quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Esta é a capa da revista Lições Bíblicas do 1T 2015


Tema: Os Dez Mandamentos: Valores Divinos para uma sociedade em constante mudança
Sumário
Lição 1 - Deus Dá a sua Lei ao Povo de Israel
Lição 2 - O Padrão da Lei Moral
Lição 3 - Não Terás outros Deuses
Lição 4 - Não Farás Imagens de Esculturas
Lição 5 - Não Tomarás o Nome do Senhor em Vão
Lição 6 - Santificarás o Sábado
Lição 7 - Honrarás Pai e Mãe
Lição 8 - Não Matarás
Lição 9 - Não Adulterarás
Lição 10 - Não Furtarás
Lição 11 - Não Darás Falso Testemunho
Lição 12 - Não Cobiçarás
Lição 13 - A Igreja e a Lei de Deus

Comentarista: Pr. Esequias Soares
Ministro do Evangelho, Conferencista, membro da Casa de Letras Emilio Conde, pastor da Assembleia de Deus em Jundiaí - São Paulo, professor de Hebraico, Grego e Apologia Cristã. Autor de vários livros editados pela CPAD.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Pré-aula_Lição 9: O prenúncio do tempo do fim


O PRENÚNCIO DO TEMPO DO FIM

Lição 09

Texto Áureo Dn. 8.19 – Leitura Bíblica 8.1-11




Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
www.subsidioebd.blogspot.com
Twitter: @subsidioEBD

INTRODUÇÃO
O capítulo 8 de Daniel tem relação direta com os capítulos 2 e 7, mas diferentemente daqueles capítulos, estudaremos, nesta lição, que o profeta foi transportado em espírito até Susã, e também através do tempo. O caráter da revelação de Deus, consoante ao que estudaremos nesta lição, vai além da dimensão espaço-tempo. Na aula de hoje atentaremos inicialmente para as visões de Deus a Daniel, com ênfase no carneiro, o bode e o pequeno chifre. Mostraremos, ao final, que essas visões são prenuncio do tempo do fim, que alimentam a esperança da igreja.

1. A VISÃO DO CARNEIRO
A visão dada por Deus a Daniel aconteceu na história, no terceiro ano do rei Belsazar; em Susã, que era capital do reino da província de Elão, junto ao rio Ulai. A maioria dos estudiosos defende que essa não foi uma viagem literal, mas um translado espiritual, o profeta teria sido conduzido em espírito àquele lugar. Susã era uma cidade importante, mesmo depois da queda da Babilônia, isso porque os reis medo-persas habitavam naquela localidade três meses por ano. As visões dadas ao profeta apontam para o tempo do fim (Dn. 8.17), ao tempo que fora determinado por Deus para o desfecho de todas as coisas (Dn. 8.19), em dias distantes daqueles vivenciados por Daniel (Dn. 8.26). Nessa visão é revelado a Daniel o surgimento de um rei que é o protótipo de Anticristo, alguém que prefigura aquele que no futuro assim se manifestará. Inicialmente é preciso destacar que esse pequeno chifre do capítulo 8 é diferente daquele do capítulo 7. O anticristo do capítulo 7 é escatológico, ele emergirá do império romano, enquanto que o anticristo do capítulo 8 sucederá os quatro reis da queda do império grego. Diante da grandeza da revelação Daniel cai por terra, perdendo os sentidos, com o rosto por terra. Nessa visão Daniel trata a respeito de um carneiro, que aparece de três maneiras diferentes, com dois chifres (Dn. 8.3,20), descrevendo o império medo-persa, que sucederia para conquistar a Babilônia. O chifre mais alto descreve o poder dos persas, consolidado através de Ciro, o persa, que tomou o lugar de Dario, o medo. Esse carneiro descrito por Daniel é irresistível (Dn. 8.3,4), e que se engrandeceu (Dn. 8.4). Isso porque nenhuma força daquele tempo seria capaz de se opor ao governo medo-persa.

2. A VISÃO DO BODE
O bode da visão de Daniel revela um dos maiores governos da época antiga, trata-se de Alexandre o Grande, também denominado de Magno. Ele conquistou todo o mundo conhecido rapidamente (Dn. 8.5,21). Essa visão explicita o que historicamente é constatado em relação à história dos gregos. Alexandre expandiu o reino grego em pouco mais de dez anos, para isso destruiu o governo medo-persa. Em 334 a. C., Alexandre atravessou o estreito de Dardanelos e derrotou os sátrapas. Não muito tempo depois, em 333 a. C., derrotou Dario III na batalha de Issos. Em 331, venceu as forças medo-persas na batalha de Baugamela. Esse seria um líder poderoso, atestado na revelação de Daniel (Dn. 8.5). Por isso é descrito como “o chifre notável”, considerando sua disposição para a guerra. O profeta antecipa as vitórias de Alexandre sobre o império medo-persa (Dn. 8.6,7). Mas esse reino, como todos os outros que já passaram, também terá o seu fim. Daniel aponta para sua ruina (Dn. 8.8), destacando que esse governo findará em decadência. Alexandre morreu repentinamente em 323 a. C, justamente no momento que pretendia reconstruir a cidade da Babilônia. Em consequência da sua morte, o império grego foi dividido em quatro partes, para quatro reis, sendo eles Casandro (Macedônia e Grécia no ocidente), Lísimaco (Trácia e Bitínia no norte), Ptolomeu (Palestina, Arábia e o Egito, no sul), e Selêuco (Síria e Babilônia no oriente).

3. O PEQUENO CHIFRE
Em seguida Daniel reporta um pequeno chifre, conforme já destacamos anteriormente, diferente daquele do capítulo 7. Esse é apenas um protótipo daquele, prefigura sua atuação que será mais intensa no futuro. O pequeno chifre do capítulo 8 é descrito a partir da sua procedência (Dn. 8.8-22). Ele se origina do bode, que é o império grego, advindo, portanto, do império de Alexandre. Para nós, os conhecedores da história, esse pequeno chifre é conhecido, ainda que não o fosse para Daniel. Ele é um precursor do anticristo que se revelará no tempo do fim. Não podemos deixar de destacar que muitos anticristos já existiram, e muitos outros existem ou existirão (I Jo. 2.18). O pequeno chifre do capítulo 8 é reconhecido historicamente como Antíoco IV, chamado de Antíoco Epifânio, que reinou na Síria, entre 175 a a63 a. C. Como a maioria dos impérios humanos, se destaca pelo sentimento megalomaníaco (Dn. 8.11,25). Antíoco achou pouco ser um grande rei, quis fazer-se deus, por isso mandou fabricar moedas que tinha sua efígie. Além disso, destacou-se por ser um rei tirano (Dn. 8.9,10), um grande perseguidor do povo de Deus. Ele teve a audácia de profanar o templo do Deus de Israel, primeiramente se opondo a todos aqueles que considerassem o livro da Lei. Em 169 a. C., saqueou o templo e proibiu os sacrifício. O templo de Jerusalém foi denominado de Templo de Júpiter Olímpico. Ele colocou sua imagem no lugar santíssimo e determinou que um porco fosse sacrificado naquele lugar. Como se isso não bastasse, obrigou os judeus a comerem a carne do porco, dentro daquele recinto.

CONCLUSÃO
A apostasia de Antíoco Epifánio aponta para o fim, o tempo no qual o anticristo imperará na terra (II Ts. 2.3,4). A igreja do Senhor Jesus não passará por esse momento sombrio, pois estará nos ares, celebrando as bodas com o Noivo. A grande esperança da igreja é o dia no qual a trombeta soará, os mortos ressuscitarão primeiro, e os que estiverem vivos serão transladados (I Ts. 5.13-18). Essas palavras servem de conforto para a igreja, e para todos aqueles que amam a vinda do Senhor (II Tm. 4.8).

BIBLIOGRAFIA
LOPES, H. D. Daniel. São Paulo: Hagnos, 2005.
WEIRSBE, W. W. Be resolute: Daniel. David Cook: Ontario, 2008.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Os Impérios Mundiais e o Reino do Messias - Ev. José Roberto A. Barbosa

OS IMPÉRIOS MUNDIAIS E O REINO DO MESSIAS

Texto Áureo Dn. 7.27 - Leitura Bíblica Dn. 7.3-14

INTRODUÇÃO

O capítulo 7 de DANIEL inicia a segunda parte do livro, com ênfase nos detalhes proféticos. Essa característica faz com que alguns estudiosos identifiquem esse como o Apocalipse do Antigo Testamento. Esse capítulo pode ser dividido em duas partes: os versículos de 1 a 14 que tratam a respeito do sonho de Daniel, e do 15 ao 28, a interpretação do sonho. No início da aula nos voltaremos para a análise dos impérios mundiais, com destaque para a figura do anticristo, e ao final, estudaremos sobre o reino do Messias.

1. OS IMPÉRIOS MUNDIAIS

Os reinos do mundo não são independentes, os impérios mundiais estão debaixo da soberania de Deus (Dn. 7.2,3).
Os quatro ventos, ao longo da Bíblia, retratam a totalidade da terra, o alcance mundial. Principalmente nos dias atuais, marcados pela globalização, os quatro cantos da terra se tornaram um. Os reinos se levantam e demonstram sua potência aos todos os lugares.
 A mídia se encarrega de fazer a divulgação dos feitos dos impérios, a propaganda é utilizada como arma para a dominação.
O mar é símbolo dos povos, que se encontra em convulsão, diante dos impasses dos governos humanos.
Deus permite que os governos humanos prevaleçam, mas não apoia suas decisões, principalmente àquelas que prejudicam seus servos. Impérios se levantam e caem, nenhum deles permanece para sempre, essa inconstância é uma demonstração de fragilidade.
Os impérios mundiais são demonstrados através de quatro animais, que se encontram em paralelo com o capítulo 2 do livro de Daniel. Neste capítulo nos deparamos com os impérios e seu esplendor, enquanto que no capítulo 7 o enfoque está em aspecto interno, como feras.
Esses governos não são ovelhas, mas animais selvagens, que não agem em prol do bem das pessoas, funcionam como governos que devoram as pessoas. Os animais apresentados nessa visão de Daniel sobem do mar, de maneira sucessiva e simultânea. Eles têm características recorrentes: surgem de baixo, são animais ferozes, serão destruídos no futuro, seu tempo é determinado por Deus (Dn. 7.12).
Os quatro animais são: o leão (império babilônico), o urso (império medo-persa), o leopardo (império grego-macedônio) e o ANIMAL de dez chifres (império romano).

2. OS IMPERIOS MUNDIAIS E A REVELAÇÃO DO ANTICRISTO

O leão é o rei dos animais, sua força é notória, é um símbolo da grandeza do império babilônico (Dn. 4.32).
O leopardo alado revela a velocidade e agilidade do império de Alexandre Magno, que em 334, após um período de 10 anos, tornou-se soberano entre as nações. Ele foi educado por Aristóteles, por isso difundiu a cultura grega, principalmente o idioma entre os povos conquistados.
Mas morreu subitamente em 324 a. C., na Babilônia, seu reino foi dividido em quatro cabeças. A glória do império grego-macedônio passou, outra prova dos limites dos reinos humanos.
Deus está no comando, os reinos do mundo tem liberdade, mas seus dias estão contados. Em Dn. 7.7, nos deparamos com um ANIMAL terrível, extremamente forte, símbolo do império romano. A principal característica desse animal é a sua força, e o seu poder, com capacidade destruidora.
Esse animal possuía grandes dentes de ferro, e com eles devorava e estraçalhava a todos. Ele revela ser insensível com suas vítimas, as consome sem qualquer pena (Dn. 7.23). Tal animal estranho tem dez chifres, sendo identificados como dez reis (Dn. 7.24).
É uma descrição nítida do império romano, que em 241 derrotaram os cartagineses e ocuparam a ilha da Sicília. Em 218 a. C., as legiões romanas entraram na Espanha, em 202 a. C., conquistaram Cartago. Em 146 a. C., tomaram Corinto, e em 63 a. C.,
Pompeu ocupou a Palestina. Ao longo de dois séculos, o império romano experimentou glória, fama e poder. Mas em 476, os bárbaros venceram o império romano, até que em 1453 d. C., os turcos ocuparam a cidade de Constantinopla, findando o império romano no Ocidente. Em seguida Daniel revela a figura do anticristo (Dn. 7.8), tratando-o como uma pessoa, o “pequeno chifre”, seu número é o 666 (Ap. 13.18).
João o denomina de O mentiroso (I Jo. 2.22), o anticristo (I Jo. 2.18), a besta (Ap. 13.1).
Para Paulo, ele é o homem da iniquidade (II Ts. 2.3), o iníquo (II Ts. 2.8), o filho da perdição (II Ts. 2.3).
Para Jesus, o anticristo é o abominável da desolação (Mt. 24.15-28).

