TEXTO ÁUREO = “Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre”. I Pedro 1: 23
VERDADE PRÁTICA = Somente aqueles que foram gerados pela Palavra da Verdade são guiados pelo Espírito Santo.
LEITURA BÍBLICA = Tiago 1:9-11,16-18
INTRODUÇÃO
A passagem de Tiago 1.9-16 nos conduz a um manancial de riquezas quanto à compreensão da posição do homem em relação ao seu semelhante bem como em relação ao próprio Deus. O texto coloca o pobre e o rico como absolutamente responsáveis e iguais diante de Deus, ao mesmo tempo em que reconhece a soberania divina e ainda a eqüidistância de Deus dos problemas e circunstâncias da vida cotidiana do homem. Procuremos, então, saber o que o Espírito Santo quer ensinar- nos através destes oito versículos da Epístola de Tiago.
POBRES E RICOS - COMO DEUS OS VÊEM
A pobreza e a riqueza, independentemente de suas origens, são fatos comuns à realidade da existência humana, Evidentemente nunca foi propósito de Deus que uns poucos retivessem consigo tanta fortuna, enquanto que a maioria das pessoas vive uma vida que abeira a extrema miséria. Então, de acordo com o ensino de Tiago, como Deus vê pobres e ricos? Tentaremos responder a esta questão analisando-a no contexto da Igreja.
1. O cristão pobre (v.9). O crente que vive com o mínimo necessário, e até mesmo aquele que vive sem condições de satisfazer as suas necessidades básicas mínimas, é instado pelo apóstolo: “Mas glorie-se o irmão abatido (pobre) na sua exaltação”.Isto é: o cristão pobre deve fazer da sua posição em Cristo, uma fonte de gozo.
Uma vez que Deus não olha para o homem distinguindo-o por classe social qualquer, mas estabelece o seu valor intrínseco através da obra redentora efetuada por Jesus Cristo no Calvário, fica evidenciado que é pela sua identidade com Cristo que o cristão pobre se exalta, e nisto deve gloriar-se.
2. O cristão rico (v.10). Desde o princípio da Igreja tem havido entre seus membros aqueles que detêm maior riqueza material. Considerando a possibilidade dos mais ricos abandonarem a simplicidade do Evangelho, escrevendo a Timóteo recomenda o apóstolo Paulo: “Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos” (I Tm 6.17).
A este, manda o Espírito Santo através do apóstolo Tiago, que ele se glorie em seu abatimento (insignificância), porque o rico bem como a sua riqueza “passará como a flor da erva” (Tg 1.10).
3. A transitoriedade do rico e das riquezas (v.11). Parece que ao pobre ninguém precisa lembrar a sua necessidade de depender única e exclusivamente de Deus. Nada tendo aqui, ele vive o antegozo de possuir um tesouro no Céu (Mt 6.19,20).
O rico, porém, precisa ser lembrado de que o vigor da vida perece, as rugas chegam com os anos, e de que, enfim, as riquezas terrenas de nada valem. Enquanto o vigor da vida não se esvai e a velhice não chega, aos irmãos abastados por dinheiro e outros bens, recomenda o Espírito Santo: ”Que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis; que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna” (I Tm 6.18,19).
DEUS SÓ FAZ O BEM
O versículo 16 é com freqüência tratado como uma transição do pensamento dos versículos 13-14 para os versículos 17-18. A mudança é brusca: Não erreis. Não vagueiam tanto no seu pensamento a ponto de acreditar que qualquer provação ou tentação, com um propósito mal, vem de Deus. Deus somente dá o que é bom - e Ele é a Fonte de todas as coisas boas. Deus nos fez o tipo de pessoas que somos e quando a criação estava completa Ele viu que tudo “era muito bom” (Cii 131). Moffatt traduz a primeira parte do versículo 17 da seguinte maneira: “Tudo que recebemos é bom e todos os nossos dons são perfeitos”.
16_ Não vos enganeis, meus amados irmãos. Toda boa dádiva e todo dom perfeito vem do alto, 17_descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sobra de variação. Segundo a sua própria vontade, 18_ ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas.
“Não vos enganeis” esta ligando duas idéias. Não se enganem, pensando que o pecado vem de Deus (vs. 13), pois dele só vem o bem, tanto que “ele nos gerou pela palavra da verdade” (vs. 18), e a partir do vs. 21 temos a apresentação do que seja a “palavra da verdade”.
