadas (Hb. 11.1). A fé que agrada a Deus é aquela que vai além da vida, que não se sustenta no transitório, mas no que é eterno (Hb. 11.6). Aqueles que não apenas professam, mas que vivem a partir dessa fé, sabem que nada, absolutamente coisa alguma, os separará do amor de Deus em Cristo Jesus, a vida, e muito menos a morte (Rm. 8.38,39).
CONCLUSÃO
Eliseu alcançou a velhice, e depois de muitos anos vividos, adoeceu e morreu. A sua morte foi uma oportunidade para Deus manifestar o Seu poder, e trazer um moribundo para a vida. Esse episódio é também um tipo da morte de Cristo, pois através da Sua morte e ressurreição, muitos foram trazidos à vida (Rm. 5.12-14). Cristo é a Semente da mulher de Gn. 3.15, a maldição imposta à humanidade foi colocada sobre Ele (Rm. 5.9; I Ts. 1.10; Gl. 3.13), e, por essa, nos resgatou da morte e da escravidão do pecado (Cl. 2.13-15).

sábado, 23 de março de 2013

Aula ministrada pelo Pr. Jeferson França para EBD da Assembléia de Deus em Londrina



Eliseu e a Escola de Profetas - Pr. Altair Germano



O estudo sobre a escola de profetas da época de Elias e Eliseu devem promover reflexões sobre a nossa atual condição no campo da educação cristã.

A EDUCAÇÃO NA BÍBLIA: UM BREVE RELATO HISTÓRICO
Desde as sociedades tribais pré-históricas, a família exerce um papel fundamental na educação dos filhos. A ausência do Estado, das classes, do comércio e da escrita, dispensava a existência de escolas. As crianças aprendiam com os adultos, em especial a família, questões que envolviam os valores espirituais e morais, assim como atividades práticas para a sua sobrevivência (trabalhos manuais, caça, pesca e etc).
Esse modelo de educação “informal” se estendeu por longos anos em sociedades nômades, seminômades e sedentárias, até o advento das grandes cidades, da escrita, das transformações técnicas, da produção excedente, da comercialização e dos inovadores pensamentos sobre política e democracia.
Numa perspectiva bíblica judaico-cristã, observamos este tipo de educação nos seguintes textos:
“Porque eu o tenho escolhido, a fim de que ele ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para praticarem retidão e justiça; a fim de que o Senhor faça vir sobre Abraão o que a respeito dele tem falado.” (Gn 18.19)
“E acontecerá que, quando vossos filhos vos disserem: Que culto é este? Então direis: Este é o sacrifício da páscoa ao Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se, e adorou.” (Êx 12.26-27)
“E naquele mesmo dia farás saber a teu filho, dizendo: Isto é pelo que o Senhor me tem feito, quando eu saí do Egito. E te será por sinal sobre tua mão e por lembrança entre teus olhos, para que a lei do Senhor esteja em tua boca; porquanto com mão forte o Senhor te tirou do Egito.” (Êx 13.8-9)
“E quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que é isto? Dir-lhe-ás: O Senhor nos tirou com mão forte do Egito, da casa da servidão.” (Êx 13.14)
“E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.” (Dt 6.6-9)
“Quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que significam os testemunhos, e estatutos e juízos que o Senhor nosso Deus vos ordenou? Então dirás a teu filho: Éramos servos de Faraó no Egito; porém o Senhor, com mão forte, nos tirou do Egito;”(Dt 6.20-21)
“Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontais entre os vossos olhos. E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te; E escreve-as nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas; Para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o Senhor jurou a vossos pais dar-lhes, como os dias dos céus sobre a terra.” (Dt 11.18-21)
“E falou aos filhos de Israel, dizendo: Quando no futuro vossos filhos perguntarem a seus pais, dizendo: Que significam estas pedras? Fareis saber a vossos filhos, dizendo: Israel passou em seco este Jordão. Porque o Senhor vosso Deus fez secar as águas do Jordão diante de vós, até que passásseis, como o Senhor vosso Deus fez ao Mar Vermelho que fez secar perante nós, até que passássemos.” (Js 4.21-23)
Percebe-se que no período patriarcal a participação e a importância da família na preservação dos valores espirituais e morais do povo judeu era de fundamental importância.
A figura dos agentes especialmente destinados para a tarefa de ensinar surge com a instituição do sacerdócio:
“E falou o Senhor a Arão, dizendo: Não bebereis vinho nem bebida forte, nem tu nem teus filhos contigo, quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre as vossas gerações; E para fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo, E para ensinar aos filhos de Israel todos os estatutos que o Senhor lhes tem falado por meio de Moisés.” (Lv 10.8-11)
“Então o rei da Assíria mandou dizer: Levai ali um dos sacerdotes que transportastes de lá para que vá e habite ali, e lhes ensine a lei do deus da terra.” (2 Rs 17.27)
“No terceiro ano do seu reinado enviou ele os seus príncipes, Bene-Hail, Obadias, Zacarias, Netanel e Micaías, para ensinarem nas cidades de Judá; e com eles os levitas Semaías, Netanias, Zebadias, Asael, Semiramote, Jônatas, Adonias, Tobias e Tobadonias e, com estes levitas, os sacerdotes Elisama e Jeorão. E ensinaram em Judá, levando consigo o livro da lei do Senhor; foram por todas as cidades de Judá, ensinando entre o povo.” (2 Cr 17.7-9)
“E disse aos levitas que ensinavam a todo o Israel e estavam consagrados ao Senhor: Ponde a arca sagrada na casa que edificou Salomão, filho de Davi, rei de Israel; não tereis mais esta carga aos ombros; agora servi ao Senhor vosso Deus, e ao seu povo Israel.” (2 Cr 35.3)
Posteriormente, os profetas assumiram também essa tarefa:
“Então enviou Saul mensageiros para prenderem a Davi; quando eles viram a congregação de profetas profetizando, e Samuel a presidi-los, o Espírito de Deus veio sobre os mensageiros de Saul, e também eles profetizaram.” (1 Sm 19.20)
“E foram cinquenta homens dentre os filhos (discípulos) dos profetas, e pararam defronte deles, de longe; e eles dois pararam junto ao Jordão.” (2 Rs 2.7)
“Os filhos dos profetas disseram a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos diante da tua face é estreito demais para nós.” (2 Rs 6.1)
Durante e após o período do cativeiro na Babilônia, surge a figura do escriba, uma classe de mestres especializados, que copiavam, interpretavam e ensinavam a Lei:
“Este Esdras subiu de Babilônia. E ele era escriba hábil na lei de Moisés, que o Senhor Deus de Israel tinha dado; e segundo a mão de Senhor seu Deus, que estava sobre ele, o rei lhe deu tudo quanto lhe pedira. […] Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar e cumprir a lei do Senhor, e para ensinar em Israel os seus estatutos e as suas ordenanças.” (Ed 7.6, 10)
A partir de então as sinagogas tornam-se também centros de estudos (escola), onde o letramento e a aprendizagem geral são oferecidos.

