sábado, 17 de agosto de 2013

A Atualidade dos Conselhos Paulinos - Pr. Altair Germano

A presente lição divide-se basicamente em duas questões: O alegrar-se no Senhor, e o cuidado com os maus obreiros e os seus falsos ensinos.
ALEGRAI-VOS NO SENHOR

[…] fazendo sempre, com alegria, súplicas por todos vós, em todas as minhas orações […]” (Fp 1.4)
“[…] completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento.” (Fp 2.2)
Entretanto, mesmo que seja eu oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, alegro-me e, com todos vós, me congratulo.” (Fp 2.17)
Por isso, tanto mais me apresso em mandá-lo, para que, vendo-o novamente, vos alegreis, e eu tenha menos tristeza.” (Fp 2.28)
Quanto ao mais, irmãos meus, alegrai-vos no Senhor. A mim, não me desgosta e é segurança para vós outros que eu escreva as mesmas coisas.” (Fp 3.1)

Portanto, meus irmãos, amados e mui saudosos, minha alegria e coroa, sim, amados, permanecei, deste modo, firmes no Senhor.” (Fp 4.1)
Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos.” (Fp 4.4)
Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade.” (Fp 4.10)

A alegria é um tema recorrente na carta de Paulo aos filipenses. Regozijar-se no Senhor é uma exortação, uma ordem, um mandado. Não é algo que experimentamos passivamente. Temos que fazer algo para que nos regozijemos, e é algo que somos capazes de fazer.[1]
Lloyd-Jones nos alerta para o fato que a alegria no Senhor não significa “entreter” as emoções com música, ou qualquer outro tipo de coisa que proporcione algum tipo de sentimento bom. Também não significa forjar uma aparência de alegria, quando interiormente não se está alegre (manter as aparências).[2]

A expressão grega chaírete en kyrío (alegrai-vos no Senhor), implica em se alegrar em comunhão com ele ou por causa dele, ou com a alegria dada por ele.[3]

Alegrar-se no Senhor é uma condição que depende de nossa percepção daquilo que somos em Cristo, de nossa posição nele, e daquilo que disto resulta, como por exemplo o fato de nada poder nos separar do seu amor (Rm 8.38-39). A alegria no Senhor é algo possível de ser vivenciado em meio às aflições, quanto temos consciência de sua vitória sobre o mundo (Jo 16.33).[4] É por esta razão, que mesmo em meio à aflição, Paulo faz dezesseis 

referências a “alegria” ou “regozijo” nesta epístola.[5]

Devemos nos alegrar no Senhor por aquilo que Ele é, por causa de sua bondade, santidade e verdade. Devemos nos alegrar no Senhor, pois isto colabora para esperança daqueles que em meio às aflições, decepções, calamidades, tragédias e infelicidade, buscam respostas confortantes. Devemos no alegrar no Senhor, pois isto nos beneficia, promovendo fortalecimento e encorajamento em meios às nossas próprias lutas.[6]

É preciso fazer uma distinção entre “alegria” e “felicidade”:
Feliz e afortunado são termos paralelos. Afortunado vem da palavra latina “fortuna” que tem a ver com situações externas mas que afetam a você pessoalmente. Poderíamos chamá-la de emoção circunstancial. Se suas circunstâncias são favoráveis, então sua reação para com elas é positiva e você fica feliz. Mas alegria é outra coisa bem diferente porque tem haver com as profundezas de seu ser. Compare tal estabilidade com o mar. A poucos quilômetros de profundidade no oceano, a milhares de metros abaixo da superfície, você descobre que nenhum efeito é causado por qualquer circunstância que ocorra na superfície. Nas profundezas a temperatura permanece constante. Nenhuma tempestade ou bater de ondas perturba o fundo do mar. Como nas camadas inferiores dos oceanos, é a alegria inspirada por Deus.[7]

