sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A Providência Divina na Fidelidade Humana - Rede Brasil de Comunicação

Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Recife / PE

LIÇÃO 04 - A PROVIDÊNCIA DIVINA NA FIDELIDADE HUMANA - 4º TRIMESTRE 2014

(Dn 3.1-7,14)

INTRODUÇÃO

No capítulo 3 do livro de Daniel, Misael, Hananias e Azarias, se depararam com um culto idólatra promovido pelo rei que, por meio de um decreto, obrigou a todos que se curvassem diante de um ídolo. Contudo, eles demonstraram sua fidelidade mantendo-se de pé mesmo sob sentença de morte. Nesta lição, destacaremos algumas virtudes destes servos do Senhor e o que Deus pode realizar quando alguém se compromete com a sua Palavra, custe o que custar.

I - A PROPOSTA ARDILOSA DO REI NABUCODONOSOR

O registro do capítulo 3 do livro de Daniel sugere claramente que o propósito principal desta parte do livro é diretamente prático e não doutrinário.
Como podemos ver, não há predições. A narrativa simplesmente fala do destino dos três amigos de Daniel na qualidade de firmes confessores da fé (Daniel não aparece no capítulo).
 “Por que Daniel não foi descoberto em desobediência civil como os três foram, explica-se melhor pela conjectura de que estivesse ausente da cidade em alguma obrigação oficial” (MOODY, sd, pp. 29,30 - acréscimo nosso).

1.1 A promoção da idolatria (Dn 3.1). O paganismo fazia parte da cultura babilônica. Deuses como Aku, Bel, Nebo dentre outros eram adorados em Babilônia (Dn 1.7; 2.11; 3.12,14,18;5.4,23). A narrativa do capítulo 3 de Daniel elucida bem esta verdade, pois narra a construção de um ídolo (Dn 3).
A descrição de quem a erigiu: Nabucodonosor; o material com que foi feito: ouro; o seu tamanho 30 metros de altura por 3 de largura; e as pessoas convidadas para prestigiar o evento nos mostra quão significativa era esta reunião e quão imponente era a estátua (Dn 3.1,2). Há três opiniões principais entre os estudiosos da Bíblia sobre que tipo de ídolo era esse que foi construído por Nabucodonosor:
(1ª) Talvez ele estivesse tentando reproduzir a estátua que vira em sonho (Dn 2.31-49);
(2ª) podia estar homenageando seu padroeiro, Nebo, ou alguma outra divindade; e,
(3ª) poderia ser uma imagem de si mesmo na tentativa de auto deificar-se, o que era uma prática pagã comum aos grandes conquistadores (Jz 8.27; II Sm 18.18; Dn 4.29,30). A Bíblia condena veemente a prática da idolatria (Êx 20.2-4,23; Lv 19.4; 26.1; Dt 7.5,25; 12.3; I Rs 14.9; Is 2.8,9; 57.5; Jr 1.16; At 15.28,29; I Co 10.14; Cl 3.5; I Pe 4.3; I Jo 5.21).

1.2 A unificação da religião. A política de Nabucodonosor após conquistar cidades era de torná-las colônias de exploração exigindo o pagamento de tributo (II Rs 24.1; 36.10), e conduzir cativos à elite do reino para que estes pudessem auxiliá-lo na administração do seu império (Dn 1.3-5; 3.4,5).
Sabedor de que os seus conquistados eram de outras religiões, Nabucodonosor, intentou na construção dessa grande imagem de escultura fazer com que seu governo fosse supremo em tudo, tanto no aspecto civil quanto religioso, promovendo um grande culto ecumênico (Dn 3.3-5).

“Inicialmente, o ecumenismo era a concretização do ideal apostólico de agregação de todos os que professam o nome de Cristo.
Com o passar dos tempos, porém, a palavra foi sendo desvirtuada até ser tomada como um perfeito sinônimo para o sincretismo religioso. Os que buscam semelhante universalidade, pregam a união indistinta entre protestantes, católicos, judeus, espíritas, budistas etc.
Tal união é contrária ao espírito das Escrituras; tanto o Antigo quanto o Novo Testamento são exclusivistas em matéria de fé e prática” (Lv 20.23-27; II Co 6.14-18) (ANDRADE, 2006, pp. 156,157).

1.3 Um decreto real nocivo (Dn 3.4-5,10). Para forçar os convidados adorarem a estátua, o sagaz Nabucodonosor através do arauto anunciou que a homenagem aquele ídolo tinha a força de um decreto “Tu, ó rei, fizeste um decreto” (Dn 3.10-a).
O Aurélio diz que um decreto é uma “determinação escrita, emanada do chefe do Estado, ou de outra autoridade superior”
(FERREIRA, 2004, p. 608). Diante disto, não adorar a imagem era estar em desobediência civil a autoridade constituída. A Bíblia recomenda que o servo de Deus esteja sujeito a autoridade e a obedeça (Dn 3.12; 6.10,11; Lc 20.22-25; Rm 13.1-7; I Tm 2.1,2; I Pe 2.17).
Todavia, quando a autoridade cria leis e decretos que contrariam a Palavra de Deus, que é a nossa regra de fé e prática, devemos preferir a vontade soberana do Senhor (Lc 12.31-33; At 5.27-29).

1.4 A pena capital (Dn 3.6,11). Nabucodonosor parecia prever que alguns daqueles líderes que foram convidados para a cerimônia de consagração da estátua se opusesse a prostrar-se perante ela, por isso providenciou uma penalidade, um castigo severo para o que procedesse assim “E qualquer que não se prostrar e não a adorar, será na mesma hora lançado dentro da fornalha de fogo ardente” (Dn 3.6).
A fornalha de que se refere o texto “trata-se de um forno grande, com abertura no alto, usado para moldar coisas (Dn 3.22,23). Ao nível do chão havia uma porta, por onde o metal era extraído (Dn 3.26).
Esse tipo de forno recebia o combustível pelo alto, ao passo que era fechado por tijolos nos quadro lados. Ele era usado para infligir punição capital por parte dos persas (Jr 29.22; Os 7.7).
Usualmente tinha forma de cúpula” (CHAMPLIN, p. 808, 2004 - acréscimo nosso).
Como podemos ver, o verdadeiro servo de Deus está disposto a sofrer o pior dos castigos que contrariar a vontade do Senhor (Dn 6.10-17; Hb 11.34-38).

II - A POSTURA FIRME DOS SERVOS DE DEUS

Após o anúncio do arauto e o toque dos instrumentos, os líderes que ali estavam dobraram-se diante da estátua de ouro (Dn 3.7). Todavia, o registro bíblico acrescenta que três judeus: Misael, Hananias e Azarias, mantiveram-se de pé.

Por isso, foram acusados pelos caldeus de desrespeito ao rei “não fizeram caso de ti”, deslealdade “a teus deuses não servem” e desobediência “nem adoram a estátua de ouro que levantaste” (Dn 3.12).
Com essa postura, eles revelaram possuir características que autenticam um verdadeiro servo de Deus. Destacaremos algumas:

2.1 Coragem (Dn 3.16-18). O texto bíblico nos mostra que era necessário muita coragem por parte destes homens judeus de se contrapor a vontade do seu patrão Nabucodonosor, estando cientes de que não ficariam impunes por isso.
O Aurélio define coragem como: “bravura em face do perigo. Intrepidez, ousadia” (FERREIRA, 2004, p. 549). “Um homem corajoso é aquele que não recua diante de consequências adversas, na realização do seu dever.
A coragem é uma qualidade mental que leva o homem a enfrentar perigos ou oposição com intrepidez, calma, firmeza e propósito” (CHAMPLIN, p. 899, 2004). A Bíblia exorta-nos a sermos corajosos (Sl 31.24; Pv 24.10; Lc 12.4,5; I Pe 3.14).

