sábado, 17 de agosto de 2013

A Atualidade dos Conselhos Paulinos - Pr. Altair Germano

A presente lição divide-se basicamente em duas questões: O alegrar-se no Senhor, e o cuidado com os maus obreiros e os seus falsos ensinos.
ALEGRAI-VOS NO SENHOR

[…] fazendo sempre, com alegria, súplicas por todos vós, em todas as minhas orações […]” (Fp 1.4)
“[…] completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento.” (Fp 2.2)
Entretanto, mesmo que seja eu oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, alegro-me e, com todos vós, me congratulo.” (Fp 2.17)
Por isso, tanto mais me apresso em mandá-lo, para que, vendo-o novamente, vos alegreis, e eu tenha menos tristeza.” (Fp 2.28)
Quanto ao mais, irmãos meus, alegrai-vos no Senhor. A mim, não me desgosta e é segurança para vós outros que eu escreva as mesmas coisas.” (Fp 3.1)

Portanto, meus irmãos, amados e mui saudosos, minha alegria e coroa, sim, amados, permanecei, deste modo, firmes no Senhor.” (Fp 4.1)
Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos.” (Fp 4.4)
Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade.” (Fp 4.10)

A alegria é um tema recorrente na carta de Paulo aos filipenses. Regozijar-se no Senhor é uma exortação, uma ordem, um mandado. Não é algo que experimentamos passivamente. Temos que fazer algo para que nos regozijemos, e é algo que somos capazes de fazer.[1]
Lloyd-Jones nos alerta para o fato que a alegria no Senhor não significa “entreter” as emoções com música, ou qualquer outro tipo de coisa que proporcione algum tipo de sentimento bom. Também não significa forjar uma aparência de alegria, quando interiormente não se está alegre (manter as aparências).[2]

A expressão grega chaírete en kyrío (alegrai-vos no Senhor), implica em se alegrar em comunhão com ele ou por causa dele, ou com a alegria dada por ele.[3]

Alegrar-se no Senhor é uma condição que depende de nossa percepção daquilo que somos em Cristo, de nossa posição nele, e daquilo que disto resulta, como por exemplo o fato de nada poder nos separar do seu amor (Rm 8.38-39). A alegria no Senhor é algo possível de ser vivenciado em meio às aflições, quanto temos consciência de sua vitória sobre o mundo (Jo 16.33).[4] É por esta razão, que mesmo em meio à aflição, Paulo faz dezesseis 

referências a “alegria” ou “regozijo” nesta epístola.[5]

Devemos nos alegrar no Senhor por aquilo que Ele é, por causa de sua bondade, santidade e verdade. Devemos nos alegrar no Senhor, pois isto colabora para esperança daqueles que em meio às aflições, decepções, calamidades, tragédias e infelicidade, buscam respostas confortantes. Devemos no alegrar no Senhor, pois isto nos beneficia, promovendo fortalecimento e encorajamento em meios às nossas próprias lutas.[6]

É preciso fazer uma distinção entre “alegria” e “felicidade”:
Feliz e afortunado são termos paralelos. Afortunado vem da palavra latina “fortuna” que tem a ver com situações externas mas que afetam a você pessoalmente. Poderíamos chamá-la de emoção circunstancial. Se suas circunstâncias são favoráveis, então sua reação para com elas é positiva e você fica feliz. Mas alegria é outra coisa bem diferente porque tem haver com as profundezas de seu ser. Compare tal estabilidade com o mar. A poucos quilômetros de profundidade no oceano, a milhares de metros abaixo da superfície, você descobre que nenhum efeito é causado por qualquer circunstância que ocorra na superfície. Nas profundezas a temperatura permanece constante. Nenhuma tempestade ou bater de ondas perturba o fundo do mar. Como nas camadas inferiores dos oceanos, é a alegria inspirada por Deus.[7]

Que bela ilustração. Podemos sofrer no corpo e na alma, sem que tais sofrimentos abalem as estruturas de nossa fé e confiança em Deus. Podemos derramar lágrimas, e ao mesmo tempo sentirmos o gozo da alegria no Senhor!
Regozijar-se no Senhor é a única alegria que jamais falhará conosco.[8]

GUARDAI-VOS DOS CÃES E DOS MAUS OBREIROS
No comentário de Hernandes Dias Lopes sobre Filipenses lemos:
Ralph Martin diz que os cães eram considerados animais imundos na sociedade oriental. Werner de Boor ainda diz que no antigo Oriente o cão não era o companheiro fiel e amado do ser humano, mas um animal semi-selvagem que vagueava em matilhas, caçando a presa aos latidos. É assim que Paulo vê seus adversários metendo o nariz e latindo suas heresias em todas as regiões. […] Agora, porém, Paulo inverte os papéis e se refere aos falsos mestres como cães, ou seja, aqueles que viviam perambulando ao redor da igrejas gentias, tentando “abocanhar” prosélitos, ganhar novos adeptos para seu modo de pensar e viver (Mt 23.15). Tais cães e maus obreiros prejudicavam a boa causa.[9]

Para um judeu os cães eram as mais miseráveis e desprezíveis de todas as criaturas, e usavam o termo para se referir aos gentios. É bem provável que tal pensamento foi concebido por causa das matilhas de cães que perambulavam pelas cidades orientais, sem lar e sem dono, alimentando-se nos lixos das ruas, lutando entre si mesmos e atacando os passantes.[10]

Martin acha plausível a ideia de que Paulo estivesse, ironicamente, utilizando um termo que seus inimigos judeus usavam para injuriar os convertidos das igrejas gentias - crentes gentios não circuncidados (cães), em Filipos e na Galácia - e devolvendo-o furiosamente.[11]

O termo grego traduzido por “maus” em Filipenses 3.2, que se refere aos obreiros (gr. ergatas) citados por Paulo, é kakous, derivado de kakós, que significa literalmente “de má qualidade, desprezível, impostor, perverso, mau, de coração, conduta e caráter.[12]

 Trata-se aqui de indivíduos que trazem prejuízos e danos à obra e ao Evangelho.[13]

Nos dias atuais, assim como entre os filipenses dos tempos de Paulo, temos maus obreiros (cães) rodeando e se infiltrando na igreja. Eles promovem o legalismo (ênfase em normas e tradições que não se sustentam e contradizem a Palavra), o liberalismo (ideias teológicas heréticas e racionalistas), o relativismo moral (postura ética e comportamental inadequada) e o mercantilismo (fazem da igreja e do ministério uma atividade comercial com fins lucrativos).A questão é tão grave que Paulo utiliza por três vezes o termo “acautelai-vos” ou “guardai-vos” (gr. blépete), que significa “precaver-se”, “cuidar-se”, “preocupar-se”, “vigiar”, “estar atento”.[14]

Sigamos prudentemente os conselhos do apóstolo Paulo!

sábado, 10 de agosto de 2013

A Fidelidade dos Obreiros do Senhor - Pr. Altair Germano

Tratando-se de igreja evangélica no Brasil (e mais especificamente da Assembleia de Deus), vivemos um momento bastante crítico em termos de ministério pastoral. Todos os dias centenas de pessoas, pelos mais diversos meios e formas recebem uma credencial ou uma ordenação de pastor. Qual o compromisso com Deus daqueles que ordenam e que são ordenados ao ministério pastoral? Quais são as suas reais intenções? Como podemos ser pastores aprovados por Deus? Como podemos identificar pastores sérios, íntegros e verdadeiros? Certamente, neste espaço não dá para responder todas estas questões, mas, pelo menos poderemos promover a reflexão e o debate.
O que é um pastor? Um pastor é um cuidador de ovelhas. Alguém que protege, alimenta, guia e procura de todas as maneiras possíveis o bem maior para o rebanho e para cada ovelha. Ele cuida de todas e de cada uma.