3. O REINO DO MESSIAS

A origem do anticristo é satânica, pois ele receberá autoridade do próprio Satanás. Esse pequeno chifre tem uma relação com o ANIMAL terrível, na verdade surge dele.
Ele será pequeno apenas no início (Dn. 7.8), depois irá crescendo paulatinamente (Dn. 7.20). Isso porque o anticristo terá a pretensão de ser Deus (II Ts. 2.3,4). Ele agirá com ódio a Deus, sua boca falará grandes coisas (Dn. 7.8,20), proferirá palavras contra o Altíssimo (Dn. 7.25), tratará de mudar os tempos e a leis (Dn. 7.25).
O anticristo será um perseguidor, pois fará guerra contra os santos de Deus, e prevalecerá contra eles (Dn. 7.21), magoará os santos do Altíssimo (Dn. 7.25), e esses serão entregues nas mãos dele (Dn. 7.25).
Mas o governo do anticristo também terá seu fim, seu domínio é limitado (Dn. 7.25). O domínio será tirado dos quatro reis e também do anticristo (Dn. 726). Ele será destruído pelo fogo (Dn. 7.11), na verdade, será lançado no lago do fog (Ap. 19.20).
Isso acontecerá por ocasião da vinda de Cristo, como Rei dos reis e Senhor dos senhores, ao final dos sete anos de tribulação (II Ts. 2.8). Finalmente o Reino de Cristo será consumado em plenitude (Dn. 7.13,14).
Cristo já reina, mas esse reino é limitado, acontece apenas entre aqueles que creem.
Mas no futuro, quando Ele retornar com poder e grande glória, Seu reino será universal (Dn. 7.14). Todas as nações, povos e línguas O reconhecerão e O servirão (Dn. 7.14).
Diante dEle todo joelho se dobrará, toda língua confessará que JESUS é o Senhor (Fp. 2.9-11) para sempre (Dn. 7.14). O governo de Cristo será partilhado com os santos (Dn. 7.18,22,27).

CONCLUSÃO

DANIEL ficou impactado com os acontecimentos que viriam a acontecer (Dn. 7.14,15).
Nós, os cristãos, temos motivos celebrar, ao reconhecer que os ditames do mundo estão nas mãos de Deus.
O rosto de DANIEL empalideceu (Dn. 7.28), nós também podemos nos espantar, mas com confiança, disposto a enfrentar os poderes do mal, cientes que, ao Seu tempo, o Senhor julgará todos os reinos da terra. Os inimigos que oprimem o povo de Deus serão julgados, e o reino do Messias durará para sempre.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

LIÇÃO 06 - A QUEDA DO IMPÉRIO BABILÔNICO - 4º TRIMESTRE 2014

(Dn 5.1,2,22-30)

INTRODUÇÃO

A história dos grandes impérios mundiais que existiram no passado é marcada por três fases distintas: surgimento, apogeu e queda, ou seja, eles surgiram, tiveram seu período de poder e domínio, mas, depois, caíram.
No capítulo 5 do livro de Daniel encontramos o registro da queda do império babilônico, onde a Bíblia nos mostra, mais uma vez, a intervenção divina na história dos homens, na ocasião em que o rei Belsazar fez um grande banquete e profanou os utensílios do Templo de Jerusalém, que haviam sido levados para a Babilônia, resultando na queda daquele grande império. Veremos nesta lição quem era o rei Belsazar;
seu banquete profano e idólatra; sua sentença escrita na parede; a queda do Império Babilônico; e uma profecia sobre Ciro, o ungido de Deus.

I - QUEM ERA BELSAZAR

“O termo hebraico deriva-se do vocábulo babilônico “Bel-sar-usur” que significa ‘o deus Bel protegeu o rei’, mas não devemos confundi-lo com ‘Beltessazar’, o nome babilônico que foi dado a Daniel (Dn 1.7).
Belsazar era filho de Nabonido, que era genro de Nabucodonosor, e que reinou a Babilônia por 17 anos (de 556 a 539 a.C.). Logo, Belsazar era neto de Nabucodonosor.
Em Dn 5.11,18 Nabucodonosor é chamado de seu pai, mas isso significa apenas que ele pertencia à linhagem de Nabucodonosor, atribuição comum nas antigas genealogias (Mt 1.1).
Seu pai, Nabonido, o colocou como seu co-regente e comandante do exército de Babilônia por volta de 550 a 539 a.C.”
(CHAMPLIN, 2004, p. 487 acréscimo nosso).
Foi por esta razão que ele prometeu colocar Daniel como o terceiro dominador do reino (Dn 5.16), pois o primeiro era Nabonido e ele era o segundo.

II - O BANQUETE DO REI BELSAZAR

O banquete oferecido pelo rei Belsazar e a profanação dos utensílios do Templo de Jerusalém, marcaram o fim do grande império Babilônico, como veremos a seguir:

2.1 O banquete e a licenciosidade de Belsazar (Dn 5.1). Era comum, desde os tempos antigos, os reis realizarem festas para demonstração de domínio e poderio (Et 1.1-4).
Como a Babilônia era uma cidade de opulência e luxúria, no palácio havia festas constantemente. Tratava-se, na verdade, de uma festa cheia de licenciosidade e bebedice.
Isto pode ser provado pela presença de vinho e de mulheres e concubinas na festa (Dn 5.1,2).
Além disso, a festa demonstra a insensatez do rei Belsazar. Enquanto seu pai estava fora de Babilônia, defendendo o reino das forças dos medos e dos persas, que ameaçavam dominar o mundo antigo, ele estava ocupado com festas e orgias, banqueteando-se com seus súditos, sem se preocupar o que poderia acontecer.

2.2 A profanação de Belsazar (Dn 5.2).
Como se não bastasse a luxúria e insensatez do rei Belsazar, ele também tornou-se profano quando mandou buscar os utensílios do Templo de Jerusalém, levados por Nabucodonosor à Babilônia (II Rs 24.13; IICr 36.7; Ed 5.14; 6.5; Dn 1.2),
para embriagar-se com seus convidados, demonstrando total desrespeito com as coisas sagradas.
“Havendo Belsazar provado o vinho, mandou trazer os vasos de ouro e de prata, que Nabucodonosor, seu pai, tinha tirado do templo que estava em Jerusalém, para que bebessem neles o rei, os seus príncipes, as suas mulheres e concubinas”
(Dn 5.2). Levar os utensílios do Templo para Babilônia estava de acordo com os costumes de guerra, até porque eram vasos de ouro e de prata, ou seja, valiosos.
Mas, retirá-los do depósito nacional para uma orgia, era sacrilégio, ou seja, uso indevido de objetos consagrados a Deus.

2.3 A idolatria do rei Belsazar (Dn 5.4). Como se não bastasse a profanação, ou seja, a falta de respeito e reverência pelas coisas consagradas a Deus, o rei Belsazar, juntamente com seus súditos, tornaram a festa pagã e idólatra, dando louvores aos seus deuses: “Beberam o vinho, e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de bronze, de ferro, de madeira, e de pedra” (Dn 5.4).
Era uma forma de desafiar o Deus de Israel, tentando demonstrar a superioridade dos seus deuses. Mas,
Deus, que não se deixa escarnecer (Gl 6.7) demonstrou que tem o domínio sobre os filhos dos homens (Dn 5.21). Belsazar ultrapassou a medida da paciência divina e foi sentenciado por isso.

2.4 A sentença de Belsazar (Dn 5.5).
A Bíblia diz que “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31). No ato de sua profanação, Belsazar viu uma mão misteriosa escrevendo uma sentença na parede do palácio real. A alegria provocada pelo vinho, deu lugar ao pavor; e a euforia, ao desespero.
“Mudou-se então o semblante do rei, e os seus pensamentos o turbaram; as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos batiam um no outro” (Dn 5.6). A sentença continha as seguintes palavras: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM, que eram conhecidas e significam, portanto: “contado”, “pesado” e “dividido”. Mas, isoladas como estavam, ninguém sabia o que elas comunicavam.
Nenhum astrólogo, caldeu ou adivinho pôde interpretá-las. Mas, Daniel, deu a exata interpretação (Dn 5.25-28). Vejamos:

MENE: Essa palavra aramaica poderia ser um verbo com o sentido de “contado”, para indicar que a duração do reinado de Belsazar tinha sido determinada por Deus, e estava prestes a terminar (Jr 50.18). Daniel a interpretou da seguinte maneira: “Contou Deus o teu reino e o acabou” (Dn 5.26);
TEQUEL: Esse vocábulo tem o sentido de “pesado”, significando que Belsazar não estava à altura dos padrões divinos de retidão. Diante da justiça divina esse reino não teve qualquer peso. A interpretação dada por Daniel foi: “Pesado foste na balança e foste achado em falta” (Dn 5.27).
PERES: Na escritura da parede apareceu o plural: PARSIM. Na interpretação, Daniel usou o singular PERES.
São palavras da língua aramaica, e significa: “Dividido foi o teu reino e deu-se aos medos e aos persas” (Dn 5.28). Depois que Daniel interpretou a escrita na parede, o rei Belsazar ordenou que o vestissem de púrpura e o elevou ao cargo de terceiro dominador no reino (Dn 5.29). À semelhança de Nabucodonosor, Belsazar honrou a Daniel (Dn 2.48), mas, não honrou o Deus de Daniel (2.46,47).

III - A QUEDA DO IMPÉRIO BABILÔNICO

“O capítulo 5 do livro em apreço deve ser estudado à luz de Isaías 21.1-9, onde temos a profecia da queda de Babilônia, proferida por Isaías cerca de 150 anos antes.
A menção do Elão e da Média (Is 21.2), apontam para a conquista de Babilônia por Ciro. Os capítulos 13 e 14 de Isaías acrescentam mais detalhes proféticos dessa queda de Babilônia.
É assombroso o poder exclusivo do Todo-poderoso de predizer o futuro, como no caso de Ciro, o conquistador de Babilônia, que, através do profeta Isaías,
Deus o chamou pelo nome (Ciro), isto mais de um século e meio antes do seu nascimento (Is 44.28)”. (GILBERTO, 2010, p. 27).

3.1 A união dos medos e dos persas e a invasão da Babilônia. “Enquanto o rei Belsazar estava se banqueteando com seus súditos, os medos e os persas, que haviam se unido, cercaram a cidade de Babilônia.
Havia um sentimento de segurança por parte do rei e dos habitantes da cidade, porque seus muros eram largos e altos, e suas fortificações pareciam intransponíveis.
A Média lutou sob Dario, e a Pérsia sob Ciro, represou e canalizou as águas do rio Eufrates, deixando seco o seu leito. Assim, os medos e os persas tomaram de surpresa a cidade que não sofreu qualquer resistência” (CABRAL, 2014, p. 86 acréscimo nosso).

3.2 A soberania divina. Aquela noite foi a demonstração de que Deus, o Todo poderoso, tem o centro do governo do mundo em suas mãos e que nada escapa ao seu poder.
A queda do império babilônico não ocorreu apenas por causa de uma estratégia de guerra do exércitos inimigos, mas, uma clara demonstração do juízo divino e que o Todo Poderoso tem o domínio sobre tudo e sobre todos (1Cr 29.11,12; Sl 10.16; 24.8; 29.10; 48.2; 115.3; 135.6; Dn 2.7; 4.17,35; 5.22-28; Is 55.11; Ap 19.16).

IV - CIRO, O UNGIDO DE DEUS

“Pelo menos duzentos anos antes de os persas surgirem no cenário mundial, seu famoso rei já estava profetizado na Bíblia (Is 44.28; 45.1-4).
Acerca dessa interessante profecia, observa o Dr. Scofield: ‘Este é o único caso em que a palavra ungido se aplica a um gentio’. O uso da palavra ‘ungido’, em união com a expressão ‘meu pastor’ (Is 44.28), que é também um título messiânico, assinala Ciro como a assombrosa exceção de que um gentio seja tipo de Cristo. Os pontos de comparação são os seguintes: ambos, Cristo e Ciro, são conquistadores dos inimigos de Israel (Is 45.1; Ap 19.49-21); ambos restauram a cidade santa (Is 44.28; Zc 14.11); por meio de ambos o nome do único Deus verdadeiro é glorificado (Is 45.6; 1Co 15.28). Com Ciro inaugurou-se uma nova política em relação aos povos conquistados.
Apesar da crueldade com que lidava com seus inimigos, Ciro tratou seus súditos com consideração, conquistando-os como amigos. Por seu famoso decreto, promulgado no segundo ano de seu governo, permitiu a volta de todos os povos às suas próprias terras. (Ed 1.1-11).
Parece que, de modo especial, o famoso imperador dos persas favoreceu os judeus, concedendo-lhes generosa ajuda.” (ALMEIDA, p. 50).

CONCLUSÃO

Os registros bíblico e histórico acerca da queda da Babilônia demonstram claramente que “… o Altíssimo tem domínio sobre os reinos dos homens e a quem quer constitui sobre eles” (Dn 5.21). Por causa da profanação e idolatria do rei Belsazar, a Babilônia caiu, cumprindo-se, então, a profecia do sonho do rei Nabucodonosor, e interpretada pelo profeta Daniel: “E, depois de ti, se levantará outro reino…” (Dn 2.39).
Assim terminou o magnífico império babilônico (a cabeça de ouro da estátua), e teve início o império medo-persa, representado pelos dois braços e peito de prata.

sábado, 1 de novembro de 2014

LIÇÃO 05 - DEUS ABOMINA A SOBERBA 4º TRIMESTRE 2014

(Dn 4.1018)

INTRODUÇÃO

Nesta quinta lição, veremos no mau exemplo do Rei Nabucodonosor, que a soberba é um grave pecado contra Deus. Estudaremos a definição da palavra soberba, as características deste sentimento e analisaremos as sérias consequências que ela (a soberba) proporciona.
Também pontuaremos alguns exemplos de pessoas que foram soberbas na Bíblia.