DESAFIOS ATUAIS PARA A EDUCAÇÃO CRISTÃ NO CONTEXTO PENTECOSTAL ASSEMBLEIANO
A educação cristã de caráter teológico encontra na igreja suas mais fortes expressões nas escolas dominicais e nas escolas teológicas. Não são poucos os desafios que tais espaços educativos enfrentam na atualidade.
Começando pela Escola Dominical, há um crescente esforço por parte daqueles que entendem a sua importância para a igreja, que lutam para a sua contínua relevância ao atender as necessidades espirituais, morais, psicológicas e sociais dos alunos, cooperando com as famílias e pastores neste propósito.
Para manter-se firme neste propósito, é necessário para a ED, além de ter um excelente currículo (o da CPAD tem atendido tal requisito), rever suas práticas e métodos. É preciso se abrir para o novo sem abrir mão de princípios. É imperativo desfossilizar estruturas e professores.
Professores com profundidade nas Escrituras, cheios do Espírito Santo, comprometidos com o Reino, de caráter exemplar, e abertos para a necessidade de continuar desenvolvendo seus ministérios são fundamentais para a perpetuação da ED.
Superintendentes hábeis na arte de liderar e com domínio dos princípios norteadores da boa administração são essenciais. É fundamental a busca pela constante qualificação.
Com as novas tecnologias de comunicação e informação, e com o crescente processo de democratização do acesso a internet, os alunos esperam da ED, de seus superintendentes e professores, um diferencial que justifique a sua matrícula e permanência. Vale lembrar, que além dos saberes, os relacionamentos saudáveis são fundamentais para o processo educativo.
A Escola Dominical, em muitos lugares, é excludente, ou seja, se o aluno não se enquadra naquilo que ela oferece, ele fica de fora da mesma. Há portadores de necessidades especiais, estudantes e profissionais, que desejariam frequentar a ED, mas em razão de suas necessidades e realidades não podem assim fazer. Quais soluções pastores, superintendentes e professores estão buscando na superação da exclusão escolar?
Em se tratando do estudo teológico acadêmico (Escolas, Seminários, Faculdades, etc.), há também vários desafios. Saímos da total repressão, superamos a ditadura da ignorância, e agora passamos a testemunhar a banalização das instituições e vulgarização do ensino.
Multiplicam-se nas Assembleias de Deus as “Escolas Teológicas de Fundo de Quintal”, sem nenhuma estrutura, com diretores e professores sem qualificação para as funções, com um currículo improvisado, com livros textos e apostilas plagiadas e com o objetivo meramente mercadológico ou financeiro. A venda de diplomas é descarada e escancarada na internet.
O Conselho de Educação e Cultura da CGADB tem procurado cumprir o seu papel, aprovando, credenciando e assessorando as escolas que se enquadram em suas Diretrizes e Bases, regulamentando e norteando os aspectos administrativos e pedagógicos das mesmas, para que assim possam proporcionar um ensino de qualidade.
Sou realista, sem ser pessimista. Acredito no desenvolvimento do nosso sistema educativo cristão assembleiano. Na dependência e no poder do Espírito, com fé e muito trabalho, superaremos os muitos e grandes desafios que estão diante de nós.
Em se tratando de educação cristã no contexto pentecostal assembleiano, já temos no Brasil igrejas e ministérios que são excelentes referenciais, que realizam uma grande obra.
Que as atuais “Escolas de Profetas” possam cumprir os seus propósitos para a glória de Deus.

