sexta-feira, 31 de maio de 2013

A Família e a Sexualidade - Ev. José Roberto A. Barbosa

INTRODUÇÃO

Deus é o Criador do sexo, visando não apenas a procriação, mas também o prazer dos cônjuges. Mas esse tem sido instrumento de banalização na sociedade contemporânea, marcada pela erotização. Na lição de hoje trataremos a respeito desse importante tema, ainda pouco compreendido, até mesmo entre os cristãos. Inicialmente apresentaremos algumas abordagens sociológicas em relação à sexualidade, em seguida, o significado bíblico da sexualidade, e por último, destacaremos os princípios cristãos para a sexualidade sadia.

1. ABORDAGENS SOCIOLÓGICAS SOBRE A SEXUALIDADE

A sexualidade humana é um assunto bastante completo, além de controvertido. Isso porque envolve fatores diversos, dentre eles, o biológico, o gênero, as emoções, pensamentos, comportamentos, atitudes e valores. As abordagens sociológicas modernas e pós-modernas tendem a rechaçar a repressão à sexualidade. A teoria psicanalítica de Freud favoreceu o liberalismo sexual que testemunhamos nesses últimos anos. A percepção do sexo, para esse pensador, é uma expressão da sua animalidade. Assim sendo, sua repressão não passaria de um condicionamento social. Após o período pós-guerra, surgiu um movimento na sociedade com vistas à liberação dessa chamada “repressão sexual”. Uma manifestação concreta dessa abordagem foi a criação da revista Playboy, por Hugh Hefner. Essa atitude também resultou na coisificação da mulher, transformando-a em mero objeto de desejo. A obsessão pelo sexo, bastante comum nos dias atuais, mostra que existe algo errado em relação ao sexo. A erotização exacerbada está transformando as pessoas em sexólatras. Há inclusive uma indústria do sexo para alimentar os vícios, dentre eles a pornografia, que pode levar à prostituição. As teorias sociais mais equilibradas em relação à sexualidade reconhece que essa é tanto biológica quanto social. As pessoas nascem homem ou mulher, mas carecem também de desenvolvimento, para manifestar a sexualidade. Os aspectos psicológicos também não podem ser descartados. O desenvolvimento do desejo sexual acontece no cérebro como resposta ao estímulo social. Uma região do cérebro, denominada córtex cerebral, determina o prazer sexual. A erotização da sociedade está fazendo com que as crianças desenvolvam, cada vez mais cedo, o desejo sexual. A mídia, principalmente a televisão, explora demasiadamente o corpo feminino. Como resultado, a iniciação sexual dos jovens está acontecendo cada vez mais cedo.

A Família e a Sexualidade - Luciano de Paula Lourenço

Texto Base: 1Tessalonicenses 4:3-5; 5:23; 1Pedro 1:14-16

INTRODUÇÃO

A Bíblia Sagrada afirma que o sexo foi obra da criação de Deus que, ao criar o homem, fê-lo sexuado. Diz a Palavra que Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança, mas os criou “macho e fêmea”(Gn 1:27). Este ponto distingue o homem dos anjos, por exemplo, que foram criados assexuados(Mc 12:25). Sendo assim, não podemos admitir que o sexo seja algo antinatural, ou seja, contrário à natureza do homem ou seja algo ruim, imoral ou danoso para o ser humano, como alguns têm defendido. Tendo sido criação de Deus, nada mais justo e lógico que o próprio Deus tenha determinado os limites desta atividade humana. A primeira observação que temos com relação ao sexo é que ele deve ser realizado entre homem e mulher. Com efeito, ao criar o homem, Deus os fez macho e fêmea. Assim, a atividade sexual deve ser, sempre, feita entre pessoas de sexos diferentes. O homossexualismo é uma aberração e, salvo os poucos casos em que há distúrbios de saúde física e/ou mental, é uma expressão de rebeldia contra Deus(Rm 1:21-28Lv 18:22).