Nosso ponto de partida, portanto, deve ser o vs. 13. Não nos enganemos, pensando que Deus nos conduz ao mal. Não nos desculpemos dos nossos pecados, colocando a culpa em Deus. Ele não tenta a ninguém. Dele só vem o que é bom e nunca o mal.
“Meus amados irmãos”. Apesar da advertência a ser feita, o tom é carinhoso. Tiago repreende sem ira, mas até com ternura. Uma lição que devemos aprender aqui é a tratar a todos com carinho, sem concordar com o erro.Não lança duvidas sobre a conversão genuína dos cristãos daqueles dias, (muito menos hoje) embora percebesse que tinham caído em alguns erros doutrinários e práticos.
“Toda boa dádiva e todo som perfeito vêm do alto”. ”Alto” é empregado aqui como substituição para “Deus”. Embora várias vezes Tiago use o nome de Deus na sua carta, era prática comum aos hebreus substituírem o nome divino por outra forma de expressão.
Além do termo “Alto” ser um sinônimo de Deus, outra consideração deve ser feita sobre o mesmo. Ele mostra a transcendência de Deus. Ele é o que esta lá em cima, em contraposição aos homens, que estão cá embaixo. Há uma diferença entre Deus e os homens. Em João 8:23, por exemplo, encontramos as seguintes palavras de Jesus: “Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo.” Há uma diferença entre Jesus e seus opositores. A diferença moral, portanto, é acentuada pelo termo “Alto”.
Transcendência de Deus: É o Caráter do que está fora do alcance de nossa ação ou até de nosso pensamento.
Ele é diferente e independente da sua criação (ver Êxodo 24.9-18; Isaías 6.1-3; 40.12-26; 55.8,9).
Seu ser e sua existência são infinitamente maiores e mais elevados do que a ordem por Ele criada (1Reis 8.27; Isaías 66.1,2; Atos 17.24,25).
Ele subsiste de modo absolutamente perfeito e puro, muito além daquilo que Ele criou. Ele mesmo é incriado e existe à parte da criação (ver 1Timóteo 6.16).
A transcendência de Deus não significa, porém, que Ele não possa estar entre o seu povo como seu Deus (Levítico 26.11,12; Ezequiel 37.27; 43.7; 2Corintios 6.16).
“Boa dádiva… dom perfeito”. Os dois termos “dádiva , perfeito” são derivados, significa “dou, concedo, ofereço”. Parece mais uma repetição para enfatizar o argumento, uma forma de expressar, do que propriamente duas realidades distintas. O ensino de Tiago é que Deus dá boas coisas ao seu povo. Tudo o que é bom vem de Deus. Dele não nos vem o mal, a tentação. Vem o bem, que está no vs. 18.
“Descendo do Pai das luzes”. O dom vem dele, descendo, para nós. Uma conclusão lógica, já que ele é lá do alto e nós somos cá de baixo.
A figura de Deus como luz é comum, tanto no Velho Testamento quanto no Novo Testamento. No Salmo 27:1 “O Senhor é a minha luz e a minha salvação…”, Em João 1:5 lemos que “Deus é luz”. O Salvador também aplicou a si a significativa figura: João 8:12 “Eu sou a luz do mundo; quem me segue, de modo algum andará em trevas, mas terá a luz da vida”.
Mas, Tiago ultrapassa esta metáfora, ele amplia e declara que Deus é “Pai das luzes”. A linguagem é alusiva a Deus como Criador dos luminosos, ensino que fica patente em Gênesis 1:14-18. Ele é Pai das coisas mais elevadas da criação, os astros. Os astros se localizam muito acima dos homens. Mas, quem os criou é maior do que os astros e está acima deles, por ser “o Pai das luzes”.
A Linguagem cosmológica e confirmada pelo final do vs. 17 “em quem não há mudança nem sobra de variação.” O Pai é imutável. Faça-se, porém, uma observação necessária: Não confundamos imutabilidade com imobilidade. Deus não muda seu caráter e sua essência, mas age de maneiras diferentes de como agiu no passado. Ele não esta preso a esquemas. Não há nele sombra de variação. Até os astros mudam.
Naqueles dias viam as luzes no céu brilharem, viam o sol nascer e se pôr, tendo o brilho diminuído durante o dia, viam as fases da lua. As luzes do firmamento mudavam, mas o Pai que os criou não muda nunca. É o mesmo sempre. Sempre é bom, Nunca deixará de ser bom e de dar boas coisas aos seus filhos.