sábado, 16 de março de 2013

Os Milagres de Eliseu


LIÇÃO 11 - OS MILAGRES DE ELISEU - 1º TRIMESTRE 2013

INTRODUÇÃO
Os poderosos milagres do Senhor através do profeta Eliseu (2 Rs 2.21,22; 4.36,37; 4.43; 5.14; 6.6; 7.1), mostram que Deus controla não apenas os grandes exércitos, mas também os acontecimentos da vida cotidiana. Quando ouvimos e obedecemos a Deus, Ele nos mostra seu poder de transformar qualquer situação. O cuidado de Deus é para todos aqueles que estão dispostos a segui-lo. O Senhor tem todo o poder para realizar milagres em nossa vida (Gn 5.24; Êx 3.2; Nm 22.28; Js 3.16; At 3.1).
I - A PORÇÃO DOBRADA DO ESPÍRITO
Antes de ser levado aos céus, Elias perguntou a Eliseu o que ele desejava receber para exercer o seu ministério. Eliseu então sabiamente lhe respondeu: “Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim” (II Rs 2.9-b). Segundo Donald C. Stamps, comentarista da Bíblia Pentecostal, o termo “porção dobrada” não significa terminantemente o dobro do poder espiritual de Elias; refere-se antes, ao relacionamento entre pai e filho, em que o filho primogênito recebia o dobro da herança que os demais (Dt 21.17). Eliseu estava pedindo que seu pai espiritual lhe conferisse uma medida abundante do seu espírito profético, para, deste modo, ele executar a missão de Elias. É um fato curioso que o número de milagres que Deus operara por intermédio de Eliseu foi o dobro do que realizara através de Elias. Vejamos isso no quadro abaixo:
MILAGRES DE ELIASREFERÊNCIA
Profetizou que não choveria por três anos e meio e não choveuI Rs 17.1 / Tg 5.17
Disse que a farinha e o azeite da viúva se multiplicariamI Rs 17.14-15
Orou para que o filho da viúva ressuscitasse e ele reviveuI Rs 17.21-22
Orou para que caísse fogo do céu sobre o altar e assim aconteceuI Rs 17.37-38
Pediu que caísse fogo do céu sobre os soldados e eles foram consumidosII Rs 1.9-12
Feriu com a capa as águas do Jordão e ele se abriuII Rs 1.8
MILAGRES DE ELISEUREFERÊNCIA
O rio Jordão é separadoII Rs 2.14
As águas perto de Jericó são saradasII Rs 2.19
As ursas devoram os rapazinhos por ordem de EliseuII Rs 2.23-24
Vinte pães satisfazem cem homensII Rs 4.42-44
O azeite da viúva é multiplicadoII Rs 4.1
O filho da sunamita é ressuscitadoII Rs 4.31
A comida envenenada é purificadaII Rs 4.38
Naamã é curado da lepraII Rs 5.1
Geazi é punido com a lepra de NaamãII Rs 5.20-27
O machado flutuaII Rs 6.1
Soldados inimigos cegadosII Rs 6.18
Um homem ressuscitado quanto tocou nos ossos do profetaII Rs 13.20-21
II - TRÊS PROPÓSITOS DOS MILAGRES
  • Glorificar a Deus. Os milagres narrados nas Escrituras, tanto no Antigo como em o Novo Testamento, objetivam a glória de Deus. Em nenhum momento encontramos os profetas e apóstolos, buscando chamar a atenção para si (II Rs 5.15,16; Dn 2.27,28; At 3.8,12; 14.14,15);
  • Dar uma resposta a necessidade humana. Todos os textos narrando os milagres realizados através de Eliseu deixam bem claro que os mesmos ocorreram em resposta a uma necessidade humana e também em resposta ao sofrimento humano (2 Rs 4. 1-7; 4. 8-38; 5.1-19; 6.1-7);
  • Propiciar evidências para que haja fé em Deus. Os milagres operados pelo profeta Eliseu são uma clara demonstração do poder de Deus. Todos eles tiveram como propósito especifico despertar a fé no único Deus Verdadeiro, que demonstra a sua graça e glória nas mais diferentes situações na vida, como o general Naamã que recebeu uma cura divina (2 Rs 5.1-19).
III - A CONTEMPORANEIDADE DOS MILAGRES
Há os que defendem a teoria de que os milagres eram restritos à era apostólica e afirmam que os sinais sobrenaturais e os dons do Espírito Santo, foram enviados com o propósito exclusivo de confirmar a divindade de Jesus, e autenticar os primeiros pregadores do Evangelho e sua mensagem. Argumentam também que a necessidade de tais manifestações sobrenaturais cessaram depois de completado o Novo Testamento, porém a Bíblia nos mostra que os milagres de Deus são necessários ainda hoje, porque confirmam a pregação do evangelho (Mc 16.20). Jesus fez uma excelente promessa dizendo: “E estes sinais seguirão aos que crerem” (Mc 16.17). Logo, a manifestação de sinais ficou restrita a era dos apóstolos, pois a fé é a principal condição para que estes sinais ocorram (Mt 21.22; Jo 11.40). É necessário destacar também que dentre as insondáveis riquezas espirituais que Deus coloca à disposição da sua Igreja na terra, destacam-se os dons sobrenaturais do Espírito Santo, entre os quais estão os dons de poder (I Co 12.7-11). Como o próprio nome já diz, são dons que transmitem poder, através de operações sobrenaturais. É o poder de Deus concedido ao crente para ele realizar maravilhas:
  • O Dom da Fé (I Co 12.9). Esse Dom opera frequentemente em conjunto com os dons de curas e operação de maravilhas. Não se trata da fé natural nem da fé para a salvação, mas uma Fé sobrenatural capacitando o crente a crer em Deus, para a realização de milagres extraordinários como a cura de doenças incuráveis, ressurreição de mortos ou a realização de coisas impossíveis pelos meios naturais. O Dom da Fé é a capacitação sobrenatural do crente para crer no impossível (Gn 22.5; Mt 8.1-3; Mc 1.22-24; Lc 17.6; Hb 11);
  • Os Dons de Curar (I Co 12.9). Os dons de curar são dados à Igreja para, por meios divinos, proporcionar a restauração da saúde do corpo físico. A palavra “dons” no plural pode sugerir a multiplicidade desses dons, bem como a cura de diferentes tipos de enfermidades, de acordo com o Dom que se recebe (Mt 4.23-25; 10.1; At 3.6-8; 4.30; 19.11,12; 28.7,8). Os dons de curar não são concedidos a todos os membros do corpo de Cristo (I Co 12.11,30), todavia, todos podem orar pelos enfermos, na autoridade do nome de Jesus (Mc 16.17,18), e havendo fé, os enfermos serão curados. Pode haver também cura de enfermidades através da unção com óleo, conforme ensinou o apóstolo Tiago (Tg 5.14-16);
  • Dom de Operação de Maravilhas (I Co 12.10). Esse Dom manifesta-se como os demais, de maneira sobrenatural, geralmente sendo uma intervenção divina nas leis da natureza. É Deus modificando as leis naturais para manifestar o seu supremo poder (Js 10.12-14; At 9.36-42; 20.9-12). Sempre que o Dom de Operação de Maravilhas se manifesta, os resultados são imediatos e visíveis (At 2.43; 8.5-8,13; 19.11).
IV - COMO RECEBER O MILAGRE DE DEUS
Podemos destacar o personagem bíblico Naamã, como alguém que tomou as atitudes certas para receber o milagre de Deus. Vejamos quais foram:
  • Naamã creu. Ao ouvir por sua esposa o que havia sido dito por uma menina que estava em sua casa, de que havia um profeta em Samaria que poderia conduzi-lo a cura de sua lepra ele creu: “Então foi Naamã e notificou ao seu senhor, dizendo: Assim e assim falou a menina que é da terra de Israel” (II Rs 5.4);
  • Naamã buscou ao Senhor. A Bíblia diz que Naamã residia na Síria e o profeta estava em Samaria. No entanto, motivado pela fé, ele foi em busca do homem de Deus a fim de receber o favor divino: “Veio, pois, Naamã com os seus cavalos, e com o seu carro, e parou à porta da casa de Eliseu” (II Rs 5.9);
  • Naamã se humilhou. A princípio, o general sírio, não gostou da forma como o homem de Deus lhe tratou e do que recomendara fazer para que fosse curado. Por ser uma autoridade esperava um tratamento diferenciado segundo seus próprios conceitos (II Rs 5.10-12). Porém ao ser aconselhado servos que foram com ele a casa do profeta Eliseu, ele resolveu deixar o seu ego de lado e se submeter a direção divina dita pelo profeta: “Então desceu, e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus” (II Rs 5.14-a);
  • Naamã perseverou. O texto bíblico nos informa que além do profeta anunciar o lugar onde o general haveria de mergulhar, diz também quantas vezes era necessário. Isto exigia de Naamã agir com perseverança: “Então desceu, e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou-se como a carne de um menino, e ficou purificado” (II Rs 5.14).
CONCLUSÃO
Os milagres são operações de caráter divino, fazendo intervenções na esfera física podendo ser vistos na cura de doentes, na multiplicação de víveres, na intervenção sobre os elementos da natureza e até na ressurreição de mortos. Mas os milagres ainda seguem um padrão: eles seguem os que creem, conforme (Mc 16.17). Esperar milagres da parte do Senhor é importante, mas não é a essência da vida cristã; e a presença constante de milagres não garante necessariamente a fé e a fidelidade das pessoas. Devemos aprender que precisamos ter comunhão com o Senhor Deus, independente de que Ele realize milagres ou não.

LIÇÃO 11 - OS MILAGRES DE ELISEU

LIÇÃO Nº 11 – OS MILAGRES DE ELISEU



Os sinais no ministério de Eliseu evidenciam que o milagre é elemento indispensável para um ministério de restauração espiritual do povo de Deus.

INTRODUÇÃO
 
- Na sequência do estudo do ministério do profeta Eliseu, hoje analisaremos a maior parte dos milagres realizados por sua instrumentalidade.



- Os sinais no ministério de Eliseu evidenciam que o milagre é elemento indispensável para um ministério de restauração espiritual do povo de Deus.

I – O INÍCIO DO MINISTÉRIO DE ELISEU FOI MARCADO POR MILAGRES

- Na sequência do estudo do ministério do profeta Eliseu, hoje estudaremos a maior parte dos milagres por ele realizados. Conforme vimos na lição anterior, as Escrituras registram 14 milagres do profeta Eliseu, a saber:

Milagres de Eliseu

1. Abriu o rio Jordão (II Rs.2:14)

2. Sarou as águas de Jericó (II Rs.2:22-23)

3. 42 adolescentes despedaçados por duas ursas (II Rs. 23:24)

4. Providenciou água a três reis e seus exércitos (II Reis 3:15, 16, 20)

5. Aumentou o azeite da viúva de um dos filhos dos profetas (II Rs. 4:6,7)

6. Ressuscitou o filho da sunamita (II Rs. 4:19,35)

7. Tirou a morte da panela (II Rs.4:41)

8. A multiplicação dos pães (II Rs.4:42-44)

9. Curou Naamã da lepra (II Rs. 5:14)

10.Colocou lepra de Naamã em Geazi, seu auxiliar (II Rs.5:27)

11. Fez flutuar um machado (II Rs.6: 6,7)

12. Cegou o siros (II Rs. 6:18)

13. Devolveu-lhes a visão (II Rs.6:20)

14. Depois de morto ressuscitou um defunto (II Rs.13:21).

- Na lição 8, já falamos a respeito do primeiro milagre de seu ministério, que foi a abertura do rio Jordão e, na lição anterior, estudamos o quinto milagre, que foi a multiplicação do azeite da viúva. Nesta lição, estudaremos nove milagres do profeta, uma vez que o seu último milagre, realizado postumamente (ou seja, depois de morto), será estudado na lição 13.