I. QUESTÕES SOBRE A SEXUALIDADE
1. Um mundo dominado pelo erotismo. Decepcionado na sua busca da felicidade, o homem troca a felicidade inatingível pelo prazer, ou seja, pela pura sensação momentânea de bem-estar. Por isso, as atividades que geram sensações e emoções são tão procuradas nos dias de hoje, a começar do prazer sexual instintivo. Os seres humanos comportam-se, na atualidade, como verdadeiros animais irracionais, buscando parceiros para sentir momentos efêmeros de prazer na prática de relações sexuais. A beleza do sexo, em seu propósito divino, dentro do relacionamento conjugal (Hb 13:4) fora banalizada pela corrupção humana. Associado ao dinheiro, o sexo se transformou em um objeto de consumo, através do erotismo, nas revistas e propagandas para vender mercadorias, da pornografia e da prostituição (Rm 1:21-27). Os seres humanos, tomados por esse tipo de sexualidade, não se relacionam mais entre pessoas, apenas com órgãos sexuais. A Palavra de Deus, diferentemente do que é apregoado pelos adeptos do sexo “livre”, que na verdade aprisiona, estão distantes dos saudáveis padrões ensinados por Deus (1Co 6:18-20; 1Ts 4:3-7; 5:23). Vivemos em uma sociedade em que os meios de comunicação incentivam e exaltam o erotismo, a pornografia, o sexo fora do casamento e toda a sorte de perversão. É preciso ser firme e consciente de que Deus reprova tais atitudes e que vai julgar toda a iniquidade: “Ante a face do Senhor, porque vem, porque vem a julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos, com a sua verdade” (Sl 96:13). Não podemos nos tornar complacentes com o pecado. Deus estabeleceu padrões para que tenhamos uma vida santa. Estejamos conscientes de que violar estes padrões é perigoso, pois a consequência é sempre a morte (Rm 8:13).

2. Fornicação é pecado. Fornicação é prática do sexo entre solteiros ou entre casado e solteiro (Enc. Bíblica Boyer). As Escrituras Sagradas são bem claras ao afirmar que os fornicários não herdarão o reino de Deus(At 15:29; Ef 5:5; 1Tm 1:10; Hb 12:16; Ap 21:8). Como já foi dito acima, o sexo foi estabelecido por Deus, mas tem momento certo para ser exercido: o casamento. Somente no casamento se pode praticar o sexo, sendo totalmente contrária à Palavra de Deus qualquer outra conduta que não esta. É com tristeza, aliás, que vemos, cada vez mais, uma tolerância de muitos na igreja com relação a este princípio bíblico, permitindo-se o sexo antes do casamento entre “pessoas já comprometidas”, como se isto fosse possível. Cuidado, Jesus nos disse que nosso falar deve ser sim, sim, não, não e o que sai disto é de procedência maligna (Mt  5: 37). As bases do casamento são lançadas no namoro e alicerçadas no noivado. Se essas bases forem lançadas sobre a desobediência a Deus, na prática da fornicação, estão correndo sério risco de não terem a bênção de Deus. Não adiantará uma cerimônia pomposa, com dezenas de testemunhas, vestido de noiva com véu e grinalda, com modelo personalizado, nem uma recepção no melhor clube da cidade. Ter a bênção de Deus no casamento é muito mais importante. Pense nisso!
3. Prazer no casamento. O sexo foi criado por Deus tanto para a procriação quanto para a recreação do casal. Por meio dele, a união heterossexual tem dado prosseguimento à ordem divina de fazer com que homens e mulheres perpetuem suas gerações; e por meio também do sexo, Deus traz o prazer ao casal. O sexo no casamento é abençoado por Deus. Além de abençoado é responsabilidade de um cônjuge satisfazer a necessidade sexual do outro, como ensinou Paulo: “Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido. O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. Não vos defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes à oração…” (1Co 7:2-5).Nesta passagem bíblica, Paulo doutrina os casais acerca do relacionamento sexual. Ele deixou claro que, com o casamento, um cônjuge tem direito sobre o corpo do outro, ou seja, o corpo de um pertence ao outro. Mas é bom ressaltar que não havendo atração física, ou desejo carnal entre ambos os cônjuges, a atividade sexual, que deve ser algo espontâneo, pode se tornar uma obrigação; deixa de ser algo agradável, para se tornar um sofrimento, uma tortura, e não um ato de amor. A falta do “eros”(atração física) tem sido a causa do fracasso de muitos casamentos, na Igreja. Casando-se, apenas, por afinidades espirituais, a atividade sexual vai ser prejudicada, no futuro. Haverá problemas no relacionamento entre os cônjuges. Por falta de conhecimento bíblico, por não entender todo plano de Deus acerca do casamento, muitos afirmam, e afirmam erradamente, que o que importa é a beleza interior. A beleza interior é importante no altar, mas não na cama. O espírito se compraz com a beleza interior e esta é vista e sentida através do amor “ágape”; mas, o amor “eros”  é alimentado com a beleza exterior, beleza que enche os olhos e desperta o desejo. A beleza interior é importante e necessária para o viver com Deus - “…porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração”(1Sm 16:7). O amor “ágape” faz com que um cônjuge veja a beleza interior do outro - e sintam comunhão espiritual. O amor “eros” faz com que um cônjuge veja a beleza física, ou exterior do outro - e sintam atração física.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Educação Cristã, Responsabilidade dos Pais - Ev. Natalino das Neves


Educação Cristã, Responsabilidade dos Pais - Luciano de Paula Lourenço


TEXTO BÁSICO: Dt 6:1-9
“Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele”(Pv 22:6).