I - DEFINIÇÃO DA PALAVRA SOBERBA

A soberba é o encurvamento do homem a si mesmo. Soberbo no grego é “huperephanos“ que significa: “mostrar-se a si mesmo acima dos outros” formada de “huper“ que é “muito acima de” e da expressão “phainomai“ que é “aparecer, ser manifesto”, embora muitas vezes denote “preeminente”, sempre é usado no NT no mau sentido de “arrogante, desonesto, orgulhoso, altivo, soberbo” (Lc 1.51? Rm 1.30? 2Tm 3.2? Tg 4.6? 1Pe 5.5) (VINE, 2002, p. 996 - grifo nosso).
Um outro termo equivalente é “arrogância”. O Aurélio define como: “orgulho que se manifesta por atitudes altivas e desdenhosas” (FERREIRA, 2004, p. 199). O termo deriva-se do hebraico “zadôn“ e significa “altivez”, “orgulho” ou “soberba” (Ml 3.15? 4.1? Sl 119.51,69,78,122? Jr 43.2).
O orgulho é um pecado abominável diante de Deus (Pv 21.4? 6.16).

II - CARACTERÍSTICAS DA GRANDEZA DA BABILÕNIA

O império babilônico recebeu na Bíblia Sagrada o título de “a jóia dos reinos, a glória e orgulho (soberba) dos caldeus…”, e sua capital foi chamada de “cidade dourada” (Is 13.19? 14.4).
Jeremias 51.41, diz de Babilônia: “A glória de toda terra”. A cidade era extravagante? suntuosa além do que se possa imaginar? era sem rival na história do mundo. “A grandeza do reino dos caldeus pode ser medida pelas dimensões e riquezas de Babilônia.
Esta cidade ocupou uma área quadrada de 576 Km com avenidas de 45 metros de largura por 24 km de comprimento, que dividiam luxuosos quarteirões com exuberantes jardins, suntuosas residências, magníficos palácios e gigantescos templos.
Um desses templos, dedicado a Bel, media 5 km de circunferência, e um dos palácios reais ocupava uma área superior a 12 km quadrados. Os historiadores afirmam que os muros de Babilônia eram duplos e alcançavam a altura de 112 metros, com uma largura de 24 metros […] essa grande metrópole inventou um alfabeto, resolveu problemas de aritmética, inventou instrumentos para medição do tempo, descobriu a arte de polir, gravar e perfurar pedras preciosas? alcançou grande progresso nas artes têxteis, estudou com êxito o movimento dos astros, concebeu a ideia da gramática como ciência e elaborou um sistema de leis civis.
Em grande parte, a cultura dos gregos provinha de Babilônia” (ALMEIDA, sd, p. 10 ).

III - CARACTERÍSTICAS DA GRANDEZA DE NABUCODONOSOR

O profeta Jeremias, contemporâneo do período do exílio de Israel e Judá na Babilônia, diz que Deus chamou a Nabucodonosor de “meu servo”, seu significado evidentemente é “meu instrumento” (Jr 25.9? 27.6 e 43.10.). Na verdade, Nabucodonosor foi a vara de Deus de punição ao seu povo por ter abandonado o Senhor e tomado o caminho da idolatria e dos costumes pagãos.
Ao referir-se a Nabucodonosor, um escritor disse que: “o Império era ele e ele era o Império.

Como supremo e absoluto […] ele era o ‘tudo’, a majestade suprema..“. Além disso, desempenhou uma administração que conservou todas as nações em harmonia, bem como sob completa segurança e proteção.
Jamais a história registrou um soberano político no trono do mundo maior do que ele. Ele a todos sobrepujou em glória, grandeza e majestade.
Assim, achou por bem Deus que lhe dera todo o poder e a glória (Dn 2.37-38? Jr 25.9), honrá-lo no símbolo da cabeça de ‘ouro fino’ da estátua de seu impressionante sonho inspirado… É surpreendente notar que a interpretação de Daniel ignorou por completo, não somente os reis que precederam Nabucodonosor no trono de Babilônia como também os que lhe sucederam. Em toda a Terra e em toda a História não houve outro potentado que governasse o mundo tão a contento de Deus” (ALMEIDA, sd, pp. 11,12).

IV - CARACTERÍSTICAS DA SOBERBA DE NABUCODONOSOR

O relato do quarto capítulo de Daniel demonstra o sutil, mas desastroso, efeito da soberba. Um comportamento excessivamente orgulhoso, arrogante e presunçoso caracteriza o sentimento da soberba.
A ideia de poder sobre os outros por si só é uma loucura. “A soberba leva o homem a desprezar os superiores e a desobedecer as leis. Ela nada mais é que o desejo distorcido de grandeza” e completa: “a pessoa que manifesta a soberba atribui apenas a si próprio os bens que possui. Tem ligação direta com a ambição desmedida, a vanglória, a hipocrisia, a ostentação, a presunção, a arrogância, a altivez, a vaidade, e o orgulho excessivo, com conceito elevado ou exagerado de si próprio”.
Nabucodonosor concentrou todas estas características perdendo-se em si mesmo no mundo obscuro do orgulho. “… Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei […] para glória da minha magnificência? (Dn 4.30) (Revista Ensinador Cristão. Editora CPAD. p. 38).

V - EXEMPLOS NEGATIVOS NA BÍBLIA DE SOBERBA

A soberba é o orgulho excessivo que uma pessoa demonstra e não tem nenhum senso de autocrítica.
É como uma doença contagiosa que se aloja no coração do homem e ele perde a capacidade de admitir que para viver no mundo dos homens precisa lembrar que o outro existe. A falta do senso de autocrítica o faz agir irracionalmente (Sl 101.5? 2 Cr 26.16).

A soberba nada mais é do que o egoísmo na sua mais alta plenitude. Uma pessoa soberba é capaz de menosprezar até o poder de DEUS, achando que não precisa Dele.
A Bíblia nos mostra que a soberba torna os olhos altivos, apodrece a alma (Pv 21.4) e cega a vista (1 Tm 3.6? 6.4). Vejamos:

A história de Lúcifer infere-se em dois textos proféticos de Isaías e Ezequiel nos quais, encontramos em linguagem metafórica, a história literal da queda de Lúcifer, perdendo sua posição na presença de Deus. Ele é identificado na Bíblia como Diabo, Satanás (Is 14.1316? Ez 28.14,16).
Essas duas escrituras revelam que Lúcifer perdeu seu status celestial na presença de Deus por causa da sua soberba. Por isso, a soberba é um pecado do espírito humano, que afeta diretamente as relações verticais do homem com Deus.
Rei Saul é outro exemplo negativo do significado da soberba. Saul começou bem o seu reinado, até que se deixou dominar por inveja, ciúmes e, então, começou a agir irracionalmente.
A presunção de se achar superior a tudo, o levou a agir com atitudes arbitrárias dentro do Palácio e nos assuntos do reino. Foram atitudes que feriam princípios morais, políticos e espirituais de Israel. Sua arrogância o fez praticar ações que não competiam à sua alçada e, por isso, foi lhe tirado a graça de Deus na sua vida. Então passou a agir irrefletidamente dominado pela soberba que fez Deus rejeitá-lo, porque sua desobediência era fruto da soberba (1 Sm 9.26? 10.1? 15.2,3,9? 15.23).
O Rei Herodes é outro personagem que se destaca na Bíblia por sua soberba Ele era um homem altivo, presunçoso e teve um fim triste para a sua história.
Em Atos dos Apóstolos está registrado sua arrogância (At 12.1,2? At 12.311? At 12.21,22). Para que todos entendessem que Deus não aceita que se zombe da sua soberania e justiça, enviou o seu anjo que “feriu-o…, porque não deu glória a Deus e, comido de bichos, expirou“ (At 12.23).
Nabucodonosor é o grande exemplo do perigo da arrogância. Por esta causa ele perdeu seu trono e seu reino. A soberba é um dos pecados do espírito humano que afeta diretamente a soberania de Deus. Por causa da sua arrogância contra o cetro do Deus Altíssimo, Nabucodonosor, assim como a árvore do sonho, foi cortado até a raiz (Dn 4.18).
A profecia cumpriu-se integralmente na vida deste rei, e ele, depois de humilhado, perdeu a capacidade moral de pensar e decidir porque seu coração foi mudado, de “coração de homem” (Dn 4.16) para “um coração de animal” (Dn 4.25).

VI - ENSINOS SOBRE SOBERBA E A ARROGÂNCIA

Nos dias de Daniel, Nabucodonosor era o rei do maior império da época de 605 a 562 a.C. Certa ocasião, quando ele passeava no palácio real de Babilônia, disse: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder, e para glória da minha magnificência?“ (Dn 4.30).
Quando ele reconheceu que o poder e a soberania pertence única e exclusivamente a Deus, foi restabelecido o seu reino e sua glória foi acrescentada (Dn 4.35,36).

Vejamos o que a Bíblia nos diz sobre a soberba:

“Vindo a soberba, virá também a afronta…“ (Pv 11.2). A soberba conduz a afronta. A Bíblia está repleta de exemplos: Golias desafiou o exército de Israel (I Sm 17.8-10)? Hamã desejou exterminar Mardoqueu e o povo judeu (Et 3.615) ? o rei Belsazar tomou vinho juntamente com seus oficiais, suas mulheres e concubinas nos utensílios da casa de Deus (Dn 5.23).
“A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda“ (Pv 16.18).
O fim do soberbo é sempre trágico. Golias foi morto por Davi, um pastor de ovelhas (I Sm 17.48-54)? Hamã conduziu Mardoqueu pelas ruas da cidade, gritando: “assim se fará ao homem cuja honra o rei se agrada“, e, depois, foi morto na forca que preparou para Mardoqueu (Et 6.11? 7.10)? e o rei Belsazar foi morto na mesma noite que bebeu vinho nos utensílios do templo (Dn 5.30).
“Abominável é para o Senhor todo altivo (soberbo) de coração“ (Pv 16.5).
A palavra abominar derivase Do hebraico: nã‘ats e significa “desprezar“, “rejeitar“, “abominar“. Também tem o sentido de “aborrecer“, “detestar“ e “odiar“.
Deus abomina o orgulho porque conduz o homem a uma falsa sensação de independência, auto suficiência e superioridade aos demais? sentimentos estes, condenados na Palavra de Deus (Pv 6.17? 8.13? Ob 1.3? Lc 14.11? At 17.28? Fp 2.3).
CONCLUSÃO

Vimos que Deus não derrama Seu juízo antes de chamar o homem ao arrependimento. O Senhor deu doze meses para Nabucodonosor se arrepender, porém, ele exalta-se

em vez de dar glória a Deus (Dn 4.29-30).

“Eu edifiquei“? “pela força do meu poder“ “para a glória da minha majestade“.
Quando o homem não escuta a voz da graça, ouve a trombeta do juízo. O orgulho é algo abominável para Deus, pois Ele resiste ao soberbo (Tg 4.6).

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A Providência Divina na Fidelidade Humana - Rede Brasil de Comunicação

Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Recife / PE

LIÇÃO 04 - A PROVIDÊNCIA DIVINA NA FIDELIDADE HUMANA - 4º TRIMESTRE 2014

(Dn 3.1-7,14)

INTRODUÇÃO

No capítulo 3 do livro de Daniel, Misael, Hananias e Azarias, se depararam com um culto idólatra promovido pelo rei que, por meio de um decreto, obrigou a todos que se curvassem diante de um ídolo. Contudo, eles demonstraram sua fidelidade mantendo-se de pé mesmo sob sentença de morte. Nesta lição, destacaremos algumas virtudes destes servos do Senhor e o que Deus pode realizar quando alguém se compromete com a sua Palavra, custe o que custar.

I - A PROPOSTA ARDILOSA DO REI NABUCODONOSOR

O registro do capítulo 3 do livro de Daniel sugere claramente que o propósito principal desta parte do livro é diretamente prático e não doutrinário.
Como podemos ver, não há predições. A narrativa simplesmente fala do destino dos três amigos de Daniel na qualidade de firmes confessores da fé (Daniel não aparece no capítulo).
 “Por que Daniel não foi descoberto em desobediência civil como os três foram, explica-se melhor pela conjectura de que estivesse ausente da cidade em alguma obrigação oficial” (MOODY, sd, pp. 29,30 - acréscimo nosso).

1.1 A promoção da idolatria (Dn 3.1). O paganismo fazia parte da cultura babilônica. Deuses como Aku, Bel, Nebo dentre outros eram adorados em Babilônia (Dn 1.7; 2.11; 3.12,14,18;5.4,23). A narrativa do capítulo 3 de Daniel elucida bem esta verdade, pois narra a construção de um ídolo (Dn 3).
A descrição de quem a erigiu: Nabucodonosor; o material com que foi feito: ouro; o seu tamanho 30 metros de altura por 3 de largura; e as pessoas convidadas para prestigiar o evento nos mostra quão significativa era esta reunião e quão imponente era a estátua (Dn 3.1,2). Há três opiniões principais entre os estudiosos da Bíblia sobre que tipo de ídolo era esse que foi construído por Nabucodonosor:
(1ª) Talvez ele estivesse tentando reproduzir a estátua que vira em sonho (Dn 2.31-49);
(2ª) podia estar homenageando seu padroeiro, Nebo, ou alguma outra divindade; e,
(3ª) poderia ser uma imagem de si mesmo na tentativa de auto deificar-se, o que era uma prática pagã comum aos grandes conquistadores (Jz 8.27; II Sm 18.18; Dn 4.29,30). A Bíblia condena veemente a prática da idolatria (Êx 20.2-4,23; Lv 19.4; 26.1; Dt 7.5,25; 12.3; I Rs 14.9; Is 2.8,9; 57.5; Jr 1.16; At 15.28,29; I Co 10.14; Cl 3.5; I Pe 4.3; I Jo 5.21).