Que bela ilustração. Podemos sofrer no corpo e na alma, sem que tais sofrimentos abalem as estruturas de nossa fé e confiança em Deus. Podemos derramar lágrimas, e ao mesmo tempo sentirmos o gozo da alegria no Senhor!
Regozijar-se no Senhor é a única alegria que jamais falhará conosco.[8]

GUARDAI-VOS DOS CÃES E DOS MAUS OBREIROS
No comentário de Hernandes Dias Lopes sobre Filipenses lemos:
Ralph Martin diz que os cães eram considerados animais imundos na sociedade oriental. Werner de Boor ainda diz que no antigo Oriente o cão não era o companheiro fiel e amado do ser humano, mas um animal semi-selvagem que vagueava em matilhas, caçando a presa aos latidos. É assim que Paulo vê seus adversários metendo o nariz e latindo suas heresias em todas as regiões. […] Agora, porém, Paulo inverte os papéis e se refere aos falsos mestres como cães, ou seja, aqueles que viviam perambulando ao redor da igrejas gentias, tentando “abocanhar” prosélitos, ganhar novos adeptos para seu modo de pensar e viver (Mt 23.15). Tais cães e maus obreiros prejudicavam a boa causa.[9]

Para um judeu os cães eram as mais miseráveis e desprezíveis de todas as criaturas, e usavam o termo para se referir aos gentios. É bem provável que tal pensamento foi concebido por causa das matilhas de cães que perambulavam pelas cidades orientais, sem lar e sem dono, alimentando-se nos lixos das ruas, lutando entre si mesmos e atacando os passantes.[10]

Martin acha plausível a ideia de que Paulo estivesse, ironicamente, utilizando um termo que seus inimigos judeus usavam para injuriar os convertidos das igrejas gentias - crentes gentios não circuncidados (cães), em Filipos e na Galácia - e devolvendo-o furiosamente.[11]

O termo grego traduzido por “maus” em Filipenses 3.2, que se refere aos obreiros (gr. ergatas) citados por Paulo, é kakous, derivado de kakós, que significa literalmente “de má qualidade, desprezível, impostor, perverso, mau, de coração, conduta e caráter.[12]

 Trata-se aqui de indivíduos que trazem prejuízos e danos à obra e ao Evangelho.[13]

Nos dias atuais, assim como entre os filipenses dos tempos de Paulo, temos maus obreiros (cães) rodeando e se infiltrando na igreja. Eles promovem o legalismo (ênfase em normas e tradições que não se sustentam e contradizem a Palavra), o liberalismo (ideias teológicas heréticas e racionalistas), o relativismo moral (postura ética e comportamental inadequada) e o mercantilismo (fazem da igreja e do ministério uma atividade comercial com fins lucrativos).A questão é tão grave que Paulo utiliza por três vezes o termo “acautelai-vos” ou “guardai-vos” (gr. blépete), que significa “precaver-se”, “cuidar-se”, “preocupar-se”, “vigiar”, “estar atento”.[14]

Sigamos prudentemente os conselhos do apóstolo Paulo!

sábado, 10 de agosto de 2013

A Fidelidade dos Obreiros do Senhor - Pr. Altair Germano

Tratando-se de igreja evangélica no Brasil (e mais especificamente da Assembleia de Deus), vivemos um momento bastante crítico em termos de ministério pastoral. Todos os dias centenas de pessoas, pelos mais diversos meios e formas recebem uma credencial ou uma ordenação de pastor. Qual o compromisso com Deus daqueles que ordenam e que são ordenados ao ministério pastoral? Quais são as suas reais intenções? Como podemos ser pastores aprovados por Deus? Como podemos identificar pastores sérios, íntegros e verdadeiros? Certamente, neste espaço não dá para responder todas estas questões, mas, pelo menos poderemos promover a reflexão e o debate.
O que é um pastor? Um pastor é um cuidador de ovelhas. Alguém que protege, alimenta, guia e procura de todas as maneiras possíveis o bem maior para o rebanho e para cada ovelha. Ele cuida de todas e de cada uma.