Não é suficiente, porém, dizer que “toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto”. Qual é a evidência desta declaração? O que tem Tiago para apresentar como prova de sua afirmativa? A resposta está no vs. 18 “Segundo a sua própria vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade…”. É o novo nascimento: “ele nos gerou”.
É oportuno observar que foi “segundo a sua própria vontade” que ele agiu. A salvação é produto do querer de Deus. É a sua vontade e o seu amor para conosco que estão como elementos motivadores da nossa salvação.
Não encontramos na Bíblia um Deus relutante aos apelos de um homem desesperado por uma salvação que lhe é negada. Desde o Éden encontramos um Deus que procura e um homem que se esconde. Deus quer o nosso bem. Foi o seu querer, a sua vontade, que o levou a salvar-nos.
Pelo seu querer, Deus “nos gerou”. Gerou significa literalmente “dou à luz” cujo sentido é “estou grávida”. A idéia de 1:18 é bastante curiosa. No processo de novo nascimento do cristão, Deus reúne em si tanto as funções masculinas como as femininas: “ele nos deu à luz”. Ele nos fez nascer espiritualmente porque assim o desejou.
Como fomos gerados? Qual o processo pelo qual se deu a gravidez e o parto do cristão? “Ele nos gerou pela palavra da verdade”. A mesma idéia encontramos em I Pedro 1:23, que diz: “tendo nascido, não de semente corruptível, mas de incorruptível, pela palavra de Deus, a qual vive e permanece”.
Os termos variam, mas a idéia é a mesma. Em Tiago, temos “palavra da verdade”. Em Pedro temos “semente… incorruptível… palavra de Deus, a qual vive e permanece”. O que é “palavra da verdade” e “palavra de Deus”? É evidente que tanto Tiago, quanto Pedro está revelando aquilo que foi dito pelo Espírito Santo aos homens e que se completou com a vinda de Jesus Cristo, o clímax da revelação. A idéia de Cristo como o ápice da revelação é bem sustentada pelo autor de Hebreus, em 1:1, 2. Este conjunto é chamado por Tiago de “Lei da Liberdade” em Tiago 1:25 “…a lei perfeita, a da liberdade,” e 2:12 “…ser julgados pela lei da liberdade.” e de a “…lei real segundo a escritura” em Tiago 2:8.
A revelação completa de Deus ao homem traz a indicação de como se tornar livre.
Deus nos fez nascer pela palavra da verdade, “para que fossemos como que primícias das suas criaturas”. “Primícias” significam “primeiros”. Os cristãos nascidos pela palavra, são os primeiros? E isto significa que há outros? Quem são os segundos? São os gentios, aqueles que não têm o Senhor como seu Deus.
As primícias eram o principio da colheita que se oferecia a Deus. Deviam sempre ser o principio, porque este é o fundamento da mordomia. Deus deve ter prioridade. A Deus não se dá o resto nem o que sobeja. Assim sendo, os primeiros frutos eram consagrados a Deus, dados a ele. Em Levítico 27:28, 29 fala exatamente sobre os regulamentos sacerdotais, incluindo as ofertas ao Senhor.
E termina tratando das coisas consagradas ao Senhor. “28_Todavia, nenhuma coisa consagrada ao Senhor por alguém, daquilo que possui, seja homem, ou animal, ou campo da sua possessão, será vendido nem será remida; toda coisa consagrada será santíssima ao Senhor. 29_ Nenhuma pessoa que dentre os homens for devotada será resgatada; certamente será morta.”
O que a Deus fosse oferecido, seria dele, irremediavelmente dele. O texto do Livro de Deuteronômio 26:1-11 tratam do oferecimento das primícias. Dadas a Deus, passavam a ser dele. “10_E eis que agora te trago as primícias dos frutos da terra que tu, ó Senhor, me deste. Então as porás perante o Senhor teu Deus, e o adorarás; 11_e te alegrarás por todo o bem que o Senhor teu Deus te tem dado a ti e à tua casa, tu e o levita, e o estrangeiro que está no meio de ti.”
Cristo nos resgatou do poder do Inimigo e nos deu ao Pai. Somos propriedade divina. Não pertencemos mais ao poder das trevas. Somos de Deus. E não somos um presente dado de forma irrefletida e recebido de má vontade. Foi o querer de Deus que operou o processo de nosso novo nascimento. E foi sua revelação consumada em Jesus Cristo, numa sintonia entre as pessoas da divindade, que nos gerou. Por isso, tudo o que temos de bom, a começar da salvação e da comunhão, vem-nos de Deus. Ele nos ama e nos dá o que é bom.