SER PASTOR NOS DIAS ATUAIS
Não deveria haver diferença entre o ser pastor nos tempos bíblicos do A.T. e N.T., com o ser pastor na atualidade. A atividade pastoral, em muitos lugares está distante do ideal bíblico. Como já escrevi, as ovelhas estão sendo trocadas pelas coisas. Mesmo que as coisas sejam para o bem das ovelhas, o contato pessoal, a visitação, o aconselhamento, a pregação e o ensino não podem ser banidos das atividades cotidianas de um pastor.
O ministério pastoral é um ministério de contato pessoal, e não de gerenciamento à distância. O perfil do pastor bíblico é o de alguém que entra no aprisco, e não que manda outro em seu lugar (Jo 10.2), as ovelhas reconhecem a sua voz (Jo 10.3), chama as ovelhas pelo nome (Jo 10.2b), as conduz com responsabilidade (Jo 10.2v), dá a vida pelas ovelhas (Jo 10.11), conhece as ovelhas, ou seja, goza de amizade e intimidade com elas e por elas é conhecido (Jo 10.14).
Com o advento da Revolução Industrial (séc. XVIII), com o modelo capitalista de economia, e com as modernas teorias de administração, alguns segmentos da igreja, inseridos neste contexto cultural, como sempre aconteceu, pois a igreja não está isenta da influência externa, adotaram o modelo “piramidal” e “departamental” de administração. Por “piramidal” entenda-se uma forte ênfase administrativa na hierarquia e um distância crescente de quem está no topo da pirâmide (pastores) dos que estão na base (membros e congregados). No meio da pirâmide ficaram os evangelistas, presbíteros, diáconos e líderes em geral.

Por “departamental” trato da criação de departamentos (como nas fábricas, lojas, comércio e indústria). Dessa forma temos o departamento infantil, juvenil, de senhores, de senhoras, de evangelização, de educação, de música etc. O modelo de igreja família e comunidade doméstica, típico do Novo Testamento, ao longo dos anos dissiparam-se. O atual modelo pode ser aproveitado? Acredito que algumas coisas sim, desde que norteadas pelos princípios bíblicos. O argumento de que a igreja cresceu, não significa necessariamente que cresceu com saúde. Não são apenas modelos que fazem a igreja crescer, antes, é o próprio Deus que faz a sua igreja crescer nas mais diferentes circunstâncias ou situações (At 2.47; 1 Co 3.6).

Além de todas as questões já citadas, ainda temos a política eclesiástica, que acaba afastando alguns pastores de sua cidade, Estado ou região. Alguns, em períodos de eleições convencionais privam a igreja de sua presença partindo em busca de apoio e votos para cargos que não mais produzem o que já produziram (alguns não produzem nada). Tempo e dinheiro são na atualidade gastos em vão.
Outro fenômeno que resulta da política eclesiástica atual é a ordenação do que defino como “pastor miojo”, ou seja, são obreiros (eleitores) formados “instantaneamente”, apenas com o propósito de votar durantes as assembleias convencionais naqueles que os ordenaram (seus “padrinhos” ministeriais).
Entendo que uma análise séria e profunda da situação poderia mudar o quadro, para que o ministério pastoral retomasse o seu real propósito:
Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas.” (Atos 6.2).
Apenas pastores ministerialmente saudáveis poderão conduzir de maneira saudável o rebanho do Senhor:
Tenho, porém contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas“. (Ap 2.4-5)

OS FALSOS PASTORES
Para agravar a situação, além de pastores que não cumprem o seu ministério como deveriam, temos os falsos pastores que fingem cumprir e ter um ministério “autêntico”.
Falo dos pilantras, dos vigaristas, dos mercenários e bandidos de plantão e em ação.
Sem delongas, segue abaixo algumas características dos falsos pastores:
- São apascentadores de si mesmos, ou seja, ministram em causa própria (Ez 34.2);
- São exploradores das ovelhas. Vivem no luxo absurdo e exagerado à custa dos dízimos e das ofertas dos simples “fiéis. Confundem sustentação com ostentação. (Ez 34.3);
- São duros, implacáveis e descompromissados com o cuidado e a saúde integral das ovelhas (Ez 34.4-6);

OS PASTORES E A FORMAÇÃO DAS NOVAS LIDERANÇAS
Cooperar na formação de novos líderes e pastores faz parte da atividade ministerial. Infelizmente há aqueles que além de não trabalharem neste sentido, adoecem e morrem com o cajado na mão. Que os honrados pastores possam discernir e perceber o tempo de passar adiante o cuidado do rebanho. Saber sair é tão importante quanto saber chegar.
Formar novos líderes e obreiros não é algo apenas feito com cursos e discursos, é preciso ser exemplo (1 Co 11.1; Fp 4.9; 1 Tm 4.12).
Para os jovens obreiros, sugiro a leitura do texto publicado no link abaixo, também escrito em meu livro “Uma Liderança com Saúde“, que expressa um pouco do meu desejo, ao mesmo tempo em que alerto para algumas realidades vivenciadas no contexto atual do ministério pastoral:
Sugiro ainda que assistam o vídeo abaixo:
RECOMENDAÇÕES PARA AS PRÓXIMAS GERAÇÕES DE PASTORES E LÍDERES EVANGÉLICOS
Que na condição de pastores sejamos fiéis ao nosso chamado. Dessa maneira seremos fiéis àquele que nos chamou, Jesus, o Supremo Pastor (1 Pe 5.1-4).

Lições Bíblicas Digital CPAD


Currículo de Escola Dominical para o 4º Trimestre de 2013.

Breve em todas as livrarias.