2.2 Fidelidade (Dn 3.12,18). A expressão “fidelidade” advém da palavra “fiel” que significa: “que cumpre aquilo a que se obriga; leal” (FERREIRA, 2004, p. 894). Esta virtude é fruto do Espírito (Gl 5.22), que por sua vez é característica fundamental na vida de todo aquele que serve a Deus (Nm 12.7; I Sm 12.24; Pv 12.22; I Tm 4.10,12; Ap 2.10).
 “Os três homens poderiam ter transigido com o rei e defendido sua desobediência com argumentos como: ‘todos estão fazendo isso’, ou ‘é uma das obrigações de nosso cargo’, ou ainda ‘dobraremos nossos joelhos, mas não o nosso coração’.
Poderiam ter dito: ‘podemos ser mais úteis para nosso povo como oficiais à serviço do rei do que como cinzas na fornalha do rei’. Contudo, a verdadeira fé não procura brechas para escapar; simplesmente obedece a Deus e sabe que ele fará aquilo que for melhor.
A fé baseia-se em ordens e em promessas, não em argumentos e explicações” (WIERSBE, 2008, p. 324).

2.3 Determinação (Dn 3.16,17). Determinado é alguém “decidido, resolvido” (FERREIRA, 2004, p. 667).
É o que estes homens de Deus mostraram ser diante da proposta de Nabucodonosor de se curvarem diante da imagem e pouparem suas vidas da morte “não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste” (Dn 3.18-b).
Aquele que é determinado em agradar a Deus ele o faz em todo tempo.
Estes homens assim que chegaram a Babilônia juntos com Daniel assentaram no seu coração de não se contaminar (Dn 1.8). Passado um tempo, eles serviam ao Senhor mantendo a mesma fidelidade.
Essa virtude foi reconhecida pelo próprio Nabucodonosor (Dn 3.8).

2.4 Capacidade de renunciar (Dn 3.18-20). Do que poderemos abrir mão a fim de comprovarmos nossa fidelidade a Deus e aos homens? Misael, Hananias e Azarias mostraram que estavam dispostos a renunciar a própria vida, se preciso fosse. O martírio é preferível à apostasia.
O texto deixa claro que eles não sabiam se Deus iria livrá-los, mas mesmo assim permaneceriam fiéis até a morte (Dn 3.17,18). O verdadeiro servo do Senhor está disposto a abrir mão de qualquer coisa por amor ao seu Deus (Gn 12.1-3; 22; Fp 3.5-8; Hb 11.24-27).

III - A PROVIDÊNCIA DIVINA NA FIDELIDADE HUMANA

Tanto os hebreus como o Deus deles foi afrontado por Nabucodonosor (Dn 3.15).
Contudo, nesta ocasião o Senhor resolveu intervir trazendo três benefícios aos seus servos, a fim de mostrar a Nabucodonosor, aquela multidão, aos três judeus e a todos aqueles que lhe obedecem, que para Ele nada é impossível (Gn 18.14; Lc 1.37).

3.1 Livramento. O rei furioso mandou lançar os judeus amarrados dentro de fornalha.
Todavia, algo extraordinário aconteceu, aqueles hebreus não sofreram queimadura alguma, porque Deus estava com eles dentro do forno aniquilando o poder do fogo, livrando-os da morte conforme asseverou e viu o próprio Nabucodonosor (Dn 3.25).

3.2 Honra. A Bíblia ensina que aquele que honra a Deus por ele será honrado (I Sm 2.30; Jo 12.26). “Diante do grandioso milagre operado por Deus, o monarca babilônico firma em seu coração um propósito pelo qual a soberania do verdadeiro Deus fosse reconhecida e aceita por todos os povos sob seu governo. Nabucodonosor reconhece isso e declara: “porquanto não ha outro Deus que possa livrar como este” (Dn 3.29-b)” (SILVA, 1986, p. 69).

3.3 Prosperidade. Após o ocorrido, aqueles homens de Deus foram promovidos por Nabucodonosor “Então o rei fez prosperar a Sadraque, Mesaque e Abednego, na província de Babilônia” (Dn.3.30). Deus recompensa tanto nesta vida quanto no porvir aqueles que lhe servem de forma agradável (Dn 12.13; II Tm 4.8).

CONCLUSÃO

Como pudemos ver, Deus glorificou o seu nome proporcionando livramento aos três judeus que se propuseram honrá-lo mesmo correndo risco de morte. Devemos agir de forma semelhante diante das atuais propostas do inimigo. Não devemos jamais abrir mãos de valores inegociáveis.

REFERÊNCIAS

ADEYEMO, Tokunboh. Comentário Bíblico Africano. MUNDO CRISTÃO.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
SILVA, Severino Pedro da. Daniel versículo por versículo. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O Deus que Intervém na História - Ev. Isaías de Jesus
Publicado em 15 de Outubro de 2014 as 20:19:56 Comente

TEXTO ÁUREO = “Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a força; ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes” (Dn 2.20,21).

VERDADE PRÁTICA = Deus intervém na historia, pois sua é a terra e os que nela habitam.
LEITURA BIBLICA = Daniel 2.12-23
INTRODUÇÃO
Os maiores homens são os mais expostos às preocupações e transtornos da mente, que perturbam o seu repouso noturno, enquanto o sono do trabalhador é doce e profundo.
Não conhecemos a inquietação de muitos que vivem com grande pompa e, conforme outros pensam de modo vão, com prazer.
O rei pediu aos seus sábios que lhe declarassem o próprio sonho, caso contrário, todos eles seriam executados como enganadores.
Os homens estão mais ansiosos por perguntar sobre os acontecimentos futuros do que por aprender o caminho da salvação ou a senda do dever; porém, o conhecimento antecipado dos sucessos aumenta a ansiedade e o transtorno.
Aqueles que enganavam, pretendendo fazer aquilo que não podiam, foram sentenciados à morte por não conseguirem levar adiante seus enganos.