INTRODUÇÃO
Por milhares de anos os pais sempre tiveram um papel decisivo na área de ensinar os filhos. A principal desvantagem do passado era que não havia os recursos educacionais que conhecemos hoje, e a vantagem era que uma educação centrada no lar moldava a formação do caráter de forma direta. Havia tanto convívio familiar que não sobrava aos adolescentes tempo para se envolver com más companhias. O normal era o respeito e o apego às famílias. Hoje a situação se inverte: pouco convívio familiar e muito envolvimento com  pessoas suspeitas, principalmente em escolas públicas, trazendo como resultado infelizes mudanças de comportamento, inclusive desrespeito aos valores aprendidos na família e na igreja 1. De acordo com o pr. Elinaldo Renovato, a educação cristã é mais abrangente que a educação secular. Ela prepara o individuo, não só para ser um bom cidadão na sociedade, mas para ser um cidadão do Céu, com base nos princípios espirituais e éticos, emanados da Palavra de Deus. A educação crista não é apenas informativa. Ela é prioritariamente formativa, porque se fundamenta em princípios que visam ao fortalecimento do caráter (Rm 15:4).

 I. EDUCAÇÃO, A MISSÃO PRIORTÁRIA DOS PAIS
1. O que significa educar? O conceito de educar vai muito além do ato de transmitir conhecimento. Educar é estimular o raciocínio, é aprimorar o senso crítico, as faculdades intelectuais, físicas e morais. O homem é um ser que precisa de orientação e informação. Esses conhecimentos são adquiridos na escola, e ela, juntamente com os pais, deve despertar nos alunos a curiosidade e a capacidade para entender o mundo que os cerca, e de ensiná-los os conceitos empregados pela sociedade.  A educação  formal é função de todos, pois aprendemos até mesmo em uma conversa com uma pessoa de outra cultura, que recebeu educação diferente da nossa, etc. Isto é, nosso aprendizado depende não só da escola, mas também de nossos familiares e das pessoas que convivemos, seja na escola, em casa ou no trabalho. A educação é algo que cabe em qualquer lugar. Todavia, a educação cristã é exclusiva da família, cujo aluno deve ser instruído nos fundamentos espirituais e morais, cujo fonte é a Palavra de Deus. Como crentes precisamos ser guiados e orientados segundo as Escrituras, pois ela nos protege das sutilezas do Maligno.
2. Educação Cristã. A educação cristã é fundada nos princípios que emanam da Palavra de Deus. Esses princípios são, antes de tudo, espirituais. Contemplam e valorizam a existência do Criador de todas as coisas, conforme a explicação da sua apalavra. Esses princípios são “clausulas pétreas”, em termos absolutos de ética e de moral. A Educação cristã é diferente da educação secular, a qual só transmite instruções e conhecimentos, deixando de lado os valores éticos, morais e espirituais. Por isso, a base da Educação Cristã é as Sagradas Escrituras. Também, a Educação Cristã é um dos mais importantes e fundamentais deveres da Igreja. A igreja, enquanto agência divina, possui três funções básicas: evangelização, adoração e ensino. Entre essas funções não existe aquela que possua maior ou menor grau de importância; todas são preponderantes. Porém, é exatamente o ensino o responsável por dar qualidade às demais. Assim, evangelização sem ensino é o mesmo que jogar a semente sem regar com água. Adoração sem ensino é pura cantoria sem propósito. Em suma, cristianismo sem ensino é ritualismo. Portanto, a educação cristã é relevante para a formação do caráter cristão e para a afixação da consciência espiritual. A falta de conhecimento da Palavra leva à destruição do povo (Os 4:6) e é uma porta aberta para a disseminação do ateísmo, inclusive no meio do povo do Senhor. Objetivos.  A Educação Cristã tem por objetivos: a) A instrução do ser humano no conhecimento divino, a fim de que ele volte a reatar a comunhão com o Criador, e venha a usufruir plenamente dos benefícios do Plano de Salvação que Deus estabeleceu em seu amado Filho. O apostolo Pauto compreendeu perfeitamente o objetivo da Educação Cristã: “admoestando a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo homem perfeito em Jesus Cristo”(Cl 1:28). b) A educação do crente, para que este logre alcançar a perfeição preconizada nas Sagradas Escrituras: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2Tm 3:16,17). c) A preparação dos santos, visando capacitá-los a cumprir integralmente os preceitos divinos da Grande Comissão: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade’ (2Tm 2:15)” - (ANDRADE, Claudionor. Teologia da Educação Cristã: A missão educativa da Igreja e suas implicações bíblicas e doutrinárias. 1 .ed. Rio de janeiro: CPAD. 2002, pp.5-6).

