quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A Atualidade dos Últimos Conselhos de Tiago - Rede Brasil de Comunicação
Publicado em 25 de Setembro de 2014 as 14:35:17 PM Comente
Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Recife / PE

Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais

Pastor Presidente: Aílton José Alves

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LIÇÃO 13 - A ATUALIDADE DOS ÚLTIMOS CONSELHOS DE TIAGO - 3º TRIM. 2014

(Tg 5.7-20)

INTRODUÇÃO

Nesta última lição deste trimestre, analisaremos diversos conselhos práticos para a vida cristã ensinados por Tiago, tais como: a importância de se esperar em Deus com paciência,
 tendo como exemplo a figura agricultor e do patriarca Jó; o apóstolo exorta que utilizemos o eficaz recurso da oração nas aflições, enfermidades e confissão de pecados.
E, por fim, exorta-nos a resgatarmos os irmãos que se desviaram fazendo-os regressarem a comunhão perdida.

I - O AGRICULTOR: UM EXEMPLO DE ESPERANÇA, PACIÊNCIA E PERSEVERANÇA

“Tiago agora passa a aconselhar o pobre oprimido. Suas instruções são no sentido do pobre suportar com paciência sua situação econômica e social à vista da iminente volta, do Senhor. Como exemplo de alguém que deve exercitar a paciência,
Tiago cita o caso do lavrador que espera “o precioso fruto da terra”. Na Palestina, as primeiras chuvas (outubro/novembro) vinha depois da semeadura e as últimas chuvas (abril/maio) quando os campos já estavam amadurecendo.
 Ambas eram de suma importância para o sucesso da colheita. Do mesmo modo o cristão, diz Tiago, não deve perder a paciência diante das adversidades, mas deve estabelecer firmemente o seu coração à vista do fato de que “a vinda do Senhor está próxima” (MOODY, sd, p. 24 - acréscimo nosso).

CARACTERÍSTICAS DO AGRICULTOR DEFINIÇÃO E REFERÊNCIAS
a) Esperança. “Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra” (Tg 5.7-a). No grego “elpis” que quer dizer “expectativa favorável e confiante”. Tem a ver com o que não se vê e o futuro (Rm 8.24,25).
b) Paciência. “aguardando-o com paciência” (Tg 5.7-b).
No grego “hupomone”, que significa literalmente “permanência em baixo de”. A paciência que só se desenvolve nas provas (Tg 1.3).
c) Perseverança. “até que receba a chuva temporã e serôdia” (Tg 5.7-c).
No grego “proskarteresis” que significa “constância”, “paciência”. A forma verbal desta palavra significa “aderir”, “persistir”, “ocupar-se em”, “passar muito tempo em” (Ef 6.18).


II - TIAGO EXORTA QUANTO A PACIÊNCIA, PRUDÊNCIA E A ORAÇÃO

2.1 Exortação a paciência tendo como modelo o patriarca Jó (Tg 5.10,11). “Além dos lavradores, também, os profetas são citados como exemplos de “sofrimento e paciência”.
 Jó era tradicionalmente considerado um profeta, e aqui foi explicitamente citado como um exemplo de perseverança. Este é o único lugar do NT, onde Jó foi mencionado.
 O ponto principal da ilustração de Jó é que a paciente perseverança mantém-se sobre a convicção de que as dificuldades não são sem significado, mas que Deus tem alguma finalidade e propósito nelas, o que Ele há de realizar” (MOODY, sd, p. 24).
A Bíblia ensina que a tribulação produz paciência (Rm 5.3; Tg 1.3).

2.2 Exortação quanto aos juramentos tendo como base o ensinamento de Cristo (Tg 5.12).
 “Uma vez mais, Tiago menciona as palavras de Jesus em seu ensino doutrinário (Mt 5.33-37).
 O irmão de Jesus e pastor da Igreja em Jerusalém não está condenando os juramentos solenes, pois eram uma antiga prática judaica, legalmente válida, quando se precisava atestar uma palavra empenhada (Êx 22.11).
 Assim como foi instado a fazer Jesus perante Caifás (Mt 26.63,64), e Paulo, ao expressar seu zelo para com a Igreja (Rm 1.9; 9.1).
 Tiago está condenando o uso leviano do santo nome de Deus ou de qualquer pessoa ou objeto sagrado para garantir a verdade do que se diz. Os cristãos devem ser conhecidos como pessoas cujas palavras são absolutamente dignas de crédito, sem nem mesmo a necessidade de juramentos” (JAMES, 2007, p. 09).