- A intensidade dos milagres na vida do profeta Eliseu é uma demonstração inequívoca de que os milagres precisam acompanhar o ministério da restauração espiritual do povo de Deus. Se é verdade que esta quantidade de milagres era uma comprovação da resposta divina ao pedido de Eliseu para que tivesse "porção dobrada" do espírito de Elias, também é uma confirmação de que, em meio à apostasia, torna-se indispensável que a Palavra seja confirmada com sinais e maravilhas. 
- Em nossos dias, em que temos uma apostasia generalizada entre os que cristãos se dizem ser, é absolutamente necessário que peçamos a Deus o mesmo que foi pedido por Eliseu, ou seja, "porção dobrada", para que venhamos a confirmar a Palavra com sinais e prodígios, arrebatando, assim, muitos do fogo do inferno (Jd.23). Para tanto, é imprescindível que vivamos uma vida de santificação e de busca do poder de Deus, algo que, lamentavelmente, tem faltado em nossos dias.
- Assim que o profeta Eliseu é confirmado como sucessor de Elias, como vimos na lição 8, ele já realiza um milagre, abrindo o rio Jordão e retornando em seco para a escola de profetas que havia em Jericó, o que foi testemunhado por cinquenta dos filhos dos profetas, que, assim, deram autenticidade à sucessão determinada pelo Senhor no papel que até então era desempenhado por Elias em Israel (II Rs.2:14,15).


- Mas, para que a realidade da sucessão não ficasse apenas no testemunho daqueles cinquenta filhos de profetas, o Senhor propiciou uma situação para que todos os filhos de profeta de Jericó pudessem verificar que sobre Eliseu repousava o Espírito de Deus, que ele era o continuador do ministério de Elias.

- Ainda em Jericó, onde acompanhava com o mesmo zelo de seu antecessor os filhos dos profetas, Eliseu veio a saber que a habitação daquele lugar era boa, mas que as águas eram más e a terra, estéril, o que tornava a região inóspita, ou seja, sem condições para poder abrigar ali a escola de profetas.

- Já dissemos, em lição anterior, que o fato de Elias ter aberto uma escola de profetas em Jericó era de uma visão extraordinária. Edificada nos dias de Acabe, a "cidade maldita" precisava ter a presença de servos do Senhor ali, para que não se tornasse um centro contrário à vontade do Senhor. Elias tinha, deste modo, procurado impedir que a ausência de servos do Senhor fosse um fator a mais para a proliferação da idolatria em Israel.

- Esta mesma visão precisamos ter em nossos dias. Lamentavelmente, são poucos os que, na atualidade, em meio à criação de vilas, bairros e cidades têm se preocupado em, logo no limiar de tais habitações, providenciar que ali haja uma porta para a pregação do Evangelho. Num mundo em que a Igreja dia a dia está mais encurralada pelo aumento da iniquidade, é inconcebível que se ausente de certos locais, que não queira marcar presença em certos ambientes. Tenhamos a visão missionária de Elias!

- No entanto, o local escolhido para sediar esta escola que, naturalmente, não poderia ser dos melhores, vez que Jericó foi edificada sob os auspícios de Acabe e de Jezabel, que não iriam mesmo beneficiar o culto ao Senhor. Diante da questão levantada pelos filhos dos profetas, Eliseu pediu que lhe trouxessem uma salva nova e que, nela, pusessem sal. Recebida a salva com sal, o profeta, então, saiu ao manancial das águas e deitou sal nele, dizendo uma palavra profética a respeito das águas, que foram saradas e não deixando mais a terra estéril, o que se verificou a partir de então.
- Em Jericó, o lugar da maldição, o profeta, então, sarou as águas e a terra se tornou fértil, mediante o uso de sal numa salva nova. Eliseu, assim, mostrava a continuidade do ministério de Elias, o ministério de restauração espiritual, trazendo vida e fertilidade para os filhos dos profetas que haviam aceitado morar em Jericó. Se o governo de Acabe havia reedificado a cidade, era o homem de Deus quem trazia vida e abundância para aquela terra.


- Neste milagre, também, vemos uma figura do ministério espiritual que devemos desempenhar na dispensação da graça, já que a realidade do tempo da lei é sombra da imagem exata das coisas (Hb.10:1). O profeta pediu, por primeiro, uma salva nova. Isto nos remete ao ensino do Senhor Jesus, segundo o qual não se pode pôr vinho novo em odres velhos (Mt.9:17; Mc.2:22; Lc.5:37).

- Para que haja verdadeira restauração espiritual, é indispensável que tomemos "coisas novas", ou seja, não é possível que queiramos ter uma verdadeira restauração espiritual aproveitando de coisas advindas do pecado,

da maneira vã de viver. A restauração espiritual exige um rompimento com as coisas velhas, temos de ser "novas criaturas", temos de deixar para trás as coisas que fazíamos no pecado e partir para uma "nova realidade", uma realidade em Cristo Jesus.

- Lamentavelmente, muitos querem fazer uma restauração espiritual aproveitando aquilo que praticavam ou faziam na vida velha, o que é totalmente impossível. A vida com Cristo exige que morramos para o mundo, sem o que não teremos uma vida verdadeira (Gl.6:14). Temos de deixar as coisas que para trás ficam (Fp.3:13). Um dos elementos que levou à paganização do Cristianismo foi, precisamente, o de que querer "aproveitar" práticas pagãs, cristianizando-as, como se isto fosse ser vantajoso para a aceitação da fé pelos incrédulos, mas cujo resultado foi a criação de um cristianismo apóstata, como vemos em nossos dias. Aprendamos com Eliseu: tenhamos uma salva nova!

- Mas, além da salva nova, o profeta Eliseu mandou que nela fosse colocado sal. O sal é símbolo da presença de Deus que modifica o homem e a sociedade. Os sacrifícios que eram levados aos sacerdotes, na antiga aliança, precisavam sempre ser apresentados com sal (Lv.2:13; Nm.18:19). O Senhor Jesus disse que os salvos são "sal da terra" (Mt.5:13).

- O sal tem algumas propriedades que explicam este simbolismo das Escrituras. Ele conserva os alimentos, dá sabor, quebra a resistência do gelo, ajuda a cicatrização de feridas. A presença de Deus tem este condão de nos conservar em santidade, de fazer com que sejamos agentes transformadores do ambiente à nossa volta, de evitar que entremos em frieza espiritual e de nos dar saúde espiritual, reprimindo os males e as condutas que poderiam nos distanciar da vontade divina.