1.2 A unificação da religião. A política de Nabucodonosor após conquistar cidades era de torná-las colônias de exploração exigindo o pagamento de tributo (II Rs 24.1; 36.10), e conduzir cativos à elite do reino para que estes pudessem auxiliá-lo na administração do seu império (Dn 1.3-5; 3.4,5).
Sabedor de que os seus conquistados eram de outras religiões, Nabucodonosor, intentou na construção dessa grande imagem de escultura fazer com que seu governo fosse supremo em tudo, tanto no aspecto civil quanto religioso, promovendo um grande culto ecumênico (Dn 3.3-5).

“Inicialmente, o ecumenismo era a concretização do ideal apostólico de agregação de todos os que professam o nome de Cristo.
Com o passar dos tempos, porém, a palavra foi sendo desvirtuada até ser tomada como um perfeito sinônimo para o sincretismo religioso. Os que buscam semelhante universalidade, pregam a união indistinta entre protestantes, católicos, judeus, espíritas, budistas etc.
Tal união é contrária ao espírito das Escrituras; tanto o Antigo quanto o Novo Testamento são exclusivistas em matéria de fé e prática” (Lv 20.23-27; II Co 6.14-18) (ANDRADE, 2006, pp. 156,157).

1.3 Um decreto real nocivo (Dn 3.4-5,10). Para forçar os convidados adorarem a estátua, o sagaz Nabucodonosor através do arauto anunciou que a homenagem aquele ídolo tinha a força de um decreto “Tu, ó rei, fizeste um decreto” (Dn 3.10-a).
O Aurélio diz que um decreto é uma “determinação escrita, emanada do chefe do Estado, ou de outra autoridade superior”
(FERREIRA, 2004, p. 608). Diante disto, não adorar a imagem era estar em desobediência civil a autoridade constituída. A Bíblia recomenda que o servo de Deus esteja sujeito a autoridade e a obedeça (Dn 3.12; 6.10,11; Lc 20.22-25; Rm 13.1-7; I Tm 2.1,2; I Pe 2.17).
Todavia, quando a autoridade cria leis e decretos que contrariam a Palavra de Deus, que é a nossa regra de fé e prática, devemos preferir a vontade soberana do Senhor (Lc 12.31-33; At 5.27-29).

1.4 A pena capital (Dn 3.6,11). Nabucodonosor parecia prever que alguns daqueles líderes que foram convidados para a cerimônia de consagração da estátua se opusesse a prostrar-se perante ela, por isso providenciou uma penalidade, um castigo severo para o que procedesse assim “E qualquer que não se prostrar e não a adorar, será na mesma hora lançado dentro da fornalha de fogo ardente” (Dn 3.6).
A fornalha de que se refere o texto “trata-se de um forno grande, com abertura no alto, usado para moldar coisas (Dn 3.22,23). Ao nível do chão havia uma porta, por onde o metal era extraído (Dn 3.26).
Esse tipo de forno recebia o combustível pelo alto, ao passo que era fechado por tijolos nos quadro lados. Ele era usado para infligir punição capital por parte dos persas (Jr 29.22; Os 7.7).
Usualmente tinha forma de cúpula” (CHAMPLIN, p. 808, 2004 - acréscimo nosso).
Como podemos ver, o verdadeiro servo de Deus está disposto a sofrer o pior dos castigos que contrariar a vontade do Senhor (Dn 6.10-17; Hb 11.34-38).

II - A POSTURA FIRME DOS SERVOS DE DEUS

Após o anúncio do arauto e o toque dos instrumentos, os líderes que ali estavam dobraram-se diante da estátua de ouro (Dn 3.7). Todavia, o registro bíblico acrescenta que três judeus: Misael, Hananias e Azarias, mantiveram-se de pé.

Por isso, foram acusados pelos caldeus de desrespeito ao rei “não fizeram caso de ti”, deslealdade “a teus deuses não servem” e desobediência “nem adoram a estátua de ouro que levantaste” (Dn 3.12).
Com essa postura, eles revelaram possuir características que autenticam um verdadeiro servo de Deus. Destacaremos algumas:

2.1 Coragem (Dn 3.16-18). O texto bíblico nos mostra que era necessário muita coragem por parte destes homens judeus de se contrapor a vontade do seu patrão Nabucodonosor, estando cientes de que não ficariam impunes por isso.
O Aurélio define coragem como: “bravura em face do perigo. Intrepidez, ousadia” (FERREIRA, 2004, p. 549). “Um homem corajoso é aquele que não recua diante de consequências adversas, na realização do seu dever.
A coragem é uma qualidade mental que leva o homem a enfrentar perigos ou oposição com intrepidez, calma, firmeza e propósito” (CHAMPLIN, p. 899, 2004). A Bíblia exorta-nos a sermos corajosos (Sl 31.24; Pv 24.10; Lc 12.4,5; I Pe 3.14).

2.2 Fidelidade (Dn 3.12,18). A expressão “fidelidade” advém da palavra “fiel” que significa: “que cumpre aquilo a que se obriga; leal” (FERREIRA, 2004, p. 894). Esta virtude é fruto do Espírito (Gl 5.22), que por sua vez é característica fundamental na vida de todo aquele que serve a Deus (Nm 12.7; I Sm 12.24; Pv 12.22; I Tm 4.10,12; Ap 2.10).
 “Os três homens poderiam ter transigido com o rei e defendido sua desobediência com argumentos como: ‘todos estão fazendo isso’, ou ‘é uma das obrigações de nosso cargo’, ou ainda ‘dobraremos nossos joelhos, mas não o nosso coração’.
Poderiam ter dito: ‘podemos ser mais úteis para nosso povo como oficiais à serviço do rei do que como cinzas na fornalha do rei’. Contudo, a verdadeira fé não procura brechas para escapar; simplesmente obedece a Deus e sabe que ele fará aquilo que for melhor.
A fé baseia-se em ordens e em promessas, não em argumentos e explicações” (WIERSBE, 2008, p. 324).

2.3 Determinação (Dn 3.16,17). Determinado é alguém “decidido, resolvido” (FERREIRA, 2004, p. 667).
É o que estes homens de Deus mostraram ser diante da proposta de Nabucodonosor de se curvarem diante da imagem e pouparem suas vidas da morte “não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste” (Dn 3.18-b).
Aquele que é determinado em agradar a Deus ele o faz em todo tempo.
Estes homens assim que chegaram a Babilônia juntos com Daniel assentaram no seu coração de não se contaminar (Dn 1.8). Passado um tempo, eles serviam ao Senhor mantendo a mesma fidelidade.
Essa virtude foi reconhecida pelo próprio Nabucodonosor (Dn 3.8).

2.4 Capacidade de renunciar (Dn 3.18-20). Do que poderemos abrir mão a fim de comprovarmos nossa fidelidade a Deus e aos homens? Misael, Hananias e Azarias mostraram que estavam dispostos a renunciar a própria vida, se preciso fosse. O martírio é preferível à apostasia.
O texto deixa claro que eles não sabiam se Deus iria livrá-los, mas mesmo assim permaneceriam fiéis até a morte (Dn 3.17,18). O verdadeiro servo do Senhor está disposto a abrir mão de qualquer coisa por amor ao seu Deus (Gn 12.1-3; 22; Fp 3.5-8; Hb 11.24-27).

III - A PROVIDÊNCIA DIVINA NA FIDELIDADE HUMANA

Tanto os hebreus como o Deus deles foi afrontado por Nabucodonosor (Dn 3.15).
Contudo, nesta ocasião o Senhor resolveu intervir trazendo três benefícios aos seus servos, a fim de mostrar a Nabucodonosor, aquela multidão, aos três judeus e a todos aqueles que lhe obedecem, que para Ele nada é impossível (Gn 18.14; Lc 1.37).

3.1 Livramento. O rei furioso mandou lançar os judeus amarrados dentro de fornalha.
Todavia, algo extraordinário aconteceu, aqueles hebreus não sofreram queimadura alguma, porque Deus estava com eles dentro do forno aniquilando o poder do fogo, livrando-os da morte conforme asseverou e viu o próprio Nabucodonosor (Dn 3.25).

3.2 Honra. A Bíblia ensina que aquele que honra a Deus por ele será honrado (I Sm 2.30; Jo 12.26). “Diante do grandioso milagre operado por Deus, o monarca babilônico firma em seu coração um propósito pelo qual a soberania do verdadeiro Deus fosse reconhecida e aceita por todos os povos sob seu governo. Nabucodonosor reconhece isso e declara: “porquanto não ha outro Deus que possa livrar como este” (Dn 3.29-b)” (SILVA, 1986, p. 69).

3.3 Prosperidade. Após o ocorrido, aqueles homens de Deus foram promovidos por Nabucodonosor “Então o rei fez prosperar a Sadraque, Mesaque e Abednego, na província de Babilônia” (Dn.3.30). Deus recompensa tanto nesta vida quanto no porvir aqueles que lhe servem de forma agradável (Dn 12.13; II Tm 4.8).

CONCLUSÃO

Como pudemos ver, Deus glorificou o seu nome proporcionando livramento aos três judeus que se propuseram honrá-lo mesmo correndo risco de morte. Devemos agir de forma semelhante diante das atuais propostas do inimigo. Não devemos jamais abrir mãos de valores inegociáveis.

REFERÊNCIAS

ADEYEMO, Tokunboh. Comentário Bíblico Africano. MUNDO CRISTÃO.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
SILVA, Severino Pedro da. Daniel versículo por versículo. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O Deus que Intervém na História - Ev. Isaías de Jesus
Publicado em 15 de Outubro de 2014 as 20:19:56 Comente

TEXTO ÁUREO = “Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a força; ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes” (Dn 2.20,21).

VERDADE PRÁTICA = Deus intervém na historia, pois sua é a terra e os que nela habitam.
LEITURA BIBLICA = Daniel 2.12-23
INTRODUÇÃO
Os maiores homens são os mais expostos às preocupações e transtornos da mente, que perturbam o seu repouso noturno, enquanto o sono do trabalhador é doce e profundo.
Não conhecemos a inquietação de muitos que vivem com grande pompa e, conforme outros pensam de modo vão, com prazer.
O rei pediu aos seus sábios que lhe declarassem o próprio sonho, caso contrário, todos eles seriam executados como enganadores.
Os homens estão mais ansiosos por perguntar sobre os acontecimentos futuros do que por aprender o caminho da salvação ou a senda do dever; porém, o conhecimento antecipado dos sucessos aumenta a ansiedade e o transtorno.
Aqueles que enganavam, pretendendo fazer aquilo que não podiam, foram sentenciados à morte por não conseguirem levar adiante seus enganos.

Nabucodonosor pede aos sábios que lhe revelem seu sonho, 2: 1-3.
2: 1 - Os críticos se referem a esta data do “segundo ano do reinado de Nabucodonosor” como prova de que o livro não foi inspirado porque, dizem eles, Daniel, por este tempo, não poderia ter terminado seus três anos de preparação.
Mas, de acordo com o sistema babilônio de contagem, o segundo ano de Nabucodonosor seria realmente seu terceiro ano no trono, desde que um ano não seria contado enquanto não se completasse (veja 1: 1).
Portanto, isto não contradiz a possibilidade do sonho ter ocorrido no fim do “segundo ano” de Nabucodonosor, e que Daniel assim interpretou o sonho logo que ele tivesse completado seu terceiro ano de preparação.
Outra explicação plausível é que Daniel e seus três amigos estavam ainda em preparação, mas bastante avançados para serem contados entre os sábios, 2:14-18,24-28.
2:2-3 - Mágicos, astrólogos, feiticeiros e caldeus representam todos os tipos de sábios na Babilônia. Ainda que Caldeia literalmente descrevesse o território ao sul da Babilônia, o termo “caldeus” chegou a representar a nata da sociedade babilônia, homens de grande conhecimento que influenciaram os negócios políticos e religiosos do reino.
Os sábios perguntaram primeiro sobre o sonho para que pudessem interpretá-lo, 2:4-13.
2:4 - Começando neste versículo e continuando até 7:28, os manuscritos existentes de Daniel são escritos em aramaico (siríaco). Todo o restante do livro é escrito em hebraico (veja a Introdução).
O aramaico era a língua predominante falada no reino e foi adotada até pelos exilados judeus, que continuaram a falá-la quando retomaram à Palestina.
2:5-6 - O decreto do rei punha à prova a autenticidade destes sábios. Se tivessem realmente capacidade sobrenatural, eles poderiam revelar a Nabucodonosor tanto o sonho como a interpretação. Se pudessem fazer isso receberiam grande honra, mas se não pudessem, então morreriam.
2:7-9 - Eles começaram a ganhar tempo repetindo o pedido para que o rei revelasse seu sonho.
Nabucodonosor percebeu o seu estratagema de preparação de mentiras quando eles se detiveram algum tempo na esperança de que a situação pudesse mudar. Mas se recusou a alterar o seu decreto.
2: 1 0-11 - Eles descreveram a exigência do rei como insensata e impossível. Naturalmente, isto era admitir que eles eram embusteiros.
2:12-13 - Nabucodonosor enfureceu-se e emitiu o decreto para que os sábios fossem mortos. Isto incluía Daniel e seus companheiros.
Daniel pede tempo para revelar o sonho, 2:14-16.
2:14-16 - Quando Arioque, o capitão dos algozes do rei, veio prender Daniel, ele lhe fez saber tudo o que tinha acontecido.Daniel requereu ao rei que lhe desse tempo para estudar o sonho e sua interpretação.
Daniel rende glória a Deus pela revelação do sonho, 2: 17 -30.