Revista Lições Bíblicas - Jovens e Adultos 
Tema: A Sabedoria de Deus para uma vida Vitoriosa - A atualidade de Provérbios e Eclesiastes

SUMÁRIO:
Lição 1 - O Valor dos Bons Conselhos
Lição 2 - Advertências Contra o Adultério
Lição 3 - Trabalho e Prosperidade
Lição 4 - Lidando de Forma Correta com o Dinheiro
Lição 5 - O Cuidado com Aquilo que Falamos
Lição 6 - O Exemplo Pessoal na Educação dos Filhos
Lição 7 - Contrapondo a Arrogância Com a Humildade
Lição 8 - A Mulher Virtuosa
Lição 9 - O Tempo para Todas as Coisas
Lição 10 - Cumprindo as Obrigações Diante de Deus
Lição 11 - A Ilusória Prosperidade dos Ímpios
Lição 12 - Lança o teu Pão Sobre as Águas
Lição 13 - Tema a Deus em todo o Tempo



domingo, 4 de agosto de 2013

As Virtudes dos Salvos - Ev. Carlos Kleber Maia

Quando lemos o texto de Filipenses 2.12,13, onde Paulo declara que os crentes devem operar a sua salvação, Deus é quem opera o querer e o efetuar, devemos ter cuidado para não nos cairmos no extremismo. Se ressaltarmos apenas o verso 12, poderíamos pensar que a salvação é realizada unicamente por nossos esforços, o que é totalmente falso (este pensamento caracteriza o pelagianismo, que foi condenado como herege pela igreja). Se, por outro lado, enfatizarmos apenas o verso 13, poderíamos pensar que não devemos fazer absolutamente nada para sermos salvos e vivermos uma vida santa. Devemos esperar totalmente em Deus, que ele nos salve e nos mantenha longe do pecado.
O verdadeiro ensino de Paulo está no equilíbrio: A salvação vem de Deus, que dá ao homem a condição de crer em Jesus, não resistindo à graça divina, e a permanecer na fé, mas que este homem deve procurar viver uma vida de tal maneira que agrade a Deus. E a capacidade para isto vem da própria graça de Deus. Este é o ensino arminiano.
A Declaração Remonstrante, documento de origem do arminianismo declara nos seus pontos centrais: “Que o homem não podia obter a fá salvífica de si mesmo ou pela força de seu próprio livre arbítrio, mas necessitava da graça de Deus, através de Cristo, para ser renovado no pensamento e na vontade (Jo 15.5)”;
“Que esta graça foi o início, o desenvolvimento e conclusão da salvação do homem, de forma que ninguém poderia crer nem perseverar na fé sem esta graça cooperante, e consequentemente todas as boas obras devem ser atribuídas à graça de Deus em Cristo”;
“Que os verdadeiros cristãos tinham força suficiente, através da graça divina, para enfrentar Satanás, o pecado, o mundo, sua própria carne, e a todos vencer, mas que se por negligência eles pudessem apostatar da verdadeira fé, perder a felicidade de uma boa consciência e deixar esta graça, tal assunto deveria ser mais profundamente investigado de acordo com as Escrituras Sagradas”. (OLSON, Teologia Arminiana, pg. 41).
Armínio, na sua obra “Declaração de Sentimentos”, afirma: “Em seu pecaminoso e caído, o homem não é capaz, de e por si mesmo, quer seja pensar, querer ou fazer o que é, de fato, bom, mas é necessário que seja regenerado e renovado em seu intelecto, afeições ou vontade e em todas as suas atribuições, por Deus em Cristo, através do Espírito Santo, para que seja capaz de corretamente compreender, estimar, considerar, desejar e realizar o que quer que seja verdadeiramente bom. Quando ele é feito um participante dessa regeneração ou renovação, eu considero que, uma vez que ele é liberto do pecado, ele é capaz de pensar, desejar e fazer o que é bom, mas entretanto, não sem a contínua ajuda da graça divina” (OLSON, Teologia Arminiana, pg. 53).
Então vemos que o arminianismo não crê num sinergismo onde o homem faz a sua parte e Deus a dele. Crê que Deus toma a iniciativa e dá ao homem toda a condição para crer, pela graça. O homem apenas não resiste à esta graça e aceita o que Deus lhe oferece, pela fé. O homem deve permanecer crendo em Cristo para sua salvação e, mesmo para o regenerado, a condição de permanecer vem da graça. A capacidade de aceitar a graça vem da própria graça divina.
Se acreditarmos que a capacidade de perseverar vem de nós, fruto da nossa disciplina, em “pagar o preço” na oração, estudo da Bíblia, jejum, etc, estamos caindo no pelagianismo e negando a plena necessidade da graça divina.
Não devemos entender que “a operação do Eterno habilita qualquer pessoa à salvação através da iluminação do Evangelho (Jo 1.9)” – ponto 3 da lição 5, como se toda a obra do Espírito Santo em nós fosse apenas a capacitação do nosso entendimento, mas que a vontade para fazer o bem é natural do homem, pois este ensino caracteriza o semipelagianismo, que também foi considerado herege pela igreja.
A obra do Espírito Santo é muito mais do que apenas no entendimento humano. Ele habilita o homem caído, pela graça divina, a ouvir, entender e aceitar o evangelho, dando-lhe a capacidade de não rejeitar a graça que lhe é oferecida.
No entanto, como esta graça, quanto à seu modo de operar, é resistível, há muitas exortações na Palavra, a que o homem não se afaste de Cristo, persevere crendo e prossiga para o alvo para o qual o Senhor nos chamou: Cristo.
Não devemos, pois entender que as virtudes dos salvos são qualidades morais naturais deles, ou o poder de fazer o bem que eles apresentam, mas que toda a virtude vem de Deus. É Ele, e apenas Ele que nos capacita a fazer o bem, pela graça, mesmo para os salvos.
Ev. Kleber Maia

terça-feira, 23 de julho de 2013

Jesus, o Modelo Ideal de Humildade - Prof. Dr. Caramuru Afonso Francisco

Aula prévia referente à Lição 4: Jesus, o Modelo Ideal de Humildade, como preparação dos Professores da EBD durante a semana anterior a aula.