2.3 Exortação quanto a prática da oração tendo como exemplo o profeta Elias (Tg 5.13-18). Para exemplificar o poder da oração, Tiago cita o profeta Elias, que sendo um homem com as mesmas limitações que temos, orou ao Senhor para que não chovesse e não choveu; em seguida orou para que chovesse e assim foi (I Rs 17.1; 18.1). Segundo Tiago, a oração de um justo realiza muitas coisas (Tg 5.16-b), entre as quais podemos citar: (1) leva-o mais perto de Deus (Hb 7.25); (2) abre caminho para uma vida cheia do Espírito Santo (Lc 11.13; At 1.14); (3) dá-lhe poder para servir e para a devoção cristã (At 1.8; 4.31,33; Ef 3.14-21); (4) edifica-o espiritualmente (Jd 20); (5) dá-lhe compreensão da provisão de Cristo por nós (Ef 1.18,19); (6) ajuda-o a vencer a Satanás (Dn 10.12,13; Ef 6.12,18); (7) esclarece a vontade de Deus para ele (Sl 32.6-8; Pv 3.5,6 Mc 1.35-39); (8) capacita-o a receber dons espirituais (I Co 14.1); (9) leva-o a comunhão com Deus (Mt 6.9; Jo 7.37; 14.16,18,21) e, (10) outorga-lhe graça, misericórdia e paz (Fp 4.6,7; Hb 4.16).

III - CONSELHOS DE TIAGO PARA QUEM SOFRE, PARA QUEM ESTÁ ENFERMO E EM PECADO

Em sua epístola, Tiago deu o devido valor a prática da oração mencionando-a várias vezes (Tg 1.5,6; 4.2,3; 5.13-18). A Bíblia ensina o cristão a orar em todo tempo (I Ts 5.17).
Todavia, o apóstolo elenca alguns momentos e circunstâncias na vida onde devemos buscar o socorro de Deus em oração:

3.1 Oração na aflição (Tg 5.13). Essa palavra do apóstolo visa descrever aqueles que sofrem por qualquer tribulação, aperto, necessidade, privação ou enfermidade. Diante de qualquer circunstância difícil diz Tiago “ore”.
Temos diversos exemplos de pessoas que recorreram a Deus em momentos de aflição e foram por Ele aliviados (2 Cr 32.12,13; Sl 18.6; Lc 22.44; 2 Co 12.7-10).
 Mas, por quais razões devemos orar na aflição? (1ª)
Porque a oração é um ato de fé que pode solucionar problemas e trazer alegria (Gn 25.21; I Sm 1.10-18); (2ª) porque a oração pode ajudar o crente a mostra-se capaz de suportar suas tribulações (II Co 12.8,9; Ef 6.18); (3ª) porque a oração pode distrair a mente do salvo em suas tribulações (Fp 4.6,7; I Pe 5.7); e, (4ª) porque a oração é um exercício espiritual que melhora a qualidade espiritual da alma, ainda que o homem mortal continue a padecer sob circunstâncias adversas (Lc 22.44; At 7.60).

3.2 Oração quando se está enfermo (Tg 5.14,15). Certamente o texto em foco refere-se aos doentes no corpo físico. A recomendação do apóstolo para aqueles que encontram-se nessa condição é de recorrerem ao presbítero a fim de pedir oração, crendo que sua saúde pode ser restaurada. Isto não é uma sugestão de que Deus sempre atende a oração do crente com um sim. Toda oração, inclusive a oração pela cura, fica sujeita à vontade de Deus (II Co 12.8,9; I Jo 5.14).
Deve-se destacar também que a prática de ungir a cabeça do enfermo, não indica que o óleo possui poder curador. Embora na cultura judaica o azeite de oliveira era considerado com propriedades medicinais (Lc 10.34).
A ideia original é que esse óleo fosse usado como um sinal visível e tangível do poder de Deus representando a unção do Espírito Santo. Biblicamente, o que pode proporcionar cura é o nome do Senhor conforme o próprio Jesus e os seus santos apóstolos ensinaram (Mc 16.17,18; At 3.6,7; Tg 5.14,15).