- Para que as águas fossem curadas e a terra se torna fértil, ou seja, produzisse frutos, o profeta Eliseu se utilizou do sal. Somente se estivermos em verdadeira comunhão com o Senhor é que poderemos ser instrumentos de Deus para sarar as vidas das pessoas que nos cercam e fazer com que frutifiquem espiritualmente, atingindo, assim, o propósito primeiro de Deus para com o homem (Gn.1:28).

- Sem salva nova e sem sal não poderemos jamais tornar o "lugar da maldição" em "lugar de bênção". Precisamos deixar a maneira vã de se viver e estar em plena comunhão com o Senhor para que sejamos verdadeiros "filhos de Abraão", não só abençoando quem está à nossa volta, mas também sendo nós mesmos uma bênção (Gn.12:2 "in fine").

- Depois de fazer este milagre em Jericó, Eliseu vai a Betel, outro local em que havia estado na última peregrinação com o profeta Elias. Eliseu faz como que o caminho contrário, o caminho inverso, num itinerário traçado pelo próprio Deus para mostrar a todos que Eliseu havia sucedido a Elias, que era o continuador de seu ministério.

- Esta característica mostra-nos, claramente, que o bom líder é alguém que procura se inteirar do que está a ocorrer, que vai ao encontro dos seus liderados. Eliseu, uma vez consolidado como sucessor de Elias, tratou de ir ao encontro dos filhos dos profetas, para averiguar a situação em que se encontravam, para dar continuidade ao trabalho iniciado por Elias. Um bom líder continua o que estava sendo feito, não faz "tabula rasa" do esforço de seu antecessor.

- Esta preocupação de Eliseu em visitar os filhos dos profetas é também uma indicação bíblica de que Elias tinha, em seu ministério, como ponto importante a manutenção das escolas dos profetas, circunstância que iremos estudar na próxima lição. Não há restauração espiritual possível sem que haja estudo e meditação na Palavra de Deus.
- Entretanto, enquanto Eliseu caminhava em direção a Betel, uns rapazes pequenos saíram da cidade, começando a zombar dele, dizendo: "sobe, calvo; sobe, calvo!".


Diante desta zombaria, o profeta virou-se
para ele, amaldiçoou-os em o nome do Senhor, tendo, então, duas ursas saído do bosque e despedaçado quarenta e dois daqueles rapazes (II Rs.2:23,24).



- À primeira vista, tem-se na narrativa deste episódio um choque. Por que um homem de Deus amaldiçoaria adolescentes e, por causa disso, houve a morte de 42 deles? Não seria isto um contrassenso, não estaríamos diante de mais uma demonstração da "crueldade divina" do Antigo Testamento? Não é Eliseu o fomentador da restauração espiritual do povo? Não significa seu nome "Deus é salvação"? Como compatibilizar o homem que sara as águas e torna a terra fértil para os filhos dos profetas com o que amaldiçoa e mata mais de quarenta "inocentes"?

- Temos aqui a mesma situação que encontramos no ministério de Elias, quando fogo do céu consome cento e dois soldados e que analisamos no apêndice nº 1 deste trimestre, cuja leitura recomendamos aos amados.

- Eliseu havia acabado de realizar se segundo milagre e tornado plenamente possível que os filhos dos profetas habitassem em Jericó, o lugar da maldição. Uma tamanha obra não ficaria sem a reação das forças do mal. Não devemos nos esquecer de que vivemos, neste mundo, em constante batalha contra as hostes espirituais da maldade (Ef.6:12) e não haveria de ser diferente com o profeta Eliseu.

- Eliseu parte de Jericó com destino a Betel. Estava "subindo", expressão nitidamente geográfica, mas que também não pode deixar de ser aplicada espiritualmente. Quando estamos em "subida" na vida espiritual, não demorará para que surjam obstáculos, impedimentos, para que se levantem forças malignas para tentar nos retirar de nosso foco, de nosso alvo, que é o de fazer a obra de Deus, de nos aproximarmos cada vez mais do Senhor, de realizarmos a Sua vontade. 


Escolas dos Profetas


Escolas dos Profetas:

Desde os dias de Samuel ouvimos falar de escolas de profetas, ou "filhos de profetas". Estas associações provavelmente originou-se desta forma, que um profeta experiente atraído para si bandos de jovens, que buscavam a receber uma medida de seu espírito. Esses discípulos dos profetas, juntamente com suas famílias, viviam em colônias ao redor do mestre. Possivelmente Samuel foi o primeiro que fundou tal escola de profetas. Para dentro ou perto da cidade de Ramá primeiro encontramos Naiote , ou colônias de tais discípulos ( 1 Samuel 19:18 ; 20:01 ). Entre esses alunos é encontrado em uma extensão muito maior do que entre os professores uma determinada característica em êxtase. Eles despertam seus sentimentos através da música e induzir a uma condição frenética que também afeta os outros da mesma forma, em que estado eles "profetizam" e, jogando fora as suas vestes, cair no chão. Em tempos posteriores, também encontramos vestígios de tais fenômenos extáticos. Assim, por exemplo, em Zacarias 13:6 ; 1 Reis 20:37,38 , as "feridas" no peito ou na testa recordar a auto-mutilação dos sacerdotes de Baal ( 1 Reis 18:28 ). As obras, sugestivos de que os dervixes do nosso próprio dia fazer, provavelmente foram fenômenos bastante semelhantes à ação dos profetas das tribos vizinhas. Mas que a profecia em Israel não era, como agora não é raro alegou, apenas uma forma menos crua da instituição pagãos profético, é provado por homens como Moisés e Samuel, que mesmo em seus tempos representar algo muito maior. Também nas colônias de profetas não foi seguramente não se encontra apenas um entusiasmo sem o Espírito de Deus. Prova disso é Samuel, o pai espiritual da colônia, como Elias foi para as colônias posteriores deste tipo. Estes lugares foram bastante os centros de uma vida religiosa, onde a comunhão com Deus foi procurado pela oração e meditação, e onde a lembrança dos grandes feitos de Deus no passado parecia se preparar para a recepção de novas revelações. De tais centros de ideias teocráticas e ideais, sem dúvida, veio também influências diante correspondentes que afetaram o povo. Talvez não era apenas música sacra cultivadas nesses locais, mas também tradições sagradas, que foram transmitidos oralmente e por escrito. Certo é que, essas colônias a religião de Javé prevaleceu.
Enciclopédia Bíblica Standard 
 
 
Escolas de profetas.
 