Jesus, o Modelo Ideal de Humildade - CPAD

INTRODUÇÃO
I. O FILHO DIVINO: O ESTADO ETERNO DA PRÉ-ENCARNAÇÃO (2.5,6)
II. O FILHO DO HOMEM: O ESTADO TEMPORAL DE CRISTO (2.7,8)
III. A EXALTAÇÃO DE CRISTO (2.9-11)

CONCLUSÃO
Caro professor, um termo grego muito importante no capítulo 2 de Filipenses é ??????? (kenosis). Este é um conceito que ganhou força na Teologia Cristã através dos séculos, pois, em Cristologia, ele trata do esvaziamento da glória divina de Jesus para tornar-se em “forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens”. É a iniciativa de Jesus em aniquilar a própria vontade para fazer a do Pai.
Quando estudamos Cristologia e deparamo-nos com o milagre da encarnação de Deus em Jesus Cristo, uma pergunta é inevitável: “Como o Deus todo-poderoso, soberano e criador de todas as coisas, revelou-se plenamente à humanidade de forma tão frágil (criança) e humana (Jesus de Nazaré)? Os palácios não foram a Sua casa, muito menos o quarto nababesco de um grande hotel. O lugar que acomodou o nosso Senhor foi uma estrebaria, onde se abrigava diversos animais. O símbolo da estrebaria remonta o significado do que o apóstolo Paulo quer dizer com esvaziamento de Cristo.
Deus estava em Jesus revelando-se à humanidade como nunca se revelara antes: humilde, humano, servo, lavador de pés. Esta foi a causa dos judeus não reconhecê-lo como Messias, pois Ele era o oposto daquilo que os judeus esperavam. Deus jamais se revelara assim tão humilde como revelou-se em Jesus. Jesus, o Cristo, uma loucura para gentios e judeus.

Jesus, o Modelo Ideal de Humildade - Ev. José Roberto A. Barbosa

Texto Áureo: Fp. 2.5 - Leitura Bíblica: Fp. 2.5-11
Prof. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD

INTRODUÇÃO

Na última aula destacamos que a humildade é uma das características do cristão, condição necessária para a unidade da igreja. Na de hoje aprofundaremos esse tema, apontando Cristo como o modelo ideal de humildade. Inicialmente destacaremos a humilhação de Cristo, em seguida sua exaltação, e ao final, a necessidade de vivermos, como cristão, na mesma humildade.

1. O CRISTO HUMILHADO
O texto bíblico tem sido amplamente debatido entre os estudiosos das Escrituras, muito usado para explanar a doutrina da kenosis, isto é, do esvaziamento de Cristo. Mas esse não é o foco principal dessa passagem, tendo em vista que Paulo estava orientando em relação a um problema prático na igreja de Filipos. Isso não deve ser motivo para desconsiderar o estudo teológico, apenas mostra que a teologia precisa está vinculada à prática. Os problemas não podem ser solucionados somente com base nas nossas experiências. A doutrina bíblica é o alicerce a partir do qual a liderança toma as decisões na igreja. É nesse sentido que a doutrina da kenosis (gr. Esvaziamento) tem como objetivo orientar os cristãos à humildade. Cristo abriu mão de usar seus atributos divinos em causa própria. Mesmo “subsistindo” (gr. hyparquein) em forma (gr. morphe) de Deus (Fp. 2.6), e sendo o Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis (Cl. 1.16), “não julgou como usurpação o ser igual a Deus”, isto quer dizer que Ele não considerou a sua igualdade a Deus, antes, por amor aos homens, decidiu esvaziar-se. Esse esvaziamento, verbo grego kenou, revela que Ele não deixou de ser Deus, nem mesmo que perdeu seus atributos, mas renunciou Sua glória celestial (Jo. 17.5). Isso para assumir a forma de servo (Fp. 2.7), nos evangelhos Ele se apresenta como um servo (Mt. 20.27; Mc. 10.45; Lc. 22.27). Quando os discípulos quiseram ser uns maiores do que outros, o Senhor radicalizou, pegou uma toalha e uma bacia e lavou os seus pés (Jo. 13.1-13). Cristo tomou a forma real de homem, não era apenas aparente, como defendiam os adeptos do docetismo gnóstico. Ele era homem tanto internamente quanto externamente, tornando-se semelhante a Adão, mas sem pecado. Ele também se fez semelhante (gr. homoioma), isso mostra que Cristo não tinha apenas sentimentos e intelecto humanos (gr. morphe), tinha também aparência humana. A realização extrema dessa humilhação foi demonstrada em Seu sacrifício (Fp. 2.8). Cristo foi obediente até a morte, e morte de cruz, para remover o pecado (I Pe. 2.24; II Co. 5.21).

domingo, 21 de julho de 2013

O Comportamento dos Salvos em Cristo


O Comportamento dos Salvos em Cristo - Pr. Altair Germano

Não são poucos os casos de cristãos que adotam um comportamento indigno na igreja e fora dela. É clássica a frase “nossas ações falam mais alto do que nossas palavras”. É preciso viver o evangelho dignamente em todas as esferas de nossa vida, convívio e relacionamentos. O testemunho cristão significa viver de conformidade com a Palavra de Deus.

O COMPORTAMENTO DOS CIDADÃOS DO CÉU
1. O Porte Digno do Cristão na Família (Ef 5.22-33; 6.1-4)
Alguém já declarou que a família é o lugar mais difícil de ser crente. É de fato o lugar onde alguns cristãos, em virtude da privacidade, acabam tirando a mascaram e mostrando quem realmente são. Eis algumas condutas que denigrem o bom testemunho cristão na família:
- Maridos que maltratam esposa e filhos- Maridos que não dão sustento a família por pura acomodação- Maridos que vivem de aparência enquanto falta o sustento básico para a esposa e os filhos- Esposas que afrontam e desrespeitam os maridos- Esposas que negligenciam a criação e a educação dos filhos- Esposas que vivem fofocando ou reclamando da vida- Filhos insubmissos aos pais- Filhos cujos pais acobertam os seus erros- Vocabulário inadequado dentro de casa- Brigas constantes diante dos filhos- Locação de filmes e acessos a sites pornográficos
Seus parentes e amigos percebem na sua família o bom testemunho cristão? Sua família tem condições de evangelizar os seus vizinhos?
2. O Porte Digno Cristão na Sociedade
Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo” (Fp 2.15)
O sal continua com sabor? A luz brilha intensamente? (Mt 5.13-15)
De influenciadores para influenciados. Esta é a condição vivida por muitos cristãos em meio a sociedade pós-moderna. Observemos algumas evidências deste fato:
- Líderes cristãos se vendem e vendem a igreja para políticos corruptos- Patrões cristãos exploram seus empregados com salários pequenos, visando lucros maiores- Empregados cristãos que na ausência do patrão ou chefe imediato não produzem- Professores e alunos cristãos que se vestem e comportam-se indignamente nas escolas e faculdades- Cristãos caloteiros- Cristãos que não honram os compromissos assumidos
Os “evangélicos” ou “crentes”, em muitos lugares, já perderam o crédito moral e ético, devido ao mau testemunho de alguns. O seu testemunho lhe dá autoridade para falar de Jesus onde trabalha ou estuda?
3. O Porte Digno do Cristão na Igreja
Tem gente (líderes, pregadores, cantores, congregados, membros) que nem na igreja consegue esconder a falta do bom caráter cristão, agindo como um verdadeiro filho deBelial. Dentre alguns, destacamos: os semeadores de contendas, irreverentes, fofoqueiros, grosseiros, murmuradores, autoritários, desobedientes, arrogantes, mentirosos, arruaceiros, indecentes, etc.
Em certos casos, não dá nem para acredita que o indivíduo já nasceu de novo. Infelizmente, milhares de pessoas que se dizem “cristãos” (inclusive superintendentes, dirigentes, secretárias, professores e alunos de Escola Dominical), não vivem como tal, contribuindo desta maneira para denegrir a imagem da Igreja e macular a credibilidade do Evangelho de Jesus.
A Bíblia nos exorta a vivermos de uma forma que agrade e glorifique ao Senhor:
Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16)
Portai-vos de modo, que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus“. (1 Co 10.32)