Nabucodonosor pede aos sábios que lhe revelem seu sonho, 2: 1-3.
2: 1 - Os críticos se referem a esta data do “segundo ano do reinado de Nabucodonosor” como prova de que o livro não foi inspirado porque, dizem eles, Daniel, por este tempo, não poderia ter terminado seus três anos de preparação.
Mas, de acordo com o sistema babilônio de contagem, o segundo ano de Nabucodonosor seria realmente seu terceiro ano no trono, desde que um ano não seria contado enquanto não se completasse (veja 1: 1).
Portanto, isto não contradiz a possibilidade do sonho ter ocorrido no fim do “segundo ano” de Nabucodonosor, e que Daniel assim interpretou o sonho logo que ele tivesse completado seu terceiro ano de preparação.
Outra explicação plausível é que Daniel e seus três amigos estavam ainda em preparação, mas bastante avançados para serem contados entre os sábios, 2:14-18,24-28.
2:2-3 - Mágicos, astrólogos, feiticeiros e caldeus representam todos os tipos de sábios na Babilônia. Ainda que Caldeia literalmente descrevesse o território ao sul da Babilônia, o termo “caldeus” chegou a representar a nata da sociedade babilônia, homens de grande conhecimento que influenciaram os negócios políticos e religiosos do reino.
Os sábios perguntaram primeiro sobre o sonho para que pudessem interpretá-lo, 2:4-13.
2:4 - Começando neste versículo e continuando até 7:28, os manuscritos existentes de Daniel são escritos em aramaico (siríaco). Todo o restante do livro é escrito em hebraico (veja a Introdução).
O aramaico era a língua predominante falada no reino e foi adotada até pelos exilados judeus, que continuaram a falá-la quando retomaram à Palestina.
2:5-6 - O decreto do rei punha à prova a autenticidade destes sábios. Se tivessem realmente capacidade sobrenatural, eles poderiam revelar a Nabucodonosor tanto o sonho como a interpretação. Se pudessem fazer isso receberiam grande honra, mas se não pudessem, então morreriam.
2:7-9 - Eles começaram a ganhar tempo repetindo o pedido para que o rei revelasse seu sonho.
Nabucodonosor percebeu o seu estratagema de preparação de mentiras quando eles se detiveram algum tempo na esperança de que a situação pudesse mudar. Mas se recusou a alterar o seu decreto.
2: 1 0-11 - Eles descreveram a exigência do rei como insensata e impossível. Naturalmente, isto era admitir que eles eram embusteiros.
2:12-13 - Nabucodonosor enfureceu-se e emitiu o decreto para que os sábios fossem mortos. Isto incluía Daniel e seus companheiros.
Daniel pede tempo para revelar o sonho, 2:14-16.
2:14-16 - Quando Arioque, o capitão dos algozes do rei, veio prender Daniel, ele lhe fez saber tudo o que tinha acontecido.Daniel requereu ao rei que lhe desse tempo para estudar o sonho e sua interpretação.
Daniel rende glória a Deus pela revelação do sonho, 2: 17 -30.

A oração e a resposta quando o pedido é concedido, 2: 17-23.
2: 17 -18 - A fé de Daniel em Deus era inabalável. Ele tinha firme esperança que este segredo seria revelado, mas buscou seus três companheiros para juntarem-se a ele em orações a Deus, pedindo a revelação. A confiança não lhe permitiu esquecer sua dependência de Deus.
2: 19-22 - O segredo do sonho foi revelado numa visão noturna e Daniel, agradecido, louvou o Deus do céu. “Dele é a sabedoria e o poder” (Ele é absoluto em todos os seus caminhos).
“É ele quem muda o tempo e as estações.” (Comanda a ascensão e a queda dos reinantes da terra).
“Remove reis e estabelece reis.” (Deus é o supremo dominador do universo). “Dá sabedoria aos sábios…” (É a fonte da sabedoria).
“Ele revela o profundo e o escondido” (É capaz de conhecer o futuro).
2:23 - Daniel agradeceu a Deus pela sabedoria e poder concedidos a ele. Qualquer êxito que tivesse com Nabucodonosor não seria por sua própria força, mas pela de Deus, e Daniel humildemente reconhecia esse fato.
Daniel louva a Deus diante de Nabucodonosor, 2:24-30.
2:24-25 - Daniel persuadiu Arioque a não matar os sábios porque agora ele poderia satisfazer o pedido do rei. Arioque levou Daniel rapidamente a Nabucodonosor.
2:26-28 - Daniel reconheceu que nenhum homem, por si só, tinha capacidade para revelar segredos. Somente Deus no céu tem essa capacidade.
Daniel falou ousadamente do Deus verdadeiro ao rei pagão e idólatra. A expressão “últimos dias” sempre se refere à era messiânica ou àqueles dias que precederam o período messiânico, quando o reino de Deus seria estabelecido (veja Gênesis 49: 1,9-1 O; Números 24: 14, 17; Isaías 2:2-3).
É o mesmo período do qual Joel falou (2:28-32), citado por Pedro no Pentecostes e aplicado ao seu próprio tempo (Atos 2: 17). O período dos “últimos dias” está em contraste com “os tempos passados” quando Deus ainda planejava as dispensações futuras na terra para o homem (veja Hebreus 1: 1-2).
Estamos agora vivendo nos “últimos dias” na terra porque, depois disto haverá julgamento e eternidade (l Coríntios 15:23-26).
2:29-30 - Daniel afirma claramente que ele é apenas o instrumento através do qual Deus está dando a conhecer a história mesmo antes que ela ocorra.
A revelação e a interpretação do sonho de Nabucodonosor, 2:31-49.
1. O sonho, 2:31-35.
2:31-33 - Nabucodonosor tinha visto em seu sonho uma imagem brilhante e terrível composta de diferentes metais.
A cabeça era de ouro; o peito, de prata; o abdômen de bronze; as pernas de ferro e os pés de ferro e argila.
2:34-35 - Uma pedra talhada sem o auxílio de mãos (de origem divina) feriu a imagem de modo que ela foi demolida.
Então a pedra se tornou uma grande montanha que encheu toda a terra. 2. A interpretação do sonho, 2:36-45.
2:36-38 - Nabucodonosor ou, realmente, o reino de Babilônia, é representado pela cabeça de ouro. Este era um grande império, um domínio governando o mundo.
Deus era a fonte do poder, força e glória deste reino (veja 2:21; 4:25). Deus é o soberano governante do universo (Jeremias 27:5-8). Se alguém questionar esta declaração, então que explique como Daniel pôde tão exatamente predizer a queda da Babilônia, bem como as sucessivas ascensões e quedas de outros três impérios mundiais? Além do mais, porque não houve outros impérios mundiais? Desde os dias do império romano (durante o qual o reino de Deus foi estabelecido, 2:44), não houve outro domínio imperante mundial.
2:39 - Outros reinos que terão “domínio sobre toda a terra” sucederiam a Babilônia. O peito e os braços de prata representavam o reino da Medo-Pérsia (veja 5:28; 8:20). Este seria sucedido pelo reino da Grécia (Macedônio) conduzido por Alexandre o Grande (veja 8:21). Daniel não se estende sobre nenhum destes impérios mundiais.
Esta não é uma lição de história, mas o objetivo é mostrar pela inspiração profética que Deus está no comando e que seu reino seria estabelecido. Todos estes reinos terrestres caíram por decreto divino.
A brevidade desta descrição é diferente do que qualquer homem teria escrito.
A exatidão desta profecia é diferente do que qualquer homem poderia ter escrito. O poder da profecia cumprida confirma a inspiração das Escrituras e repele os esforços dos infiéis que negam a inspiração.
2:40-43 - O quarto reinado é o império romano, representado pelas pernas de ferro e os pés de ferro e de argila lodosa.