Durante o período de Samuel foram feitas referencias a grupos de profetas.
Sabemos pouco sobre esses grupos, embora eles tenham sido objeto de muita especulação.
Entretanto, parece que ajudaram Samuel a ministrar as necessidades espirituais da nação.
A obra da teocracia revelou-se demasiadamente grande para Moises, e por esta razão
foram escolhidos 70 anciãos para ajuda-lo nessa árdua tarefa. No período de Samuel,
essa obra revelou-se novamente muito grande para um único individuo. Esse período foi
particularmente crucial, pois a época dos juízes estava chegando ao fim e a monarquia
estava apenas começando. Havia a necessidade da presença do Espirito, não apenas em
Samuel, mas também naqueles de menor estatura.
Não sabemos praticamente nada sobre a organização desses grupos. Eles foram descritos
como um “grupo” ou “rancho1’ (Hebe); eles dedicavam-se a profetizar e a louvar a Deus
ao som de musicas (1 Sm 10.5,10). E provável que o grupo tenha sido organizado por
Samuel, porem as Escrituras não afirmam esse fato explicitamente.
Depois da divisão da monarquia, aparece novamente um corpo de profetas, dessa vez
chamado de “filhos dos profetas” (q.v.). Eles eram encontrados somente no Reino do Norte,
em conexão com o ministério de Elias e Eliseu. Nessa época, além de ter sido dividida,
a nação enfrentava um perigo adicional pela influencia do culto ao deus Baal dos fenícios.
Dessa forma, os profetas colocaram-se em uma associação mais intima com Elias
e Eliseu do que no caso do grupo de profetas em relação a Samuel. Por essa razão, eles
foram chamados de “filhos”, isto e, filhos espirituais de mestres proféticos. Eles podem
ter se casado (cf. 2 Rs 4.1) e tido um lugar comum para morar (cf. 2 Rs 6.1,2). Com o
termino da obra de Elias e Eliseu, eles desaparecem de cena, exceto por uma obscura
referencia, feita por Amos, de que ele não era filho de um profeta (Am 7.14).
Dicionário Bíblico Wycliffe  - Charles F.Pfeiffer- CPAD

domingo, 10 de março de 2013

Há um Milagre em sua Casa - Pr. Altair Germano




A história da multiplicação do azeite da viúva nos ensina várias lições. Mais uma vez somos desafiados não apenas a conhecer os fatos bíblicos, mas a crer e experienciar os mesmos em nossa vida, em nossa abençoada família, em nossa própria casa.

A LIÇÃO DAS DÍVIDAS (2 Rs 4:1-2)
Não temos informações sobre a causa do endividamento do marido daquela mulher. Provavelmente poderia ter sido em decorrência da grande crise econômica que assolara a nação. O que sabemos é que a dívida custaria a entrega dos seus dois filhos ao credor. Não sabemos também se aquela mulher tinha conhecimento da dívida contraída pelo marido antes de sua morte e da cobrança lhe feita. Nos dias atuais há muitas mulheres que desconhecem a situação financeira do seu marido, não sabendo quanto ganham, nem quanto devem. Há outras mulheres que não apenas conhecem, mas também cooperam para o endividamento do marido com gastos desnecessários e exorbitantes. O que sabemos nesta narrativa bíblica é que o marido daquela mulher viúva era temente a Deus. Era um homem temente a Deus e endividado.
São várias as causas das dívidas nos dias atuais, dentre as quais: A falta de planejamento e orçamento familiar, o consumismo desenfreado, a tentativa de viver num padrão acima da realidade, crise econômica e desemprego. Dave Anderson, em sua obra A Fé nos Negócios, na página 149, faz a seguinte observação:
Ao avaliarmos as crises financeiras que viram o mundo de pernas para o ar de tempos em tempos, vemos que elas normalmente são causadas por dívidas. As pessoas compram casas maiores e carros melhores do que poderiam e, depois, descobrem que não têm como arcar com os pagamentos ou com as taxas de juros cada vez mais altas. Essas questões tomam vulto e criam um efeito dominó na economia que faz os bancos fecharem, empresas declararem falência ou demitirem funcionários e o governo lançar mão de pacotes que geram ainda mais dívidas e déficits. Portanto, é possível cogitar que a dívida pode ser a causa da falta de moradia, do crédito arruinado, dos divórcios, das famílias desfeitas e dos suicídios. 
A lição que a Bíblia nos ensina sobre a dívida é que ela pode ser resultado da desobediência a Deus (Dt 28:15, 44). Somos exortados a não dever nada a ninguém, a não ser o amor (Rm 13.8).
Algumas perguntas poderiam ser feitas a nós mesmos: Se morrêssemos hoje deixaríamos nossa família em dificuldades? Os credores apareceriam para cobrar o nosso cônjuge ou familiares? A dívida teria como ser paga?
Leia mais sobre a questão da dívida no post A ANGÚSTIA DAS DÍVIDAS.

A LIÇÃO DA HUMILDADE E DA FÉ (2 Rs 4:3-4)
Para não revelar nossas situações precárias de endividamento, da falta de suprimentos que disso resulta, deixamos muitas vezes de pedir ajuda aos pastores, irmãos em cristo, familiares, parentes, amigos e vizinhos. Fechamo-nos em nosso orgulho, e na necessidade de mantermos as aparências.
A mulher que herdou a dívida do marido começa demonstrando a sua humildade quando clama ao profeta pedindo-lhe socorro. A ordem do profeta foi “Vai, pede para ti vasos emprestados aos teus vizinhos, vasos vazios, não poucos.” Haverá situações onde o milagre somente acontecerá em nossa casa com a demonstração de humildade de nossa parte, a humildade que não se envergonha de pedir ajuda.
A lição da humildade inclui também a disposição em obedecer ao profeta, que foi claro e direto. A obediência ao profeta é um ato de fé, e a fé é a certeza de coisas que se esperam (Hb 11:1a).

A LIÇÃO DA SOLIDARIEDADE (2 Rs 4:3)
A lição da solidariedade quem nos ensina são os vizinhos daquela mulher, que bondosamente lhe emprestam os vasos. Podemos deduzir com isso que aquela família e mulher se relacionavam bem com a vizinhança. Infelizmente há crentes que além do mau testemunho que dão, ainda são péssimos vizinhos. Existem crentes arrogantes (e/ou mal educados), que nem bom dia dão aos vizinhos. Alguns chegam a ser insuportáveis, chatos e inconvenientes. É necessário que nos relacionemos bem com os nossos vizinhos, pois além do bom testemunho que devemos dar, um dia poderemos precisar da solidariedade deles.

A LIÇÃO DO TRABALHO E DA COOPERAÇÃO (2 Rs 4:5)
O milagre foi precedido e acompanhado pelo trabalho da mulher em encher os vasos com o azeite. O milagre exige por vezes atitude, determinação e disposição de nossa parte. Tal verdade pode ser testemunhada em outros milagres narrados na Bíblia, onde foi necessária uma ação humana antes de suas realizações (Js 6:1-5; 2 Rs 5:9-14; Jo 2:7-11; Jo 9:6-7; Jo 11:39-44).
A lição da cooperação quem nos dá são os filhos da mulher, que lhe traziam os vasos para serem cheios de azeite.  Todos na família devem cooperar para o bem comum, para a superação das dificuldades. Batalhemos por uma maior união e cooperação da família em meio às crises e calamidades. A unidade na família coopera para que milagres aconteçam.

A LIÇÃO DO MILAGRE (2 Rs 4:6)
Há situações das quais não sairemos, a não ser que Deus trabalhe em nosso favor, e que em graça e soberania intervenha com um milagre. O milagre de Deus beneficia os necessitados e glorifica o seu nome. O milagre de Deus não deve servir para promover igrejas, pastores, pregadores ou quem quer que seja. O milagre não deve ser utilizado como meio de exploração daquele que o  recebe,    como se fosse preciso “pagar” pelo mesmo com ofertas in-voluntárias, e sob ameaças de maldições.
Quem mercantiliza milagres, quem negocia com os dons de Deus, a seu tempo colherá os frutos de sua iniquidade (Mt 7:21-23).
A LIÇÃO DA PROVISÃO ABUNDANTE (2 Rs 4:7)
O Senhor cuida de seus filhos, e garante o suprimento de suas necessidades básicas através de todos os meios e recursos que dispõe:
Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos ou que beberemos ou com que nos vestiremos? (Porque todas essas coisas os gentios procuram.) Decerto, vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas; Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal. (Mt 6:31-34)
Na vida daquela mulher e naquela casa, Deus fez mais do que se pedia ou se pensava (Ef 3:20). Ele não apenas proveu as condições necessárias para a quitação da dívida, mas também para a subsistência daquela família.
O pão nosso de cada dia ele provê diariamente (Mt 6:11).
O Pai celestial cuida de mim e de você. Ele nos ama.