PRIMICIAS D DEUS ENTRE AS CRIATURAS
Quando o autor menciona nos, a quem ele se refere: aos leitores em geral ou aos cristãos? Os comentaristas têm pontos de vista divergentes. A verdade é significativa em qualquer um dos casos.
Se entendermos nos como que significando homens criados à imagem de Deus, o significado é claro Deus nos fez da maneira que somos - segundo a sua vontade. A razão para nossa liberdade, provas, perplexidades e problemas morais envolvendo escolha é que deveríamos ser semelhantes a Ele - como primícias das suas criaturas. Ele nos criou com liberdade para escolher o mal ou com liberdade para escolher o bem para que fossemos em certo sentido os criadores do nosso próprio espírito, a glória coroada da sua palavra criativa (cf. Hb 11.3).
Podemos, no entanto, com sólidas evidências exegéticas entender nos como que referindo-se à Igreja cristã. Robertson coloca o seguinte título para esse versículo: “O Novo Nascimento”. Deus, que é nosso Pai por meio da criação, é também nosso Pai por meio da redenção. Homens redimidos do pecado são a glória coroada dos propósitos de Deus para a vida humana - “os primeiros espécimes da sua nova criação” (Philips). A palavra da verdade é a verdade do evangelho. Knowling vai mais adiante e afirma: “Não podemos esquecer que o nosso Senhor (Jo 17.17-19) fala da ‘palavra’ que é verdade, por meio da qual os discípulos devem ser santificados”. O propósito final de Deus é conduzir-nos à vitória por meio dos nossos testes para tornar-nos semelhante a Ele em santidade e amor.
CONCLUSÃO
Resumidamente, o ensino do apóstolo Tiago neste texto (1.9-16), consiste do seguinte:
1. O crente materialmente pobre tem uma posição elevada em Cristo. Por tudo que o crente, desprovido de bens materiais, tem em Cristo, há em seu coração motivos, mais que sobejos, para um viver gozoso.
2. O crente materialmente abastado deve evitar a arrogância. O cristão que detém dinheiro, bens e prestígio social, jamais deve esquecer de que Deus o fez apenas mordomo e depositário do que tem. Deve lembrar-se sempre de que assim como é transitória a vida, passageiros são os bens que amealhou ao longo da sua curta e fatigosa existência.
3. Há grande fonte de felicidade em meio às tentações. Provado e aprovado pelo Senhor, no porvir o crente receberá a coroa da vida, por Deus prometida a todos quantos O amam.
4. A fonte de nossas tentações está em nós e não em Deus. As tentações morais que sofremos jamais deverão ser atribuídas a Deus como tropeço às nossas vidas. Deveríamos ter a sensibilidade e sinceridade de Paulo, e, assim como ele, confessarmos: “… vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros” (Rm 7.23).
Não obstante as dificuldades e complexidades das circunstâncias da vida podem bradar em tom de triunfo: “… graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo” (I Co 15.57).
quinta-feira, 24 de julho de 2014
sexta-feira, 18 de julho de 2014
A Importância da Sabedoria Humilde - Rede Brasil de Comunicação
Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 - Santo Amaro - CEP. 50040 - 000 Fone: 3084 1524
LIÇÃO 03 - A IMPORTÂNCIA DA SABEDORIA HUMILDE - 3º TRIMESTRE 2014
(Tg 1.5; 3.13-18)
Depois de falar sobre a tentação, provação e paciência, Tiago exortou sobre a busca pela sabedoria, que é um dos principais temas de sua epístola. Nesta lição, definiremos os termos sabedoria e humildade; veremos o significado e exemplos de sabedoria humilde; e também o ensino do apóstolo sobre a oração pela sabedoria.