Roma era forte, e o ferro era um símbolo apropriado (veja 7:7). Contudo, este reino era fraco dentro de si, o que é representado pela mistura de ferro com argila. Ainda que fosse capaz de conquistar o mundo, Roma jamais seria capaz de combinar o povo em um só.
Roma teve muitas dificuldades em manter o império coeso e, finalmente, o império caiu tanto por causa das fraquezas de dentro como pelos exércitos de fora. É digno de se notar que em nenhum lugar “dez” dedos foram especificados. Muito é dito sobre isto pelos pré-milenaristas, que tentam dar “interpretação” adicional ao sonho em seu esforço para negar o que realmente é dito (isto é, que o reino de Deus foi estabelecido nos dias do quarto reinado, que era o romano). Não há qualquer outra interpretação simbólica dos dedos que não seja a fraqueza do reino tendo ferro e argila misturados.
2:44 - “Nos dias destes reis” (império romano), o reino de Deus seria estabelecido. Jesus confirmou esta profecia (Marcos 1:14-15; 9:1). Este reino é de origem divina e de duração eterna (Hebreus 12:28).

2:45 - A pedra não era de origem humana, indicada pelo fato que era cortada sem mãos. A igreja é o reino de Deus (Mateus 16: 18-19). Ainda sendo Deus o soberano Senhor de todo o mundo, ele tem um povo especial que se submeteu voluntariamente ao domínio de Jesus Cristo (Colossenses 1:13-14; Apocalipse 1:5-6; 5:9-10; 12:5; 17:14; 19:15; 1 Pedro 3:22; Efésios 1 :20-23). O reino de Deus é um reino espiritual (Lucas 17:20-21).
O reino de Deus não permanece forte por causa de sua força física, mas por causa do uso da espada do Espírito (João 18:36; 2 Coríntios 10:3-5).
O reino de Deus que foi estabelecido nos dias do império romano continua até agora. O evangelho tem sido pregado através do mundo, e onde quer que tenha ido obteve vitória ao voltar os corações dos pecadores para o domínio de Cristo. Os reinos dos homens têm vindo e ido. Mas desde os dias do império romano não tem havido nem haverá outro império mundial dominado pelos homens. Todas as tentativas para fazer isso levaram a nada. Mas o reino de Deus continuará na terra até a segunda vinda de Cristo, quando será entregue ao Pai (1 Coríntios 15:23-36).
3. A reação de Nabucodonosor, 2:46-49
2:46-47 - O rei “engrandeceu a Daniel” no sentido que ele o honrou.Mais importante, ele honrou o Deus a quem Daniel representava. Contudo, os acontecimentos registrados no próximo capítulo mostram claramente que Nabucodonosor não renunciou aos modos pagãos nem se converteu completamente ao Senhor. Talvez ele fosse como muitos hoje em dia que sabem e reconhecem a verdade, mas nunca se submetem plenamente em obediência.
2:48-49 - Daniel foi posto como chefe supervisor da província da Babilônia, e seus companheiros também receberam cargos oficiais no reino.

Aplicações para os Dias de Hoje:
1. DanieI2:21,37 - Deus domina nos reinos dos homens. Ainda que ele tenha feito do homem um agente moral, livre para escolher entre o bem e o mal, Deus tem o comando soberano do destino da terra. As nações perversas podem existir durante um período de tempo, mas, no final, o Senhor as reduzirá a nada (provérbios 14:34; 16: 12; Apocalipse 1:5; Efésios 1 :20-23).
2. Daniel 2:40-45 - O reino de Deus tinha de ser estabelecido nos dias do império romano. Quando os pré-milenaristas negam que isto tenha acontecido, eles esvaziam a profecia. Cristo disse “o tempo está cumprido” (Marcos 1:14-15; 9:1), e os discípulos acreditaram que o reino foi estabelecido no tempo previsto, porque eram cidadãos dele (Colossenses 1: 13; Apocalipse 1:9; Hebreus 12:28).

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de JesusIgreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados - MS
BIBLIOGRAFIAwww.estudosdabiblia.netComentário Bíblico Mathew Henry

O SONHO DE NABUCODONOSOR, 2.1-49
1. Sonhos Assombrosos Impossíveis de Lembrar (2.1-3)
Os três primeiros versículos dessa seção continuam a narrativa em hebraico. Após as palavras: E os caldeus disseram ao rei em siríaco (4) começa a seção em aramaico que continua até o final do capítulo 7.
A maior parte dos expositores evangélicos identifica esse capítulo e seu correlato, o capítulo 7, como os textos-chave do livro. Aqui vemos o Deus dos céus revelando a um rei pagão o plano divino ao longo das épocas e estágios da história até a consumação no Reino de Deus.
Nabucodonosor (1) era ainda bastante jovem e acabara de herdar o trono. O poder que estava em suas mãos estava crescendo rapidamente. Além disso, por meio de um programa criativo e ousado de construção de cidades em seu próprio país ele estava conquistando a confiança dos líderes religiosos e da população que apoiavam entusiasticamente a sua liderança.
Nessa fase da sua carreira, o rei mostrou uma qualidade marcante de grandeza. Em vez de seguir em um frenesi crescente de realizações, ele buscou acalmar-se para poder pensar acerca do significado da sua própria vida e do poder que estava em suas mãos. Qual seria o seu destino? E qual seria o destino do império que havia ajudado tão recentemente a fundar? Enquanto ponderava, começou a sonhar.
Embora seus sonhos fossem confusos, serviram para provocar pensamentos e perguntas ainda mais profundos acerca do destino e significado da vida.
O seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o seu sono (1). Deus estava por trás desses questionamentos e sonhos.
Esse assunto se tornou tão urgente para Nabucodonosor que tomou medidas extremas para resolver seus problemas. Seus próprios esforços intelectuais não eram suficientes para responder às suas perguntas. Ele chamou os eruditos e especialistas em ciência, filosofia e religião para uma consulta.
A função especial de cada um dos quatro grupos mencionados não está inteiramente clara. Mas parece que os magos (2) eram peritos nas artes ocultas, os astrólogos deveriam ter acesso ao conhecimento sobrenatural por meio do estudo dos céus, os encantadores eram manipuladores de poderes sobrenaturais por meio da feitiçaria, e os caldeus eram os líderes de uma casta sacerdotal na sociedade babilônica.
Surge naturalmente uma pergunta: Por que Nabucodonosor não incluiu Daniel e seus amigos em sua primeira convocação? É bem provável que esses recém-chegados ainda não houvessem conquistado um lugar reconhecido entre os conselheiros sábios e profissionais.
Além disso, esses hebreus, apesar de serem altamente dotados, não haviam sido aceitos na casta sacerdotal.