SUGESTÃO PEDAGÓGICA: Compartilhe a sua experiência, e/ou abra espaço para que os seus alunos possam testemunhar de milagres vivenciados na área da provisão de Deus em suas casas.

Há um Milagre em sua Casa - Rede Brasil de Comunicação


LIÇÃO 10 - HÁ UM MILAGRE EM SUA CASA - 1º TRIMESTRE 2013

INTRODUÇÃO

O milagre ocorrido na casa da viúva nos tempos do profeta Eliseu traz-nos lições valiosas e perfeitamente aplicáveis aos nossos dias. Veremos os dois fatores principais que motivam a realização do milagre da parte de Deus. Por ser misericordioso, o Senhor atenta para as nossas necessidades e intervém miraculosamente. Ele pode fazer isso diretamente ou através dos seus instrumentos humanos, aos quais concede poder e ousadia para a execução de grandes sinais. Mas ainda veremos que um dos cenários em que acontecem os milagres de Deus é o interior de uma casa.

I - A MOTIVAÇÃO DO MILAGRE
Podemos enfatizar pelo menos dois aspectos que acarretam na realização de umMILAGRE, de um ato especial de Deus que interrompe o curso natural dos eventos, os quais são: a necessidade humana e a misericórdia divina.
1.1 A necessidade humana. O texto de II Rs 4.1-7 nos mostra uma viúva desesperada com a possibilidade de ver o que restou de sua família se desfazer pelas mãos dos credores. Para que a sua casa fosse preservada, ela precisava de um milagre. Em todos os casos na Bíblia, os milagres foram operados, principalmente, na vida daqueles que necessitavam. Vejamos alguns exemplos:
  • Sara, que era estéril, precisava de um filho, por quem a promessa messiânica teria continuidade (Gn 18.12);
  • De igual modo, Rebeca e Raquel, esposas de Isaque e Jacó, também eram estéreis e necessitavam de filhos (Gn 25.21; 29.31);
  • A nação de Israel só conseguiu ser liberta da terra do Egito mediante uma série de intervenções sobrenaturais da parte de Deus, que foram as dez pragas (Ex 7-10);
  • Na jornada de Israel pelo deserto em direção à terra de Canaã, o povo de Deus experimentou constantes milagres durante quarenta anos, como por exemplo: a descida diária do maná (Êx 16.11-15); a presença constante da coluna de nuvem durante o dia e da coluna fogo durante a noite (Êx 13.21,22); águas amargas que se tornaram doces (Êx 15.23-25), e águas que fluíram de rochas (Êx 17.5,6).
1.2 A misericórdia divina. A palavra misericórdia, hesedhno hebraico, aponta para uma característica no caráter de Deus e significa: “benevolência, benignidade, compaixão, bondade, fidelidade, amor e beneficência”. É dessa forma que Deus olha para os necessitados. O clamor daquela viúva sensibilizou o coração de Deus, que se moveu para ajudá-la (II Rs 4.1-7), de igual maneira foi que o clamor de Israel, depois de quatrocentos anos de escravidão, chegou até a presença de Deus que, sensibilizado, resolveu libertar o povo (Êx 3.7,8). Também sucedeu assim com Ana, que estava mui aflita por causa de sua esterilidade e derramou as suas lágrimas no templo até que foi atendida (I Sm 1.10-18). Ninguém recebe um milagre por merecimento, senão, por misericórdia.

II - OS INSTRUMENTOS DO MILAGRE
Todos os milagres autênticos são operados por Deus, pois somente Ele é poderoso para realizá-los. Há ocasiões em que Ele interfere diretamente em determinada situação, sem a instrumentalidade humana. Por exemplo, quando Misael, Ananias e Azarias foram lançados na fornalha de fogo ardente, aquecida sete vezes mais, o “quarto homem” se lhes apresentou e retirou a força do fogo (Dn 3.19-25). Foi uma intervenção direta do próprio Deus. O que acontece, porém, é que na maioria das vezes os milagres de Deus são realizados através do instrumento humano. Observemos alguns casos na Bíblia:
  • Deus fez questão de mostrar a Faraó e a todo povo de Israel que as suas maravilhas ocorreriam através das mãos de Moisés que, com uma simples vara, operaria todos os grandes sinais (Ex 4.17);
  • Através de Josué, filho de Num, servidor de Moisés, Deus realizou uma das maiores intervenções de toda a história da humanidade, pois o Sol e a Lua ficaram detidos no mesmo lugar durante um espaço de quase 24 horas. A cosmologia moderna entende que para isso acontecer, é necessário que todo o universo pare de se movimentar. Lembramos, porém, que isso se deu através de um homem (Js 10.14);
  • Pelas mãos de Elias, o tisbita, grandes sinais foram operados em Israel. Isso aconteceu para que todos reconhecessem que só o Senhor era Deus e que Elias era o seu profeta (I Rs 17.1,13-16,19-24; 18.30-39);
  • No ministério de Eliseu não foi diferente. O nome do Senhor foi glorificado e Eliseu foi reconhecido como profeta de Deus (II Rs 2.19-22; 3.16-20; 4.1-7, 32-36, 40-44; 6.5,6);
  • O próprio Jesus exemplifica bem essa realidade, pois na condição humana foi ungido pelo Espírito de Deus para realizar grandes milagres no seu ministério (Mt 4.23,24);
  • Na igreja primitiva, os milagres ocorriam por mão dos discípulos: “E muito sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos…” (At 5.12). Vemos ainda outros exemplos (At 3.1-8; 5.14-16; 8.5-7; 19.11).

sábado, 2 de março de 2013

Lição 9 ELIAS NO MONTE DA TRANSFIGURAÇÃO



O relato sobre a transfiguração, conforme narrado nos evangelhos sinóticos é um dos mais emblemáticos do Novo Testamento (Mt 17.1-13; Mc 9.2-8; Lc 9.28-36). Além do nome de Moisés, o texto põe em evidência também o nome de Elias. Todavia diferentemente dos outros textos até aqui estudados, Elias não aparece como a figura central, mas como uma figura secundária! O centro é deslocado do profeta de Tisbe para o Profeta de Nazaré. Jesus, e não mais Elias, é o centro da revelação bíblica. Moisés, Elias, Pedro, Tiago e João, também nominados nesse texto aparecem como figurantes numa cena onde Cristo, o Messias prometido, é a figura principal.