I - DEFINIÇÃO DOS TERMOS SABEDORIA E HUMILDADE
1.1 Sabedoria. O termo grego para a palavra sabedoria é “sophia” que pode referir-se: a) Habilidade nas questões da vida, sabedoria prática, administração sábia e sensata, como exibida na formação dos melhores planos e na escolha dos melhores meios, incluindo a ideia de juízo sensato e bom senso (Lc 21.15; At 6.3; 7.10; Cl 1.28; 3.16; 4.5); b) A sabedoria divina, incluindo as noções de habilidade infinita, discernimento, conhecimento, pureza (Rm 11.33; I Co 1.21,24; Ef 1.8; 3.10; Cl 2.3; Ap 5.12; 7.12), bem como a sabedoria divina, revelada e manifestada em Cristo e no seu evangelho (Mt 11.19; Lc 7.35; 11.49). “A sabedoria é a capacidade espiritual de ver e avaliar nossa vida e conduta do ponto de vista de Deus. Inclui fazer escolhas acertadas e praticar as coisas certas de conformidade com a Palavra de Deus e na direção do Espírito Santo (Rm 8.4-17). Podemos receber sabedoria indo a Deus e pedindo-lhe com fé (Tg .6-8; Pv 2.6; I Co 1.30)”. (STAMPS, 1995, p. 1926). “Ter sabedoria é pensar bem e agir bem em qualquer empreendimento realizado, seja secular ou espiritual” (CHAMPLIN, 2004, p. 7). Vejamos o que a Bíblia diz sobre a sabedoria:
A sabedoria é um atributo divino (I Rs 3.28; Dn 2.20; Sl 104.24; Rm 11.33);
Jesus é a personificação da sabedoria (I Co 1.24,30; Cl 2.3);
A sabedoria é uma dádiva de Deus aos homens (Dt 34.9; Ed 7.25; Pv 2.6,7);
Ela pode ser dada a alguém para confecção de objetos e utensílios (Êx 31.3,6; 35.31,35; 36.1,2);
O temor do Senhor é o princípio da sabedoria (Jó 28.28; Sl 111.10; Pv 9.10);
A obediência consiste em obedecer aos mandamentos divinos (Dt 4.6);
A Palavra de Deus dá sabedoria (Sl 19.7; 119.98; Pv 8.33; Cl 3.16);
É bem aventurado quem a acha (Pv 3.13);
Somos exortados a buscá-la (Pv 4.5,7; 23.23; Tg 1.5);
Ela é mais valiosa que pedras preciosas (Pv 8.11; 16.16).
1.2 Humildade. Segundo Aurélio, humildade significa: “ausência completa de orgulho, rebaixamento voluntário por um sentimento de fraqueza ou respeito; praticar a humildade, modéstia, pobreza”. É o mesmo que ausência de orgulho, soberba ou vaidade. O termo deriva-se do hebraico “ãnãw”, que quer dizer “humilde” e “ãnãwâ” que significa “humildade” (Jó 22.29; Sl 10.12; 138.6; Pv 11.2; 14.21; 15.33; 16.19; 18.12). Nas páginas do Novo Testamento o termo é “tapeinos”, que também significa “humilde” (Mt 11.29; Lc 1.52; Rm 12.16; II Co 7.6; Tg 4.6; I Pe 5.5). Vejamos alguns ensinos bíblicos sobre a humildade:
Ela é necessária para quem deseja servir a Deus (Mq 6.8);
É uma das principais virtudes dos santos (Sl 34.2; Pv 16.19; Mt 5.3; Ef 4.1,2);
A humildade precede a honra (Pv 15.3; 22.4);
Deus responde as orações dos humildes (Sl 9.12; 10.17);
Os humildes desfrutam da presença de Deus (Is 57.15);
Deus livra os humildes de seus inimigos (Jó 22.29);
A humildade afasta os juízos divinos (II Cr 7.14; 12.6,7);
Os humildes recebem maior graça (Pv 3.34; Tg 4.6);
Os humildes são os “maiores” no Reino de Deus (Mt 18.4; 20.26-28);
Ela deve ser usada como veste espiritual (Cl 3.12; I Pe 5.5);
A falsa humildade deve ser evitada (Cl 2.18,23);
A falta de humildade é condenada (Dn 5.22; II Cr 33.23; );
As aflições produzem humildade (Dt 8.3; Lm 3.20);
Jesus é o maior exemplo de humildade (Mt 11.29; Jo 13.1-3; Fp 2.5-9).
