domingo, 24 de fevereiro de 2013

O Legado de Elias - Rede Brasil de Comunicação

LIÇÃO 08 - O LEGADO DE ELIAS - 1º TRIMESTRE 2013
INTRODUÇÃO

Nesta lição definiremos o que significa o termo legado. Destacaremos qual foi o legado que Elias deixou. Veremos ainda que, apesar de Elias pensar que estava sozinho o Senhor lhe dirigiu a palavra dizendo que havia ainda sete mil adoradores verdadeiros que não se curvaram diante de Baal. Pontuaremos como se deu a chamada, formação e capacitação do profeta Eliseu como substituto de Elias. E, por fim, elencaremos quais as lições que podemos extrair do chamado de Eliseu.

I - O QUE SIGNIFICA LEGADO
O dicionário Aurélio traduz a palavra “legado” da seguinte forma: “dádiva deixada em testamento; valor previamente determinado, ou objeto previamente endividado, que alguém deixa a outrem por meio de testamento”. No contexto da nossa lição, a palavra legado diz respeito a herança moral, ministerial e espiritual que o profeta Elias, deixou para o seu sucessor Eliseu, bem como também para todos os servos de Deus em todas as épocas.

II - QUAL FOI O LEGADO DE ELIAS
Elias como um profeta de Deus, deixou como legado seu exemplo de vida, seu caráter. O Aurélio define a palavra “caráter” como: “o conjunto de traços particulares, o modo de ser de um indivíduo; índole; natureza”. A Bíblia nos revela o caráter moral, ministerial e espiritual deste homem de Deus. Vejamos cada um deles detalhadamente:

2.1 Moral. Esta expressão diz respeito aos “princípios que regem a vida do ser humano, mostrando o que é certo e o que é errado” (ANDRADE, 2006, p. 270). Elias manteve-se íntegro num período de tanta apostasia sob o governo de ímpio rei Acabe e da maldosa Jezabel (I Rs 16.30,31). Ele mesmo descreve-se como um servo muito zeloso pelo Senhor 

(I Rs 19.10).
2.2 Ministerial. Já vimos que, Elias recebera de Deus o chamado para ser profeta (I Rs 17.1). O registro bíblico nos mostra que ele exerceu seu ministério como um verdadeiro mensageiro de Deus, pois anunciou que haveria seca sobre Israel, apoiado na Escritura, como sentença pela indiferença espiritual (Dt 28.23,24; II Cr 7.13); denunciou a idolatria de Acabe (I Rs 18.18); confrontou Acabe e os profetas de Baal e Aserá no Monte Carmelo a fim de erradicar a adoração ao ídolo e mostrar para Israel quem era o verdadeiro Deus (I Rs 18.19-40); e fez conhecida a injustiça cometida contra Nabote, pronunciando a sentença por este pecado (I Rs 21.17-24).
2.3 Espiritual. O profeta Elias se tornou uma referência espiritual. Ele é chamado diversas vezes de “homem de Deus” (I Rs 17.18,24; II Rs 1.6,9,11,13). Isto também porque as palavras proféticas que saiam da sua boca vinham da parte de Deus, porque tinha real cumprimento, eis algumas: (1) Elias profetizou que não choveria e não choveu (I Rs 17.1-b); (2) Em seguida anunciou que choveria e realmente choveu (I Rs 18.41,45); (3) falou a viúva de Sarepta que a farinha e o azeite da botija não faltaria e não faltou (I Rs 17.14-16); (4) Orou a Deus pela ressurreição do filho desta mesma viúva e ela asseverou: “…nisto conheço agora que tu és homem de Deus, e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade” (I Rs 18.24); (5) No monte Carmelo clamou por fogo e o fogo caiu sobre o altar (I Rs 18.36,38).