SER PASTOR NOS DIAS ATUAIS
Não deveria haver diferença entre o ser pastor nos tempos bíblicos do A.T. e N.T., com o ser pastor na atualidade. A atividade pastoral, em muitos lugares está distante do ideal bíblico. Como já escrevi, as ovelhas estão sendo trocadas pelas coisas. Mesmo que as coisas sejam para o bem das ovelhas, o contato pessoal, a visitação, o aconselhamento, a pregação e o ensino não podem ser banidos das atividades cotidianas de um pastor.
O ministério pastoral é um ministério de contato pessoal, e não de gerenciamento à distância. O perfil do pastor bíblico é o de alguém que entra no aprisco, e não que manda outro em seu lugar (Jo 10.2), as ovelhas reconhecem a sua voz (Jo 10.3), chama as ovelhas pelo nome (Jo 10.2b), as conduz com responsabilidade (Jo 10.2v), dá a vida pelas ovelhas (Jo 10.11), conhece as ovelhas, ou seja, goza de amizade e intimidade com elas e por elas é conhecido (Jo 10.14).
Com o advento da Revolução Industrial (séc. XVIII), com o modelo capitalista de economia, e com as modernas teorias de administração, alguns segmentos da igreja, inseridos neste contexto cultural, como sempre aconteceu, pois a igreja não está isenta da influência externa, adotaram o modelo “piramidal” e “departamental” de administração. Por “piramidal” entenda-se uma forte ênfase administrativa na hierarquia e um distância crescente de quem está no topo da pirâmide (pastores) dos que estão na base (membros e congregados). No meio da pirâmide ficaram os evangelistas, presbíteros, diáconos e líderes em geral.

Por “departamental” trato da criação de departamentos (como nas fábricas, lojas, comércio e indústria). Dessa forma temos o departamento infantil, juvenil, de senhores, de senhoras, de evangelização, de educação, de música etc. O modelo de igreja família e comunidade doméstica, típico do Novo Testamento, ao longo dos anos dissiparam-se. O atual modelo pode ser aproveitado? Acredito que algumas coisas sim, desde que norteadas pelos princípios bíblicos. O argumento de que a igreja cresceu, não significa necessariamente que cresceu com saúde. Não são apenas modelos que fazem a igreja crescer, antes, é o próprio Deus que faz a sua igreja crescer nas mais diferentes circunstâncias ou situações (At 2.47; 1 Co 3.6).

Além de todas as questões já citadas, ainda temos a política eclesiástica, que acaba afastando alguns pastores de sua cidade, Estado ou região. Alguns, em períodos de eleições convencionais privam a igreja de sua presença partindo em busca de apoio e votos para cargos que não mais produzem o que já produziram (alguns não produzem nada). Tempo e dinheiro são na atualidade gastos em vão.
Outro fenômeno que resulta da política eclesiástica atual é a ordenação do que defino como “pastor miojo”, ou seja, são obreiros (eleitores) formados “instantaneamente”, apenas com o propósito de votar durantes as assembleias convencionais naqueles que os ordenaram (seus “padrinhos” ministeriais).
Entendo que uma análise séria e profunda da situação poderia mudar o quadro, para que o ministério pastoral retomasse o seu real propósito:
Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas.” (Atos 6.2).
Apenas pastores ministerialmente saudáveis poderão conduzir de maneira saudável o rebanho do Senhor:
Tenho, porém contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas“. (Ap 2.4-5)