terça-feira, 9 de julho de 2013

PORTAL ESCOLA DOMINICAL  TERCEIRO TRIMESTRE DE 2013 
 FILIPENSES: a humildade de Cristo como exemplo para a Igreja  
COMENTARISTA: ELIENAI CABRAL  COMENTÁRIOS - SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM RECIFE/PE    
 LIÇÃO 02 – ESPERANÇA EM MEIO À ADVERSIDADE - 3º TRIMESTRE 2013  (Fp 1.12-21)
INTRODUÇÃO
            Paulo escreveu a epístola aos Filipenses quando estava preso em Roma. Porém, não lemos nesta carta o apóstolo queixando-se do sofrimento, nem lamentando a sua prisão. Pelo contrário, ele externa constantemente a sua alegria, mesmo em meio a adversidade, e também declara que a sua prisão serviu de benefício para o evangelho. Seu exemplo nos ensina que devemos aproveitar as oportunidades para pregar o evangelho, mesmo nos momentos mais difíceis da vida. Nesta lição, veremos a definição de esperança e adversidade; como as adversidades de Paulo contribuíram para a expansão do evangelho; as motivações para pregar as boas novas; e a esperança de Paulo em meio a adversidade. 
I  - DEFINIÇÕES
1.1 Esperança. Aurélio define esperança como “o ato ou efeito de esperar o que se deseja”“expectativa”“fé em conseguir o que se deseja”. Esperança é uma das virtudes cristãs, através da qual o crente é motivado a crer no impossível. É a certeza de receber as promessas feitas por Deus através de Cristo Jesus (Rm 15.13; Hb 11.1) e uma sólida confiança em Deus (Sl 33.21,22). O termo deriva-se do grego “elpis” e significa“expectativa favorável e confiante” (Rm 8.24,25).
1.2 Adversidade. De acordo com Aurélio, adversidade é o mesmo que “contrariedade”“infortúnio”“aborrecimento”“infelicidade” ou“revés”. O termo hebraico é “hovah” que também pode ser traduzido por “ruína” e “desastre” (Sl 10.6; 27.5; 35.15; 90.15; 107.39; Pv 27.10; Ec 7.14). O termo grego é “kakopatheõ”que quer dizer: “sofrimento”“adversidade” ou “padecer” (2Tm 1.8; 2.9; 4.5; Tg 5.13).
II – AS ADVERSIDADES E A EXPANSÃO DO EVANGELHO
            Escrevendo aos filipenses, o apóstolo Paulo diz que as coisas que lhe aconteceram, contribuíram para maior proveito do evangelho. Vejamos, então, alguns bons resultados de sua prisão:
 2.1 “... as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho” (Fp 1.12). A expressão “... as coisas que me aconteceram” dizem respeito a sua prisão em Roma (Fp 1.7,13,14). Conforme a narração de Lucas, a prisão de Paulo lhe permitia uma certa liberdade. Ele podia receber visitas, pregar o evangelho, ensinar a Palavra de Deus e também escrever cartas às igrejas, como escreveu as epístolas de prisão, que são: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemon (At 28.30,31).

2.2 “... as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda guarda pretoriana e por todos os demais lugares” (Fp 1.13). A guarda pretoriana, também chamada de guarda imperial, era composta de um grupo de soldados especiais, uma espécie de “tropa de elite” que guardavam não só o imperador, mas, também, os prisioneiros romanos. Com certeza, os soldados daquela guarda puderam ouvir a mensagem do evangelho por intermédio de Paulo. Quanto a expressão“demais lugares”, possivelmente, refere-se as pessoas que, mesmo estando distantes, procuraram ouvir as palavras daquele prisioneiro de Cristo.

2.3 “E muitos dos irmãos... ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor” (Fp 1.14). Vemos nesse texto um verdadeiro paradoxo, ou seja, um fato contrário ao comum. Em vez de os irmãos se sentirem ameaçados ou amedrontados com a prisão de Paulo, e deixarem de pregar a Cristo, eles se sentiram ainda mais motivados para anunciar o evangelho. Sem dúvida, foi a ação do Espírito Santo na vida dos cristãos que lhes deu condições de levar as boas novas de salvação sem temer as perseguições. Há inúmeros exemplos na Bíblia de servos de Deus que pregaram com ousadia, mesmo em meio às ameaças, tais como: Pedro e João (At 4.21-24); os apóstolos (At 5.40-42); Estêvão (At 7.58-60); e Paulo (At 21.13; II Co 11.24-33).   
III – MOTIVAÇÕES PARA PREGAR O EVANGELHO
            Em (Fp 1.15-17) o apóstolo Paulo menciona dois tipos de motivações para pregar o evangelho e externa também o seu regozijo pelo fato de Cristo estar sendo anunciado. Vejamos:

sábado, 6 de julho de 2013

Paulo e a Igreja de Filipos - Rede Brasil de Comunicação

Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
LIÇÃO 01 - PAULO E A IGREJA EM FILIPOS - 3º TRIMESTRE 2013
(Fp 1.1-11)

INTRODUÇÃO

Neste terceiro trimestre de 2013 estudaremos sobre Filipenses: a humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Abordaremos nesta primeira lição, informações sobre Filipos - importante cidade da Macedônia. Veremos também que foi através de Paulo e Silas que o evangelho adentrou a esta cidade, considerada como o portão de entrada da Europa. Veremos quais os resultados que estes dois bravos missionários obtiveram ao obedecer a direção divina e, por fim, trataremos da epístola endereçada aos filipenses e alguns ensinamentos nela contidos.