A oração e a resposta quando o pedido é concedido, 2: 17-23.
2: 17 -18 - A fé de Daniel em Deus era inabalável. Ele tinha firme esperança que este segredo seria revelado, mas buscou seus três companheiros para juntarem-se a ele em orações a Deus, pedindo a revelação. A confiança não lhe permitiu esquecer sua dependência de Deus.
2: 19-22 - O segredo do sonho foi revelado numa visão noturna e Daniel, agradecido, louvou o Deus do céu. “Dele é a sabedoria e o poder” (Ele é absoluto em todos os seus caminhos).
“É ele quem muda o tempo e as estações.” (Comanda a ascensão e a queda dos reinantes da terra).
“Remove reis e estabelece reis.” (Deus é o supremo dominador do universo). “Dá sabedoria aos sábios…” (É a fonte da sabedoria).
“Ele revela o profundo e o escondido” (É capaz de conhecer o futuro).
2:23 - Daniel agradeceu a Deus pela sabedoria e poder concedidos a ele. Qualquer êxito que tivesse com Nabucodonosor não seria por sua própria força, mas pela de Deus, e Daniel humildemente reconhecia esse fato.
Daniel louva a Deus diante de Nabucodonosor, 2:24-30.
2:24-25 - Daniel persuadiu Arioque a não matar os sábios porque agora ele poderia satisfazer o pedido do rei. Arioque levou Daniel rapidamente a Nabucodonosor.
2:26-28 - Daniel reconheceu que nenhum homem, por si só, tinha capacidade para revelar segredos. Somente Deus no céu tem essa capacidade.
Daniel falou ousadamente do Deus verdadeiro ao rei pagão e idólatra. A expressão “últimos dias” sempre se refere à era messiânica ou àqueles dias que precederam o período messiânico, quando o reino de Deus seria estabelecido (veja Gênesis 49: 1,9-1 O; Números 24: 14, 17; Isaías 2:2-3).
É o mesmo período do qual Joel falou (2:28-32), citado por Pedro no Pentecostes e aplicado ao seu próprio tempo (Atos 2: 17). O período dos “últimos dias” está em contraste com “os tempos passados” quando Deus ainda planejava as dispensações futuras na terra para o homem (veja Hebreus 1: 1-2).
Estamos agora vivendo nos “últimos dias” na terra porque, depois disto haverá julgamento e eternidade (l Coríntios 15:23-26).
2:29-30 - Daniel afirma claramente que ele é apenas o instrumento através do qual Deus está dando a conhecer a história mesmo antes que ela ocorra.
A revelação e a interpretação do sonho de Nabucodonosor, 2:31-49.
1. O sonho, 2:31-35.
2:31-33 - Nabucodonosor tinha visto em seu sonho uma imagem brilhante e terrível composta de diferentes metais.
A cabeça era de ouro; o peito, de prata; o abdômen de bronze; as pernas de ferro e os pés de ferro e argila.
2:34-35 - Uma pedra talhada sem o auxílio de mãos (de origem divina) feriu a imagem de modo que ela foi demolida.
Então a pedra se tornou uma grande montanha que encheu toda a terra. 2. A interpretação do sonho, 2:36-45.
2:36-38 - Nabucodonosor ou, realmente, o reino de Babilônia, é representado pela cabeça de ouro. Este era um grande império, um domínio governando o mundo.
Deus era a fonte do poder, força e glória deste reino (veja 2:21; 4:25). Deus é o soberano governante do universo (Jeremias 27:5-8). Se alguém questionar esta declaração, então que explique como Daniel pôde tão exatamente predizer a queda da Babilônia, bem como as sucessivas ascensões e quedas de outros três impérios mundiais? Além do mais, porque não houve outros impérios mundiais? Desde os dias do império romano (durante o qual o reino de Deus foi estabelecido, 2:44), não houve outro domínio imperante mundial.
2:39 - Outros reinos que terão “domínio sobre toda a terra” sucederiam a Babilônia. O peito e os braços de prata representavam o reino da Medo-Pérsia (veja 5:28; 8:20). Este seria sucedido pelo reino da Grécia (Macedônio) conduzido por Alexandre o Grande (veja 8:21). Daniel não se estende sobre nenhum destes impérios mundiais.
Esta não é uma lição de história, mas o objetivo é mostrar pela inspiração profética que Deus está no comando e que seu reino seria estabelecido. Todos estes reinos terrestres caíram por decreto divino.
A brevidade desta descrição é diferente do que qualquer homem teria escrito.
A exatidão desta profecia é diferente do que qualquer homem poderia ter escrito. O poder da profecia cumprida confirma a inspiração das Escrituras e repele os esforços dos infiéis que negam a inspiração.
2:40-43 - O quarto reinado é o império romano, representado pelas pernas de ferro e os pés de ferro e de argila lodosa.

Roma era forte, e o ferro era um símbolo apropriado (veja 7:7). Contudo, este reino era fraco dentro de si, o que é representado pela mistura de ferro com argila. Ainda que fosse capaz de conquistar o mundo, Roma jamais seria capaz de combinar o povo em um só.
Roma teve muitas dificuldades em manter o império coeso e, finalmente, o império caiu tanto por causa das fraquezas de dentro como pelos exércitos de fora. É digno de se notar que em nenhum lugar “dez” dedos foram especificados. Muito é dito sobre isto pelos pré-milenaristas, que tentam dar “interpretação” adicional ao sonho em seu esforço para negar o que realmente é dito (isto é, que o reino de Deus foi estabelecido nos dias do quarto reinado, que era o romano). Não há qualquer outra interpretação simbólica dos dedos que não seja a fraqueza do reino tendo ferro e argila misturados.
2:44 - “Nos dias destes reis” (império romano), o reino de Deus seria estabelecido. Jesus confirmou esta profecia (Marcos 1:14-15; 9:1). Este reino é de origem divina e de duração eterna (Hebreus 12:28).

2:45 - A pedra não era de origem humana, indicada pelo fato que era cortada sem mãos. A igreja é o reino de Deus (Mateus 16: 18-19). Ainda sendo Deus o soberano Senhor de todo o mundo, ele tem um povo especial que se submeteu voluntariamente ao domínio de Jesus Cristo (Colossenses 1:13-14; Apocalipse 1:5-6; 5:9-10; 12:5; 17:14; 19:15; 1 Pedro 3:22; Efésios 1 :20-23). O reino de Deus é um reino espiritual (Lucas 17:20-21).
O reino de Deus não permanece forte por causa de sua força física, mas por causa do uso da espada do Espírito (João 18:36; 2 Coríntios 10:3-5).
O reino de Deus que foi estabelecido nos dias do império romano continua até agora. O evangelho tem sido pregado através do mundo, e onde quer que tenha ido obteve vitória ao voltar os corações dos pecadores para o domínio de Cristo. Os reinos dos homens têm vindo e ido. Mas desde os dias do império romano não tem havido nem haverá outro império mundial dominado pelos homens. Todas as tentativas para fazer isso levaram a nada. Mas o reino de Deus continuará na terra até a segunda vinda de Cristo, quando será entregue ao Pai (1 Coríntios 15:23-36).
3. A reação de Nabucodonosor, 2:46-49
2:46-47 - O rei “engrandeceu a Daniel” no sentido que ele o honrou.Mais importante, ele honrou o Deus a quem Daniel representava. Contudo, os acontecimentos registrados no próximo capítulo mostram claramente que Nabucodonosor não renunciou aos modos pagãos nem se converteu completamente ao Senhor. Talvez ele fosse como muitos hoje em dia que sabem e reconhecem a verdade, mas nunca se submetem plenamente em obediência.
2:48-49 - Daniel foi posto como chefe supervisor da província da Babilônia, e seus companheiros também receberam cargos oficiais no reino.

Aplicações para os Dias de Hoje:
1. DanieI2:21,37 - Deus domina nos reinos dos homens. Ainda que ele tenha feito do homem um agente moral, livre para escolher entre o bem e o mal, Deus tem o comando soberano do destino da terra. As nações perversas podem existir durante um período de tempo, mas, no final, o Senhor as reduzirá a nada (provérbios 14:34; 16: 12; Apocalipse 1:5; Efésios 1 :20-23).
2. Daniel 2:40-45 - O reino de Deus tinha de ser estabelecido nos dias do império romano. Quando os pré-milenaristas negam que isto tenha acontecido, eles esvaziam a profecia. Cristo disse “o tempo está cumprido” (Marcos 1:14-15; 9:1), e os discípulos acreditaram que o reino foi estabelecido no tempo previsto, porque eram cidadãos dele (Colossenses 1: 13; Apocalipse 1:9; Hebreus 12:28).

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de JesusIgreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados - MS
BIBLIOGRAFIAwww.estudosdabiblia.netComentário Bíblico Mathew Henry

O SONHO DE NABUCODONOSOR, 2.1-49
1. Sonhos Assombrosos Impossíveis de Lembrar (2.1-3)
Os três primeiros versículos dessa seção continuam a narrativa em hebraico. Após as palavras: E os caldeus disseram ao rei em siríaco (4) começa a seção em aramaico que continua até o final do capítulo 7.
A maior parte dos expositores evangélicos identifica esse capítulo e seu correlato, o capítulo 7, como os textos-chave do livro. Aqui vemos o Deus dos céus revelando a um rei pagão o plano divino ao longo das épocas e estágios da história até a consumação no Reino de Deus.
Nabucodonosor (1) era ainda bastante jovem e acabara de herdar o trono. O poder que estava em suas mãos estava crescendo rapidamente. Além disso, por meio de um programa criativo e ousado de construção de cidades em seu próprio país ele estava conquistando a confiança dos líderes religiosos e da população que apoiavam entusiasticamente a sua liderança.
Nessa fase da sua carreira, o rei mostrou uma qualidade marcante de grandeza. Em vez de seguir em um frenesi crescente de realizações, ele buscou acalmar-se para poder pensar acerca do significado da sua própria vida e do poder que estava em suas mãos. Qual seria o seu destino? E qual seria o destino do império que havia ajudado tão recentemente a fundar? Enquanto ponderava, começou a sonhar.
Embora seus sonhos fossem confusos, serviram para provocar pensamentos e perguntas ainda mais profundos acerca do destino e significado da vida.
O seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o seu sono (1). Deus estava por trás desses questionamentos e sonhos.
Esse assunto se tornou tão urgente para Nabucodonosor que tomou medidas extremas para resolver seus problemas. Seus próprios esforços intelectuais não eram suficientes para responder às suas perguntas. Ele chamou os eruditos e especialistas em ciência, filosofia e religião para uma consulta.
A função especial de cada um dos quatro grupos mencionados não está inteiramente clara. Mas parece que os magos (2) eram peritos nas artes ocultas, os astrólogos deveriam ter acesso ao conhecimento sobrenatural por meio do estudo dos céus, os encantadores eram manipuladores de poderes sobrenaturais por meio da feitiçaria, e os caldeus eram os líderes de uma casta sacerdotal na sociedade babilônica.
Surge naturalmente uma pergunta: Por que Nabucodonosor não incluiu Daniel e seus amigos em sua primeira convocação? É bem provável que esses recém-chegados ainda não houvessem conquistado um lugar reconhecido entre os conselheiros sábios e profissionais.
Além disso, esses hebreus, apesar de serem altamente dotados, não haviam sido aceitos na casta sacerdotal.

2. As Exigências Impossíveis do Déspota (2.4-13)
O rei apresentou a esses homens sábios o problema da sua profunda preocupação acerca do sonho que o havia acordado e fizera seus pensamentos fluir em uma correnteza inquietante. Os representantes sacerdotais, os caldeus (4), tornaram-se os porta-vozes para o restante do grupo e pediram uma descrição mais exata do problema.
Eles pediram detalhes específicos do sonho antes de aventurar uma interpretação. Esse pedido irritou o rei. Ele os acusou de falar até que se mude o tempo (9), i.e., simplesmente protelando para conseguir mais tempo.
Se a habilidade sobrenatural deles era genuína, eles deveriam garantir sua interpretação ao contar-lhe o sonho. Isso, obviamente, tirou a máscara da sua hipocrisia, porque não tinham meios de contar-lhe o sonho.
Visto que o rei tinha tornado isso uma questão de vida ou morte para todos os sábios, eles começaram desesperadamente a procurar uma forma de sobrevivência.
Quando descobriram que nem mesmo o rei poderia ajudá-Ios porque havia esquecido seu sonho, eles perceberam como a sua situação era desesperadora. Postos contra a parede, eles foram impelidos à verdade. Porquanto a coisa que o rei requer é difícil, e ninguém há que a possa declarar diante do rei, senão os deuses, cuja morada não é com a carne (11).
Keil insiste em que o rei, na verdade, não tinha esquecido o sonho, mas estava determinado a testar a veracidade das habilidades desses denominados sábios. Se eles pudessem relatar os detalhes do seu sonho, ele estaria certo de que a interpretação deles teria validade. Mas se eles não tinham a habilidade nem mesmo de descrever o sonho, a professa habilidade sobrenatural deles era uma farsa e o castigo horrendo com que o rei os havia ameaçado seria o seu Justo destino.
Quer o sonho tenha sido esquecido, quer não, a situação dos sábios havia se tornado desesperadora.
O castigo decretado “por Nabucodonosor era bastante comum entre os babilônios (veja 3.29). A despedaçamento de cativos de guerra havia sido praticado até pelos hebreus (1 Sm 15.33) como uma manifestação de julgamento extremo. Nabucodonosor acrescentou a esse horror o confisco de propriedade e a profanação das casas das vítimas. tornando-as um monturo (5), i.e., depósitos de lixo públicos.