OS FALSOS PASTORES
Para agravar a situação, além de pastores que não cumprem o seu ministério como deveriam, temos os falsos pastores que fingem cumprir e ter um ministério “autêntico”.
Falo dos pilantras, dos vigaristas, dos mercenários e bandidos de plantão e em ação.
Sem delongas, segue abaixo algumas características dos falsos pastores:
- São apascentadores de si mesmos, ou seja, ministram em causa própria (Ez 34.2);
- São exploradores das ovelhas. Vivem no luxo absurdo e exagerado à custa dos dízimos e das ofertas dos simples “fiéis. Confundem sustentação com ostentação. (Ez 34.3);
- São duros, implacáveis e descompromissados com o cuidado e a saúde integral das ovelhas (Ez 34.4-6);

OS PASTORES E A FORMAÇÃO DAS NOVAS LIDERANÇAS
Cooperar na formação de novos líderes e pastores faz parte da atividade ministerial. Infelizmente há aqueles que além de não trabalharem neste sentido, adoecem e morrem com o cajado na mão. Que os honrados pastores possam discernir e perceber o tempo de passar adiante o cuidado do rebanho. Saber sair é tão importante quanto saber chegar.
Formar novos líderes e obreiros não é algo apenas feito com cursos e discursos, é preciso ser exemplo (1 Co 11.1; Fp 4.9; 1 Tm 4.12).
Para os jovens obreiros, sugiro a leitura do texto publicado no link abaixo, também escrito em meu livro “Uma Liderança com Saúde“, que expressa um pouco do meu desejo, ao mesmo tempo em que alerto para algumas realidades vivenciadas no contexto atual do ministério pastoral:
Sugiro ainda que assistam o vídeo abaixo:
RECOMENDAÇÕES PARA AS PRÓXIMAS GERAÇÕES DE PASTORES E LÍDERES EVANGÉLICOS
Que na condição de pastores sejamos fiéis ao nosso chamado. Dessa maneira seremos fiéis àquele que nos chamou, Jesus, o Supremo Pastor (1 Pe 5.1-4).

Lições Bíblicas Digital CPAD


Currículo de Escola Dominical para o 4º Trimestre de 2013.

Breve em todas as livrarias.

Revista Lições Bíblicas - Jovens e Adultos 
Tema: A Sabedoria de Deus para uma vida Vitoriosa - A atualidade de Provérbios e Eclesiastes

SUMÁRIO:
Lição 1 - O Valor dos Bons Conselhos
Lição 2 - Advertências Contra o Adultério
Lição 3 - Trabalho e Prosperidade
Lição 4 - Lidando de Forma Correta com o Dinheiro
Lição 5 - O Cuidado com Aquilo que Falamos
Lição 6 - O Exemplo Pessoal na Educação dos Filhos
Lição 7 - Contrapondo a Arrogância Com a Humildade
Lição 8 - A Mulher Virtuosa
Lição 9 - O Tempo para Todas as Coisas
Lição 10 - Cumprindo as Obrigações Diante de Deus
Lição 11 - A Ilusória Prosperidade dos Ímpios
Lição 12 - Lança o teu Pão Sobre as Águas
Lição 13 - Tema a Deus em todo o Tempo