I - INFORMAÇÕES SOBRE A CIDADE DE FILIPOS
1.1 Cidade. Lucas nos mostra à cidade de Filipos como a “…primeira cidade desta parte da Macedônia, e é uma colônia…” (At 16.12), o que nos deixa claro que era cidade de grande importância política. Como colônia romana, Filipos tinha autonomia do governo provincial e os mesmos direitos que tinham as cidades na Itália, incluindo o uso da lei romana, isenção de alguns impostos e cidadania romana para seus habitantes (At 16.21).
1.2 Nome. Originalmente conhecida como Krenides “As pequenas fontes” devido ao grande número de fontes que havia em seus arredores, Filipos “cidade de Filipe”recebeu o seu nome de Filipe II da Macedônia (o pai de Alexandre Grande) em 360 a.C. Atraído pelas minas de ouro que havia no local, Filipe conquistou a região no século IV a.C. No século II a.C., Filipos tornou-se parte da província da Macedônia.
1.3 Localização. Filipos ficava localizada na parte oriental da Macedônia, em uma planície a leste do monte Pangeus, entre os rios Estrimon e Nestos. Ficava perto do Gangites, um riacho de águas turbulentas, cerca de 16km distante do mar, constituindo o portão de entrada da Europa. Isso posto, apesar de não ser um porto marítimo, visto que ficava relativamente perto do mar. Lemos acerca de Paulo e seus companheiros que “…navegamos de Filipos…” (At 20.6).

Paulo e a Igreja de Filipos - Ev. Natalino das Neves


Paulo e a Igreja de Filipos - Francisco A. Barbosa


Lição 1 – PAULO E A IGREJA EM FILIPOS


Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos
Tema: Filipenses - A Humildade de CRISTO como exemplos para a Igreja.
Comentário: Pr. Elienai Cabral
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração e pesquisa para a Escola Dominical da Igreja de Cristo no Brasil, Campina Grande-PB;
Postagem no Blog AUXÍLIO AO MESTRE: Francisco A Barbosa.

Lição 1 – PAULO E A IGREJA EM FILIPOS
7 de julho de 2013

TEXTO ÁUREO
"E peço isto: que o vosso amor aumente mais e mais em ciência e em todo o conhecimento" (Fp 1.9).  Paulo relata aos filipenses que ora por eles (v 4) e qual é o conteúdo dessa oração. A fé cristã encontra expressão no amor cristão e em um procedimento sincero e sem culpa.

VERDADE PRÁTICA
Paulo tinha uma grande afeição pelos irmãos de Filipos; por isso suas orações e ações de graças por essa igreja eram constantes.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 1.1-11

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·         Introduzir a Epístola aos Filipenses destacando a cidade, a data e o local da autoria.
·         Explicar o propósito, a autoria e os destinatários da epístola.
·         Compreender os atos de oração e ação de graças do apóstolo Paulo.

PALAVRA-CHAVE
Epístola: Cada carta ou lições dos apóstolos às comunidades cristãs primitivas.
COMENTÁRIO

introdução
Neste trimestre, estudaremos a Epístola de Paulo aos Filipenses. Em muitos aspectos, a Carta aos Filipenses é a mais bela carta de Paulo, repleta de ternura, gratidão, calor e afeição. Seu estilo é espontâneo, pessoal e informal. Filipenses apresenta-nos um diário íntimo das próprias experiências de Paulo. Esta carta foi escrita em circunstâncias difíceis, enquanto o grande apóstolo estava prisioneiro. Diferente de muitas das cartas de Paulo, Filipenses não foi escrita primeiramente devido a problemas ou conflitos na igreja. Sua tônica básica é de cordial afeição e apreço pela congregação. Paulo, embora fosse um prisioneiro, era muito feliz, e incentivava e ainda incentiva seus leitores para sempre se regozijarem em Cristo. A alegria apresentada em Filipenses envolve uma ardente expectativa da iminente volta de Cristo. Tenham todos uma excelente e abençoada aula.

I. INTRODUÇÃO À EPÍSTOLA
1. A cidade de Filipos. Filipos era uma cidade estratégica pela sua geografia. Ela ficava entre o Oriente e o Ocidente. Era a ponte de conexão entre dois continentes. William Barclay diz que Filipe da Macedônia (pai do grande imperador Alexandre Magno, de quem recebeu o nome) fundou a cidade, que levava seu nome por uma razão muito particular. Em toda a Europa, não existia um lugar mais estratégico. Há aqui uma cadeia montanhosa que divide a Europa da Ásia, o Oriente do Ocidente. Assim, Filipos dominava a rota da Ásia à Europa. Filipe da Macedônia tomou a cidade dos tracianos por volta do ano 360 a.C., na Macedônia oriental, a 16 km do Mar Egeu. Nos dias de Paulo, era uma cidade romana privilegiada, tendo uma guarnição militar. A igreja de Filipos foi fundada por Paulo e sua equipe de cooperadores (Silas, Timóteo, Lucas) na sua segunda viagem missionária, em obediência a uma visão que DEUS lhe dera em Trôade (At 16.9-40). Um forte elo de amizade desenvolveu-se entre o apóstolo e a igreja em Filipos. Várias vezes a igreja enviou ajuda financeira a Paulo (2 Co 11.9; Fp 4.15,16) e contribuiu generosamente para a coleta que o apóstolo providenciou para os crentes pobres de Jerusalém (cf. 2 Co 8-9). Parece que Paulo visitou a igreja duas vezes na sua terceira viagem missionária (At 20.1,3,6)
2. O Evangelho chega à Filipos. A primeira igreja estabelecida na Europa, na colônia romana de Filipos, nos revela o poder do evangelho em alcançar pessoas de raças diferentes, de contextos sociais diferentes, com experiências religiosas diferentes, dando a elas uma nova vida em Cristo. De todas as igrejas que Paulo plantou, essa foi a mais ligada ao apóstolo e a que nasceu num parto de mais profunda dor. Filipe fundou essa cidade para dominar a rota do Oriente ao Ocidente. Alcançar Filipos era abrir caminhos para a evangelização de outras nações. A evangelização e a plantação de novas igrejas exigem cuidado, critério e planejamento. Precisamos usar de forma mais racional e inteligente os obreiros de Deus e os recursos de Deus.
3. Data e local da autoria. Da prisão (1.7,13,14), certamente em Roma (At 28.16-31), Paulo escreveu esta carta aos crentes Filipenses para agradecer-lhes pela sua oferta generosa, cujo portador foi Epafrodito (4.14-19) e para informá-los do seu estado pessoal. Além disso, escreveu para transmitir à congregação a certeza do triunfo do propósito de DEUS na sua prisão (1.12-30), para assegurar à igreja que o mensageiro por ela enviado (Epafrodito) cumprira fielmente a sua tarefa e que não estava voltando antes do devido tempo (2.25-30), e para levar os membros da igreja a se esforçarem para conhecer melhor o Senhor, conservando a unidade, a humildade, a comunhão e a paz.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Eu e a Minha Casa Serviremos ao Senhor - AD Londrina


Eu e a Minha Casa Serviremos ao Senhor - Francisco A. Barbosa

TEXTO ÁUREO

“Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR” (Js 24.15). - Josué não chamou as pessoas para elas mesmas escolherem, pois acreditava que havia duas opções da perspectiva de Deus. Ao fazê-lo, ele tinha a oportunidade de afirmar sua própria lealdade a Deus e estimular uma resposta semelhante do povo.