3.3 Confissão de pecados contra Deus e contra o próximo (Tg 5.15-16). A origem das enfermidades está no pecado original, nem sempre num pecado pessoal (Gn 3.17-19; Jo 9.1-3).
Todavia, existem casos também onde a pessoa encontra-se enferma por causa de uma transgressão cometida (Sl 32.3,4; II Cr 26.19; Jo 5.14).
Por isso, Tiago diz: “e, se houver cometido pecados” lançando luz sobre esta verdade. Em caso de pecado que fira a santidade da igreja, o transgressor confessa a Deus e pede orientação ao pastor e/ou presbítero para que se necessário for, seja aplicada a disciplina pela igreja, dependendo da gravidade do pecado (Tg 5.15; I Co 5;6). No segundo caso, se o pecado está no campo dos relacionamentos interpessoais, o apóstolo recomenda “confessar as suas culpas uns aos outros”.
 Isso visa o encorajamento mútuo, como também a busca da reconciliação e perdão dos irmãos entre si.

IV - A PERSPECTIVA DE TIAGO EM RELAÇÃO AOS IRMÃOS DESVIADOS

4.1 A possibilidade do abandono da fé (Tg 5.19). A expressão “se algum dentre vós se tem desviado” indica claramente a possibilidade do crente se afastar da verdade que abraçou.
 “A palavra “se desviar” usada por Tiago no grego é “planao”, que quer dizer “desviar-se” ou “fazer desviar-se”; em seu uso moral significa o desvio da fé para o pecado, da verdade para o erro” (CHAMPLIN, 2005, p. 84).
O apóstolo possivelmente está fazendo alusão aos judeus cristãos que sofriam perseguições por parte dos judeus patrícios por haverem deixado o judaísmo e aceitado Jesus como Messias (I Ts 2.14; At 8.1,3; 12-1-3; 17.1-8; Hb 10.33,34).
Nas Escrituras encontramos alguns exemplos dessa triste realidade. Os cristãos da Galácia estavam à beira de se desviar de que a justificação diante de Deus é pela fé, sem as obras da lei (Gl 3.1; 4.8-10; 5.7). Há casos individuais como Himeneu e Alexandre (I Tm 2.20; II Tm 4.14) e Demas (II Tm 4.10).
 A exortação a perseverar na fé indica claramente que a ideia de uma vez salvo, salvo para sempre é enganosa e extremamente nociva (Jo 8.31; 15.1-6; At 11.23; 13.43; 14.22; I Ts 3.2-5; Ap 2.25).

4.2 A possibilidade do regresso a fé (Tg 5.19,20).
Assim como existe a possibilidade do crente desviar-se da verdade, Tiago diz que ele também pode ser reconduzido (Tg 5.19).
A expressão “converter” literalmente é “fazer que a pessoa se volte completamente”.
Trata-se de uma reviravolta completa que as Escrituras usualmente retratam como “arrependimento” (Is 6.10; Ez 33.11; At 3.19; 9.35; 2 Co 3.16).
 “O cristão, que se desvia do Caminho, mas que é reintegrado, tem todos os seus pecados absolvidos pelo poder do sangue remidor de Cristo, além de produzir grande júbilo espiritual em seus irmãos na Igreja, e a manutenção do bom testemunho dos cristãos perante o mundo (Hb 6.4-8; 2 Pe 2.20-21; 1Co 11.30; 1Jo 5.16)” (JAMES, 2007, p. 10).

CONCLUSÃO

Os conselhos do apóstolo Tiago são extremamente necessários para a saúde espiritual da igreja em todo tempo. Paciência, oração, confissão de pecados e amor ao próximo são atitudes que revelam o verdadeiro cristianismo.

REFERÊNCIAS

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
MOODY, D. L. Comentário Biblico de Tiago. PDF.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. HAGNOS.

terça-feira, 23 de setembro de 2014




O currículo de Escola Dominical CPAD é um aprendizado que acompanha toda a família. 
A cada trimestre, um reforço espiritual para aqueles que desejam edificar suas 
vidas na Palavra de Deus. Neste 4º trimestre de 2014, estudaremos: Integridade Moral e Espiritual.
Comentário das lições será feito por: Elienai Cabral

Sumário:
1- Daniel, Nosso “Contemporâneo”
2- A Firmeza do Caráter Moral e Espiritual de Daniel
3- O Deus que Intervém na História
4- A Providência Divina na Fidelidade Humana
5- Deus Abomina a Soberba
6- A Queda do Império Babilônico
7- Integridade em Tempos de Crise
8- Os Impérios Mundiais e o Reino do Messias
9- O Prenúncio do Tempo do Fim
10- As Setenta Semanas
11- O Homem Vestido de Linho
12- Um Tipo de Futuro Anticristo
13- O Tempo da Profecia de Daniel