2. As Exigências Impossíveis do Déspota (2.4-13)
O rei apresentou a esses homens sábios o problema da sua profunda preocupação acerca do sonho que o havia acordado e fizera seus pensamentos fluir em uma correnteza inquietante. Os representantes sacerdotais, os caldeus (4), tornaram-se os porta-vozes para o restante do grupo e pediram uma descrição mais exata do problema.
Eles pediram detalhes específicos do sonho antes de aventurar uma interpretação. Esse pedido irritou o rei. Ele os acusou de falar até que se mude o tempo (9), i.e., simplesmente protelando para conseguir mais tempo.
Se a habilidade sobrenatural deles era genuína, eles deveriam garantir sua interpretação ao contar-lhe o sonho. Isso, obviamente, tirou a máscara da sua hipocrisia, porque não tinham meios de contar-lhe o sonho.
Visto que o rei tinha tornado isso uma questão de vida ou morte para todos os sábios, eles começaram desesperadamente a procurar uma forma de sobrevivência.
Quando descobriram que nem mesmo o rei poderia ajudá-Ios porque havia esquecido seu sonho, eles perceberam como a sua situação era desesperadora. Postos contra a parede, eles foram impelidos à verdade. Porquanto a coisa que o rei requer é difícil, e ninguém há que a possa declarar diante do rei, senão os deuses, cuja morada não é com a carne (11).
Keil insiste em que o rei, na verdade, não tinha esquecido o sonho, mas estava determinado a testar a veracidade das habilidades desses denominados sábios. Se eles pudessem relatar os detalhes do seu sonho, ele estaria certo de que a interpretação deles teria validade. Mas se eles não tinham a habilidade nem mesmo de descrever o sonho, a professa habilidade sobrenatural deles era uma farsa e o castigo horrendo com que o rei os havia ameaçado seria o seu Justo destino.
Quer o sonho tenha sido esquecido, quer não, a situação dos sábios havia se tornado desesperadora.
O castigo decretado “por Nabucodonosor era bastante comum entre os babilônios (veja 3.29). A despedaçamento de cativos de guerra havia sido praticado até pelos hebreus (1 Sm 15.33) como uma manifestação de julgamento extremo. Nabucodonosor acrescentou a esse horror o confisco de propriedade e a profanação das casas das vítimas. tornando-as um monturo (5), i.e., depósitos de lixo públicos.

3. Deus Concede a Daniel a Interpretação (2.14-23)
Embora Daniel e seus companheiros tivessem escapado da convocação do rei, não escaparam da inclusão no decreto de matar os sábios (14). Eles também estavam entre aqueles que seriam executados.
Quando Daniel ficou sabendo da natureza do decreto e do motivo da sua severidade, imediatamente se dirigiu ao rei. O fato de ter esse tipo de acesso testemunha a alta posição que havia herdado nos exames ocorridos tão recentemente (1.19-20). Na presença de Nabucodonosor,
Daniel corajosamente prometeu que daria a interpretação (16), se lhe desse tempo. O rei, antes tão furioso com as manipulações desesperadas dos sábios, estava evidentemente impressionado com a sinceridade, firmeza e confiança de Daniel.
A própria ação de Daniel foi coerente com o homem de Deus que era.
Ele chamou seus três companheiros para juntos com ele passar um tempo em oração intercessora fervorosa. A resposta a essa oração não demorou a chegar. Quando Daniel recebeu o sonho em uma visão noturna, ele irrompeu em um hino de louvor exultante a Deus.
Louvado seja o nome de Deus para todo o sempre; a sabedoria e o poder a ele pertencem. Ele muda as épocas e as estações; destrona reis e os estabelece.
Dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos que sabem discernir. Revela coisas profundas e ocultas; conhece o que jaz nas trevas, e a luz habita com ele (20-22, NVI).

4. A Apresentação de Daniel ao Rei (2.24-30)
A confiança de Daniel em Deus e na resposta que havia recebido era completa: darei ao rei a interpretação (24). A visão que Deus tinha lhe dado era idêntica à do rei, porque o mesmo Deus tinha concedido as duas visões. Sendo assim, ele nem precisou inquirir o rei para testá-la.
A alegria de Arioque em ver que Daniel estava pronto para dar a resposta ao rei ficou evidente em suas ações: Arioque depressa introduziu Daniel na presença do rei (25).
Quando o incrédulo rei perguntou se Daniel poderia cumprir sua difícil exigência, ele se deparou com um homem que estava firmado sobre um fundamento mais sólido do que o solo da Babilônia.
Daniel humildemente declarou que sua fonte de conhecimento era uma revelação do Deus nos céus, o qual revela os segredos (28). Ele negou qualquer revelação própria. Além disso, essa revelação particular foi dirigida de Deus para o próprio rei, para que soubesse os pensamentos do seu próprio coração e o que há de ser no fim dos dias.

5. A Interpretação de Daniel (2.31-45)
Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; essa estátua, que era grande, e cujo esplendor era excelente, estava em pé diante de ti; e a sua vista era terrível (31; “sua aparência era amedrontadora”, RSV). Essa visão imensa e deslumbrante havia deixado o rei perplexo e confuso. Embora fosse apenas uma única imagem, ela era um composto.
Ela começava com ouro brilhante na cabeça (32) e gradualmente deteriorava em qualidade com o peito e os braços de prata, o ventre e as coxas de cobre, as pernas de ferro (33), e os pés com uma mistura de ferro e barro quebradiço.
Então foi cortada uma pedra (”uma pedra soltou-se”, NVI) sem auxílio evidente de uma mão (34).
Quando a pedra esmiuçou a imagem na sua base, toda estrutura ruiu e ela foi reduzida a pó como a pragana (35) e levado pelo vento. A pedra se transformou em um grande monte.
Daniel instantaneamente identificou o rei com a imagem que havia visto. Tu, ó rei, és rei de reis, pois o Deus dos céus te tem dado o reino, e o poder, e a força, e a majestade (37). E Daniel acrescentou especificamente: tu és a cabeça de ouro (38).
Não é difícil imaginar o espanto e a alegria que esse rei deve ter sentido ao ouvir essa revelação marcante. Nabucodonosor ouviu em detalhes o sonho do qual vagamente se lembrava. Isso trouxe uma garantia acerca da verdade da mensagem sobrenatural para Nabucodonosor. Enquanto ouvia, Nabucodonosor percebeu que ele era o primeiro de uma sucessão de impérios. Todos esses impérios tinham um alvo na história - a dissolução debaixo do triunfo e domínio do Reino do Deus dos céus, que nunca será destruído.
O reino de Deus esmiuçará e consumirá todos esses reinos e será estabelecido para sempre (44).
Então Daniel reiterou o propósito do sonho ao rei e lembrou-lhe que vinha de Deus. O Deus grande fez saber ao rei o que há de ser depois disso (45). Os questionamentos mais profundos do rei haviam sido respondidos.
O significado do destino para ele e para todos os governantes terrenos era que a mão de Deus está sobre o curso da história. O alvo final não é o governo do homem em esplendor crescente mas o governo de Deus sobre as ruínas da loucura do homem.
Embora os intérpretes não tenham chegado a um consenso na identificação dos cinco reinos do sonho de Nabucodonosor, a tradição e a interpretação evangélica têm concordado quase que unanimemente.
O primeiro reino (38) é expresso de forma clara; a cabeça de ouro é o Império Babilônico. O quinto (44) também está claro; trata-se do Reino de Deus. O segundo (39a) é geralmente reconhecido como o Império Medo-Persa. O terceiro (39b) e o quarto (40) têm recebido interpretações divergentes, principalmente entre aqueles que entendem que o quarto reino representa o governo grego ou o governo que sucedeu Alexandre.
Isso concentraria as últimas mensagens do livro de Daniel no reino de Antíoco Epifânio. Mas, para a maioria, desde os dias de Jerônimo, o terceiro reino tem sido identificado como o reino da Grécia, fundado por Alexandre e o quarto como o reino de Roma. O versículo 43 reflete as fraquezas de casamentos mistos ou o rápido declínio da sociedade no colapso do quarto reino (Berkeley, nota de rodapé).
Visto que a imagem do sonho de Nabucodonosor e a visão de Daniel no capítulo são obviamente paralelas, a interpretação do sonho deve ser restringida pelo conteúdo da visão.