Educação Cristã, Responsabilidade dos Pais - Pr. Altair Germano


Desde as sociedades tribais pré-históricas, a família exerce um papel fundamental na educação dos filhos. A ausência do Estado, das classes, do comércio e da escrita, dispensava a existência de escolas. As crianças aprendiam com os adultos, em especial a família, questões que envolviam os valores espirituais e morais, assim como atividades práticas para a sua sobrevivência (trabalhos manuais, caça, pesca etc.).
Esse modelo de educação “informal” se estendeu por longos anos em sociedades nômades, seminômades e sedentárias, até o advento das grandes cidades, da escrita, das transformações técnicas, da produção excedente, da comercialização e dos inovadores pensamentos sobre política e democracia.
Numa perspectiva bíblica judaico-cristã, observamos este tipo de educação nos seguintes textos:
Porque eu o tenho escolhido, a fim de que ele ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para praticarem retidão e justiça; a fim de que o Senhor faça vir sobre Abraão o que a respeito dele tem falado. (Gn 18.19)
E acontecerá que, quando vossos filhos vos disserem: Que culto é este? Então direis: Este é o sacrifício da páscoa ao Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se, e adorou. (Êx 12.26-27)
E naquele mesmo dia farás saber a teu filho, dizendo: Isto é pelo que o Senhor me tem feito, quando eu saí do Egito. E te será por sinal sobre tua mão e por lembrança entre teus olhos, para que a lei do Senhor esteja em tua boca; porquanto com mão forte o Senhor te tirou do Egito. (Êx 13.8-9)
E quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que é isto? Dir-lhe-ás: O Senhor nos tirou com mão forte do Egito, da casa da servidão. (Êx 13.14)
E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas. (Dt 6.6-9)
Quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que significam os testemunhos, e estatutos e juízos que o Senhor nosso Deus vos ordenou? Então dirás a teu filho: Éramos servos de Faraó no Egito; porém o Senhor, com mão forte, nos tirou do Egito; (Dt 6.20-21)
Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontais entre os vossos olhos. E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te; E escreve-as nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas; Para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o Senhor jurou a vossos pais dar-lhes, como os dias dos céus sobre a terra. (Dt 11.18-21)
E falou aos filhos de Israel, dizendo: Quando no futuro vossos filhos perguntarem a seus pais, dizendo: Que significam estas pedras? Fareis saber a vossos filhos, dizendo: Israel passou em seco este Jordão. Porque o Senhor vosso Deus fez secar as águas do Jordão diante de vós, até que passásseis, como o Senhor vosso Deus fez ao Mar Vermelho que fez secar perante nós, até que passássemos. (Js 4.21-23)
Percebe-se nestes textos do Antigo Testamento, a participação e a importância da família na preservação dos valores espirituais e morais do povo judeu.


segunda-feira, 13 de maio de 2013

Resolução da 40ª da CGADB sobre União Estável e Divórcio



RESOLUÇÃO DO PLENÁRIO DA CGADB Nº 001/2011

Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, no uso de suas atribuições e de conformidade com o disposto no art. 3º, III, IV c/c o art. 8º, I, do Estatuto Social;Considerando a existência de Ministros, membros da CGADB, em situação de Divorcio;
Considerando a necessidade dessa Convenção Geral em traçar normas que regulamentem a situação ministerial dos seus membros, no sentido de preservar e manter os princípios morais e espirituais que embasam a doutrina das Assembléias de Deus no Brasil;
Considerando que é dever dessa CGADB zelar pela observância da doutrina bíblica e dos bons costumes dos membros das Assembléias de Deus, em todo território nacional, sem prejuízo da atuação das respectivas Convenções Estaduais;

RESOLVE:

Art. 1º A CGADB só reconhece o Divórcio no âmbito ministerial de seus membros, nos casos de infidelidade conjugal, previstos na Bíblia sagrada e expressos em Mt. 5:31-32; 19:9, devidamente comprovados.
Art. 2º. As Convenções Estaduais deverão esgotar todos os esforços possíveis no sentido de promover a reconciliação do Ministro e sua esposa, antes de serem ajuizadas Ações de Divórcio.
Art. 3º. Esta CGADB não reconhece, no âmbito da vida ministerial de seus membros, a situação de União Estável.
Art. 4º. O Ministro, membro desta CGADB, divorciado nos termos do disposto no art. 1º. desta Resolução ou no caso, onde a iniciativa do divórcio partir da sua esposa (1 Co 7: 15), poderá permanecer ou não, na função ministerial, decisão essa, que ficará a cargo da Convenção Estadual da qual é filiado, facultando-se-lhe o direito de recurso para Mesa Diretora e para o para o Plenário desta Convenção Geral.
Parágrafo 1º. O Ministro, vítima de infidelidade conjugal por parte de sua esposa, poderá contrair novas núpcias, respeitados os princípios bíblicos que norteiam a união conjugal, nos termos da permissibilidade concedida por Cristo, em Mateus 5. 31 e 32; 19. 9, ficando cada caso a ser examinado e decidido pelas Convenções Estaduais.
Parágrafo 2º. Quando o Ministro der causa ao divórcio, a sua permanência ou retorno ao ministério dependerá de exame e decisão da Convenção Estadual, facultando-se-lhe ampla defesa, sendo-lhe também assegurado recurso para a Mesa Diretora e para o plenário da Convenção Geral.
Art. 5º. O Ministro, membro desta CGADB que acolher Ministro divorciado sem a observância do disposto na presente Resolução, será responsabilizado disciplinarmente, no âmbito desta Convenção Geral.
Art. 6º. Ficam os Presidentes de Convenções e demais membros desta CGADB autorizados a divulgar entre a membresia das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus em todo o território nacional, o inteiro teor desta Resolução.
Art. 7º. Esta Resolução entrará em vigor na data da sua publicação no “Mensageiro da Paz”, órgão oficial de publicação dos atos desta Convenção Geral.
Art. 8º. Revogam-se a resolução 001/95, de 29 de Janeiro de 1995 e demais disposição em contrário.