VERDADE PRÁTICA
Com a graça de Deus, a família cristã vencerá os desafios da vida.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Josué 24.14-18,22,24.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Conhecer o exemplo de Noé.
  • Imitar a decisão de Josué.
  • Compreender a fidelidade dos recabitas.
PALAVRA-CHAVE
Casa: Lar, Família; (latim casa, -ae, cabana, casebre)
1. Nome genérico de todas as construções destinadas a habitação.
2. Local de habitação. = DOMICÍLIO, LAR, MORADA, RESIDÊNCIA. 3. Conjunto de pessoas da família ou de pessoas que habitam a mesma morada.

COMENTÁRIO
introdução
Pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo concluímos mais este trimestre, não mais abençoado que os outros, mas, acredito, mais oportuno, dado as dificuldades que atravessamos nestes dias onde a instituição familiar tem sido tão atacada, desencorajada e destituída de sua importância para a ordem social. Tivemos a oportunidade de estudar, claro que sem esgotar o assunto, sobre temas cruciais e aprendermos que somente cresceremos em santidade através do conhecimento e aplicação da Palavra de Deus. Concluímos que não basta apenas conhecer a Palavra de Deus. Precisamos conhecer muito bem a Palavra de Deus para aplicá-la em situações da vida. Deus promete que a fidelidade à sua Palavra resultará em uma vida prospera e de sucesso. Somente a fidelidade à Palavra de Deus nos garantirá a vitória para que a nossa casa não seja alcançada pelas águas do dilúvio moral que encobre o presente século. Digamos, pois, ousadamente: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!
I. O EXEMPLO DECISIVO E CORAJOSO DE NOÉ

1. Noé andou com Deus. Gostaria de esclarecer que a graça de Deus é sempre seu favor imerecido, e a integridade de Noé não poderia ser o motivo da aceitação de Deus (Rm 3.10-12). Deus salvou Noé, como ele nos salva, como um dom incondicional, o qual Cristo mais tarde compraria com seu próprio sangue. Ainda assim, Noé parece ser um tipo de Cristo, assim como Noé representou sua família, Cristo representa toda a família de Deus. “varão justo”, “reto em suas gerações” e que “andava com Deus” (Gn 6.9): não que Noé nunca houvesse pecado, porém a sua devoção a Deus e a sues mandamentos eram inquestionáveis. O termo “justo” pressupõe uma aliança na qual aqueles que estão unidos ao Senhor pela fé seguem seus padrões morais. Estes padrões foram revelados a Noé na sua consciência (Gn 3.8) e mediante a revelação especial (Gn 5.22).

terça-feira, 18 de junho de 2013

Vídeo Aula A Família e a Igreja - Ev. Natalino das Neves


A Família e a Igreja - Luciano de Paula Lourenço

Texto Básico: Romanos 16:1-5,7,10,11,13,15,24
“Alegrei-me quando me disseram: vamos à Casa do Senhor” (Sl 123:1)

INTRODUÇÃO

A Família e a Igreja são duas instituições profundamente interligadas. São dois projetos de Deus e que continuam sob sua proteção e que são objetos do seu amor.

A Igreja é uma instituição que, embora planejada por Deus desde antes da fundação do mundo, somente foi criada e estabelecida nesta nossa atual dispensação, a dispensação da graça (Ef 3:1-11). Ela foi a primeira organização social constituída, existiu antes da escola, antes do próprio Estado, e pode subsistir independentemente de qualquer outra instituição social.

A Família, do ponto de vista sociológico, é considerada como uma unidade básica e universal. Básica porque dela depende a sociedade; universal, porque ela se encontra em todas as sociedades humanas, de uma forma ou de outra.
Por mais que Satanás e seus agentes, humanos e espirituais, se empenhem em destruir essas duas instituições, elas são indestrutíveis.

I. FAMILIA: O ELEMENTO BÁSICO DA IGREJA

A igreja Local é formada pela soma de suas famílias. A igreja é o reflexo das famílias. Famílias bem estruturadas formam igrejas bem estruturadas. Isto é verdade, e Satanás sabe disto! Por esta razão, de forma mais acentuada nestes “últimos dias”, ele tem investido, pesadamente, contra a estrutura familiar, de forma especial, através da televisão, usando, principalmente, suas novelas. Desmoralizando o casamento, incentivando as uniões ilícitas, enaltecendo a liberdade sexual, quebrando a hierarquia familiar, retirando ou coibindo a autoridade dos pais, o objetivo de Satanás é enfraquecer, desmoralizar, acabar com a estrutura familiar. Porém, seu alvo principal é a Igreja. Ele sabe que combatendo a família, está prejudicando a Igreja.

1. Sem a família a Igreja não funciona. Família e igreja são instituições que não se confundem, que não podem ser absorvidas uma pela outra, mas que se interdependem, isto é, que devem existir ao mesmo tempo, cooperando uma com a outra. Assim ocorreu no ministério de Jesus Cristo e na igreja primitiva, assim deve ocorrer entre nós.
A família pré-existe à igreja como instituição. Deste modo, toda e qualquer igreja local será constituída de famílias, famílias que, nem sempre, estarão totalmente integradas na igreja local, já que, em mais uma demonstração de que família e igreja não se confundem, Jesus, de modo realista, afirmou que, por causa do Evangelho, haverá, em alguns lares, dissensão, pois a salvação é individual e, embora seja objetivo e propósito do Senhor a salvação de todos os integrantes do grupo familiar, isto, às vezes, não acontecerá (Mt 10:34-36). De qualquer forma, a igreja sempre será constituída de famílias e deverá levar em consideração esta estrutura familiar o seu dia-a-dia, no cumprimento da sua missão.
Sendo pré-existente à igreja e não se desfazendo como grupo social, mesmo quando totalmente integrada à igreja, a família exerce um papel primordial para a vida da igreja local. É impossível que surja alguma igreja sem família, daí porque ser fundamental que a família colabore e coopere para a igreja, inclusive porque, sem a família, a igreja simplesmente não existirá.