Antes de uma análise puramente exegética e teológica da passagem de Marcos 9.2-29, quero compartilhar o seu lado devocional que muito tem me edificado. Resolvi estender a leitura do capítulo 9 do Evangelho de Marcos até o versículo 29, incluindo o episódio da libertação de um jovem possesso, porque uma leitura paralela do Evangelho de Lucas (Lc 9.28-43) revela que a libertação dele aconteceu “no dia seguinte, quando eles desceram do monte” (Lc 9.37). Em outras palavras, os eventos da transfiguração e da libertação do jovem lunático, ocorreram dentro da mesma sequência dos fatos ali narrados.

Pois bem, a pergunta chave que aparece logo após ter ocorrido a libertação do jovem lunático e, portanto, após o evento da Transfiguração é: “Porque nós não pudemos expulsá-lo?” (Mc 9.28).

Acredito que essa é uma das perguntas mais pertinentes para o atual momento em que vive a igreja evangélica brasileira. Essa pergunta poderia ser feita de uma outra forma e ainda assim o seu sentido seria o mesmo: “Qual a causa de nossa ineficiência?”Por que estamos crescendo numericamente, mas ainda assim padecemos de um cristianismo fraco e que pouco tem salgado a sociedade? Qual a razão de nosso caos teológico? São perguntas que demandam uma resposta.

Se olharmos com cuidado para o que revela o texto de Marcos 9.229, observaremos algumas características do cristianismo transfigurado, isto é, que brilha. Quais, pois, seriam essas características desse cristianismo que brilha? Aqui vão algumas delas:

1. Ele escala montes — “dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e João e levou-os sós, à parte, a um alto monte” (Mc 9.2). E interessante observarmos que os outros discípulos, nove deles, haviam ficado embaixo, pois, o Senhor Jesus levou consigo somente a Pedro, Tiago e João (v.2). Os outros haviam ficado embaixo, não subiram o monte. Quem não sobe o Monte não terá vitória nas lutas espirituais. Escrevi sobre isso quando tratei sobre a vida do patriarca Abraão:

“Vai-te a terra de Moriá” (Gn 22.1). Deus mandou Abraão subir o monte Moriá! Ninguém será abençoado sem escalar o monte! É necessário subir o Moriá de Deus e encontrar a bênção no seu cimo. Hoje está na moda subir o “monte” como um lugar místico em busca da bênção! Mas a Escritura mostra que como princípio, subir o monte está associado à necessidade de se buscar ou subir até a presença de Deus e não a geografia de um lugar (Jo 4.20-24). O monte pode ser o nosso quarto ou o templo da igreja ou ainda qualquer outro lugar (Mt 6.6; At 16.13,16). Quem ora hoje no monte Sinai, monte Moriá ou mesmo em Jerusalém não leva nenhuma vantagem sobre quem, por exemplo, ora numa pequena cidade do sertão nordestino ou na grande São Paulo. A geografia não é mais importante e sim a esfera e a atitude na qual a oração acontece, isto é, no Espírito (Ef 6.18; 1 Tm 4.7)”.1

2. Ele é metamorfoseado — “Foi transfigurado diante deles” (v.2). A palavra traduzida em português como “transfigurado” corresponde ao vocábulo grego metemorphôté, que é o aoristo passivo de metamorphóô? Esse mesmo vocábulo é usado pelo apóstolo Paulo em Romanos 12.1,2: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

O expositor bíblico William Barclay em seu comentário da Epístola aos Romanos, observa que: “Não devemos adotar as formas do mundo; sem transformar-nos, quer dizer, adquirir uma nova maneira de viver. Para expressar esta verdade Paulo usa duas palavras gregas quase intraduzíveis, que requerem uma frase para transmitir seu sentido. A palavra que usa para amoldar-nos ao mundo é syschematizesthai, da raiz schema—de onde vem a palavra portuguesa e quase internacional schema —, que quer dizer forma exterior que muda de ano em ano e quase de dia a dia. O schema de uma pessoa não é o mesmo quando tem 17 anos e quando tem 70; nem quando sai do trabalho e quando está numa festa. Está mudando constantemente. E como se Paulo dissesse: Não cuideis de estar sempre em dia com todos os modismos deste mundo; não sejais ‘camaleões’, tomando sempre a cor do ambiente”.3 Por outro lado, continua Barclay em sua análise:

“A palavra que (Paulo) usa para transformai-vos de uma maneira distinta da palavra do mundo é metamorphusthai, da raiz morfé, que quer dizer a natureza essencial e inalterável de algo. Uma pessoa não tem o mesmo schema aos 17 e aos 70 anos, todavia possui a mesma morphè (essência); o macacão não tem o mesmo schema do vestido de uma cerimônia, mas possui a mesma morphê; muda seu aspecto exterior; pelo que segue sendo a mesma pessoa. Assim, disse Paulo, para dar culto e servir a Deus temos que experimentar uma mudança, não de aspecto, senão de personalidade. Em que consiste essa mudança? Paulo diria que, por nós mesmos, vivíamos kata sarka (segundo a carne), dominados pela natureza humana em seu nível mais baixo; em Cristo vivemos kata Christon (segundo Cristo) ou kata Pneuma (segundo o Espírito), sob o controle de Cristo e do Espírito. O cristão é uma pessoa que mudou em sua essência: agora vive, não uma vida egocêntrica, senão cristocêntrica. Isto deve ocorrer, diz Paulo, pela renovação da mentalidade. A palavra que ele emprega para renovação é anakainosis. No grego há duas palavras para novo: neós e kainós. Neós se refere ao tempo, e kainós ao caráter e a natureza. Um lápis recém fabricado é neós\ mas uma pessoa que era antes pecadora e agora e está chegando a ser santa é kainós. Quando Cristo entra na vida de um homem, este é um novo homem; tem uma mentalidade diferente, porque tem a mente de Cristo.”4

3. Ele é fundamentado na Palavra de Deus — ‘E apareceu-lhes Elias com Moisés” (v.4). Todos os intérpretes entendem que os nomes “Elias” e “Moisés” representam figuradamente a Palavra de Deus. Elias representa os profetas enquanto Moisés, a Lei. O cristianismo deixa de ser autêntico quando se distancia da palavra de Deus. Em outro livro de minha autoria, escrevi: Uma igreja modelo possui como fundamento a Palavra e o Espírito. Somente o Espírito sem a Palavra de Deus incorre-se em fanatismo; todavia a Palavra sem o Espírito não passa de ortodoxia morta. O correto é termos o equilíbrio entre a Palavra e o Espírito. O principal mal do pentecostalismo contemporâneo é essa falta de equilíbrio entre a Palavra e o Espírito. Como vimos um carismatismo sem fundamento bíblico transforma-se em desvios, modismos, inovações, desvios doutrinários evoluindo para doutrinas heréticas.5

4. Ele promove espanto — ‘Pois não sabiam o que dizia, porque estavam assombrados” (v.6). Uma das tragédias do cristianismo hodierno é que ele não promove mais espanto! Um grande número de cristãos parece ter se acostumado com uma vida religiosa onde nada mais é novo. Não há espanto algum! Mas experimentar espanto diante do sagrado é um fenômeno presente nas religiões. Mircea Elliade (2008, pp.16,17) destaca que o homem “descobre o sentimento de pavor diante do sagrado, diante desse mysterium tremendum, dessa majestas que exala uma superioridade esmagadora de poder; encontra o temor religioso diante do mysterium fascinans, em que se expande a perfeita plenitude do ser.”6