Plenário da 40ª Assembléia Geral Ordinária da CGADB em Cuiabá(MT), 13 de abril de 2011.

Pr. Esequias Soares da Silva
Presidente da Comissão Especial

Pr. Everaldo Morais Silva
Relator da Comissão Especial

Pr. Ricardo Moraes de Resende
Secretario Ad Hoc da Comissão Especial

O Divórcio - Pr. Elinaldo Renovato de Lima


O Divórcio - Pb. José Roberto A. Barbosa


INTRODUÇÃO

A aula de hoje tende a ser polêmica, tendo em vista que o tema divórcio, é um dos assuntos mais controvertidos das Escrituras. Ciente dessa realidade, objetivamos, com esta aula, não apenas esclarecer, com base na Bíblia, o que é e as possibilidades de divórcio, mas, também, apresentar encaminhamentos para que os crentes evitem, sempre que possível, passar por essa experiência frustrante.

1. O DIVÓRCIO NO ANTIGO TESTAMENTO

A palavra divórcio, do latim “divortium”, significa separar-se e diz respeito ao acordo judicial que os cônjuges, em comum acordo, decidem, perante a lei, dissolver o vínculo do casamento. No Antigo Testamento, essa prática era concretizada através da dissolução do vínculo matrimonial, dando o direito da parte inocente contrair novas núpcias (Dt. 24.2), a esse tipo de divórcio, ou repúdio, Jesus se refere em Mt. 5.31,32; 19.9. As razões que justificam o divórcio, de acordo com a Lei Mosaica, se encontram em Dt. 24.1-4, expressamente quando o homem identificasse, na mulher, uma “coisa indecente” ou “feia”. Em conformidade com a Lei de Moisés, o homem não podia conceder divórcio à mulher por dois motivos: 1) quando a esposa fosse acusada falsamente de infidelidade sexual (Dt. 22.13-19); e 2) quando um homem tirasse a virgindade de uma mulher e fosse compelido a se casar com ela (Ex. 22.16,17; Dt. 22.28,29). No Antigo Testamento, encontramos dois contextos nos quais o divórcio foi recomendado, o primeiro no caso de casamentos mistos, depois que os judeus retornaram do cativeiro babilônico (Ed. 9 e 10; Ne. 13). Em Ml. 2.16, texto no qual Deus revela Sua insatisfação com o divórcio, também, nos versículos 14 e 15, orienta para que os judeus retornem à mulher da sua mocidade. As tentativas de interpretação dos textos do Antigo Testamento deu origem, no período interbíblico, a duas escolas: Shammai - extremamente radical, defendia que o divórcio somente poderia acontecer em casos de adultério. Para esse rabino judeu, a “coisa indecente” de Dt. 24.1 se referia ao pecado sexual; Hillei, - mais liberal, argumentava que o divórcio poderia acontecer por qualquer motivo, assim sendo, a expressão “coisa indecente”, seria qualquer coisa que o marido não gostasse na mulher. Se o marido não gostasse da comida preparada por sua esposa poderia considerar isso uma “coisa indecente”, justificando o divórcio.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

A Infidelidade Conjugal - Pr. Elinaldo Renovato de Lima

Dica do comentarista, Pr. Elinaldo Renovato de Lima, para a Lição 6: A Infidelidade Conjugal.


A Infidelidade Conjugal



A Infidelidade Conjugal - Pr. Altair Germano

A infidelidade conjugal (adultério), do hebraico na’aph é uma das práticas condenadas nos Dez Mandamentos: “Não adulterarás” (Êx 20.14).