6. A Exaltação de Daniel (2.46-49)
A reação de Nabucodonosor diante da notável revelação foi impressionante. Como pagão, ele reagiu da única maneira conhecida por ele. Nabucodonosor caiu em adoração diante de Daniel, que ele acreditava ser uma manifestação personificada do sobrenatural. Ele ordenou que fosse feita uma oferta de manjares (46) e de incenso. Então ele louvou o Deus de Daniel, o Deus dos deuses, e o SENHOR dos reis, e o revelador dos segredos (47). Para mostrar sua gratidão de maneira prática ele deu muitos presentes a Daniel e o colocou como governador de toda a província de Babilônia (48). A pedido de Daniel, seus três companheiros receberam importantes cargos políticos. Mas Daniel estava às portas do rei.
Comentário Bíblico Beacon

DANIEL O INTÉRPRETE DE SONHOS
TEXTO ÁUREO = “Ma há um Deus nos céus, o qual revela os segredos; ele, pois fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser no fim dos dias” (Dn 2.28).
VERDADE PRÁTICA = Somente Deus é capaz dc revelar os acontecimentos futuros, pois Ele é Onisciente.

LEITURA EM CLASSE = DANIEL 2.1,2,10,12,16-19,27,28
INTRODUÇÃO
Havia-se passado algum tempo, desde que Daniel concluirá seu treinamento na escola palaciana. Ele fora aprovado por Nabucodonosor, e ficara “perante o rei” (Dn 1.18,19).

1. O SONHO DO REI NABUCODONOSOR
1. A crise provocada pelo sonho do rei. Nabucodonosor teve um sonho, mas não entendeu o que presenciou. Por isso, seu espírito se perturbou, a ponto de perder o sono, porque guardava a certeza, de que a visão encerrava algo de suma importância (v. 1). Convocou todos os sábios de seu reino, isto é, os magos, os encantadores, os astrólogos, os caldeus, para que lhe declarassem a revelação e a sua interpretação. Observamos que Daniel não foi convocado, mesmo, pouco tempo antes, tivesse sido avaliado dez vezes mais sábio que os entendidos do reino (Dn 1 .20). Talvez o consideraram muito jovem.
O rei, no princípio da conversa, prometeu uma recompensa material (v.6), e terminou sua mensagem com a ameaça da morte de todos (v.12). Como não puderam dar a resposta que ele exigia, este, muito irado, decretou o extermínio de todos os sábios da Babilônia. Daniel e seus amigos foram agora lembrados para serem mortos (v.13). Isto mostra que eles, efetivamente, faziam parte dos conselheiros do rei.

2. O pouco valor dado à vida humana. Em um momento de capricho do rei da Babilônia, todos os sábios do reino foram condenados à morte! Um pequeno exemplo do que o paganismo tem a oferecer a seus seguidores. A esperança da humanidade é o Evangelho de Jesus Cristo. Esta mensagem, divulgada e recebida entre os povos, através da obra missionária, fez com que o poder da palavra começasse a influenciar positivamente a atitude das pessoas frente à vida, e modificou até mesmo a legislação de muitos países. Os “direitos humanos” são fruto do Cristianismo.
O Evangelho trouxe também a valorização da mulher. Nos países pagãos, eia tem pouco ou nenhum valor. Mas a Bíblia ensina: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo” (Gl 3.28). Onde a Bíblia penetra e é praticada, a mulher tem o mesmo valor do homem.

3. Daniel, o homem certo, no momento apropriado. Daniel, sabedor do decreto real, pediu que lhe fosse dado um tempo, para que pudesse revelar e interpretar o sonho do rei (v.16). Foi um grande passo de fé, e mostra que ele já sabia, por experiência própria, que Deus nunca falha. Fez saber o caso aos seus amigos e, juntos, oraram, pediram misericórdia a Jeová quanto ao segredo, para que Daniel fosse o instrumento para a salvação não só deles próprios, mas também dos sábios da Babilônia, naquele momento crítico para todos (v. 17,18).

4. Deus responde a oração. Deus respondeu a oração, ao revelar o segredo a Daniel, numa visão de noite (v.19). Ele experimentou mais uma vez que a sombra das asas do Senhor é abrigo seguro nas calamidades (Sl 57.1), pois Jeová é socorro bem presente na angústia (Si 46.1), e quando lançamos o nosso cuidado sobre o Todo-Poderoso, Ele nos sustém (Sl 55.22). O louvor do profeta (vv.19-23) é um modelo de oração que brotou de um coração quebrantado diante da soberania divina. “Invoca-me no dia da angústia, e eu te livrarei, e tu me glorificarás (S 50.15).

5. Daniel conta o sonho ao rei. Daniel foi introduzido na presença de Nabucodonosor que estava ansioso (v.26). O profeta confirmou o que os sábios haviam anteriormente dito, isto é, aquilo que o rei requeria, ninguém era capaz de descobrir. Mas o Deus dos céus revela todos os segredos (v.28). Ele estava ali da parte do Todo-Poderoso, para contar ao rei o sonho, e dar- lhe a devida interpretação (vv. 31- 36).

II. DANIEL REVELOU E INTERPRETOU O SONHO
O sonho é um resumo profético dos acontecimentos que vão desde o cativeiro babilônico, até a vinda de Cristo em glória, no término da Grande Tribulação. Inteirar-se do significado desta visão é de suma importância para nós que vivemos às portas do Arrebatamento da Igreja, pois esta visão ajuda a compreender globalmente a palavra profética.

1. A cabeça de ouro, o reino babilônico (625 a 538 a.C., vv. 37,38).“Tu és a cabeça de ouro”, disse Daniel ao rei, “porque Deus te tem dado o reino, o poder, e a força, e a majestade”. Babilônia, nos dias de Nabucodonosor, detinha a hegemonia mundial, após ter derrotado a Assíria, em 612 a.C. No ano 587 a.C.
Jerusalém foi destruída, e o povo leito cativo, para cumprir-se o que Deus falara por Jeremias : “. ..e os farei tornar a esta cidade, e pelejarão contra ela, e a tomarão, e a queimarão a fogo” (Jr 34.22).
Depois da morte de Nabucodonosor, encontramos entre os seus sucessores o rei Nabonido (556-538 a.C.).
Belsazar, seu filho, estava como co-regente na cidade da Babilônia, quando o Império Caldeu ruiu derrotado por Ciro, rei da Pérsia.

2. O peito e os braços de prata, o reino medo-persa (538 a 330 a.C., v.39). Ciro, o grande, logo no início de seu reinado, fez a famosa proclamação que permitiu aos judeus de seu reino retornarem a Judá e reconstruírem o templo de Jerusalém que Nabucodonosor havia destruído (Ed 1.1-3). Desta forma, cumpriu-se a palavra de Isaías acerca de Ciro, proferida 200 anos antes (Is 44.26- 28; 45.1).
Enquanto grande número deles voltou a Jerusalém, muitos permaneceram na Babilônia, agora sob o domínio persa. Neste contexto político-histórico, inserem-se os fatos relatados no livro de Ester. O reino medo-persa foi conquistado por Alexandre, o Grande, rei da Grécia.

3. O ventre e as coxas de cobre, o reino grego (330 a 167 a.C., v.39).A respeito deste reino, Daniel disse: “Terá domínio sobre toda a terra”(v.39). O rei Alexandre morreu aos 33 anos, sem deixar herdeiros, e oimpério foi dividido entre seus quatro principais generais.