3. Deus Concede a Daniel a Interpretação (2.14-23)
Embora Daniel e seus companheiros tivessem escapado da convocação do rei, não escaparam da inclusão no decreto de matar os sábios (14). Eles também estavam entre aqueles que seriam executados.
Quando Daniel ficou sabendo da natureza do decreto e do motivo da sua severidade, imediatamente se dirigiu ao rei. O fato de ter esse tipo de acesso testemunha a alta posição que havia herdado nos exames ocorridos tão recentemente (1.19-20). Na presença de Nabucodonosor,
Daniel corajosamente prometeu que daria a interpretação (16), se lhe desse tempo. O rei, antes tão furioso com as manipulações desesperadas dos sábios, estava evidentemente impressionado com a sinceridade, firmeza e confiança de Daniel.
A própria ação de Daniel foi coerente com o homem de Deus que era.
Ele chamou seus três companheiros para juntos com ele passar um tempo em oração intercessora fervorosa. A resposta a essa oração não demorou a chegar. Quando Daniel recebeu o sonho em uma visão noturna, ele irrompeu em um hino de louvor exultante a Deus.
Louvado seja o nome de Deus para todo o sempre; a sabedoria e o poder a ele pertencem. Ele muda as épocas e as estações; destrona reis e os estabelece.
Dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos que sabem discernir. Revela coisas profundas e ocultas; conhece o que jaz nas trevas, e a luz habita com ele (20-22, NVI).

4. A Apresentação de Daniel ao Rei (2.24-30)
A confiança de Daniel em Deus e na resposta que havia recebido era completa: darei ao rei a interpretação (24). A visão que Deus tinha lhe dado era idêntica à do rei, porque o mesmo Deus tinha concedido as duas visões. Sendo assim, ele nem precisou inquirir o rei para testá-la.
A alegria de Arioque em ver que Daniel estava pronto para dar a resposta ao rei ficou evidente em suas ações: Arioque depressa introduziu Daniel na presença do rei (25).
Quando o incrédulo rei perguntou se Daniel poderia cumprir sua difícil exigência, ele se deparou com um homem que estava firmado sobre um fundamento mais sólido do que o solo da Babilônia.
Daniel humildemente declarou que sua fonte de conhecimento era uma revelação do Deus nos céus, o qual revela os segredos (28). Ele negou qualquer revelação própria. Além disso, essa revelação particular foi dirigida de Deus para o próprio rei, para que soubesse os pensamentos do seu próprio coração e o que há de ser no fim dos dias.

5. A Interpretação de Daniel (2.31-45)
Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; essa estátua, que era grande, e cujo esplendor era excelente, estava em pé diante de ti; e a sua vista era terrível (31; “sua aparência era amedrontadora”, RSV). Essa visão imensa e deslumbrante havia deixado o rei perplexo e confuso. Embora fosse apenas uma única imagem, ela era um composto.
Ela começava com ouro brilhante na cabeça (32) e gradualmente deteriorava em qualidade com o peito e os braços de prata, o ventre e as coxas de cobre, as pernas de ferro (33), e os pés com uma mistura de ferro e barro quebradiço.
Então foi cortada uma pedra (”uma pedra soltou-se”, NVI) sem auxílio evidente de uma mão (34).
Quando a pedra esmiuçou a imagem na sua base, toda estrutura ruiu e ela foi reduzida a pó como a pragana (35) e levado pelo vento. A pedra se transformou em um grande monte.
Daniel instantaneamente identificou o rei com a imagem que havia visto. Tu, ó rei, és rei de reis, pois o Deus dos céus te tem dado o reino, e o poder, e a força, e a majestade (37). E Daniel acrescentou especificamente: tu és a cabeça de ouro (38).
Não é difícil imaginar o espanto e a alegria que esse rei deve ter sentido ao ouvir essa revelação marcante. Nabucodonosor ouviu em detalhes o sonho do qual vagamente se lembrava. Isso trouxe uma garantia acerca da verdade da mensagem sobrenatural para Nabucodonosor. Enquanto ouvia, Nabucodonosor percebeu que ele era o primeiro de uma sucessão de impérios. Todos esses impérios tinham um alvo na história - a dissolução debaixo do triunfo e domínio do Reino do Deus dos céus, que nunca será destruído.
O reino de Deus esmiuçará e consumirá todos esses reinos e será estabelecido para sempre (44).
Então Daniel reiterou o propósito do sonho ao rei e lembrou-lhe que vinha de Deus. O Deus grande fez saber ao rei o que há de ser depois disso (45). Os questionamentos mais profundos do rei haviam sido respondidos.
O significado do destino para ele e para todos os governantes terrenos era que a mão de Deus está sobre o curso da história. O alvo final não é o governo do homem em esplendor crescente mas o governo de Deus sobre as ruínas da loucura do homem.
Embora os intérpretes não tenham chegado a um consenso na identificação dos cinco reinos do sonho de Nabucodonosor, a tradição e a interpretação evangélica têm concordado quase que unanimemente.
O primeiro reino (38) é expresso de forma clara; a cabeça de ouro é o Império Babilônico. O quinto (44) também está claro; trata-se do Reino de Deus. O segundo (39a) é geralmente reconhecido como o Império Medo-Persa. O terceiro (39b) e o quarto (40) têm recebido interpretações divergentes, principalmente entre aqueles que entendem que o quarto reino representa o governo grego ou o governo que sucedeu Alexandre.
Isso concentraria as últimas mensagens do livro de Daniel no reino de Antíoco Epifânio. Mas, para a maioria, desde os dias de Jerônimo, o terceiro reino tem sido identificado como o reino da Grécia, fundado por Alexandre e o quarto como o reino de Roma. O versículo 43 reflete as fraquezas de casamentos mistos ou o rápido declínio da sociedade no colapso do quarto reino (Berkeley, nota de rodapé).
Visto que a imagem do sonho de Nabucodonosor e a visão de Daniel no capítulo são obviamente paralelas, a interpretação do sonho deve ser restringida pelo conteúdo da visão.

6. A Exaltação de Daniel (2.46-49)
A reação de Nabucodonosor diante da notável revelação foi impressionante. Como pagão, ele reagiu da única maneira conhecida por ele. Nabucodonosor caiu em adoração diante de Daniel, que ele acreditava ser uma manifestação personificada do sobrenatural. Ele ordenou que fosse feita uma oferta de manjares (46) e de incenso. Então ele louvou o Deus de Daniel, o Deus dos deuses, e o SENHOR dos reis, e o revelador dos segredos (47). Para mostrar sua gratidão de maneira prática ele deu muitos presentes a Daniel e o colocou como governador de toda a província de Babilônia (48). A pedido de Daniel, seus três companheiros receberam importantes cargos políticos. Mas Daniel estava às portas do rei.
Comentário Bíblico Beacon

DANIEL O INTÉRPRETE DE SONHOS
TEXTO ÁUREO = “Ma há um Deus nos céus, o qual revela os segredos; ele, pois fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser no fim dos dias” (Dn 2.28).
VERDADE PRÁTICA = Somente Deus é capaz dc revelar os acontecimentos futuros, pois Ele é Onisciente.

LEITURA EM CLASSE = DANIEL 2.1,2,10,12,16-19,27,28
INTRODUÇÃO
Havia-se passado algum tempo, desde que Daniel concluirá seu treinamento na escola palaciana. Ele fora aprovado por Nabucodonosor, e ficara “perante o rei” (Dn 1.18,19).

1. O SONHO DO REI NABUCODONOSOR
1. A crise provocada pelo sonho do rei. Nabucodonosor teve um sonho, mas não entendeu o que presenciou. Por isso, seu espírito se perturbou, a ponto de perder o sono, porque guardava a certeza, de que a visão encerrava algo de suma importância (v. 1). Convocou todos os sábios de seu reino, isto é, os magos, os encantadores, os astrólogos, os caldeus, para que lhe declarassem a revelação e a sua interpretação. Observamos que Daniel não foi convocado, mesmo, pouco tempo antes, tivesse sido avaliado dez vezes mais sábio que os entendidos do reino (Dn 1 .20). Talvez o consideraram muito jovem.
O rei, no princípio da conversa, prometeu uma recompensa material (v.6), e terminou sua mensagem com a ameaça da morte de todos (v.12). Como não puderam dar a resposta que ele exigia, este, muito irado, decretou o extermínio de todos os sábios da Babilônia. Daniel e seus amigos foram agora lembrados para serem mortos (v.13). Isto mostra que eles, efetivamente, faziam parte dos conselheiros do rei.

2. O pouco valor dado à vida humana. Em um momento de capricho do rei da Babilônia, todos os sábios do reino foram condenados à morte! Um pequeno exemplo do que o paganismo tem a oferecer a seus seguidores. A esperança da humanidade é o Evangelho de Jesus Cristo. Esta mensagem, divulgada e recebida entre os povos, através da obra missionária, fez com que o poder da palavra começasse a influenciar positivamente a atitude das pessoas frente à vida, e modificou até mesmo a legislação de muitos países. Os “direitos humanos” são fruto do Cristianismo.
O Evangelho trouxe também a valorização da mulher. Nos países pagãos, eia tem pouco ou nenhum valor. Mas a Bíblia ensina: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo” (Gl 3.28). Onde a Bíblia penetra e é praticada, a mulher tem o mesmo valor do homem.

3. Daniel, o homem certo, no momento apropriado. Daniel, sabedor do decreto real, pediu que lhe fosse dado um tempo, para que pudesse revelar e interpretar o sonho do rei (v.16). Foi um grande passo de fé, e mostra que ele já sabia, por experiência própria, que Deus nunca falha. Fez saber o caso aos seus amigos e, juntos, oraram, pediram misericórdia a Jeová quanto ao segredo, para que Daniel fosse o instrumento para a salvação não só deles próprios, mas também dos sábios da Babilônia, naquele momento crítico para todos (v. 17,18).

4. Deus responde a oração. Deus respondeu a oração, ao revelar o segredo a Daniel, numa visão de noite (v.19). Ele experimentou mais uma vez que a sombra das asas do Senhor é abrigo seguro nas calamidades (Sl 57.1), pois Jeová é socorro bem presente na angústia (Si 46.1), e quando lançamos o nosso cuidado sobre o Todo-Poderoso, Ele nos sustém (Sl 55.22). O louvor do profeta (vv.19-23) é um modelo de oração que brotou de um coração quebrantado diante da soberania divina. “Invoca-me no dia da angústia, e eu te livrarei, e tu me glorificarás (S 50.15).

5. Daniel conta o sonho ao rei. Daniel foi introduzido na presença de Nabucodonosor que estava ansioso (v.26). O profeta confirmou o que os sábios haviam anteriormente dito, isto é, aquilo que o rei requeria, ninguém era capaz de descobrir. Mas o Deus dos céus revela todos os segredos (v.28). Ele estava ali da parte do Todo-Poderoso, para contar ao rei o sonho, e dar- lhe a devida interpretação (vv. 31- 36).

II. DANIEL REVELOU E INTERPRETOU O SONHO
O sonho é um resumo profético dos acontecimentos que vão desde o cativeiro babilônico, até a vinda de Cristo em glória, no término da Grande Tribulação. Inteirar-se do significado desta visão é de suma importância para nós que vivemos às portas do Arrebatamento da Igreja, pois esta visão ajuda a compreender globalmente a palavra profética.

1. A cabeça de ouro, o reino babilônico (625 a 538 a.C., vv. 37,38).“Tu és a cabeça de ouro”, disse Daniel ao rei, “porque Deus te tem dado o reino, o poder, e a força, e a majestade”. Babilônia, nos dias de Nabucodonosor, detinha a hegemonia mundial, após ter derrotado a Assíria, em 612 a.C. No ano 587 a.C.
Jerusalém foi destruída, e o povo leito cativo, para cumprir-se o que Deus falara por Jeremias : “. ..e os farei tornar a esta cidade, e pelejarão contra ela, e a tomarão, e a queimarão a fogo” (Jr 34.22).
Depois da morte de Nabucodonosor, encontramos entre os seus sucessores o rei Nabonido (556-538 a.C.).
Belsazar, seu filho, estava como co-regente na cidade da Babilônia, quando o Império Caldeu ruiu derrotado por Ciro, rei da Pérsia.

2. O peito e os braços de prata, o reino medo-persa (538 a 330 a.C., v.39). Ciro, o grande, logo no início de seu reinado, fez a famosa proclamação que permitiu aos judeus de seu reino retornarem a Judá e reconstruírem o templo de Jerusalém que Nabucodonosor havia destruído (Ed 1.1-3). Desta forma, cumpriu-se a palavra de Isaías acerca de Ciro, proferida 200 anos antes (Is 44.26- 28; 45.1).
Enquanto grande número deles voltou a Jerusalém, muitos permaneceram na Babilônia, agora sob o domínio persa. Neste contexto político-histórico, inserem-se os fatos relatados no livro de Ester. O reino medo-persa foi conquistado por Alexandre, o Grande, rei da Grécia.