III - O REMANESCENTE FIEL NO TEMPO DE ELIAS
A grande apostasia no Reino do Norte durante o reinado de Acabe e as ameaças de Jezabel aos profetas de Deus, levou o profeta Elias, em sua fragilidade, algumas vezes, fazer declarações precipitadas, pensando ele que era o único servo de Deus que restara “…só eu fiquei por profeta do Senhor…” (I Rs 18.22). Confira também (I Rs 19.10,14). No entanto, a voz divina assegura ao profeta que havia um remanescente que não tinha se corrompido com a adoração a Baal (I Rs 19.18). Entre os sete mil adoradores verdadeiros, podemos citar o nome de alguns, vejamos:
  • Micaías. Havia no palácio de Acabe profetas falsos que comiam da mesa de Jezabel, e profetizavam apenas o que lhe agradava (II Cro 18.5; I Re 18.19). No entanto, existia também um profeta do Senhor, o seu nome é Micaias que significa: “quem é como Deus”. Ele era um mensageiro de Jeová que se opunha severamente a práticas do rei Acabe como este mesmo declara (I Rs 22.8). Ele se manteve fiel ao que Deus lhe mandava dizer (II Rs 22.14,28), apesar de lhe custar prisão, espancamento e privações (I Rs 22.24, 27).
  • Obadias. Seu nome significa “servo de Jeová”. Apesar de ser um “mordomo” do monarca Acabe (I Rs 18.3,5). Este homem, temia muito a Deus e aos homens de Deus (I Rs 18.7). Ele ajudou a ocultar os servos do Senhor a fim de que não fossem mortos por Jezabel (I Rs 18.13).
  • Eliseu. Seu nome quer dizer “Deus é salvação”. Sem dúvida alguma, para que Deus escolhesse Eliseu para ser sucessor do profeta Elias, ele deveria ser um servo fiel. Observa-se isso também pela sua atitude ao receber o chamado divino, quando obedeceu sem hesitar, despedindo-se deu seu pai e mãe, mostrando assim ser um bom filho (I Rs 19.20,21).

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A Viúva de Sarepta - Pb. José Roberto A. Barbosa

Texto Áureo: Lc. 4.25,26 - Leitura Bíblica: I Rs. 17.8-16
Prof. José Roberto A. Barbosa

INTRODUÇÃO
A sociedade contemporânea matou Deus, preferiu fugir da Sua realidade. Mas, a Bíblia, a Palavra de Deus, nos mostra que Ele está vivo. Na lição de hoje estudaremos a respeito da viúva de Sarepta e da providência divina através do profeta Elias. Inicialmente trataremos a respeito do contexto no qual aquela viúva viveu, em seguida, a atuação de Elias diante da adversidade da viúva, e por fim, a providência de Deus como resposta à oração.

1. A VIÚVA DE SAREPTA Sarepta era uma pequena cidade costeira, fora das fronteiras de Israel, pertencia ao domínio dos sidônios. Aquela região também passou por dificuldades em razão dos três anos e meio de seca, a respeito da qual profetizou Elias. Durante a seca, o próprio profeta se refugiou próximo ao ribeiro de Querite, até que este secou. Por providência divina Elias era alimentado pelo Senhor, os corvos lhe traziam comida. Quando a privação chegou, o profeta recebeu uma orientação do Senhor, para que se dirigisse à Sarepta, pois ali seria alimentado por uma viúva (I Rs. 17.9). Ao chegar naquela pequena cidade, o homem de Deus se deparou com a viúva catando gravetos, isso mesmo, não era lenha, pois pretendia fazer um pequeno fogo. Isso mostra que a comida era escassa, e a dificuldade abundante. Depois de horas de viagem e de cansaço, o profeta do Senhor pede àquela mulher que lhe dê comida. A mulher, obedecendo ao instinto materno, responde que tem apenas um pouco de farinha e azeite, que comerá aquela porção com o seu filho, e depois morrerá (I Rs. 17.12). O profeta, por revelação divina, revela-lhe que se ela o alimentar, tendo em vista que estava faminto, o Senhor os preservaria. Essa declaração do profeta estava fundamentada em Deus, não em interesses meramente humanos. Há muitos falsos profetas nos dias atuais, pseudoevangélicos, que se apropriam indevidamente das posses das pessoas, com promessas que Deus não fez. Mas diante da Palavra de Deus, a mulher creu, e colocou a sua fé em ação, obedecendo à mensagem profética.