4. As pernas de ferro, o império romano (167 a.C. a 476 d,C., v.40).Quando Jesus nasceu, a Palestina estava sob o domínio de Roma. Pilatos, um governante romano, ratificou a sentença de morte de Cristo. Depois que o império romano foi derrotado em 476 d.C., não surgiu mais outro reino mundial.

5. Pés com dedos de ferro, misturado com barro, um conjunto de reinos (vv.41-43). O versículo 44 mostra que estes dedos representam reis. Esta profecia relaciona-se com as visões proféticas que João teve na ilha de Patmos. Lemos, em Apocalipse 13.1, que ele viu uma besta, a qual tinha sete cabeças e dez chifres. Eles, conforme Apocalipse 17.12, também representam dez reis. Vemos, assim, que no fim da presente dispensação, surgirá um conjunto de remos que dará apoio político ao Anticristo, conforme estudaremos em outra lição.

6. Uma pedra cortada sem mão. Esta parte da visão fala da derrota do reino do Anticristo, que acontecerá como resultado da intervenção divina (v.34).A Bíblia usa várias vezes o vocábulo “pedra”, como símbolo de Cristo. Exemplos: “Chegando-vos a ele, pedra viva…”(l Pe 2.4); “eis que ponho em Sião a pedra principal de esquina…” (1 Pe 2.6); “sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mt 16.18); “bebiam da pedra espiritual que os seguia, e a pedra era Cristo” (1 Co 10.3); etc.
Ela feriu a estátua nos seus pés, isto é, destruiu o conjunto de reinos que apoiavam o Anticristo. Não só eles serão vencidos, mas também as duas bestas serão presas e lançadas no lago de fogo (Ap. 19.20).

7. “Fez-se um grande monte, e encheu toda a terra” (v.35). Esta parte da visão fala da vinda de Cristo em glória, para estabelecer um reino mundial de paz. Ele terá como rei o próprio Senhor Jesus, e abrangerá toda a Terra.

CONCLUSÃO
A interpretação do sonho de Nabucodonosor fala da Onisciência e da Soberania de Deus. Para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos como um dia (2 Pe 3.8). Ele se mostra nesta revelação como o Soberano de todos os tempos e povos. A história secular confirma que todas as previsões divinas, acerca dos remos mundiais, cumpriram-se integralmente. E aquelas que falam de tempos, os quais estão por vir, com absoluta certeza, terão fiel cumprimento. Cristo aniquilará o reinado do Anticristo e estabelecerá um reino de paz que jamais será destruído: “Será estabelecido para sempre” (v.44). E todos nós, que temos o privilégio de chamar este maravilhoso Deus de nosso Pai, pronunciamos de coração a oração que Jesus ensinou: “Pai nosso, que estás no céu, santificado seja o teu nome. VENHA TEU REINO!”.
Lições bíblicas CPAD 1995

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

A Firmeza de Caráter Moral e Espiritual de Daniel - Pr. Altair Germano
Publicado em 9 de Outubro de 2014 Comente

“Então, Daniel foi introduzido à presença do rei. Falou o rei e disse a Daniel: És tu aquele Daniel, dos cativos de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de Judá?” (Dn 5.13)
Quem foi Daniel? No que sua vida e conduta são relevante como exemplo para a geração de líderes atual? São algumas questões que tentaremos responder neste breve artigo.
Daniel (Deus é meu juiz) foi descendente da alta nobreza judaica (Dn 1.3; Josefo, Anti. 10.10,1).
 Foi levado cativo para a Babilônia por Nabucodonosor em 605 a.C. juntamente com outros jovens judeus com as mesmas qualidades.
O Livro de Daniel nos revela que apesar das condições adversas, este grande servo de Deus
conseguiu manter um padrão de conduta moral e de vida espiritual, que nos serve de exemplo para uma conduta cristã em meio a moderna Babilônia, caracterizada pela pluralidade religiosa, pelo relativismo moral, e por um academicismo frívolo e conivente com estas questões.

A INFÂNCIA DE DANIEL: TEMPO DE LANÇAR AS BASES
Não temos detalhes sobre a infância de Daniel. Há fortes evidências de que ela foi vivida em Jerusalém.
 Alguns historiadores afirmam que por volta dos doze e dezesseis anos de idade, Daniel já se encontrava na Babilônia.
Apesar da falta de informações sobre a infância de Daniel, podemos deduzir algumas coisas.

A EDUCAÇÃO DE DANIEL
Daniel, assim como toda criança judaica, teve como referencial teórico educacional o Livro da Lei (Dt 6.1-9).
 As realizações, os mandamentos e as promessas de Deus para o seu povo foram por ele conhecidas e apropriadas. Sua base educacional foi a família. Não havia escolas judaicas formais no tempo de Daniel.
A educação se voltava para os aspectos práticos da vida, levando em consideração a moral, a vida espiritual, a cultura e outros aspectos sociais.
Nestes termos, a condição econômica e social da criança pouco importava.
Nobre ou não, todos deveriam ser educados por seus pais com o mesmo amor, observando-se os mesmos princípios e fundamentos.
Como estamos cuidando da educação de nossos filhos? Como pais ou responsáveis, estamos fazendo a nossa parte, promovendo sólidos fundamentos morais e espirituais em nossos lares a partir do culto domésticos, da leitura e do estudo da Palavra, ou como muitos, já terceirizamos para a escola e para a igreja estas responsabilidades?

AS CONVICÇÕES DE DANIEL
Acredito que Daniel não apenas aprendeu com o que ouviu de seus pais, mas, acima de tudo, pelo exemplo dos mesmos. Onde não existe o exemplo, as palavras perdem a força. Algumas questões precisam ser consideradas, e se encontram nas entrelinhas da narrativa histórica.
Imagine um jovem crente em plena adolescência, que aprendeu que o seu Deus era o criador e sustentador de todas as coisas, e que elegeu soberanamente sua nação como propriedade peculiar, vendo o templo de adoração a este Deus sendo destruído, a cidade de Jerusalém assolada, e as propriedades de sua família confiscadas. Uma verdadeira tragédia e calamidade que podem abalar as estruturas de qualquer indivíduo, removendo-o em pouco tempo de sua fé para um estado de revolta e incredulidade.
Mas isso não aconteceu com Daniel.
As calamidades não se tornaram maior do que as suas convicções.
Daniel não conhecia apenas parte da Lei do Senhor, dos Escritos e dos Profetas, ele sabia que a mesma Escritura que prometia bênçãos para a nação por sua obediência, alertava para as maldições face a desobediência e rebeldia do povo (Dt 28; 2 Cr 7.11-22; Jr 25.1-14).
Conhecia também as promessas de restauração, quando arrependido este povo se voltasse para o Senhor (Jr 29.10-14; Dn 9.1-3); Dessa forma, submeteu-se a vontade de Deus sem reclamar, sem maldizer, sem blasfemar.
Daniel foi levado prisioneiro para Babilônia deixando para trás a sua terra, mas levando adiante a sua fé em Deus.
As lembranças dos tristes acontecimentos não lhe ofuscaram a visão de uma gloriosa restauração.