domingo, 4 de agosto de 2013

As Virtudes dos Salvos - Ev. Carlos Kleber Maia

Quando lemos o texto de Filipenses 2.12,13, onde Paulo declara que os crentes devem operar a sua salvação, Deus é quem opera o querer e o efetuar, devemos ter cuidado para não nos cairmos no extremismo. Se ressaltarmos apenas o verso 12, poderíamos pensar que a salvação é realizada unicamente por nossos esforços, o que é totalmente falso (este pensamento caracteriza o pelagianismo, que foi condenado como herege pela igreja). Se, por outro lado, enfatizarmos apenas o verso 13, poderíamos pensar que não devemos fazer absolutamente nada para sermos salvos e vivermos uma vida santa. Devemos esperar totalmente em Deus, que ele nos salve e nos mantenha longe do pecado.
O verdadeiro ensino de Paulo está no equilíbrio: A salvação vem de Deus, que dá ao homem a condição de crer em Jesus, não resistindo à graça divina, e a permanecer na fé, mas que este homem deve procurar viver uma vida de tal maneira que agrade a Deus. E a capacidade para isto vem da própria graça de Deus. Este é o ensino arminiano.
A Declaração Remonstrante, documento de origem do arminianismo declara nos seus pontos centrais: “Que o homem não podia obter a fá salvífica de si mesmo ou pela força de seu próprio livre arbítrio, mas necessitava da graça de Deus, através de Cristo, para ser renovado no pensamento e na vontade (Jo 15.5)”;
“Que esta graça foi o início, o desenvolvimento e conclusão da salvação do homem, de forma que ninguém poderia crer nem perseverar na fé sem esta graça cooperante, e consequentemente todas as boas obras devem ser atribuídas à graça de Deus em Cristo”;
“Que os verdadeiros cristãos tinham força suficiente, através da graça divina, para enfrentar Satanás, o pecado, o mundo, sua própria carne, e a todos vencer, mas que se por negligência eles pudessem apostatar da verdadeira fé, perder a felicidade de uma boa consciência e deixar esta graça, tal assunto deveria ser mais profundamente investigado de acordo com as Escrituras Sagradas”. (OLSON, Teologia Arminiana, pg. 41).
Armínio, na sua obra “Declaração de Sentimentos”, afirma: “Em seu pecaminoso e caído, o homem não é capaz, de e por si mesmo, quer seja pensar, querer ou fazer o que é, de fato, bom, mas é necessário que seja regenerado e renovado em seu intelecto, afeições ou vontade e em todas as suas atribuições, por Deus em Cristo, através do Espírito Santo, para que seja capaz de corretamente compreender, estimar, considerar, desejar e realizar o que quer que seja verdadeiramente bom. Quando ele é feito um participante dessa regeneração ou renovação, eu considero que, uma vez que ele é liberto do pecado, ele é capaz de pensar, desejar e fazer o que é bom, mas entretanto, não sem a contínua ajuda da graça divina” (OLSON, Teologia Arminiana, pg. 53).
Então vemos que o arminianismo não crê num sinergismo onde o homem faz a sua parte e Deus a dele. Crê que Deus toma a iniciativa e dá ao homem toda a condição para crer, pela graça. O homem apenas não resiste à esta graça e aceita o que Deus lhe oferece, pela fé. O homem deve permanecer crendo em Cristo para sua salvação e, mesmo para o regenerado, a condição de permanecer vem da graça. A capacidade de aceitar a graça vem da própria graça divina.
Se acreditarmos que a capacidade de perseverar vem de nós, fruto da nossa disciplina, em “pagar o preço” na oração, estudo da Bíblia, jejum, etc, estamos caindo no pelagianismo e negando a plena necessidade da graça divina.
Não devemos entender que “a operação do Eterno habilita qualquer pessoa à salvação através da iluminação do Evangelho (Jo 1.9)” – ponto 3 da lição 5, como se toda a obra do Espírito Santo em nós fosse apenas a capacitação do nosso entendimento, mas que a vontade para fazer o bem é natural do homem, pois este ensino caracteriza o semipelagianismo, que também foi considerado herege pela igreja.
A obra do Espírito Santo é muito mais do que apenas no entendimento humano. Ele habilita o homem caído, pela graça divina, a ouvir, entender e aceitar o evangelho, dando-lhe a capacidade de não rejeitar a graça que lhe é oferecida.
No entanto, como esta graça, quanto à seu modo de operar, é resistível, há muitas exortações na Palavra, a que o homem não se afaste de Cristo, persevere crendo e prossiga para o alvo para o qual o Senhor nos chamou: Cristo.
Não devemos, pois entender que as virtudes dos salvos são qualidades morais naturais deles, ou o poder de fazer o bem que eles apresentam, mas que toda a virtude vem de Deus. É Ele, e apenas Ele que nos capacita a fazer o bem, pela graça, mesmo para os salvos.
Ev. Kleber Maia