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

O Perigo da Busca pela Autorrealização Humana - Ev. José Roberto A. Barbosa

O PERIGO DA BUSCA PELA AUTORREALIZAÇÃO HUMANA

Texto Áureo Tg. 4.10 - Leitura Bíblica Tg. 4.1-10
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa

www.subsidioebd.blogspot.com

INTRODUÇÃO

A sociedade moderna está impregnada pela ideia do sucesso, muitas vezes alcançado a qualquer custo, sem qualquer consideração ética, mais que isso, sem o aval divino. Na aula de hoje estudaremos a respeito dos perigos da busca desenfreada pela autorrealização pessoal, ressaltando, sobretudo, as implicações que essa pode trazer, quando distanciadas dos princípios divinos. Destacaremos, na aula de hoje, que a autorrealização pressupõe uma ética, e que essa deve se respaldar nos princípios cristãos.

1. A AUTORREALIZAÇÃO HUMANA

Nas livrarias os livros que mais são vendidos são aqueles que motivam à autorrealização,
esses são comumente reconhecidos como “autoajuda”. Isso porque se fundamentam na concepção de sucesso,
independentemente de Deus. O mundo empresarial comprou essa concepção, que é considerada normal em um contexto no qual Deus se tornou desnecessário.
 Em consonância com Tiago, devemos ter cuidado com a competitividade exacerbada que predomina nos mundo dos negócios, e que, às vezes, está sendo adotado dentro das igrejas. As desavenças no âmbito eclesiástico não têm o respaldo divino (Tg. 4.1).
 As invejas e cobiças estão sendo colocadas em um patamar que os outros deixam de ser considerados. Há até aqueles que oram com intento de satisfazerem suas vaidades (Tg. 4.3). Devemos tomar cuidado com essas orações, na maioria das vezes elas refletem os desejos mais ocultos, e em alguns casos, sentimentos de ganância. Alcançar determinados espaços não pode ser a razão de ser, a competitividade também tem limites, o respeito ao próximo continua sendo o padrão ético de Jesus (Mt. 22.37).
 Paulo, em consonância com a mensagem de Tiago, nos orienta a deixar morrer nossos membros, para não sermos controlados pelas nossas paixões (Cl. 3.5-9).
 Não há limite para a cobiça, em uma sociedade de consumo, quanto mais se tem mais se quer. A propaganda incita à inveja, a buscar primeiro nossos interesses, e colocar os outros em segundo plano, inclusive o reino de Deus. Mas Jesus nos ensina que devemos colocar o reino de Deus primeiro, e as coisas necessárias nos serão acrescentadas (Mt. 6.33). Como o salmista, nosso maior desejo deve ser agradar a Deus, Ele precisa ser sempre nosso maior anelo (Sl. 63.1). Devemos lembrar sempre que o cristianismo nada tem a ver com esses padrões absorvidos pela sociedade. A igreja precisa ser diferente, não apenas no modo de vestir, mas também em seu proceder. Como bem destacou Kierkegaard, “no dia que o cristianismo e o mundo se tornarem amigos, o cristianismo deixará de existir”.