A JUVENTUDE DE DANIEL: TEMPO DE CONSOLIDAR AS CONVICÇÕES
O Livro de Daniel, em seus primeiros capítulos, registra os desafios na vida de um jovem distante de sua terra, num ambiente hostil, permissivo e violento, em situações concretas de riscos e enfrentamentos.
“Disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, tanto da linhagem real como dos nobres, jovens sem nenhum defeito, de boa aparência, instruídos em toda a sabedoria, doutos em ciência, versados no conhecimento e que fossem competentes para assistirem no palácio do rei e lhes ensinasse a cultura e a língua dos caldeus.
Determinou-lhes o rei a ração diária, das finas iguarias da mesa real e do vinho que ele bebia, e que assim fossem mantidos por três anos, ao cabo dos quais assistiriam diante do rei.
Entre eles, se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias.” (Dn 1.3-6)
Com o propósito de buscar assistentes para as diversas atividades em seu palácio, o rei promoveu um rígido processo seletivo, onde juntamente com outros jovens, Daniel foi escolhido. Estou pesquisando e buscando informações sobre a formação “em ciência”, e sobre os “conhecimentos” em que Daniel era versado, visto que Israel, na época, não tinha tradição acadêmica.
 Como já mencionei na primeira parte deste artigo, a educação entre os judeus era ministrada para a vida prática.
Não havia um conjunto de saberes científicos sistematizados, apropriados para a formação intelectual do jovem hebreu.
O fato é que um dos primeiros grandes desafios do jovem Daniel na Babilônia foi participar de um curso onde o aprendizado da cultura e da língua dos caldeus faziam parte do currículo. Literatura, astrologia, astronomia, noções de magia e adivinhação, agricultura, arquitetura, leis, matemática e língua acádica, seriam algumas das disciplinas. Os estudos científicos mesclavam-se com magia e adivinhação.
O quadro é muito parecido com o que enfrenta os nossos jovens cristãos nas universidades e faculdades norteadas pelas ideias pós-modernas, onde nestes espaços a ciência e as experiências místicas se fundem, o espírito de “tolerância” e “pluralismo religioso” dá o tom, a vida moral é relativizada e onde a felicidade é confundida e reduzida ao mero prazer.
Percebo que o grande problema da atualidade é que muitos dos nossos jovens, diferentes de Daniel, não estão preparados para lidar com este ambiente hostil. A negligência com os estudos bíblicos informais e formais (cultos de doutrinas, escola dominical, seminários, conferências, congressos etc.) contribui para isso. Mas a culpa não está apenas nos jovens. O descaso das famílias cristãs na formação moral e espiritual dos filhos, a falta de qualidade dos estudos bíblicos informais e formais, associado à dificuldade de uma leitura clara da realidade, da contextualização e aplicação dos princípios cristãos por parte da liderança, acaba agravando o quadro. O envolvimento cada vez maior dos pais e dos pastores com as coisas da igreja, em detrimento das pessoas, deixa os jovens expostos aos ataques, e o pior, sem terem em quem buscar ajuda e orientação.
O texto de Dn 1.8 nos diz que “Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se“. Isto é muito bonito de ser lido e pregado, mas, esta firme decisão de Daniel não é fruto do acaso. Há uma história, há investimentos eternos, há experiências envolvidas que pesam e consolidam as convicções do jovem Daniel.

A PROSPERIDADE DO JOVEM DANIEL
A prosperidade de Daniel, resultado de sua aplicação aos estudos e da bênção de Deus sobre a sua vida (Dn 1.9, 17-21), não mudou o seu caráter. Há ainda muitos jovens que querem a bênção de Deus, a prosperidade nos estudos e nas realizações, mas não querem se aplicar, não investem em sua formação e carreira. Apesar das dificuldades que ainda vivenciou (Dn 2.1-13),
Daniel via em cada situação a oportunidade de glorificar ao seu Deus, o que naturalmente fazia com que continuasse crescendo e prosperando em terras estranhas (Dn 2.46-48), além de ser canal de bênção para o crescimento e a prosperidade de seus amigos, que também se encontravam devidamente qualificados para os cargos e funções que ocupariam (Dn 2.49).
Atualmente existem milhares de vagas de emprego, que não são preenchidas por falta de mão-de-obra qualificada.
Muitos jovens se esquecem de Deus quando alcançam o “sucesso” acadêmico e profissional.
Cuidado! Não se embriague, não se entorpeça, não se iluda com as ofertas, com os prazeres e com o sistema babilônico moderno. Continue temente a Deus. Consagre e mantenha dedicado a Ele todo o teu ser, todo o teu saber, todo o teu fazer.
A MATURIDADE E A VELHICE DE DANIEL: TEMPO DE VIGIAR E DE CONTINUAR CRESCENDO
Na vida moral e espiritual não basta começar bem, é preciso terminar bem. Na medida em que o tempo passava, o agora maduro e velho Daniel crescia em intimidade e experiências com Deus.
Muitos, a partir dos 40 anos, e proporcionalmente no avançar destes anos, dão uma certa “acomodada” e descuidam-se um pouco da moralidade e da espiritualidade.
Muitos homens e mulheres de Deus, nesta fase da vida, caem e fracassam, causando grandes prejuízos para si mesmos e para o Reino de Deus.

O DESEJO PELO PODER
Vários pesquisadores e escritores já afirmaram que nesta fase da vida surge certo desejo e busca desenfreada pelo “poder”. Não foi o caso do maduro Daniel, cujo poder foi uma consequência natural do patrimônio sapiencial, moral e espiritual que construiu ao longo dos anos, e acima de tudo, dentro da vontade de Deus (Dn 5.29; Dn 6.28).
Nesta fome e sede de poder, características nesta fase da vida, o patrimônio sapiencial, moral e espiritual desaba, na medida em que o indivíduo, a todo o custo, tenta usurpar cargos, conquistar espaços e dominar sobre pessoas, negociando a própria alma com Satanás, quebrando todos os princípios éticos e morais, e passando por cima de todos que atravessam o seu caminho.
O desejo de ir além das possibilidades, da legalidade e da legitimidade no exercício do poder, o orgulho e a arrogância, derrubou Lúcifer e continuará derrubando todos os que pensam e agem desta forma (Is 14.12-15; Ez 28.11-19).

FRUTOS, VISÕES E SONHOS PROFÉTICOS
Os capítulos 5 a 12, fazem parte de um período que se inicia em aproximadamente 538 a.C, ou seja, quando Daniel já beirava os 70 anos de idade. Nesta época, encontramos o velho Daniel em plena atividade, atuando e prosperando nos negócios do reino (Dn 5.29; 6.1-3, 28), e melhor, mantendo uma vida de regularidade nas orações (Dn 6.10) e na leitura das sagradas escrituras (Dn 9.1-3).
O resultado desta vida devocional exemplar, foi que as visões, as revelações e a unção profética lhe acompanharam até ao final de seus dias (Dn 5.18-28; Dn 7.1ss; 8.1ss; 9.20ss; 10.1ss; 12.13).

Cumpre-se em Daniel o que diz a Bíblia:
“O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano.
Plantados na Casa do SENHOR, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor, para anunciar que o SENHOR é reto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça.” (Sl 92.12-15)
Como crentes e líderes, assim como Daniel, mantenhamos o padrão, o equilíbrio e o crescimento em todo o tempo, e em todas as áreas de nossas vidas, para o louvor e a glória do nome do Senhor!
* O texto acima foi publicado na obra “Uma Igreja com Saúde”, sob o título “O Profeta Daniel: Crescimento em tempos de crise.

Publicado no Blog do Pr. Altair Germano