2. O PROFETA E A VIÚVA DE SAREPTA
De fato, a panela de farinha nunca esvaziou, e a botija de azeite jamais secou, o Senhor supriu as necessidades daquela família. Esse é um ensinamento relevante para os dias atuais, nos quais as pessoas querem sempre mais do que precisam. Ao invés de confiarem na providência de Deus, angustiam-se demasiadamente, vivem ansiosas, perdem a fé e a confiança em Deus (Mt. 6.26-30). A teologia da ganância está fazendo estragos na fé evangélica brasileira. O contentamento, ensinamento bíblico que nada tem a ver com comodismo, não é admoestado nos púlpitos (I Tm. 6.6; Hb. 13.5). A providência divina não nos isenta do sofrimento, pois depois disto adoeceu o filho da mulher, da dona da casa, e a sua doença se agravou tanto, que ele morreu (I Rs. 17.17). A viúva de Serepta, mesmo tendo crido na mensagem do profeta, teve um momento de fraqueza, e quis culpá-lo pela morte do seu filho. Essa teologia da causa e efeito é bastante comum ainda hoje, e antiga, desde os tempos dos amigos de Jó. As pessoas querem sempre encontrar um culpado pelos sofrimentos. Os próprios discípulos de Jesus queriam saber o porquê de o homem ter nascido cego (Jo. 9.1). Ao invés de tentar justificar a teologia equivocada da mulher, Elias resolveu agir, e confiante no Deus da providência, pediu o filho, tomou-o dos seus braços, o levou para cima, e o deitou sobre a cama (I Rs. 17.19). O silêncio de Elias teve uma razão de ser naquele contexto, pois há momentos em que simplesmente as palavras não resolvem. O profeta também não questiona Deus pelo ocorrido, ele se entrega à soberania dAquele que tem todas as coisas sob o Seu comando.

3. A PROVIDÊNCIA DE DEUS ATRAVÉS DA ORAÇÃO
A confiança do profeta repousava sob a providência de Deus, com ternura Elias coloca o menino em sua cama, e recorre a último recurso do crente: a oração (I Rs. 17.20). O silêncio de Elias, diante da mãe daquele menino, se transformou em palavras diante do Senhor. Deus não receia nossa sinceridade, sua maior preocupação é com o nosso desdém em relação a Ele. Quantos hoje já não oram mais? Essa, certamente, é a geração que se esqueceu de orar. As pessoas, confiantes em seus aparatos tecnológicos, vivem como se Deus pudesse ser desconsiderado. A oração é uma necessidade para todo cristão. O apóstolo Paulo é incisivo ao orientar os crentes para que orem sem cessar (I Ts. 17). Jesus já havia orientado os Seus discípulos quanto à importância da oração (Mt. 26.41). Oramos não determinando o que Deus deve ou não fazer, pois é a vontade dEle que prevalece (I Jo. 5.14,15). O modelo de oração a ser seguido pelos cristãos não é o de Jabez, mas o de Cristo, pois Ele nos ensinou corretamente a orar (Mt. 6.5-13). Conforme nos instruiu o próprio Mestre, as orações não devam ser meras repetições, mas uma entrega total, e confiante na providência divina. Muitas vezes não sabemos orar como convém, mas o Espírito Santo nos auxilia na oração, com gemidos inexprimíveis (Rm. 8.26,27). A fé é um elemento imprescindível na oração, pois aquele que se aproxima do Senhor deve saber que Ele é galardoador dos que O buscam (Hb. 11.1,6). A perfeição não é condição para a oração, pois Elias, como bem lembra Tiago, era um homem simples, mas orou, e o Senhor o ouviu (Tg. 5.17,18).

CONCLUSÃO
Em resposta à oração do profeta Deus fez com que o menino revivesse (I Rs. 17.22-24).  Elias era um homem sujeito as mesmas paixões que nós, e não desprezou a oração. Esse é um estímulo para buscamos o Senhor em oração, sempre com a motivação maior, de nos relacionarmos com Ele. Jesus, o homem perfeito, também orou, e se Ele assim o fez, não podemos agir diferentemente (Mc. 1.35; Mt. 14.23; Lc. 6.12).

BIBLIOGRAFIA
GETZ. G. Elias: um modelo de coragem e fé. São Paulo: Mundo Cristão, 2003.
SWINDOLL, C. R. Elias: um homem de heroísmo e humildade. São Paulo: Mundo Cristão, 2001.
Publicado no blog Subsídio EBD