Um caso de infidelidade conjugal no Antigo Testamento bastante conhecido é o de Davi:
E enviou Davi e perguntou por aquela mulher; e disseram: Porventura, não é esta Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o heteu? Então, enviou Davi mensageiros e a mandou trazer; e, entrando ela a ele, se deitou com ela (e já ela se tinha purificado da sua imundície); então, voltou ela para sua casa. (2 Sm 11.3-4)
As consequências deste episódio foram trágicas, pois culminou na trama da morte do marido de Bate-Seba, Uriaz (2 Sm 11.14-17). Davi pagou um alto preço por isso (2 Sm 12.14-19). Apesar do grande erro cometido, ao assumir seu pecado e demonstrar sincero arrependimento, a graça e a misericórdia de Deus se manifestaram em forma de perdão absoluto (2 Sm 12.13), isentando Davi das consequências legais de sua inflação:

Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera. (Lv 20.10)

Em soberania e graça Deus concedeu o seu perdão a Davi. Quem pode contestá-lo? Quem é o legalista que confrontará o Senhor por ministrar em graça o seu perdão?
No Novo Testamento o tema infidelidade conjugal (adultério) é tratado por Jesus:
Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela. (Mt 5.27-28)
O termo grego para “adultério” é moicheúseis, e para “cobiçar” epithumesai, que no contexto implica em ansiar, desejar possuir. Jesus foi para além da letra da Lei e dos comportamentos aparentes, enfatizando o “espírito” da Lei e as intenções do coração (homem interior). Conforme A. T. Robertson:
Jesus situa o adultério nos olhos e no coração antes do ato externo. Wunsche (Beitrage) cita duas declarações rabínicas pertinentes ao tema traduzidas por Bruce: “Os olhos e o coração são dois corretores do pecado”. (Comentário Mateus & Marcos: à luz do Novo Testamento Grego. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 73)

Dessa forma, mais uma vez os legalistas sofreram um duro golpe, pois com certeza, muitos dos que condenavam e apontavam os pecados alheios “concretizados” se viram incluídos no rol de adúlteros.
Outro episódio bastante conhecido no Novo Testamento é o da mulher pega em fragrante adultério:
E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério. E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando, e, na lei, nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? Isso diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra. E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se e disse-lhes: Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra. Quando ouviram isso, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficaram só Jesus e a mulher, que estava no meio. E, endireitando-se Jesus e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais. (Jo 8.3-11)
Mais uma vez a graça é manifesta em forma de atenção, compaixão, perdão e responsabilização. Sim, a graça perdoa, mas responsabiliza: “Vai-te em paz e não peques mais“.
INFIDELIDADE CONJUGAL E PERDÃO

A infidelidade conjugal (adultério) na vida do cristão geralmente é resultado de uma associação de fatores, dentre os quais: Acomodação com a vida espiritual (negligência na vida de oração e falta de vigilância), vida carnal, conflitos no casamento, etc.
A infidelidade promove na vida dos cônjuges e dos familiares dores, frustrações, angústias e tantos outros males (espirituais, sociais, morais e emocionais), podendo inclusive destruir o casamento e a harmonia familiar.
Diante de toda essa realidade é preciso deixar claro que a infidelidade conjugal se enquadra na categoria de pecado, e nesta condição é possível de ser perdoado. Essa possibilidade é geralmente negligenciada por cônjuges que aguardam a mínima (ou máxima) falha do outro, no sentido de ver nisso oportunidade e causa para o divórcio e novo casamento (em algumas situações a ideia já está maquinada em mentes perversas, pervertidas ou sem temor a Deus). Entre os textos que fundamentam a necessidade de perdoar os nossos ofensores destacamos:
Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. (Mt 6.12)
Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão. (Mt 18.15)
Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim vos fará também meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas. (Mt 18.33-35)

Temos uma grande dificuldade em aplicar os textos acima no contexto da infidelidade conjugal. Geralmente duas posições extremas são adotadas. A primeira é a legalista, que exige em todos os casos a exposição e a punição eclesiástica pública (mesmo em casos que não ganharam tal dimensão), o castigo severo, a exclusão arbitrária, a impossibilidade do perdão e da reconciliação conjugal. A segunda é extremamente liberal, e trata a infidelidade conjugal de maneira banal, como algo comum, inclusive podendo ser vivenciada e tolerada em nome de uma “graça” que não é a graça bíblica, racionalizando o fato, e usando a liberdade cristã para dar ocasião a carne, privando do Reino de Deus os que assim agem (Gl 5.13, 16-21). É preciso buscar o equilíbrio nos posicionamentos.