II - A SABEDORIA HUMILDE
Sabedoria e humildade são duas virtudes que devem andar juntas: quem é humilde é sábio e quem é sábio deve ser humilde (Pv 11.2; Jr 9.23). A sabedoria humilde é o reconhecimento que tudo que temos e somos vem do Senhor, inclusive a sabedoria: “… porque dele é a sabedoria e a força… ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos” (Dn 2.20,21). A Bíblia registra diversos exemplos de sabedoria humilde. Vejamos alguns:
Abigail. Sua sabedoria humilde fez com que Davi poupasse a sua vida e de sua família (I Sm 25.1-35);
Uma mulher anônima. Sua sábia e humilde atitude fez com que Joabe poupasse uma cidade (II Sm 20.15-22);
Um sábio anônimo. Com sua sabedoria ele livrou a sua cidade de um grande e poderosos exército (Ec 9.14,15);
Daniel. Ele era mais sábio do que todos em Babilônia; mas, atribuía sua sabedoria a Deus (Dn 1.17-20; 2.23-30);
Jesus. Sua sabedoria causava admiração em todos que lhe ouviam (Mt 13.54; Mc 6.2). E, mesmo sendo Senhor e mestre, ele lavou os pés dos discípulos (Jo 13.1-7); e, humilhou-se até a morte (Mc 10.45; Jo 13.1-12; Fp 2.5-11);
Paulo. Em suas epístolas, ele deixou bem claro que pregou e ensinou de acordo com a sabedoria de Deus (I Co 2.6,7). O próprio Pedro reconheceu esta verdade (II Pe 3.15);
Tiago. Mesmo sendo irmão de Jesus, identificou-se como “servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo” (Tg 1.1).
III - O ENSINO DE TIAGO SOBRE A BUSCA DA SABEDORIA
No texto de (Tg 1.5,6) o apóstolo Tiago exorta acerca da busca pela sabedoria.
3.1 Se alguém tem falta de sabedoria, peça-a a Deus. O desejo de Deus é que andemos em sabedoria (Cl 1.9,28). e, o apóstolo Tiago ensina que a única maneira de alcançá-la é pedindo a Ele (Tg 1.5). Por isso, sempre que precisarmos de sabedoria devemos recorrer a Ele, que é a fonte de toda sabedoria (Dn 2.20; Rm 11.33; Tg 1.17). É interessante observar que o termo grego para pedir neste texto é “aiteõ” e tem o sentido de “implorar”, “desejar ardentemente”, ou seja, devemos recorrer a Deus pedindo-lhe sabedoria, tendo ardente desejo no coração, pois, ela é concedida a pessoas que reconhecem o seu valor e a buscam com diligência (Pv 4.5-7; 8.17).
3.2 Ele dá liberalmente e não lança em rosto. O apóstolo ensina ainda que Deus tem prazer em dar sabedoria. Ele dá liberalmente, ou seja, sem limites ou reservas (Êx 28.3; 31.3,6; 35.31; Dt 34.9; I Rs 3.28; 5.12; Ed 7.25; Pv 2.6). “Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?” (Rm 8.32). O maior exemplo bíblico pela busca da sabedoria é o do rei Salomão, que diante da grande responsabilidade de reinar sobre todo o povo de Israel, não hesitou em pedir um coração sábio e entendido (I Rs 3.7-9). O Senhor, então, lhe deu sabedoria, mais do que a todos os homens (I Rs 3.10-14; 4.29,30,34; 10.24; I Cr 1.10-12). E, mesmo quando o rei pecou e tornou-se idólatra, Deus não lançou-lhe em rosto a sabedoria que lhe havia dado (I Rs 11.1-13).
3.3 Peça-a porém com fé não duvidando. A fé é fundamental, não só para obter a salvação (Mc 1.14,15; At 16.31; Ef 2.8-10); mas, também, para alcançar as bênçãos de Deus (Mt 15.28; 17.20; 21.21). “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6). A fé pode ser definida como “uma confiança inabalável no poder e na bondade de Deus e na convicção de que Ele atenderá o nosso pedido”; ou, como diz o escritor sacro: “… a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem” (Hb 11.1). Assim como no passado muitos alcançaram promessas “pela fé”, nós também podemos obter sabedoria, vinda de Deus, através da fé (Tg 1.6).
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, logo no início de sua epístola, o apóstolo Tiago exortou a Igreja sobre a busca pela sabedoria, que não está restrita ao conhecimento, mas, a habilidade de tomar decisões sábias de acordo com a vontade de Deus. A verdadeira sabedoria, que tem origem em Deus, deve ser humilde, ou seja, isenta de soberba, orgulho e vaidade. Por isso, se desejamos obter sabedoria, devemos recorrer a Deus, a fonte de toda sabedoria, em oração e com fé, sabendo que Ele atenderá o nosso pedido e jamais lançará em rosto.
Assinar:
Comentários (Atom)