3. O ventre e as coxas de cobre, o reino grego (330 a 167 a.C., v.39).A respeito deste reino, Daniel disse: “Terá domínio sobre toda a terra”(v.39). O rei Alexandre morreu aos 33 anos, sem deixar herdeiros, e oimpério foi dividido entre seus quatro principais generais.

4. As pernas de ferro, o império romano (167 a.C. a 476 d,C., v.40).Quando Jesus nasceu, a Palestina estava sob o domínio de Roma. Pilatos, um governante romano, ratificou a sentença de morte de Cristo. Depois que o império romano foi derrotado em 476 d.C., não surgiu mais outro reino mundial.

5. Pés com dedos de ferro, misturado com barro, um conjunto de reinos (vv.41-43). O versículo 44 mostra que estes dedos representam reis. Esta profecia relaciona-se com as visões proféticas que João teve na ilha de Patmos. Lemos, em Apocalipse 13.1, que ele viu uma besta, a qual tinha sete cabeças e dez chifres. Eles, conforme Apocalipse 17.12, também representam dez reis. Vemos, assim, que no fim da presente dispensação, surgirá um conjunto de remos que dará apoio político ao Anticristo, conforme estudaremos em outra lição.

6. Uma pedra cortada sem mão. Esta parte da visão fala da derrota do reino do Anticristo, que acontecerá como resultado da intervenção divina (v.34).A Bíblia usa várias vezes o vocábulo “pedra”, como símbolo de Cristo. Exemplos: “Chegando-vos a ele, pedra viva…”(l Pe 2.4); “eis que ponho em Sião a pedra principal de esquina…” (1 Pe 2.6); “sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mt 16.18); “bebiam da pedra espiritual que os seguia, e a pedra era Cristo” (1 Co 10.3); etc.
Ela feriu a estátua nos seus pés, isto é, destruiu o conjunto de reinos que apoiavam o Anticristo. Não só eles serão vencidos, mas também as duas bestas serão presas e lançadas no lago de fogo (Ap. 19.20).

7. “Fez-se um grande monte, e encheu toda a terra” (v.35). Esta parte da visão fala da vinda de Cristo em glória, para estabelecer um reino mundial de paz. Ele terá como rei o próprio Senhor Jesus, e abrangerá toda a Terra.

CONCLUSÃO
A interpretação do sonho de Nabucodonosor fala da Onisciência e da Soberania de Deus. Para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos como um dia (2 Pe 3.8). Ele se mostra nesta revelação como o Soberano de todos os tempos e povos. A história secular confirma que todas as previsões divinas, acerca dos remos mundiais, cumpriram-se integralmente. E aquelas que falam de tempos, os quais estão por vir, com absoluta certeza, terão fiel cumprimento. Cristo aniquilará o reinado do Anticristo e estabelecerá um reino de paz que jamais será destruído: “Será estabelecido para sempre” (v.44). E todos nós, que temos o privilégio de chamar este maravilhoso Deus de nosso Pai, pronunciamos de coração a oração que Jesus ensinou: “Pai nosso, que estás no céu, santificado seja o teu nome. VENHA TEU REINO!”.
Lições bíblicas CPAD 1995

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

A Firmeza de Caráter Moral e Espiritual de Daniel - Pr. Altair Germano
Publicado em 9 de Outubro de 2014 Comente

“Então, Daniel foi introduzido à presença do rei. Falou o rei e disse a Daniel: És tu aquele Daniel, dos cativos de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de Judá?” (Dn 5.13)
Quem foi Daniel? No que sua vida e conduta são relevante como exemplo para a geração de líderes atual? São algumas questões que tentaremos responder neste breve artigo.
Daniel (Deus é meu juiz) foi descendente da alta nobreza judaica (Dn 1.3; Josefo, Anti. 10.10,1).
 Foi levado cativo para a Babilônia por Nabucodonosor em 605 a.C. juntamente com outros jovens judeus com as mesmas qualidades.
O Livro de Daniel nos revela que apesar das condições adversas, este grande servo de Deus
conseguiu manter um padrão de conduta moral e de vida espiritual, que nos serve de exemplo para uma conduta cristã em meio a moderna Babilônia, caracterizada pela pluralidade religiosa, pelo relativismo moral, e por um academicismo frívolo e conivente com estas questões.

A INFÂNCIA DE DANIEL: TEMPO DE LANÇAR AS BASES
Não temos detalhes sobre a infância de Daniel. Há fortes evidências de que ela foi vivida em Jerusalém.
 Alguns historiadores afirmam que por volta dos doze e dezesseis anos de idade, Daniel já se encontrava na Babilônia.
Apesar da falta de informações sobre a infância de Daniel, podemos deduzir algumas coisas.

A EDUCAÇÃO DE DANIEL
Daniel, assim como toda criança judaica, teve como referencial teórico educacional o Livro da Lei (Dt 6.1-9).
 As realizações, os mandamentos e as promessas de Deus para o seu povo foram por ele conhecidas e apropriadas. Sua base educacional foi a família. Não havia escolas judaicas formais no tempo de Daniel.
A educação se voltava para os aspectos práticos da vida, levando em consideração a moral, a vida espiritual, a cultura e outros aspectos sociais.
Nestes termos, a condição econômica e social da criança pouco importava.
Nobre ou não, todos deveriam ser educados por seus pais com o mesmo amor, observando-se os mesmos princípios e fundamentos.
Como estamos cuidando da educação de nossos filhos? Como pais ou responsáveis, estamos fazendo a nossa parte, promovendo sólidos fundamentos morais e espirituais em nossos lares a partir do culto domésticos, da leitura e do estudo da Palavra, ou como muitos, já terceirizamos para a escola e para a igreja estas responsabilidades?

AS CONVICÇÕES DE DANIEL
Acredito que Daniel não apenas aprendeu com o que ouviu de seus pais, mas, acima de tudo, pelo exemplo dos mesmos. Onde não existe o exemplo, as palavras perdem a força. Algumas questões precisam ser consideradas, e se encontram nas entrelinhas da narrativa histórica.
Imagine um jovem crente em plena adolescência, que aprendeu que o seu Deus era o criador e sustentador de todas as coisas, e que elegeu soberanamente sua nação como propriedade peculiar, vendo o templo de adoração a este Deus sendo destruído, a cidade de Jerusalém assolada, e as propriedades de sua família confiscadas. Uma verdadeira tragédia e calamidade que podem abalar as estruturas de qualquer indivíduo, removendo-o em pouco tempo de sua fé para um estado de revolta e incredulidade.
Mas isso não aconteceu com Daniel.
As calamidades não se tornaram maior do que as suas convicções.
Daniel não conhecia apenas parte da Lei do Senhor, dos Escritos e dos Profetas, ele sabia que a mesma Escritura que prometia bênçãos para a nação por sua obediência, alertava para as maldições face a desobediência e rebeldia do povo (Dt 28; 2 Cr 7.11-22; Jr 25.1-14).
Conhecia também as promessas de restauração, quando arrependido este povo se voltasse para o Senhor (Jr 29.10-14; Dn 9.1-3); Dessa forma, submeteu-se a vontade de Deus sem reclamar, sem maldizer, sem blasfemar.
Daniel foi levado prisioneiro para Babilônia deixando para trás a sua terra, mas levando adiante a sua fé em Deus.
As lembranças dos tristes acontecimentos não lhe ofuscaram a visão de uma gloriosa restauração.

A JUVENTUDE DE DANIEL: TEMPO DE CONSOLIDAR AS CONVICÇÕES
O Livro de Daniel, em seus primeiros capítulos, registra os desafios na vida de um jovem distante de sua terra, num ambiente hostil, permissivo e violento, em situações concretas de riscos e enfrentamentos.
“Disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, tanto da linhagem real como dos nobres, jovens sem nenhum defeito, de boa aparência, instruídos em toda a sabedoria, doutos em ciência, versados no conhecimento e que fossem competentes para assistirem no palácio do rei e lhes ensinasse a cultura e a língua dos caldeus.
Determinou-lhes o rei a ração diária, das finas iguarias da mesa real e do vinho que ele bebia, e que assim fossem mantidos por três anos, ao cabo dos quais assistiriam diante do rei.
Entre eles, se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias.” (Dn 1.3-6)
Com o propósito de buscar assistentes para as diversas atividades em seu palácio, o rei promoveu um rígido processo seletivo, onde juntamente com outros jovens, Daniel foi escolhido. Estou pesquisando e buscando informações sobre a formação “em ciência”, e sobre os “conhecimentos” em que Daniel era versado, visto que Israel, na época, não tinha tradição acadêmica.
 Como já mencionei na primeira parte deste artigo, a educação entre os judeus era ministrada para a vida prática.
Não havia um conjunto de saberes científicos sistematizados, apropriados para a formação intelectual do jovem hebreu.
O fato é que um dos primeiros grandes desafios do jovem Daniel na Babilônia foi participar de um curso onde o aprendizado da cultura e da língua dos caldeus faziam parte do currículo. Literatura, astrologia, astronomia, noções de magia e adivinhação, agricultura, arquitetura, leis, matemática e língua acádica, seriam algumas das disciplinas. Os estudos científicos mesclavam-se com magia e adivinhação.
O quadro é muito parecido com o que enfrenta os nossos jovens cristãos nas universidades e faculdades norteadas pelas ideias pós-modernas, onde nestes espaços a ciência e as experiências místicas se fundem, o espírito de “tolerância” e “pluralismo religioso” dá o tom, a vida moral é relativizada e onde a felicidade é confundida e reduzida ao mero prazer.
Percebo que o grande problema da atualidade é que muitos dos nossos jovens, diferentes de Daniel, não estão preparados para lidar com este ambiente hostil. A negligência com os estudos bíblicos informais e formais (cultos de doutrinas, escola dominical, seminários, conferências, congressos etc.) contribui para isso. Mas a culpa não está apenas nos jovens. O descaso das famílias cristãs na formação moral e espiritual dos filhos, a falta de qualidade dos estudos bíblicos informais e formais, associado à dificuldade de uma leitura clara da realidade, da contextualização e aplicação dos princípios cristãos por parte da liderança, acaba agravando o quadro. O envolvimento cada vez maior dos pais e dos pastores com as coisas da igreja, em detrimento das pessoas, deixa os jovens expostos aos ataques, e o pior, sem terem em quem buscar ajuda e orientação.
O texto de Dn 1.8 nos diz que “Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se“. Isto é muito bonito de ser lido e pregado, mas, esta firme decisão de Daniel não é fruto do acaso. Há uma história, há investimentos eternos, há experiências envolvidas que pesam e consolidam as convicções do jovem Daniel.

A PROSPERIDADE DO JOVEM DANIEL
A prosperidade de Daniel, resultado de sua aplicação aos estudos e da bênção de Deus sobre a sua vida (Dn 1.9, 17-21), não mudou o seu caráter. Há ainda muitos jovens que querem a bênção de Deus, a prosperidade nos estudos e nas realizações, mas não querem se aplicar, não investem em sua formação e carreira. Apesar das dificuldades que ainda vivenciou (Dn 2.1-13),
Daniel via em cada situação a oportunidade de glorificar ao seu Deus, o que naturalmente fazia com que continuasse crescendo e prosperando em terras estranhas (Dn 2.46-48), além de ser canal de bênção para o crescimento e a prosperidade de seus amigos, que também se encontravam devidamente qualificados para os cargos e funções que ocupariam (Dn 2.49).
Atualmente existem milhares de vagas de emprego, que não são preenchidas por falta de mão-de-obra qualificada.
Muitos jovens se esquecem de Deus quando alcançam o “sucesso” acadêmico e profissional.
Cuidado! Não se embriague, não se entorpeça, não se iluda com as ofertas, com os prazeres e com o sistema babilônico moderno. Continue temente a Deus. Consagre e mantenha dedicado a Ele todo o teu ser, todo o teu saber, todo o teu fazer.
A MATURIDADE E A VELHICE DE DANIEL: TEMPO DE VIGIAR E DE CONTINUAR CRESCENDO
Na vida moral e espiritual não basta começar bem, é preciso terminar bem. Na medida em que o tempo passava, o agora maduro e velho Daniel crescia em intimidade e experiências com Deus.
Muitos, a partir dos 40 anos, e proporcionalmente no avançar destes anos, dão uma certa “acomodada” e descuidam-se um pouco da moralidade e da espiritualidade.
Muitos homens e mulheres de Deus, nesta fase da vida, caem e fracassam, causando grandes prejuízos para si mesmos e para o Reino de Deus.

O DESEJO PELO PODER
Vários pesquisadores e escritores já afirmaram que nesta fase da vida surge certo desejo e busca desenfreada pelo “poder”. Não foi o caso do maduro Daniel, cujo poder foi uma consequência natural do patrimônio sapiencial, moral e espiritual que construiu ao longo dos anos, e acima de tudo, dentro da vontade de Deus (Dn 5.29; Dn 6.28).
Nesta fome e sede de poder, características nesta fase da vida, o patrimônio sapiencial, moral e espiritual desaba, na medida em que o indivíduo, a todo o custo, tenta usurpar cargos, conquistar espaços e dominar sobre pessoas, negociando a própria alma com Satanás, quebrando todos os princípios éticos e morais, e passando por cima de todos que atravessam o seu caminho.
O desejo de ir além das possibilidades, da legalidade e da legitimidade no exercício do poder, o orgulho e a arrogância, derrubou Lúcifer e continuará derrubando todos os que pensam e agem desta forma (Is 14.12-15; Ez 28.11-19).