Não tenho dúvida alguma que a vontade do Pai celestial nos casos de infidelidade conjugal, onde o arrependimento da parte infiel é notório e verdadeiro, é a liberação do perdão. O próprio Deus foi vitimado pela infidelidade de Israel:
O relacionamento entre Deus e Israel é frequentemente comparado a um contrato matrimonial (e.g. Is 54.5; Jr 3.14; cf. Ef 5.22-32). “Desviando-se do Senhor”, a fim de adorar aos ídolos, Israel foi considerado por Deus como um caso de infidelidade ou prostituição espiritual. O casamento de Oséias deveria ser, portanto, uma lição prática para o infiel Reino do Norte. (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 1273)

O perdão do Senhor para com a infidelidade de Israel é descrito da seguinte forma:
E desposar-te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias. E desposar-te-ei comigo em fidelidade, e conhecerás o SENHOR. E acontecerá, naquele dia, que eu responderei, diz o SENHOR, eu responderei aos céus, e estes responderão à terra. E a terra responderá ao trigo, e ao mosto, e ao óleo; e estes responderão a Jezreel. E semeá-la-ei para mim na terra e compadecer-me-ei de Lo-Ruama; e a Lo-Ami direi: Tu és meu povo! E ele dirá: Tu és o meu Deus! (Os 2.19-23)

Algumas palavras quero destacar no texto bíblico acima. São elas: benignidade, misericórdia e fidelidade. Israel sofreu por sua infidelidade, mas o Senhor retribuiu a infidelidade de Israel com fidelidade, bondade e misericórdia.

Há muitos livros que tratam sobre o tema “perdão”, que mostram os benefícios do mesmo.
Lendo a biografia de Davi, escrita por Charles R. Swindoll, me deparei com a seguinte narrativa que exemplifica bem o que acabamos de colocar:
As palavras de perdão e graça ditas são maravilhosamente terapêuticas para o ofensor, não importa quão pequena ou quão grande seja a ofensa. Expressar nossos sentimentos remove toda a dúvida. Stuart Briscoe escreve:
Há alguns anos, uma mulher muito bem vestida me procurou no escritório, muito aflita. Ela havia aceitado o Senhor alguns dias antes, mas pedira para ver-me porque algo a perturbava. A mulher contou-me uma história desagradável de um caso que estava tendo com um dos amigos do marido. A seguir, ela insistiu que o marido tinha de saber e que eu devia contar-lhe! Essa foi uma experiência nova para mim!
Depois de alguma discussão com a mulher, telefonei para o marido. Quando chegou em meu escritório, contei-lhe o que tinha acontecido. A reação dele foi algo notável e belo de se ver. Voltando-se para a esposa em lágrimas e com medo, ele disse:- Amo você e a perdôo. Vamos começar de novo.
Muitas coisas tiveram de ser esclarecidas e muitas feridas curadas; mas a resposta dele mostrando perdão, por compreender o perdão de Deus, tornou-se a base de uma nova alegria e uma nova vida. (Davi: um homem segundo o coração de Deus. São Paulo: Mundo Cristão, 1998, p. 317)
Por ser, na dimensão humana, o mais íntimo dos relacionamentos (Gn 2.24), o casamento é o que mais sofre com a infidelidade.

Na condição de pastor, já tratei de vários casos envolvendo a infidelidade conjugal, e sempre trabalhei no sentido da manutenção dos casamentos, incentivando o perdão e a restauração dos mesmos. Cada caso é um caso, e implica em uma série de considerações, de acompanhamento, e de muito diálogo, sempre tendo a Bíblia como fundamento no processo do aconselhamento pastoral, buscando acima de tudo a glória de Deus.

Resolvi enfatizar o perdão no presente subsídio, visto que na lição bíblica a abordagem sobre a infidelidade conjugal concentra-se na questão descritiva e preventiva (questões muito pertinentes ao tema). O perdão é o melhor remédio para a restauração e a cura de casamentos vitimados pela infidelidade.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Conflitos na Família - AD Londrina


Conflitos na Família - Rede Brasil de Comunicação


LIÇÃO 05 - CONFLITOS NA FAMÍLIA - 2º TRIMESTRE 2013 (Ef 5.22-30)

INTRODUÇÃO

Deus instituiu a família visando o bem estar do homem. O propósito de Deus era que o homem vivesse em paz e harmonia com a esposa e os filhos. Mas, desde a Queda (Gn 3.1-7), as famílias passaram a experimentar conflitos, dissabores e aflições, tais como: violência, divórcio, vícios, infidelidade conjugal, rebeldia dos filhos, dívidas, dentre outros. Nesta lição, veremos o significado do termo “conflito”, exemplos de conflitos familiares, suas causas, e, como podemos superá-los. 