2. O PERIGO DA AUTORREALIZAÇÃO

Esse sistema de autorrealização em que os fins justificam os meios não é cristão, é diabólico. Não devemos esquecer que o mundo jaz no maligno (I Jo. 5.19) e que Satanás, o deus deste século, cegou o entendimento das pessoas (II Co. 4.4). Destacamos algumas das tendências atuais: valorização do temporário em detrimento do eterno (I Co. 7.32,33),
 a cobiça dos olhos, através da ostentação de bens, que alimenta a soberba da vida, não provém de Deus (I Jo. 2.16); e o desejo desenfreado de ter sempre mais, ao ponto de perder a própria vida (Mt. 16.26; Lc. 9.25).
 A parábola contada por Jesus, a respeito do rico insensato, deve servir de alerta a todos aqueles que se entregam desordenadamente aos interesses mundanos (Lc. 12.19-21). Muitas pessoas estão trocando o tesouro celestial, que a traça não corrói nem a ferrugem o atinge, pelos tesouros terrenos (Mt. 6.21).
 Tenhamos cuidado para não nos deixar levar pelo pensamento da maioria, nem sempre a voz do povo é a voz de Deus, como se costuma dizer. Fomos alcançados pela graça de Deus, e essa nos reclama a um modo de viver diferenciado, que não se pauta pelo mundanismo (Tt. 2.11,12).
 Os valores deste mundo nada têm a ver com os princípios da Palavra de Deus (I Jo. 2.15). Enquanto que a sociedade exalta aqueles que conseguiram “vencer na vida”, a mensagem evangélica diz “Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes” (Pv. 3.34; Tg. 4.6).
 Existe um ranking daqueles que são considerados os mais ricos do mundo, e esse é divulgado todos os anos pelas principais revistas internacionais. Mas será que esses mesmos ricos podem ser considerados assim do ponto de vista de Deus? Os critérios do Senhor em relação ao sucesso são diferentes daqueles apregoados pelo mundo dos negócios. Na perspectiva divina o modelo de sucesso é o de Jesus, que se esvaziou, tomando a forma de servo, de igual modo, devemos considerar sempre os outros superiores a nós mesmos (Fp. 2.3).
 A fé cristã não exalta, ou pelo menos não deveria, aqueles que conseguiram seu “lugar ao sol”. A preocupação dos cristãos, como foi a de Cristo, deve ser com aqueles que se encontra em condição de vulnerabilidade. O auxílio aos mais pobres é uma missão a ser perseguida por todos os cristãos,
 levando às pessoas o evangelho integral, que percebe tanto o corpo quanto o espírito.

3. O EQUILIBRO NAS REALIZAÇÕES

A busca pela realização pessoal necessariamente não é pecado, todas as pessoas podem estudar, também comercializar, mas a soberba não deve ser o fundamento de qualquer empreendimento. Em tudo que fazemos devemos estar debaixo da sujeição de Deus, nada temos ou podemos ter sem que Ele nos permita. Ao invés de seguir os ditames deste mundo tenebroso,
 devemos ouvir a Palavra de Deus, e escolher ir após Jesus, como seus discípulos (Mt. 16.24-28). Para isso precisamos resistir ao diabo, revestindo-nos de toda armadura de Deus (Ef. 6.10-18), não nos dobrando aos seus ardis (Tg. 4.7; I Pe. 5.7,8).
 Quando mais nos aproximamos de Deus, mais nos distanciamos do alcance de Satanás (Tg. 4.8). O autor de Hebreus nos chama à aproximação de Deus, com um coração sincero e repleto de fé (Hb. 10.22). A adoração ao Senhor é o caminho por meio do qual nos achegamos ao trono da graça, o próprio Deus busca adoradores, que o fazem em espírito e em verdade (Jo. 4.24).
 É nessa disposição que podemos trabalhar, estudar e fazer qualquer coisa, tudo na fé em Cristo Jesus, que a todos abençoa (I Co. 10.31-33; II Tm. 3.16; I Pe. 2.9).
 Os cristãos não podem fazer parte do mundo (satânico), mas estão no mundo (físico) a fim de atrair o mundo (pessoas) para Deus. Nessa missão, devemos ter cuidado para não sermos engodados pelos padrões que podem nos distanciar de Deus. Não precisamos entrar nessa competitividade doentia, confiemos no Senhor, assim como fez Abraão (Gn. 13.8).
 Os cristãos não estão impedidos de estudarem, buscar promoções no trabalho, mas estão limitados pela ética bíblica. Atitudes que envergonham o evangelho não deve ser utilizadas para se alcançar determinado fim. As mãos dos cristãos devem estar limpas, nada de duplo ânimo, isto é, procedimentos contraditórios (Tg. 4.8).
 Não somos cristãos apenas durante o período que estamos dentro do templo, mas em todos os momentos da vida, vinte e quatro horas por dia.

CONCLUSÃO

Mas para aqueles que se arredaram com o pecado, Tiago nos traz uma mensagem de esperança. É preciso sentir a miséria da condição de distanciamento de Deus, e lamentar o desejo de autorrealização fora dos padrões bíblicos.
 A conversão é uma possibilidade, que se concretiza na vida daqueles que abandonam o orgulho.
 O sucesso, como um fim em si mesmo, não tem respaldo escriturístico.
 A advertência de Jesus nesse sentido é enfática: “Ai de vós, que estais fartos, porque tereis fome, ai de vós, o que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis” (Lc. 6.25).