FRUTOS, VISÕES E SONHOS PROFÉTICOS
Os capítulos 5 a 12, fazem parte de um período que se inicia em aproximadamente 538 a.C, ou seja, quando Daniel já beirava os 70 anos de idade. Nesta época, encontramos o velho Daniel em plena atividade, atuando e prosperando nos negócios do reino (Dn 5.29; 6.1-3, 28), e melhor, mantendo uma vida de regularidade nas orações (Dn 6.10) e na leitura das sagradas escrituras (Dn 9.1-3).
O resultado desta vida devocional exemplar, foi que as visões, as revelações e a unção profética lhe acompanharam até ao final de seus dias (Dn 5.18-28; Dn 7.1ss; 8.1ss; 9.20ss; 10.1ss; 12.13).

Cumpre-se em Daniel o que diz a Bíblia:
“O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano.
Plantados na Casa do SENHOR, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor, para anunciar que o SENHOR é reto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça.” (Sl 92.12-15)
Como crentes e líderes, assim como Daniel, mantenhamos o padrão, o equilíbrio e o crescimento em todo o tempo, e em todas as áreas de nossas vidas, para o louvor e a glória do nome do Senhor!
* O texto acima foi publicado na obra “Uma Igreja com Saúde”, sob o título “O Profeta Daniel: Crescimento em tempos de crise.

Publicado no Blog do Pr. Altair Germano

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A Atualidade dos Últimos Conselhos de Tiago - Rede Brasil de Comunicação
Publicado em 25 de Setembro de 2014 as 14:35:17 PM Comente
Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Recife / PE

Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais

Pastor Presidente: Aílton José Alves

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LIÇÃO 13 - A ATUALIDADE DOS ÚLTIMOS CONSELHOS DE TIAGO - 3º TRIM. 2014

(Tg 5.7-20)

INTRODUÇÃO

Nesta última lição deste trimestre, analisaremos diversos conselhos práticos para a vida cristã ensinados por Tiago, tais como: a importância de se esperar em Deus com paciência,
 tendo como exemplo a figura agricultor e do patriarca Jó; o apóstolo exorta que utilizemos o eficaz recurso da oração nas aflições, enfermidades e confissão de pecados.
E, por fim, exorta-nos a resgatarmos os irmãos que se desviaram fazendo-os regressarem a comunhão perdida.

I - O AGRICULTOR: UM EXEMPLO DE ESPERANÇA, PACIÊNCIA E PERSEVERANÇA

“Tiago agora passa a aconselhar o pobre oprimido. Suas instruções são no sentido do pobre suportar com paciência sua situação econômica e social à vista da iminente volta, do Senhor. Como exemplo de alguém que deve exercitar a paciência,
Tiago cita o caso do lavrador que espera “o precioso fruto da terra”. Na Palestina, as primeiras chuvas (outubro/novembro) vinha depois da semeadura e as últimas chuvas (abril/maio) quando os campos já estavam amadurecendo.
 Ambas eram de suma importância para o sucesso da colheita. Do mesmo modo o cristão, diz Tiago, não deve perder a paciência diante das adversidades, mas deve estabelecer firmemente o seu coração à vista do fato de que “a vinda do Senhor está próxima” (MOODY, sd, p. 24 - acréscimo nosso).

CARACTERÍSTICAS DO AGRICULTOR DEFINIÇÃO E REFERÊNCIAS
a) Esperança. “Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra” (Tg 5.7-a). No grego “elpis” que quer dizer “expectativa favorável e confiante”. Tem a ver com o que não se vê e o futuro (Rm 8.24,25).
b) Paciência. “aguardando-o com paciência” (Tg 5.7-b).
No grego “hupomone”, que significa literalmente “permanência em baixo de”. A paciência que só se desenvolve nas provas (Tg 1.3).
c) Perseverança. “até que receba a chuva temporã e serôdia” (Tg 5.7-c).
No grego “proskarteresis” que significa “constância”, “paciência”. A forma verbal desta palavra significa “aderir”, “persistir”, “ocupar-se em”, “passar muito tempo em” (Ef 6.18).


II - TIAGO EXORTA QUANTO A PACIÊNCIA, PRUDÊNCIA E A ORAÇÃO

2.1 Exortação a paciência tendo como modelo o patriarca Jó (Tg 5.10,11). “Além dos lavradores, também, os profetas são citados como exemplos de “sofrimento e paciência”.
 Jó era tradicionalmente considerado um profeta, e aqui foi explicitamente citado como um exemplo de perseverança. Este é o único lugar do NT, onde Jó foi mencionado.
 O ponto principal da ilustração de Jó é que a paciente perseverança mantém-se sobre a convicção de que as dificuldades não são sem significado, mas que Deus tem alguma finalidade e propósito nelas, o que Ele há de realizar” (MOODY, sd, p. 24).
A Bíblia ensina que a tribulação produz paciência (Rm 5.3; Tg 1.3).

2.2 Exortação quanto aos juramentos tendo como base o ensinamento de Cristo (Tg 5.12).
 “Uma vez mais, Tiago menciona as palavras de Jesus em seu ensino doutrinário (Mt 5.33-37).
 O irmão de Jesus e pastor da Igreja em Jerusalém não está condenando os juramentos solenes, pois eram uma antiga prática judaica, legalmente válida, quando se precisava atestar uma palavra empenhada (Êx 22.11).
 Assim como foi instado a fazer Jesus perante Caifás (Mt 26.63,64), e Paulo, ao expressar seu zelo para com a Igreja (Rm 1.9; 9.1).
 Tiago está condenando o uso leviano do santo nome de Deus ou de qualquer pessoa ou objeto sagrado para garantir a verdade do que se diz. Os cristãos devem ser conhecidos como pessoas cujas palavras são absolutamente dignas de crédito, sem nem mesmo a necessidade de juramentos” (JAMES, 2007, p. 09).

2.3 Exortação quanto a prática da oração tendo como exemplo o profeta Elias (Tg 5.13-18). Para exemplificar o poder da oração, Tiago cita o profeta Elias, que sendo um homem com as mesmas limitações que temos, orou ao Senhor para que não chovesse e não choveu; em seguida orou para que chovesse e assim foi (I Rs 17.1; 18.1). Segundo Tiago, a oração de um justo realiza muitas coisas (Tg 5.16-b), entre as quais podemos citar: (1) leva-o mais perto de Deus (Hb 7.25); (2) abre caminho para uma vida cheia do Espírito Santo (Lc 11.13; At 1.14); (3) dá-lhe poder para servir e para a devoção cristã (At 1.8; 4.31,33; Ef 3.14-21); (4) edifica-o espiritualmente (Jd 20); (5) dá-lhe compreensão da provisão de Cristo por nós (Ef 1.18,19); (6) ajuda-o a vencer a Satanás (Dn 10.12,13; Ef 6.12,18); (7) esclarece a vontade de Deus para ele (Sl 32.6-8; Pv 3.5,6 Mc 1.35-39); (8) capacita-o a receber dons espirituais (I Co 14.1); (9) leva-o a comunhão com Deus (Mt 6.9; Jo 7.37; 14.16,18,21) e, (10) outorga-lhe graça, misericórdia e paz (Fp 4.6,7; Hb 4.16).

III - CONSELHOS DE TIAGO PARA QUEM SOFRE, PARA QUEM ESTÁ ENFERMO E EM PECADO

Em sua epístola, Tiago deu o devido valor a prática da oração mencionando-a várias vezes (Tg 1.5,6; 4.2,3; 5.13-18). A Bíblia ensina o cristão a orar em todo tempo (I Ts 5.17).
Todavia, o apóstolo elenca alguns momentos e circunstâncias na vida onde devemos buscar o socorro de Deus em oração:

3.1 Oração na aflição (Tg 5.13). Essa palavra do apóstolo visa descrever aqueles que sofrem por qualquer tribulação, aperto, necessidade, privação ou enfermidade. Diante de qualquer circunstância difícil diz Tiago “ore”.
Temos diversos exemplos de pessoas que recorreram a Deus em momentos de aflição e foram por Ele aliviados (2 Cr 32.12,13; Sl 18.6; Lc 22.44; 2 Co 12.7-10).
 Mas, por quais razões devemos orar na aflição? (1ª)
Porque a oração é um ato de fé que pode solucionar problemas e trazer alegria (Gn 25.21; I Sm 1.10-18); (2ª) porque a oração pode ajudar o crente a mostra-se capaz de suportar suas tribulações (II Co 12.8,9; Ef 6.18); (3ª) porque a oração pode distrair a mente do salvo em suas tribulações (Fp 4.6,7; I Pe 5.7); e, (4ª) porque a oração é um exercício espiritual que melhora a qualidade espiritual da alma, ainda que o homem mortal continue a padecer sob circunstâncias adversas (Lc 22.44; At 7.60).

3.2 Oração quando se está enfermo (Tg 5.14,15). Certamente o texto em foco refere-se aos doentes no corpo físico. A recomendação do apóstolo para aqueles que encontram-se nessa condição é de recorrerem ao presbítero a fim de pedir oração, crendo que sua saúde pode ser restaurada. Isto não é uma sugestão de que Deus sempre atende a oração do crente com um sim. Toda oração, inclusive a oração pela cura, fica sujeita à vontade de Deus (II Co 12.8,9; I Jo 5.14).
Deve-se destacar também que a prática de ungir a cabeça do enfermo, não indica que o óleo possui poder curador. Embora na cultura judaica o azeite de oliveira era considerado com propriedades medicinais (Lc 10.34).
A ideia original é que esse óleo fosse usado como um sinal visível e tangível do poder de Deus representando a unção do Espírito Santo. Biblicamente, o que pode proporcionar cura é o nome do Senhor conforme o próprio Jesus e os seus santos apóstolos ensinaram (Mc 16.17,18; At 3.6,7; Tg 5.14,15).

3.3 Confissão de pecados contra Deus e contra o próximo (Tg 5.15-16). A origem das enfermidades está no pecado original, nem sempre num pecado pessoal (Gn 3.17-19; Jo 9.1-3).
Todavia, existem casos também onde a pessoa encontra-se enferma por causa de uma transgressão cometida (Sl 32.3,4; II Cr 26.19; Jo 5.14).
Por isso, Tiago diz: “e, se houver cometido pecados” lançando luz sobre esta verdade. Em caso de pecado que fira a santidade da igreja, o transgressor confessa a Deus e pede orientação ao pastor e/ou presbítero para que se necessário for, seja aplicada a disciplina pela igreja, dependendo da gravidade do pecado (Tg 5.15; I Co 5;6). No segundo caso, se o pecado está no campo dos relacionamentos interpessoais, o apóstolo recomenda “confessar as suas culpas uns aos outros”.
 Isso visa o encorajamento mútuo, como também a busca da reconciliação e perdão dos irmãos entre si.

IV - A PERSPECTIVA DE TIAGO EM RELAÇÃO AOS IRMÃOS DESVIADOS

4.1 A possibilidade do abandono da fé (Tg 5.19). A expressão “se algum dentre vós se tem desviado” indica claramente a possibilidade do crente se afastar da verdade que abraçou.
 “A palavra “se desviar” usada por Tiago no grego é “planao”, que quer dizer “desviar-se” ou “fazer desviar-se”; em seu uso moral significa o desvio da fé para o pecado, da verdade para o erro” (CHAMPLIN, 2005, p. 84).
O apóstolo possivelmente está fazendo alusão aos judeus cristãos que sofriam perseguições por parte dos judeus patrícios por haverem deixado o judaísmo e aceitado Jesus como Messias (I Ts 2.14; At 8.1,3; 12-1-3; 17.1-8; Hb 10.33,34).
Nas Escrituras encontramos alguns exemplos dessa triste realidade. Os cristãos da Galácia estavam à beira de se desviar de que a justificação diante de Deus é pela fé, sem as obras da lei (Gl 3.1; 4.8-10; 5.7). Há casos individuais como Himeneu e Alexandre (I Tm 2.20; II Tm 4.14) e Demas (II Tm 4.10).
 A exortação a perseverar na fé indica claramente que a ideia de uma vez salvo, salvo para sempre é enganosa e extremamente nociva (Jo 8.31; 15.1-6; At 11.23; 13.43; 14.22; I Ts 3.2-5; Ap 2.25).

4.2 A possibilidade do regresso a fé (Tg 5.19,20).
Assim como existe a possibilidade do crente desviar-se da verdade, Tiago diz que ele também pode ser reconduzido (Tg 5.19).
A expressão “converter” literalmente é “fazer que a pessoa se volte completamente”.
Trata-se de uma reviravolta completa que as Escrituras usualmente retratam como “arrependimento” (Is 6.10; Ez 33.11; At 3.19; 9.35; 2 Co 3.16).
 “O cristão, que se desvia do Caminho, mas que é reintegrado, tem todos os seus pecados absolvidos pelo poder do sangue remidor de Cristo, além de produzir grande júbilo espiritual em seus irmãos na Igreja, e a manutenção do bom testemunho dos cristãos perante o mundo (Hb 6.4-8; 2 Pe 2.20-21; 1Co 11.30; 1Jo 5.16)” (JAMES, 2007, p. 10).

CONCLUSÃO

Os conselhos do apóstolo Tiago são extremamente necessários para a saúde espiritual da igreja em todo tempo. Paciência, oração, confissão de pecados e amor ao próximo são atitudes que revelam o verdadeiro cristianismo.

REFERÊNCIAS

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
MOODY, D. L. Comentário Biblico de Tiago. PDF.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. HAGNOS.