2. A família como extensão da Igreja. Podemos dizer que o lar deve ser uma extensão da igreja, e a igreja, uma extensão do lar. A família de Deus deve viver e conviver no ambiente do lar, de tal forma que a presença de Deus possa ser sentida, no seu seio, não apenas quando seus membros reúnem-se na igreja local. Quando uma família serve a Deus, e os pais cultivam o saudável costume de realizar o culto doméstico, os filhos valorizam o lugar onde se adora ao Senhor coletivamente.
Para que a família seja uma extensão da igreja local, é da maior importância que nela haja um ambiente espiritual, que valorize a adoração a Deus. Se adolescentes e jovens, além de viverem conectados a internet, passam horas diante da televisão secular, assistindo novelas e outros programas alienantes, será muito difícil alcançar esse objetivo de ver a família integrada na igreja. A solução para possibilitar essa integração família-igreja e vice-versa é a realização do culto doméstico. O saudoso pastor Estevam Ângelo, descrevendo a respeito do culto domestico, disse certa feita: “Se a família quiser assistir a sete cultos a mais por semana, fazendo o culto domestico, terá uma igreja em casa”. Alguém duvida disso?
Hoje, conquanto existam grandes e até suntuosos templos, o ideal seria que cada família cristã continuasse sendo uma igreja, em miniatura; que cada Lar cristão fosse um “braço”, ou uma extensão de sua igreja.

sábado, 15 de junho de 2013

A Família e a Escola Dominical - Ev. Natalino das Neves


Aula ministrada pelo Ev. Natalino das Neves - Projeto IEADSJP_EBDTV.
Projeto da IEADSJP - Igreja Evangélica Assembleia de Deus de São José dos Pinhais


A Família e a Escola Dominical - Pr. Geraldo Carneiro Filho

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 11- DATA: 16/06/2013
TÍTULO: “A FAMÍLIA E A ESCOLA DOMINICAL”
TEXTO ÁUREO – Dt 31.12
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Ne 8.1-7


I – INTRODUÇÃO:

Mt 28.20; Mc 16.15 – Segundo o pastor Antônio Gilberto, “A Escola Bíblica Dominical é a escola de ensino bíblico da Igreja, que evangeliza enquanto ensina, conjugando, assim, os dois lados da comissão de Jesus à Igreja. Ela não é uma parte da Igreja; é a própria Igreja ministrando ensino bíblico metódico”.

II - HISTÓRIA DA ESCOLA DOMINICAL NO BRASIL:

Os missionários escoceses Robert e Sara Kalley são considerados os fundadores da Escola Dominical no Brasil.
Em 19 de agosto de 1855, na cidade imperial de Petrópolis, no Rio de Janeiro, eles dirigiram a primeira Escola Dominical em terras brasileiras. Sua audiência não era grande; apenas cinco crianças assistiram àquela aula. Mas foi suficiente para que seutrabalho florescesse e alcançasse os lugares mais retirados de nosso país. Essa mesma Escola Dominical deu origem à Igreja Congregacional no Brasil.
Houve, sim, reuniões de Escola Dominical antes de 1855, no Rio de Janeiro, porém, em caráter interno e no idioma inglês, entre os membros da comunidade americana.
Hoje, no local onde funcionou a primeira Escola Dominical do Brasil, acha-se instalado um colégio. Mas ainda é possível ver o memorial que registra este tão singular momento do ensino da Palavra de Deus em nossa terra.


III - HISTÓRIA DA ESCOLA DOMINICAL NO MUNDO:

As origens da Escola Dominical remontam aos tempos bíblicos quando o Senhor ordenou ao Seu povo Israel que ensinasse a Lei de geração a geração.

Dessa forma, a história do ensino bíblico descortina-se a partir dos dias de Moisés, passando pelos tempos dos reis, dos sacerdotes e dos profetas, de Esdras, do ministério terreno do Senhor Jesus e da Primitiva Igreja. Não fossem esses inícios tão longínquos, não teríamos hoje a Escola Dominical.
Porém, antes de sumariarmos a história da Escola Dominical em sua fase moderna, faz-se mister evocar os grandes vultos do Cristianismo que muito contribuíram para o ensino e divulgação da Palavra de Deus.
Como esquecer os chamados pais da Igreja?
Lembremo-nos de Orígenes, Clemente de Alexandria, Justino, o Mártir, Gregório Nazianzeno, Agostinho e outros doutores igualmente ilustres. Todos eles magnos discipuladores.
E o que dizer de Lutero?
O grande reformador do século XVI, apesar de seus grandes e inadiáveis compromissos, ainda encontrava tempo para ensinar as crianças. Haja vista o catecismo que lhes escreveu.
Foram esses piedosos de Cristo abrindo caminho até que a Escola Dominical adquirisse os atuais contornos.
A Escola Dominical do nosso tempo nasceu de visão de um homem que, compadecido com as crianças de sua cidade, quis dar-lhes um novo e promissor horizonte. Como ficar insensível ante a situação daqueles meninos e meninas que, sem rumo, perambulavam pelas ruas de Gloucester? Nesta Cidade, localizada no Sul da Inglaterra, a delinquência infantil era um problema que parecia insolúvel.
Aqueles menores roubavam, viciavam-se e eram viciados; achavam-se sempre envolvidos nos piores delitos.
É nesse momento tão difícil que o jornalista episcopal Robert Raikes entra em ação.

Tinha ele 44 anos quando saiu pelas ruas a convidar os pequenos transgressores a que se reunissem todos os domingos para aprender a Palavra de Deus. Juntamente com o ensino religioso, ministrava-lhes Raikes várias matérias seculares: matemática, história e a língua materna: o inglês.
Não demorou muito, e a escola de Raikes já era bem popular. Entretanto, a oposição não tardou a chegar.
Muitos eram os que o acusavam de estar quebrantando o domingo. Onde já se viu comprometer o dia do Senhor com esses moleques? Será que o Sr. Raikes não sabe que o domingo existe para ser consagrado a Deus?
Robert Raikes sabia-o muito bem. Ele também sabia que Deus é adorado através de nosso trabalho amoroso incondicional.
Embora haja começado a trabalhar em 1780, foi somente em 1783, após três anos de oração, observações e experimentos, que Robert Raikes resolveu divulgar os resultados de sua obra pioneira.
No dia três de novembro de 1783, Raikes publica em seu jornal, o que Deus operara e continuava a operar na vida daqueles meninos em Gloucester. Eis o porquê que esta data foi a escolhida como o dia da fundação da Escola Dominical.

Mui apropriadamente, escreve o pastor Antônio Gilberto:
“Mal sabia Raikes que estava lançando os fundamentos de uma obra espiritual que atravessaria os séculos e abarcaria o globo, chegando até nós, a ponto de ter hoje dezenas de milhões de alunos e professores, sendo a maior e mais poderosa agência de ensino da Palavra de Deus de que a Igreja dispõe”.
Tornou-se a Escola Dominical tão importante, que já não podemos conceber uma igreja sem ela. Haja vista que, no dia universalmente consagrado à adoração cristã, nossa primeira atividade é justamente ir a esse prestimoso educandário da Palavra de Deus. É aqui onde aprendemos os rudimentos da fé e o valor de uma vida inteiramente consagrada ao serviço do Mestre.
A. S. London afirmou, certa vez, mui acertadamente:
“Extinga a Escola Bíblica Dominical, e dentro de 15 anos a sua igreja terá apenas a metade dos seus membros”.
Quem haverá de negar a gravidade de London? As igrejas que ousaram prescindir da Escola Dominical jazem quase extintas e prestes a morrer.