I - DEFINIÇÃO E EXEMPLOS DE CONFLITOS FAMILIARES
O termo grego para a palavra conflito é agõn que também pode ser traduzida por“combate” e encontra-se nos seguintes textos (Fp 1.30; I Ts 2.2; Cl 2.1). Aurélio define conflito como “combate”, “desavença” ou “discórdia”.
Encontramos na Bíblia, diversos exemplos de conflitos familiares, tais como:
  • O assassinato de Abel, por seu irmão Caim (Gn 4.8,9);
  • A crise conjugal entre Abraão e Sara, por causa de Hagar (Gn 16.5,6; 21.9-21);
  • As desavenças entre Esaú e Jacó, por causa da bênção da primogenitura (Gn 27.1-46);
  • Os conflitos entre Raquel e Jacó, porque ela não gerava filhos (Gn 30.1);
  • Discórdias entre Jacó e seu sogro Labão, por causa dos rebanhos (Gn 31.1-55);
  • O envolvimento de Diná, filha de Jacó, com Hamor e a consequente traição de Simeão e Levi (Gn 34.1-31);
  • O incesto de Rubem, filho de Jacó, com Bila, concubina de seu pai (Gn 35.22);
  • A inveja dos irmãos de José, a ponto de vendê-lo para os ismaelitas e mentirem para seu pai (Gn 37.1-36);
  • A rebeldia dos filhos de Eli (I Sm 2.12-17, 22-24);
  • O incesto entre Amnom e Tamar (II Sm 13.1-14), filhos de Davi;
  • O plano de Absalão para matar seu irmão Amnom (II Sm 13.23-29);
  • A traição de Absalão (II Sm 15.1-37) e Adonias (I Rs 1.5-9), filhos de Davi; dentre outros.
Estes e outros exemplos nos ensinam que: (1) os conflitos familiares existem desde os tempos mais remotos; (2) até mesmo os grandes homens de Deus enfrentaram crises e problemas familiares; logo, nós também não estamos isentos; (3) Os conflitos familiares ocorrem, não apenas por causa dos ataques do inimigo, mas, também, pelo mau procedimento dos membros da família. Se não fora a inveja de Caim (Gn 4.5); a precipitação de Sara aconselhando Abraão possuir Hagar (Gn 16.1-4); a preferência de Rebeca por Jacó (Gn 25.28); a cobiça e ambição dos filhos de Davi (II Sm 13.1-14; II Sm 15.1-37; I Rs 1.5-9), muitos males poderiam ser evitados.

II - CONFLITOS FAMILIARES NA ÁREA CONJUGAL
2.1 Ira. Casamento é a união de duas pessoas de sexos opostos, imperfeitas, e, geralmente, de temperamentos diferentes. Por isso, é comum surgirem os atritos conjugais, inclusive a ira. O apóstolo Paulo reconheceu que é possível um crente irar-se, quando disse: “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira” (Ef 4.26). O termo grego para ira é thumos e significa “raiva” ou “fúria” que podem acarretar em agressões físicas e verbais. A Palavra de Deus nos adverte quanto aos perigos da ira e como podemos superá-la (Sl 37.8; Pv 1919; 29.22; Ec 7.9; Ef 4.31; 6.4; Cl 3.8; Tg 1.19).

2.2 Orgulho. Do grego, alazonia ou alazoneia. O termo é traduzido em (I Jo 2.16) por “soberba”. Uma pessoa orgulhosa é aquela que possui um amor próprio demasiado, a ponto de pensar somente em si. O orgulho foi o primeiro sentimento pecaminoso a ser introduzido no universo (Ez 28.17) e é uma das características dos homens dos últimos tempos (II Tm 3.1-5). O antídoto contra o orgulho é o amor recíproco e verdadeiro, que, de acordo com o ensino paulino, não busca os seus interesses (I Co 13.5).

2.3 Ciúme. Este termo deriva-se do grego zeloo e do latim zelumen e significa“zelo por alguma coisa”. Em certo aspecto, o ciúme é um sentimento positivo, quando se trata de um cuidado com a pessoa amada. A própria Bíblia diz que o Espírito Santo tem ciúmes (zelo) de nós (Tg 4.5). No entanto, o ciúme humano, muitas vezes, ultrapassa a barreira do amoroso cuidado, torna-se possessivo e doentio, e tem sido a causa de muitas tragédias nos lares. O antídoto contra o ciúme é o amor. O apóstolo Paulo diz que “o amor não arde em ciúmes” (I Co 13.4 - Almeida Revista e Atualizada).

III - CONFLITOS FAMILIARES NA ÁREA FINANCEIRA

3.1 Dívidas. Muitas famílias encontram-se endividadas, por causa do uso irracional de benefícios oferecidos pelo mercado, como: cartão de crédito, cheque pré-datado, crediário, empréstimos, etc. As dívidas podem causar muitos males aos lares, tais como: desequilíbrio financeiro, inadimplência, intranquilidade; provocando até doenças psicossomáticas e desavenças no lar; perda de autoridade e mau testemunho perante os ímpios (Pv 6.1-5; 11.15; 22.7).